Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Lm 3.1-3; 19-21
INTRODUÇÃO
O livro de Lamentações
nos retrata a condição caótica que ficou Judá após a invasão do Império Babilônico
por Nabucodonosor. Esse livro registra a triste figura de uma nação totalmente
destruída pelo inimigo. Tanto que na Septuaginta – o Antigo Testamento em grego
– esse livro leva o título de “Cânticos
Fúnebres”. O livro de Lamentações consiste em cinco poemas e os primeiros
quatro poemas são acrósticos alfabéticos, o que significa que cada grupo de
versículos começa com uma letra diferente do alfabeto hebraico, que consistia
de vinte e duas letras.
Neste livro, a mágoa do
profeta jorra como a de um enlutado no sepultamento de um amigo íntimo que teve
morte trágica. As lamentações reconhecem que a tragédia era o juízo divino
contra Judá pelos séculos de rebeldia contra Deus. Chegara o dia da prestação
de contas, e foi muito terrível.
Jeremias durante seu
ministério público tentou levar a nação ao arrependimento, mas tal coisa não
aconteceu. Por cerca de quarenta anos
esse profeta do Senhor profetizou que o mal estava às portas da nação, mas os
reis preferiram dar ouvidos aos falsos profetas que profetizavam o que eles
queriam ouvir do que ouvir a verdade que estava na boca de Jeremias. Mas antes
de Jeremias, o profeta Isaías, cerca de cento e quinze anos antes, já vinha
alertando Judá a cerca do seu pecado e quais seriam as suas consequências. Isso
prova a longanimidade de Deus. Pois antes dEle enviar o castigo Ele procurou
alertar o seu povo para que houvesse mudança de atitude. No entanto, ninguém
deu ouvido a voz de Deus, pelo contrário, iam cada vez mais se envolvendo no
pecado.
Como resultado o Senhor
enviou o castigo que disse que havia dito que enviaria. O que ocorreu em Jerusalém
foi a mão do Senhor sobre ela por terem desprezado a correção e darem ouvidos
aos falsos profetas e por não terem abandonado o pecado, quebrando assim a
aliança que tinham com Deus.
Com a invasão
babilônica, a maioria dos sobreviventes foi deportada para a Babilônia. A
primeira deportação ocorreu em 605 a.C. Nessa primeira deportação foram levados
os jovens. No ano 600 a.C, foi levado mais uma parte do povo e por fim, no ano
585 a.C. a nação foi totalmente destruída, inclusive o templo e os muros da cidade.
Que lições podemos
tirar desse livro que retrata de forma tão vívida a destruição da cidade de
Jerusalém?
I – A PRIMEIRA LIÇÃO
QUE APRENDO É QUE O PECADO É ALGO ABOMINÁVEL AOS OLHOS DE DEUS – Lm 1.5,8,9;
4.6,13.
O pecado é abominável
aos olhos de Deus e ele sempre trás suas tristes consequências. As suas consequências nem sempre recairão somente
sobre a pessoa que peca, mas também poderá recair sobre a vida dos filhos, ou
seja, sobre os seus descendentes – Lm 5.7, e isso, infelizmente, ocorreu; não
só porque os pais pecaram, mas porque os filhos também não se arrependeram de
seus pecados. A herança deixada pelos pais foi o pecado e a prática dele e não
o exemplo de uma vida santa. Qual legado você está deixando para os seus
filhos?
Preste atenção como o
Senhor através da boca de Isaías já falava a respeito do pecado do Seu povo –
Is 1.10-21. Observe que o Senhor não deixou de alertar a cerca do pecado da
nação. Veja o que o Senhor por boca do profeta Jeremias disse também: Jr
8.4-12.
Meu querido irmão e
minha querida irmã o Senhor não mudou sua maneira de agir, Ele continua chamando
a atenção do Seu povo contra o pecado. Ele continua mostrando que o pecado é
abominável aos Seus olhos e nos mostra quais são as suas consequências ainda
hoje. O apóstolo Paulo em Rm 3.23 nos diz que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”, e em Rm 6.23 ele
afirma que “o salário do pecado é a
morte”.
