Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Lucas 2.40-52
INTRODUÇÃO
Cumpridas todas as ordenanças
exigidas pela lei, José e Maria voltaram com o menino Jesus para a
Galileia, à cidade de Nazaré. Lucas não registra o tempo que Jesus
passou com seus pais em Belém, até os dois anos de idade, nem a
visita dos magos do oriente e, muito menos, o período que eles
passaram no Egito, em virtude da perseguição de Herodes, o Grande.
Lucas aqui dá um salto de doze anos. Entre os versículos 40 e 41 há
esta lacuna. Lucas é o único evangelista que narra este evento de
Jesus no templo, diante dos doutores da lei, aos doze anos de idade.
A vida de Jesus desde a sua infância até a adolescência é um
mistério. A maior parte de sua vida Ele permaneceu no anonimato, até
o início o seu ministério aos 30 anos (Lc 3.23).
É interessante destacar que
tanto Mateus como Lucas mostram que Jesus nasceu de forma
sobrenatural, mas cresceu de forma natural. Lucas diz que Jesus
crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; a graça do Senhor
estava sobre Ele (Lc 1.40). A história do menino Jesus aos doze anos
representa todo o seu desenvolvimento. O menino Jesus cresceu, não
como um menino-prodígio,
mas como um ser humano igual a nós, exceto no que se refere ao
pecado.
Por ter Jesus ido morar em
Nazaré, Ele passou a ser conhecido como Jesus, o
nazareno (At 2.22).
Seus seguidores também passaram a ser chamados de nazarenos
(At 24.5). Seus inimigos usaram esse nome com desprezo, e Pilatos
incluiu essa denominação na placa colocada no topo da cruz (Jo
19.19). Jesus não se envergonhou de usar esse nome, mesmo depois de
exaltado à destra do Pai (At 22.8), e Pedro e João usaram esse nome
para curar o paralítico na porta Formosa (At 3.6). Jesus levou ao
céu algo que os homens desprezavam (Jo 1.46) e o tornou glorioso!
Mas quais a lições que podemos
tirar desse episódio?
1 – JESUS OBSERVAVA A
TRADIÇÃO JUDAICA (Lc 2.41,42).
Em tudo Jesus foi obediente a Lei
e as tradições do seu povo. Ele não se rebelou contra aquilo que o
Pai havia estabelecido em Sua Lei. Quando Jesus ensinava aos seus
discípulos Ele corrigia os erros que as autoridades da Lei tinham
ensinado. Como Ele mesmo falou: “Não
cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra
passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo
seja cumprido” (Mt
5.17,18”.
De acordo com a lei de Moisés
(Êx 23.14-17; 34.23; Dt 16.16), todos os israelitas masculinos
(exceto os menores de idade, anciãos, enfermos e escravos) tinham a
obrigação de comparecer ao templo três vezes ao ano, a saber, nas
festas da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos, a fim de
participar da celebração festiva. No entanto, nem todos os judeus
podiam cumprir este mandamento literalmente em todas as três festas,
em vista das distâncias às vezes grandes até Jerusalém. Willian
Barclay diz que havia ficado estabelecido que todo homem adulto judeu
que vivesse dentro dos 30 quilômetros de Jerusalém devia ir ali
para a Páscoa. Todos os judeus do mundo tinham a esperança de poder
passar a festa ali pelo menos uma vez em sua vida.
De Nazaré até Jerusalém são
cerca de 145 quilômetros. No entanto, José e Maria iam a festa da
Páscoa todos os anos (Lc 2.41). Lucas destaca que Jesus foi a essa
festa quando estava com 12 anos; tudo indica que aquele ano era um
ano ainda mais especial para José e Maria, pois eles foram a
Jerusalém não somente para a festa da Pascoa, mas também para a
cerimônia do Bar
Mitzvá. Alguns
estudiosos acreditam que esta foi a primeira vez que Jesus teria ido
a Jerusalém, já que os meninos menores de 12 anos não tinha
necessidade de ir às festas.
