domingo, 31 de maio de 2009

A liderança e as marcas da integridade



A verdade é um valor inegociável; defendê-la e praticá-la é pressuposto fundamental do caráter cristão.

Se você deseja conhecer a integridade de um líder, observe os detalhes. Conheça-o na informalidade do lar, no trato com amigos chegados, na conversa ao telefone. O conselho bíblico de sermos fiéis no pouco para sermos colocados sobre o muito pressupõe um grau de dificuldade e detalhamento. O pouco nos prova, como também nos expõe – é, portanto, no pouco, nos detalhes da vida, que podemos diagnosticar nossas carências e limitações, e ali aprender com o Mestre. Platão, o célebre filósofo grego, foi claro: “Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa”. A informalidade nos expõe com maior freqüência, pois nos encontra em estado de espontaneidade.

Um dos desafios mais difíceis que enfrentamos é a tradução de nossos valores espirituais e morais para atitudes espirituais e morais em nossa vida diária. Permitam-me listar aqui, dentre tantas atitudes que buscam a construção de um caráter íntegro, algumas que observo de extrema colaboração neste sentido.

Calar-se - Vivemos em uma sociedade onde o simbolismo é elemento definidor das relações humanas. Assim, valorizamos a comunicação verbal, os discursos, as respostas bem colocadas, o jogo de palavras. Se por um lado isto colabora para desenvolver uma comunicação mais ativa, por outro tem nos levado a esquecer o valor do silêncio. A integridade de um líder é testada na adversidade e uma das atitudes mais comuns perante a adversidade relacional é o confronto. Freqüentemente, falamos quando deveríamos nos calar, especialmente em contextos ministeriais onde as críticas nos bastidores ganham a nossa atenção – e somos levados a reagir de forma desproporcional, desnecessária ou mesmo inapropriada.

Certamente há momentos de falar, de fazer-se ouvir. Mas reconheço que os homens de Deus que tenho conhecido buscavam mais o silêncio do que o confronto verbal perante as adversidades, e faziam a obra do Senhor. Um dos grandes investimentos que podemos fazer em relação ao outro é justamente ouvi-lo. Lincoln dizia que, ao dialogar com alguém, gastava um terço do tempo pensando no que falar e dois terços pensando no que o outro falava.

A maior dificuldade para se ouvir é quando não é preciso ouvir. Penso aqui em uma figura de autoridade que, em sua função – seja um professor, um chefe, um líder de equipe ou um pastor –, não precisaria ouvir e poderia tão somente falar. Talvez esse seja um dos maiores e mais freqüentes riscos da liderança.

Não negociar a verdade - O texto de Provérbios 12:19 diz que “o lábio verdadeiro permanece para sempre; mas a língua mentirosa, apenas por um momento”. Há certos valores que precisam estar sempre presentes em nossas vidas, relacionamentos e processos de liderança. Um deles é não negociar a verdade. Isto inclui, de forma especial, a manipulação da verdade. Quando a Palavra nos ensina que a posição do crente, o seu falar, deve ser “sim, sim”, “não, não”, o que se advoga não é uma atitude de extremos; o assunto aqui é a verdade: dizer “sim” quando for sim e “não” quando for não. No cenário do genuíno cristianismo, a verdade não pode ser negociada. Ela é um dos grandes blocos que constrói uma vida íntegra.

Abraham Lincoln foi um dos estadistas mais atacados em toda a história dos Estados Unidos da América. Foi chamado de desonesto, corrupto, incapaz, mentiroso e adúltero. O Illinois State Register referia-se a ele como o “político mais desonesto da história americana”. Todavia, quando aconselhado a negociar benefícios para os donos dos grandes jornais a fim de que sua imagem fosse poupada, Lincoln respondeu: “Quando deixar este escritório, gostaria de sair com um amigo fiel ao meu lado: minha consciência”.

Ao falar sobre a verdade de forma mais objetiva (o que é verdadeiro), podemos dar a entender, erroneamente, que esta é a única forma de verdade que importa. Mas há uma verdade subjetiva a qual também devemos valorizar – trata-se da verdade volitiva, ou seja, os motivos que nos levam a agir e reagir, a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, inclusive a falar e calar. Tais verdades motivacionais precisam ser observadas de perto, pois elas representam o atual estado de nosso coração. Muitos líderes podem desenvolver realizações corretas por motivações erradas. A integridade que não negocia a verdade, seja objetiva ou subjetiva, alimenta um caráter mais parecido com Cristo.

Assumir a responsabilidade - Quando nos posicionamos ao lado da verdade, normalmente somos chamados a assumir responsabilidades, seja pela irredutível defesa de algo que no senso comum poderia passar despercebido, seja por falhas e pecados em nossas vidas que precisam ser confrontados, perdoados e abandonados.

Segundo o escritor francês François la Rochefoucauld, quase todas as nossas falhas são mais perdoáveis do que os métodos que concebemos para escondê-las. Uma vida íntegra leva em consideração a possibilidade da falha, do pecado e da queda. Ou seja, precisamos assumir a responsabilidade perante nossas atitudes, a fim de mantermos a integridade espiritual e moral. E esta é uma das lições mais difíceis de serem aprendidas. O caminho aparentemente mais curto no caso de uma queda – a negação do pecado e sua responsabilidade sobre ele – não é de fato curto, pois não nos leva aonde Deus nos quer.

Há líderes que possuem grande dificuldade de pedir perdão de maneira verbal e clara, ou de voltar atrás em decisões tomadas mesmo quando francamente equivocadas. Esta postura provém de um coração soberbo. É o sentimento de soberba que os faz pensar sobre a sua suposta superioridade – talvez, nutrida pelo seu conhecimento, ou pela posição de liderança, ou ainda em face de sua função de destaque, de seus ganhos ou merecimentos. Muitos não percebem, porém, que este é o caminho de morte. Seu coração se lança em uma rota de colisão com o temor do Senhor e a sabedoria, o entendimento de que somos todos igualmente dependentes da graça de Cristo para viver.