A graça de Deus não nos
isenta de uma vida santa em Sua presença, pelo contrário, observe mais uma vez
o apóstolo Paulo nos fala em Gl 5.16-21 quando ele nos diz que devemos andar no
Espírito para não satisfazermos a vontade da carne. E a relação que ele nos dá
das obras da carne é algo que temos visto todos os dias no mundo perdido e
porque não dizer dentro da igreja também. E ele diz que quem tais coisas
praticam não herdarão o Reino de Deus.
Por isso mais uma vez
afirmamos que o pecado é algo abominável aos olhos de Deus.
II – A SEGUNDA LIÇÃO
QUE APRENDO AQUI É A TRÁGICA CONSEQUÊNCIA DO PECADO.
Jeremias nos mostra no
livro de Lamentações o que ocorreu com o povo que se rebelou contra o Senhor
após a invasão dos Caldeus. Vejamos os ocorridos:
Em
primeiro lugar ele fala da escravidão do povo – Lm 1.1.
Em
segundo lugar ele fala a respeito do exílio ocorrido
– Lm 1.3,6, 18.
Em
terceiro lugar ele fala que os anciãos e os sacerdotes
foram humilhados, enforcamentos e as mulheres violentadas – Lm 4.16; 5.11,12.
Em
quarto lugar ele fala que Nabucodonosor levou os
utensílios consagrados do Templo 1.10.
Em
quinto lugar ele fala que o Templo foi destruído e
os muros da cidade derrubados – Lm 2.6-9.
Em
sexto lugar ele fala das muitas mortes que
ocorreram, tanto velhos quanto moços – Lm 2.21,22.
Em
sexto lugar ele fala da fome que se instalou em
Judá foi tremenda a ponto das mães matarem seus próprios filhos e comerem – Lm
1.11; 2.11c,12; 4.4,9,10.
Em
sétimo lugar ele fala dos profetas mentirosos que
enganaram o povo – Lm 2.14.
É mais fácil ouvir a
mentira que a verdade, porque a verdade incomoda, trás mal estar aos ouvidos,
no entanto a verdade liberta. Mas as pessoas não querem a liberdade, pois
liberdade envolve responsabilidade, santidade, vida na presença do Senhor, e
isso muitos não querem. Como disse Jesus em Jo 3.19,20:
“O
julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas
do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal
aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas
obras”.
O profeta passa
descrever a sua dor diante de todo esse ocorrido e a total falta de esperança
de livramento – Lm 3.1-8, 14-19.
III – A TERCEIRA LIÇÃO
QUE APRENDO AQUI É QUE O PROFETA JEREMIAS NÃO QUER SER CONSUMIDO PELA TRAGÉDIA
– Jr 3.21
Eugene Peterson disse
que é mais fácil desfalecer em desespero do que viver com base na esperança,
pois quando vivemos em desespero não temos de faze nada ou assumir riscos. No
entanto, diante desse quadro caótico o profeta Jeremias não quis ser um poço de
mágoa; ele não quis morrer envenenado com a amargura de sua alma. Ele quis assumir
riscos. Veja como ele descreve a dor que lhe toma o coração: Lm 3.14-20. Mas
diante disso ele disse não! Eu não
quero ser um poço de amargura, eu não quero morrer consumido pela desesperança
e pela dor. Esta é uma das maiores lições que aprendemos com este profeta: “Olhar
para vida com esperança, mesmo quando ela nos vem revestida de tragédia e dor”.
Por isso ele nos fala
que “quer
trazer à memória o que lhe pode dar esperança”. Assim como o apóstolo Paulo também disse: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que
diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de
Deus em Cristo Jesus” (Fl 3.113,14).
E quais são essas
recordações que ele busca em sua mente?
1ª
A primeira coisa que ele traz à memória é que o Senhor é misericordioso – Lm
3.22,23a.