1o
– O que é o Bar Mitzvá.
Bar Mitzvá (filho do
mandamento) é a
cerimônia que insere o jovem judeu como um membro maduro na
comunidade judaica. A expressão “Bar-Mitsvá”
se origina parcialmente do aramaico, a língua do Talmud. Quando um
judeu atinge a sua maturidade (aos 12 anos de idade para as meninas,
13 anos de idade para os meninos), passa a se tornar responsável
pelos seus atos, de acordo com a lei judaica. Nessa altura, diz-se
que o menino passa a ser Bar
Mitzvah (בר
מצוה ,
“filho do mandamento”); e a menina passa a ser Bat
Mitzvá (בת
מצוה,
“filha do mandamento”). Aos 12 anos o menino já começava a se
preparar para esse momento tão importante em sua vida. Ao
completar 13 anos, o homem é chamado pela primeira vez para a
leitura da Torá (Pentateuco).
Antes desta idade, são os pais os responsáveis pelo ensino da Lei
aos filhos (Dt 6.1-9). Depois desta idade, os rapazes e moças podem
finalmente participar em todas as áreas da vida da comunidade e
assumir a sua responsabilidade na lei ritual judaica, tradição e
ética. Segundo o Talmud, aos 13 anos e 1 dia de idade um judeu se
torna obrigado a obedecer mandamentos.
No entanto, o que mais temos
visto hoje são cristãos sem compromisso com Deus e em cumprir os
seus mandamentos, principalmente os jovens. O descompromisso com
Cristo, a irresponsabilidade com sua obra na vida do cristão
acontece pela falta de amor a Ele, quando amamos a Deus, e as
pessoas, em tudo que fazemos, procuramos ser responsáveis, cumprindo
os compromissos assumidos. Alguns cristãos pensam que a
responsabilidade, e o compromisso com a obra deve ser somente do
pastor ou do líder, e esquecem que cada um deverá prestar contas
diante do tribunal de Cristo, individualmente. “Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”
(2Co 5.10).
Você pai tem colocado sobre os
ombros dos seus filhos responsabilidades? Principalmente a
responsabilidade de observar os princípios da Palavra de Deus? Têm
lhes ensinado que, como cristãos, eles devem dar bom testemunho,
pois eles têm um nome a zelar, que é o nome de Jesus? Eles tem
visto esse testemunho em sua vida?
Observe que o texto nos diz que
José e Maria iam todos os anos a Jerusalém, apesar da enorme
distância a ser percorrida, geralmente a pé. E você é assíduo
aos cultos? Seus filhos veem em você essa dedicação e empenho na
igreja? Você pode falar como falou Davi: “Alegrei-me
quando me disseram, vamos a casa do Senhor?”.
Mais do que palavras, devemos deixar o exemplo para os nossos filhos.
As palavras passam, o exemplo fica!
2o
– Os períodos distintos da infância, segundo os judeus.
Os judeus eram muito metódicos em relação a observância das
tradições. Observe:
1)
Aos três anos acontece o desmame, e pela primeira vez era permitido
o uso de vestes com borlas – o livro de Números (Nm 15.37-41) nos
fala sobre esse mandamento; Deus manda Moisés dizer aos filhos de
Israel que no canto de suas vestes façam borlas, franjas (Adorno
pendente feito de fios de lã) e presas com um cordão azul. Era
nessa ocasião que começava a educação da criança.
2)
Aos cinco a criança começava a aprender a Lei mediante o
ensinamento na escola.
3)
Aos dez anos o menino podia começar a estudar a Mishnah (tradição
oral judaica), o conjunto de interpretações tradicionais da Lei. A
Mishnah estipula que um menino deve ser levado para a observância um
ou dois anos antes de completar treze anos de idade.
4)
As doze o menino se tornava diretamente responsável pela obediência
à Lei, incluindo suas ordenanças e festividades prescritas.
