Por Josemar Bessa
Fim de ano e muitas
listas dos melhores do ano começam a pipocar na mídia. Mas isso não acontece
apenas na grande mídia, mas nas coisas menores como – melhor blog, mais
acessado, melhor canal do youtube, mais visualização, Twitter com mais
seguidores, Facebook mais curtido, compartilhado...
As listas humanas tem
como objetivo nosso orgulho.
Queremos ser maiores. Queremos ser melhores. Queremos poder olhar para o lado e
julgarmos segundo a nossa lista...
O nosso mundo é assim,
cheio de listas. Já olhou o último jornal? Livro...? Listas por toda parte. A
página de esportes está cheia delas. O melhor jogador de futebol, tênis,...
Todo ano olhamos a
lista dos vencedores do Oscar. Ah! lista dos concursos de beleza. Prêmio Esso
para a imprensa no Brasil, Pulitzer nos Estados Unidos...
O mundo editorial tem
sua relação de livros em suas categorias - best-sellers. As listas do mundo da
música com seus discos de platina, ouro, Grammy... várias premiações no Brasil
e no mundo. As listas do mundo financeiro, sua lista de maiores empresas... A
lista da Forbes - as pessoas mais ricas... As listas e prêmios do teatro..,
Pôxa! isso não te
cansa?
O mundo religioso agora
tem sua lista de superigrejas, as mais confortáveis, maiores centros de
adoração, as que mais crescem, as que tem mais membros, as que tem mais
artistas, as que tem mais deputados, as mais ricas...
As listas do "não
olhes, não toques,..." - O objetivo de todas essas listas é o mesmos. A glória humana. Infelizmente na igreja
e no mundo.
Depois de examinar
cuidadosamente todas essas listas, me pergunto: Quem realmente se importa?
Duvido que Deus alguma vez tenha se impressionado com o tamanho de qualquer
coisa.
Seu Livro certamente
coloca a qualidade acima da quantidade.
Seu Livro também
subverte a idéia do que é grande: "Quem
quiser tomar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva " -
Estranho né? (ver Mt 20.20-28).
O contexto indica,
nesse ensino de Cristo que nada há de errado no "desejo" de ser
grande, desde que
(1) busquemos o tipo
certo de grandeza;
(2) deixemos que Deus
decida o que è grandeza;
(3) estejamos prontos a
pagar o preço total que a grandeza segundo Deus exige, e (isso é fundamental!)
(4) nos contentemos em
esperar pelo juízo de Deus para resolver toda a questão de quem é grande
afinal.
Contudo, é vitalmente
importante saber o que Cristo quis dizer quando empregou a palavra grande com
relação aos homens, e o que Ele tinha em mente não se pode achar no léxico ou
dicionário.
Só é bem compreendido
quando visto em seu amplo cenário teológico. Ninguém cujo coração teve uma
visão de Deus; por mais curta e imperfeita que essa visão possa ter sido,
jamais se permitirá pensar de si ou de outrem como sendo grande. Ver Deus,
quando Ele se manifesta em temível majestade aos espantados olhos da alma, fará
o adorador cair de joelhos com temor e júbilo, e o encherá de tão dominante
senso de grandeza divina, que só terá de clamar espontaneamente: "Só Deus
é grande!"
Então vemos que
obviamente há duas espécies de grandezas reconhecidas nas Escrituras - a
grandeza incriada e absoluta pertencente só a Deus, e a grandeza finita e
relativa conseguida ou recebida por certos amigos de Deus, que pela obediência
e renúncia própria, procuraram tornar-se tão semelhante a Deus quanto possível.
É essa última espécie de grandeza que devíamos estar buscando.
A essência do ensino de
Cristo é que a verdadeira grandeza está no caráter, caráter esse que deve ser
uma expressão da beleza infinita de Cristo, não na capacidade ou posição. Em sua cegueira,
os homens (no mundo e na "igreja ") - sempre pensaram que os talentos
superiores tornam grande um homem, e é isto que a vasta maioria acredita hoje.
Cristo ensinou, e por sua vida demonstrou, que a grandeza está em maiores
profundidades.
Depois de Cristo ter
servido (e Seu serviço incluiu a morte) "Deus o exaltou sobremaneira e lhe
deu o nome que está acima de todo nome". Cristo achou fácil servir porque
não tinha pecado. Nada nEle se rebelava contra as mais modestas ministrações.
Todo ensino de Deus vai
contra tudo que Adão é em nós. É necessário um genuíno amor a Deus para vencer
essa realidade em nós. Cristo sabia onde estava a verdadeira grandeza, e nós
não o sabemos.
Tentamos galgar alta
posição quando Deus ordenou que fôssemos para baixo: "Quem quiser ser o
primeiro entre vós, será vosso servo".
Parece, de fato, que
Deus se alegra em nos fazer lembrar que coisas grandes não o impressionam. Que
Sua maior glória está em alcançar a vitória apesar das dificuldades, como no
caso de Davi com Golias, dos hebreus contra os egípcios no mar Vermelho, dos
poucos de Gideão e do pequeno grupo de discípulos de Jesus. Mas quando estou
pronto a sugerir que ignoremos as listas, encontro uma nas Escrituras; na
verdade, uma porção delas!
Deus, por exemplo, não
apenas faz a lista dos Dez Mandamentos, que descrevem seu caráter santo, como
lista também das coisas que detesta encontrar em suas criaturas. Lembra
algumas? "Olhos altivos, língua
mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que planeja projetos
iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere
mentiras e o que semeia contendas entre ' irmãos" (Pv 6.16-19).
Paulo nos ajuda fazendo
uma lista do "fruto do Espírito" (Gl 5 22,23) –
“Mas
o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.”
Pedro relaciona as
qualidades do cristão a caminho do amadurecimento (2Pe 1.5-8),
“E
vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a
virtude, e à virtude a ciência, E à ciência a temperança, e à temperança a
paciência, e à paciência a piedade, E à piedade o amor fraternal, e ao amor
fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não
vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.”
e João, um rol das
igrejas do primeiro século que eram exemplos dignos de atenção (Ap 2:1-3.22).
Há listas de qualificações para o presbítero e também para o diácono... Listas,
listas e mais listas! Desde que sejam de
autoria do Deus vivo, faríamos bem em ler e obedecer cada uma delas.
Apesar de Mahatma
Gandhi não ter tido uma vida centrada em Cristo, nosso Senhor, sua lista, na
forma de contrastes, sobre os "sete pecados capitais" merece atenção:
“Riqueza sem trabalho, prazer sem consciência, conhecimento sem caráter,
comércio sem moral ciência sem humanidade, adoração sem sacrificio, política
sem princípios” Muito bom! Mas essa é uma lista apenas para ser lida! Se fixe nas listas do teu Deus!
Lembrei de uma
essencial - Leia com atenção e devagar (Miquéias
6.8) - Notem o aprofundamento dos conceitos. Andar com Deus. Andar
humildemente com Deus. Andar
humildemente com teu Deus. Miquéias explicita os princípios absolutos
''exigidos" pelo Senhor. Sopre a poeira sobre a lista de Miquéias: "Praticar a justiça, amar a
misericórdia, andar humildemente com teu Deus".
E aí, esse cara sou eu? Esse cara é você?