Jeremias em meio ao
caos diz para si mesmo: “As misericórdias
do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias
não têm fim; renovam-se cada manhã”. A misericórdia de Deus era em primeiro
lugar a força motriz para Jeremias continuar vivendo. Ele sabia muito bem que a
causa da calamidade que se abatera sobre Judá e Jerusalém era consequência dos
seus pecados. Ele não tinha dúvidas disso e nem fazia vista grossa a isso. Mas
ele trás à memória a misericórdia de Deus, pois o Senhor tinha um amor
constante e foi por amor ao Seu povo que Ele permitiu e até usou os Caldeus
contra eles. Veja o que o Senhor fala ao profeta Habacuque que usaria os
Caldeus para realizar uma grande obra em meio ao Seu povo através dessa nação
perversa. Observe o que Habacuque fala em sua oração:
“Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu
Deus, ó meu Santo? Não morreremos. Ó SENHOR, para executar juízo, puseste
aquele povo; tu, ó Rocha, o fundaste para servir de disciplina”
Hc 1.12.
Até na disciplina o
Senhor é misericordioso. Como nos diz a Palavra de Deus em Provérbios 3.11,12:
“Filho
meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão.
Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer
bem”.
Por isso que o autor de
Hebreus nos diz que “se estais sem
correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não
filhos” Hb 128.
A causa de não sermos
consumidos é grande misericórdia do Senhor por nós. E a maior prova da Sua misericórdia foi
quando Ele enviou Seu Filho Jesus para morrer em nosso lugar na cruz do
Calvário. Como disse Paulo em sua carta aos Romanos:
“Dificilmente,
alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a
morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm 5.7,8.
Leia também Jo 3.16.
Ali o Senhor Jesus nos fala que o amor de Deus por nós é tal que Ele deu Seu único
Filho para morrer por nós.
ILUSTRAÇÃO
Conta-se uma história
que Napoleão Bonaparte mandou enforcar um de seus soldados por ele ter sido
pego dormindo quando estava de guarda. A mãe do jovem, no entanto, pedia
insistentemente que Napoleão tivesse misericórdia de seu filho. Napoleão disse
para aquela pobre mãe que o filho dela merecia morrer, que ele era culpado de
um crime muito grave, pois deixou em perigo todo o seu exército. A mãe do jovem
concordou com Napoleão que seu filho merecia a morte, por isso que ela estava
lhe pedindo que tivesse misericórdia dele. Com tal argumento Napoleão mandou
soltar o jovem e não o matou.
Todos nós merecíamos a
morte, mas as misericórdias do Senhor não tem fim, se renovam sobre a nossa
vida através do sacrifício de Cristo a cada manhã.
Jeremias se lembrou da
misericórdia do Senhor e sabia que aquele quadro caótico que estava sobre a sua
nação chegaria ao fim um dia.
2ª
A segunda coisa que ele traz à memória que é que o Senhor é fiel – Lm 3.23b.
O Senhor não é só
misericordioso, mas também fiel a Sua aliança. E Ele havia feito uma aliança
com o Seu povo antes mesmo deles existirem como nação através de Abraão. Veja o
que o Senhor disse a Abraão quando o chamou de Ur dos Caldeus:
“Ora,
disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai
e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te
abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te
abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as
famílias da terra” Gn 12.1-3.
Em Levítico 26 o Senhor
fala por intermédio de Moisés que a obediência geraria bênçãos, mas a desobediência
geraria castigo. Observe o que o Senhor fala a respeito do castigo, mas fala
também de perdão se houver arrependimento e confissão do pecado:
“Mas,
se confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, na infidelidade
que cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente
para comigo, pelo que também fui contrário a eles e os fiz entrar na terra dos
seus inimigos; se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por
bem o castigo da sua iniquidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó,
e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e
da terra me lembrarei” Lv 26.40-42.
É nessa fidelidade que
Jeremias cria. Ele esperava que no cativeiro babilônico os judeus se lembrassem
da aliança que eles haviam quebrado e se voltassem novamente para o Senhor. E
através dessa reconciliação o Senhor os traria de volta a terra que o Senhor
por juramento lhes havia dado.
Veja o que o Senhor
falou com Ezequiel durante o período do cativeiro babilônico:
“Assim
diz o SENHOR Deus: Quando eu congregar a casa de Israel dentre os povos entre
os quais estão espalhados e eu me santificar entre eles, perante as nações,
então, habitarão na terra que dei a meu servo, a Jacó” Ez
28.25.