5)
Aos treze, o menino começava a usar filactérios em suas orações
diárias.
6)
Aos dezoito anos, podia começar o estudo da Gemara, que era a
coletânea mais ampla das declarações e lendas judaicas (Talmude).
Como bons judeus, José e Maria
ensinaram Jesus a observar todos esses processos que eram cobrados
dos pais dos meninos judeus. E você pai tem observado os princípios
da Palavra de Deus e ensinado o seu filho a observá-los? A
responsabilidade é sua como pai e não da tia da escolinha infantil
na igreja, ou do professor da classe da EBD e nem do pastor e dos
diáconos. A igreja ajuda muito, mas a educação vem de berço!
2 – O MENINO JESUS FOI
ESQUECIDO EM JERUSALÉM (Lc 2.43-46).
A festa da Páscoa durava sete
dias, e as pessoas viajavam para essas festas em caravanas, com as
mulheres e crianças à frente para determinar o ritmo da caminhada e
os homens e rapazes atrás. Parentes e vilarejos inteiros costumavam
viajar juntos, e uns cuidavam dos filhos dos outros. Durante a festa
tudo ocorreu normalmente, foi no retorno para casa que ocorreu esse
imprevisto. Durante essas festas Jerusalém ficava abarrotada de
pessoas. Vinham peregrinos de todos os cantos de Israel. Crianças se
perderem dos responsáveis deveria ser algo comum. Por isso que todos
cuidavam dos filhos uns dos outros para evitar esses transtornos.
Como qualquer adolescente, Jesus
estava fascinado com a cidade de Jerusalém e, principalmente com o
templo. Em Nazaré havia sinagogas e bons mestres, mas em Jerusalém
e, principalmente no templo, estavam os doutores da lei (Lc 2.46).
Esse episódio nos ensina três
coisas importantes:
1o
– Jesus ia crescendo de forma natural se sujeitando aos seus pais
(L 2.40,51,52).
Jesus não deixou de ser Deus na Sua encarnação. No entanto, a
Bíblia nos fala que Ele despojou-se dos Seus atributos divinos para
torna-se como um de nós e se submeteu à vontade do Pai (Jo
5.19,30), mas, em momento algum Ele deixou de ser Deus. Na Sua
encarnação Ele se sujeitou ao crescimento humano, intelectual,
físico, espiritual e social.
A
Bíblia é clara em dizer que Jesus abriu mão dos atributos de sua
divindade e se tornou como um de nós (Fl 2.5-8). Seu relacionamento
com o Pai celestial não substituía nem anulava seu dever para com
os pais terrenos. Sua obediência ao quinto mandamento era uma parte
essencial da perfeita obediência que Ele prestou em nosso benefício.
O autor de Hebreu nos fala assim: “Embora
fosse Filho, aprendeu
a obediência pelas coisas que sofreu
e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se autor da salvação eterna
para todos os que lhe obedecem”
(Hb 5.8,9). Jesus encarnou para cumprir a nossa justiça. Aquilo que
nos era impossível, o Senhor fez por nós.
Estamos vivendo um tempo muito
difícil em relação ao respeito as autoridades constituídas,
principalmente a autoridade dos pais. É assustador vermos o quanto
os filhos não repeitam mais os pais e, em parte, a culpa é dos
próprios pais que não lhes impõem limites. O que temos visto hoje,
e creio que, infelizmente, ficará pior, é um cumprimento profético
que nos falou o apóstolo Paulo. Veja o que ele nos fala em 1 Timóteo
3.1-5:
“Sabe, porém, isto: que
nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes
a pais e mães,
ingratos, profanos, sem
afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor
para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus, tendo
aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.
Destes afasta-te”.
