Por Manoel Silva Filho
São os exterminadores da liberdade alheia, que excluem sumariamente as pessoas e se afastam delas, achando que são muito melhores do que elas.
São os que usam luvas de assepsia e jogam no lixo os diferentes, os quais diferem deles quanto ao estilo, conceitos, doutrina, postura moral, ética e religiosa.
São os que têm “complexo de São Pedro” por se julgarem acima da lei, se achando no direito de abrir ou fechar as portas do céu de acordo com seu julgamento distorcido, separando antes do tempo determinado o joio do trigo, quem é salvo ou não, quando Jesus proíbe veementemente tal atitude.
São os que pensam que estão sozinhos no mundo, e acham que eles e sua igreja, serão os únicos que vão ser salvos, e sua doutrina, teologia, liturgia e preceitos morais são os únicos certos e todos ao redor estão errados.
São os que se prendem a teias de legalismos tentando comprar a graça de Deus com obras humanas e ofertas de desempenho pessoal. Estes, na prática, esperam ainda obter o favor de Deus, com boa moralidade e bom comportamento, anulando assim, completamente o sacrifício de Cristo na cruz.
São os que colam máscaras de religiosidade na cara para impressionar o mundo, assumindo ridículas atitudes de bajulação e arrotando vantagens, tecem grandes relatos de proezas espirituais exacerbadas.
São os que ficam à espreita da liberdade dos outros, criticando e disseminado suspeitas de todo tipo, visando salvar sua própria reputação e descobrir e expor à vergonha a reputação de quem não concorda com sua maneira hipócrita de ser.
Se nos tempos de Cristo os fariseus eram os líderes religiosos de sua época, os anciãos do povo, os que compunham o Sinédrio, os líderes que detinham o poder religioso e mantinham o status quo econômico da nação, os fariseus de hoje também compõem grande parte da liderança das igrejas de hoje. Eles são os que se assentam nos concílios, nas juntas administrativas, nas comissões gestoras das organizações eclesiásticas, e se reúnem como donos e os chefes das grandes corporações da fé.
São, no entanto, aos olhos infalíveis de Jesus, hipócritas (atores que atuam com máscaras) que disseminaram ervas danosas no meio do trigo da igreja.
Sua atitude, apesar do alto teor moral, é tida diante de Deus, como palha que queima e que, ao passar pelo crivo do fogo purificador dos olhos do Rei, só sobrará cinza e poeira.
São os que ainda hoje Jesus chama de cobras venenosas, sepulcros caiados, bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e todo tipo de imundície, os que coem um mosquito e engolem um camelo, guia de cegos, e dignos do inferno.
São esses aos quais Jesus disse que o honram com os lábios mais seu coração está longe Dele, e que adoram a Deus em vão, e cujos ensinos não passam de regras ensinados por homens.
Fico pensando em quão inconsistente é, para Jesus, tanta pompa, tantas construções, tantos cursos infindáveis de educação religiosa, tantas regras proibitivas, tantos sistemas complexos, tantos preceitos inócuos, e que no final pouca coisa sobrará de útil para o Reino, e quase nada que perdurará para vida eterna.
Não seja nem consinta ser um fariseu de hoje. Sai das fileiras da hipocrisia, e venha se alistar no exército dos filhos da luz, que andam na verdade, na simplicidade do Reino e que não tem outra motivação que não seja agradar ao Rei oferecendo um coração sincero e transparente, e motivações que advém do coração, por saber que Ele se compraz (se alegra sobremaneira) da verdade no íntimo.