Assim como o Senhor fez
uma aliança com Israel, da mesma forma o Senhor fez uma aliança com cada um de
nós também na pessoa do Seu Filho Jesus. Na última ceia antes da crucificação o
Senhor tomou o cálice e disse:
“Semelhantemente,
depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu
sangue derramado em favor de vós” Lc 22.20.
Jesus disse que estaria
conosco todos os dias até a
consumação do século (Mt 28.20c). Jesus falou que enviaria o Consolador para
estar conosco todos os dias e que em nós faria morada (Jo 14.16-18,23). Mas também
disse que se confessarmos os nossos pecarmos Ele nos perdoaria os pecados, pois
Ele é fiel e justo (1Jo 1.9) e disse que voltaria para estarmos com Ele para
todo o sempre (1Co 15.50-58).
Deus é fiel. E Ele não
pode ser diferente disso, faz parte do Seu caráter a fidelidade. Veja o que o
apóstolo Paulo nos fala a respeito disso: “se
formos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si
mesmo” (2Tm 2.13).
Deus é fiel. Aleluia!
3ª
A terceira coisa que ele traz à memória é que o Senhor era a sua verdadeira
herança e a sua única esperança na terra dos viventes – Lm 3.24.
Em outras palavras o
profeta está dizendo que o Senhor é o que lhe resta, por isso tinha esperança.
O Senhor era a sua herança. Era a única coisa que era real em sua vida. E isso
era o que importava. Os bens materiais podem se perder, a família pode morrer,
os sonhos podem deixar de existir, mas o Senhor nunca ira deixar de ser o nosso
bem maior.
Como disse Lutero em
seu hino Castelo Forte na última estrofe:
Se temos de perder,
Os filhos, bens, mulher,
Embora a vida vá,
Por nós Jesus está,
E dar-nos-á seu Reino.
Quem
tem sido a sua herança meu irmão? Os bens dessa terra ou o Deus Eterno?
4ª A quarta coisa que ele traz à
memória é que o Senhor era bom para os que esperam nEle – Lm 3.25.
É
bom ter esperança em Deus porque ele é bom para todos o que nEle esperam.
Jeremias não tinha em quem esperar. Os reis de Judá esperaram ajuda de outras
nações contra o exército babilônico, mas estes não vieram. Mas Deus não falha.
Ainda que seja na quarta vigília da noite Ele vem nos socorrer.
Em
Jo 6.17 nos diz: “E, tomando um barco,
passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum. Já se fazia escuro, e Jesus ainda não viera ter com eles”.
O
texto nos diz que Jesus ainda não
havia chegado. Essa palavra “ainda” está cheia de esperança.
Observe que o texto não diz que Jesus não viera, mas diz que ainda não viera ter com eles. Meu
querido irmão, ainda não chegou o momento de o Senhor agir em sua vida, mas vai
chegar o momento. Faça como Jeremias traga à memória a fé e a esperança,
lembre-se que o Senhor é bom e irá vir ao seu encontro para socorrê-lo.
5ª A quinta coisa que ele traz à
memória é que o Senhor era o seu Salvador – Lm 3.26.
Jeremias
não perdeu a esperança porque o Senhor era o seu salvador. A salvação vem do
Senhor e somente dEle. Mas a salvação não se resume a sermos livres das
calamidades dessa vida e nem do tormento eterno. Entenda uma coisa, a salvação
não se resume em ir para o céu, mas em estar livre do pecado e ter prazer em
Deus. É ser livre dos desejos da carne e ter no Senhor o nosso real prazer. É
adorá-lo pelo o que Ele é e não pelo o que Ele dá e faz.
Como
disse Rabia 800 d.C: “Se eu te adorar por
medo do inferno, queima-me no inferno. Se eu te adorar pelo paraíso, exclua-me
do paraíso. Mas se eu te adorar pelo que Tu és, não esconda de mim a Tua face”.
Se
você está servindo ao Senhor por medo das consequências ruins que podem lhe
acontecer então você não entendeu ainda o que é servir ao Senhor.
Mas
é também reconhecer que do Senhor vem o socorro no momento de tribulação. Como
nos diz Davi no Salmo 20.7-9:
“Uns confiam em carros, outros, em
cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. Eles se
encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. Ó SENHOR, dá
vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos”.