Há
um livro chamado “O
Comunista nu” de
Cleon
Skousen,
escrito em 1958. Este livro foi escrito com a intenção de mostrar
que a intenção do Comunismo era destruir os valores cristãos na
América. Veja algumas dessas metas:
Meta
17 – Obter
o controle das escolas. Usá-las como canais de transmissão para o
socialismo e propaganda comunista atual. Suavizar o currículo. Obter
o controle de associações de professores. Colocar a ideologia do
partido nos livros didáticos.
Meta
25 – Quebrar
os padrões culturais da moralidade através da Promoção da
pornografia e obscenidade em livros, revistas, filmes, rádio e TV.
Meta
26
– Apresentar a homossexualidade, a degeneração e a promiscuidade
como algo “normal, natural e saudável”.
Meta
27
– Infiltrar-se nas igrejas e substituir a religião revelada com a
religião “social” (Teologia da Missão Integral). Desacreditar a
Bíblia e enfatizar a necessidade de maturidade intelectual que não
precisa de uma “muleta religiosa”.
Meta
30
– Desacreditar os pais.
O diabo não está brincando, ele
está agindo de forma destruidora e pior, com o aval de muitos
líderes religiosos. Enquanto Jesus era submisso ao Pai Celestial e
aos seus pais terrenos, o diabo está fazendo com que a sua
malignidade entre e destrua os valores da família e da sociedade
cristã. E como ele está fazendo isso? Dizendo que o certo é errado
e que o errado é que é certo.
2o
– Não volte para casa sem Jesus (Lc 2.43).
Uma vez que Jesus estava com 12 anos de idade, Jesus podia passar de
um grupo para outro sem que ninguém desse por sua falta. José
talvez achasse que Jesus estivesse com Maria e as outras crianças,
enquanto Maria imaginava que Jesus estava com José e os outros
homens ou, talvez, com alguns de seus parentes. É bom destacar que a
estada de Jesus ali em Jerusalém não foi maliciosa e nem
desobediência; deveu-se apenas a uma suposição equivocada da parte
dos seus pais (Lc 2.44) de que ele vinha mais atrás.
Esse episódio tem uma grande
lição para nós. Há muitas pessoas que estão esquecendo Jesus no
templo. Vem para cultuá-lo, mas esquecem de levá-lo para suas
casas. O marido acha que Jesus está com a esposa, a esposa por sua
vez acha que Jesus está com o marido. Os filhos acham que Jesus está
com os pais e os pais pensam que Jesus está com os filhos. No final
das contas, Jesus não está com ninguém. Aí chegam em casa sem
Jesus e passam a semana inteira sem Ele, e só voltam a reencontrá-lo
no domingo seguinte, quando vem à igreja.
NÃO ESQUEÇA O PRINCIPAL
Conta a lenda, que certa vez uma
mulher pobre com uma criança no colo, ao passar diante de uma
caverna, escutou uma voz misteriosa que lá de dentro dizia:
“Entre e apanhe tudo o que você
desejar, mas não esqueça o principal. Lembre-se porém de uma
coisa: depois que você sair, a porta se fechará para sempre!
Portanto, aproveite a oportunidade, mas não esqueça o principal…”
A mulher entrou na caverna, e lá
encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas joias, pôs a
criança no chão e começou a juntar ansiosamente tudo o que podia
em seu avental.
A voz misteriosa então, falou
novamente: “Você só tem oito minutos”.
Esgotados os oito minutos, a
mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da
caverna e a porta se fechou…
Lembrou-se então, que a criança
ficara lá dentro e que a porta estava fechada para sempre!
A riqueza durou pouco, e o
desespero durou para toda a vida.
O mesmo acontece às vezes
conosco. Temos muitos anos para vivermos neste mundo e uma voz sempre
nos adverte: “Não esqueça o principal!” E o principal é Jesus
em nossas vidas!
3o
– Volte para buscá-lo e o procure diligentemente (Lc 45,46,48b).
Quando José e Maria se deram conta de que Jesus não estava entre os
parentes e conhecidos, então, imediatamente voltaram para Jerusalém
à sua procura. O versículo 46 diz que “passados
três dias, o acharam no templo”.
Isso, provavelmente não significa que eles tenham procurado por
Jesus por três dias em Jerusalém. Aparentemente, eles se deram
conta de seu desaparecimento no final de um dia inteiro de viagem.
Isso requeria mais um dia inteiro de viagem de volta a Jerusalém, e
a maior parte do outro dia foi buscando por ele.
A perda de uma criança é algo
desesperador. Já perdi minha filha na praia, graças a Deus que a
encontramos, mas até acharmos passa mil coisas por nossas cabeças.
Tanto que hoje existe um código quando se encontra criança perdida
na praia: bater palmas para dizer aonde a criança se encontra para
que os responsáveis a encontrem.
Espiritualmente
falando, quantas pessoas perderam Jesus, mas quantos o estão o
procurando? Talvez você tenha perdido Jesus naquele namoro, naquele
casamento, no emprego, em um passeio… não importa onde. O que
importa é se você quer reencontrá-lo. A Bíblia fala para aqueles
que o querem encontrar ou reencontrá-lo: “Buscar-me-eis
e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”
(Jr 29.13). José e Maria procuram por Jesus diligentemente, até
encontrá-lo. Sigamos esse exemplo deles. Não volte para casa sem
Jesus, e se Ele não os acompanhou: volte com urgência. Não o deixe
para trás.
3
– ONDE JESUS ESTÁ? (Lc 2.49).
José
e Maria, depois de três dias, encontraram Jesus no templo, assentado
entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Naquele momento toda
a aflição que vinham tendo torna-se alívio ao encontrarem Jesus.
No texto original, esse termo “aflito” (odunao
– grego), significa sentir
uma dor intensa, estar em agonia, atormentado.
Essa mesma expressão é utilizada por Paulo em Romanos 9.2 onde
descreve a aflição de Paulo pelos perdidos de Israel.
Convém
observar que o fato de Lucas usar a expressão “seus
pais”
(Lc 2.43) e “Teu
pai e eu”
(Lc 2.48) indica apenas que José era reconhecido legalmente como pai
de Jesus. Outro detalhe que devemos observar é que alguns estudiosos
acreditam que Jesus passou a ter consciência de que era o Messias
nessa época. Se este é de fato assim não podemos afirmar, embora
eu não creia. Mas foi nesse episódio que Jesus pela primeira vez,
esclarece para seus pais a sua origem e a sua missão. Eles, porém,
não entenderam nem alcançaram suas palavras (Lc 2.50). O versículo
49 nos fornece as primeiras palavras registradas de Jesus na Bíblia.
Mas o que esse episódio nos
ensina?
1o
– Assim como José e Maria, há muitas pessoas procurando Jesus em
lugares errados (Lc 2.49).
José e Maria procuraram Jesus em todos os lugares. No entanto, Jesus
agiu de forma madura, ele estava em um lugar seguro e público, na
presença de pessoas confiáveis, onde seus pais poderiam buscá-lo.
Ele estava no templo (Lc 2.46).
Muitas
pessoas estão procurando Jesus em muitos lugares, menos onde Ele
deveria estar, no templo, na casa do Pai. As pessoas estão
procurando Jesus nas religiões, nas filosofias, acham que irão
encontrá-lo nas suas boas obras… Os lugares são os mais diversos.
No entanto, assim como José e Maria estão procurando Jesus em
lugares errados, há muitas outras pessoas também. Com isso não
irão encontrá-lo. Tem gente que está igual Zaqueu, subindo em
árvore para ver Jesus. Pessoas que agem assim podem achar um Jesus
placebo, nem genérico é, e nem similar. Placebo mesmo.
2o
– Jesus está na casa do Pai (Lc 2.49).