O
Senhor não mudou, Ele continua agindo com poder e graça em nossas vidas.
6ª A sexta coisa que ele traz à
memória é que o Senhor atende aos humildes – Lm 3.29.
Por
a boca no pó significa ter uma vida de humildade. É se humilhar debaixo da
potente mão do Senhor. É reconhecer a nossa pequinesa e não nos vermos como
melhores que os outros. Como disse o apóstolo Paulo em Fl 2.3:
“Nada façais por partidarismo ou
vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si
mesmo”.
Esse
é o sentimento que deve reger o nosso coração. Mas há pessoas que mesmo diante
da calamidade ainda se sentem os “donos da cocada preta”. Nem diante da
calamidade se tornam mais humildes. A soberba “os cinge como um colar” (Sl
73.6). No entanto a Bíblia é muito clara quando diz: “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será
exaltado” (Lc 14.11). E próprio Senhor Jesus nos diz que devemos aprende
com Ele o que é humildade: “aprendei de
mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
Ser
humilde não é ser fraco, mas é reconhecer que sozinhos não chegaremos a lugar
algum e que por intermédio do Senhor que alcançamos grandes coisas.
Meu
irmão ponha a boca no pó, reconheça seus pecados e os confesse, pois um coração
contrito o Senhor não rejeita.
7ª A sétima coisa que ele traz à
memória é que o Senhor não se prolonga em Sua ira – Lm 3.31,32.
Embora
fosse severo o cativeiro babilônico imposto pelo Senhor a Judá, este tinha por
finalidade corrigir o Seu povo e trazer-lhes ao arrependimento. Após setenta
anos (Jr 25.11,12), o remanescente voltaria para Jerusalém e reconstruiria o
templo, os muros e a cidade. Mas mesmo no cativeiro babilônico o Senhor não os
abandonou muito pelo contrário, através de Jeremias lhes mandou dizer que tinha
o melhor para eles. Veja o que o Senhor lhes disse:
“Assim diz o SENHOR: Logo que se
cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei
para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar. Eu é
que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de
paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis,
passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me
buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei
mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares
para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar donde vos
mandei para o exílio” Jr 29.10-14.
O
castigo divino dura por algum tempo; Sua misericórdia é para sempre. O Senhor
não se esquece do seu povo. O Senhor não se esqueceu de você, no momento de
aflição Ele sempre envia o Consolador para nos renovar a fé e a esperança. O apóstolo
Paulo em Rm 8.26,27 diz que Espírito Santo intercede por nós:
“Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos
inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito,
porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”.
Essa
é uma das maiores alegrias que o cristão pode ter, saber que mesmo que a
tragédia nos assole a misericórdia do Senhor estará sobre nós todos os dias.
Lutas virão mas precisamos trazer à memória o que realmente importa: Que a
misericórdia do Senhor é sobre nós todos os dias.
CONCLUSÃO
Quando a angústia vier
saiba que o Senhor está ao seu lado todos os dias para lhe consolar. Não quero
com isso dizer que não teremos sequelas em nossa vida, seria muita presunção e
ingenuidade de minha parte falar tal coisa, mas que essas sequelas não sejam
maiores que a nossa superação com a ajuda do nosso Deus. Somos humanos e não
robôs. Até Jesus chorou no túmulo de Lázaro, quem somos nós para não chorarmos
diante das adversidades da vida também. Uma coisa é sofremos diante das perdas
e lutas que a vida nos proporciona, outra coisa é afundarmos num poço de
angústia e depressão podendo sair dele com a ajuda do nosso Deus.
A vida não é colônia de
férias, como nos fala o Rev. Hernandes Dias Lopes, mas também não um eterno
sofrimento. Por isso que o salmista nos fala com muita propriedade: “Este é o dia que o SENHOR fez;
regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl 118.24).
E como nos diz a
Palavra de Deus em Fl 4.8:
“Finalmente,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.
Que o Senhor nos ajude
a superarmos as crises que vem sobre nós, em todo o louvando e trazendo à
memória a Sua Palavra.
Pense nisso!
Que o Senhor lhe
abençoe!