Jesus chama Deus de Pai. No Antigo Testamento Deus é chamado de Pai,
seja em relação à “criação” ou em relação a Israel, o
filho primogênito (Êx 4.22), designando, portanto, a posição de
Deus perante seu povo. Mas em lugar algum Deus é chamado de Pai da
forma como hoje o indivíduo filho de Deus o trata como Pai. Nenhum
dos homens da velha aliança, por mais forte que fosse sua fé, por
mais fervorosa que fosse sua devoção a Deus, ousou chamar Deus de
seu Pai pessoal. O israelita tinha um conceito sublime demais de
Deus. Tinha consciência clara demais da grande distância entre
Criador e criatura, Eterno e nascido do pó, Santo e pecador, para
que tivesse intimidade suficiente para designá-lo de “Pai”. Pelo
contrário, isso é destacado expressamente como alta prerrogativa do
Messias vindouro (Sl 89.27; 2Sm 7.14).
Onde
Jesus está? Jesus está aonde o nome dele é pregado de forma
correta. Ele está na adoração que lhe é feita em espírito e em
verdade. Ele está onde nós menos esperamos. Jesus está onde Ele é
clamado. Ele deveria estar nas igrejas evangélicas, no coração do
seu povo, na vida diária dos que o temem. Ele está no nosso
testemunho diário. Ele está em nós na pessoa do Espírito Santo:
“Aquele
que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e
aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele. Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de
onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo? Jesus
respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra,
e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”
(Jo 14.21-23)
“Ou
não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no
vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co
6.19,20)
Jesus está em você?
CONCLUSÃO
O texto que meditamos hoje nos
mostra que Jesus foi fiel a Lei e as tradições do seu povo. Ele
veio para cumprir a Lei em nosso lugar, pois aquilo que nos era
impossível Ele realizou por nós. Mas também vimos que podemos
estar na igreja, ouvir uma palavra abençoada e retornarmos para
nossas casas sem levar Jesus conosco. Podemos perder a oportunidade
de tê-lo em nossa companhia para sempre. E por fim, vimos que José
e Maria procuraram Jesus diligentemente até encontrá-lo. No
entanto, perderam muito tempo procurando por Ele em lugares errados.
Por isso devemos estar atentos a isso também. E, por fim, vimos que
o Senhor, ainda menino, estava no templo, na casa do Pai. Devemos
entender que o Senhor está com o Pai e ambos está em nós na Pessoa
do Espírito Santo.
Pense nisso!
Bibliografia
1 – Barclay, William.
Comentário do Novo Testamento, Lucas.
2 – Champlin, R. N. O Novo
Testamento Interpretado, versículo por versículo, volume 2, Lucas e
João. Editora Candeia, São Paulo, SP, 1995.
3 – Davidson, F. O Novo
Comentário da Bíblia, volume 2. Edições Vida Nova, São Paulo,
SP, 1987.
4 – Garder, Paul. Quem é Quem
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5 – Keener, Craig S. Comentário
Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento. Edições Vida Nova,
São Paulo, SP, 2017.
6 – Lopes, Hernandes Dias.
Lucas, Jesus, o homem perfeito. Comentário Expositivo Hagnos.
Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017.
7 – MacArthur, John. Comentário
do Novo Testamento, versículo por versículo. Editora Tomas Nelson,
Rio de Janeiro, RJ, 2019.
8 – Manual Bíblico SBB.
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9 – Morris, Leon L. Lucas,
Introdução e Comentário. Edições Vida Nova e Mundo Cristão, São
Paulo, SP, 1986.
10 – Rienecker, Fritz.
Evangelho de Lucas, Comentário Esperança. Editora Esperança,
Curitiba, PR, 2005.
11 – Wiersbe, W. Warren.
Comentário Bíblico Expositivo, Novo Testamento, Vol. 1. Editora
Geográfica, Sato André, SP, 2012.
Prático didático e muito enrriquecedor
ResponderExcluirMuito obrigado pelas palavras, fico feliz que esse texto lhe tenha abençoado.
ExcluirFique na Paz!
Pr. Silas Figueira