Há também aqueles que, ao reconhecer um erro e assumir a responsabilidade, fazem-no sob protesto e acusações. São os que, perante seu próprio pecado, racionalizam que o outro também pecou, que não foi leal ou submisso. Grande erro. Estas razões não passam de sombras nas quais tentam esconder seus próprios corações da humildade necessária para o quebrantamento.

Leon Tolstoi dizia que “todos pensam em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”, atestando que é sempre mais fácil falar sobre os problemas universais do que sobre o pecado do coração. Já Wertheimer escreveu que “somente depois de as termos praticado é que as faltas nos mostram quão facilmente as poderíamos ter evitado”.

Nenhum de nós está isento da possibilidade do erro. Uma das admiráveis atitudes de Davi foi justamente assumir integralmente a sua responsabilidade quando Natã, após falar sobre um homem que roubara a única ovelha do vizinho, afirmou: “Este homem és tu, ó rei.” Davi não deu desculpas. Não racionalizou seu erro, não tentou esquivar-se dizendo que muitos outros haviam feito coisa semelhante. Tampouco tentou explicar suas motivações. Ao contrário – caiu de joelhos e colocou-se nas mãos de Deus, rogando seu perdão. Davi assumiu a responsabilidade, quebrantou-se diante do Senhor e se tornou “o homem segundo o coração de Deus”.

Que Deus nos ajude a administrar o orgulho e a vergonha, bem como a eventual humilhação, a fim de assumirmos a responsabilidade pelo pecado e seguirmos em frente no perdão transformador do Senhor.

Aprender com os erros - Precisamos compreender que integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão em não repeti-los. Quando assumimos responsabilidades, fazemo-lo também em relação aos nossos erros. Precisamos compreender que integridade é um hábito que se ganha na rotina diária, quando procuramos agir de forma pura e justa. Mesmo quando isso não acontece, devemos aprender com nossos erros. Para que assim caminhemos será preciso, primeiramente, desmistificá-los. Dale Carnegie escreveu, na década de 1950, o livro Como evitar preocupações e começar a viver. Nesta obra, Carnegie ensina que devemos deixar o medo de encarar os nossos erros; antes devemos analisá-los e compreendê-los. Ele usa William James para nos ensinar que a aceitação do que aconteceu é o primeiro passo para se vencer as conseqüências de qualquer infortúnio.

Devemos compreender o que foi muito bem colocado por Kevin Cashman, ao expor que a habilidade que temos em crescer como líderes é limitada pela habilidade de crescermos como pessoas. Jamais devemos distinguir nossa função de liderança (mesmo porque é passageira) de nossa identidade pessoal. Um grande engano em época de empreendedorismo é um auto-investimento no perfil de liderança. Não que isto não seja efetivo; porém, precisamos ter bem claro que é passageiro. Investir tempo, forças e energia para se qualificar como um bom líder pode lhe privar de investir o mesmo tempo, forças e energia para crescer como pessoa e como servo do Senhor. Como líder, posso dar-me ao luxo de seguir em frente mesmo tendo cometido erros; porém, como pessoa e cristão, meus erros, após praticá-los, se tornam minha melhor oportunidade de conserto e crescimento.

Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério. Um temperamento explosivo não é apenas um temperamento forte, mas algo que machuca pessoas, entristece o Espírito Santo pela falta de domínio próprio e nos pretere de vivermos mais tranquilos com nossas próprias reações. A crítica não é apenas uma questão de objetividade, ou de ser direto, como muitas vezes justificamos. A crítica compulsiva é um agente do diabo para a destruição da vida alheia. Trata-se de um desencorajamento que pode marcar uma pessoa pelo resto de sua vida, além de um mecanismo que faz o coração do crítico adoecer com a amargura. Não conheço pessoas críticas felizes.

C.S.Lewis nos ensina que “quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade”. Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério, conversar com o Pai sobre eles, pedir forças para mudarmos e amadurecermos, crescendo sempre um pouco mais.

Cuidar do seu coração - O Senhor sonda nosso coração. Portanto, é nossa imagem interna, e não externa, que precisa de maior cuidado. Em dias de ufanismo e triunfalismo, somos levados a procurar sempre o que nos destaca, ou destaca o nosso trabalho – um grave engano, visto que o Senhor não sonda nossos relatórios, mas sim nossos corações. O doutor Augustus Nicodemus, profundo expositor da Palavra, afirma que Deus não nos chama para termos sucesso sempre, mas sim para sermos fiéis.

Compreender a marcante diferença entre caráter e reputação não pressupõe que faremos uma escolha legítima. É preciso estar disposto a priorizar a verdade. O mesmo Lincoln gostava de afirmar que “caráter é como uma árvore, e reputação, a sombra. A sombra é o que nós pensamos sobre isso. A árvore é a realidade”. Muitas vezes confundimos inteligência, conhecimento e sabedoria. Podemos aplicar as palavras “a inteligência é uma espada; o caráter, a empunhadeira”, de Bodenstedt, dizendo que é o caráter que delineará a sabedoria no agir. Outras vezes confundimos temperamento brando com bom caráter. Ao contrário, como disse Pierre Azaïz, “o caráter é a esperança do temperamento”. Um temperamento brando, quieto ou mais vagaroso pode dar a impressão de domínio próprio, escondendo as paixões mais carnais.

Mas o Senhor nos sonda e nos conhece e julga-nos com exatidão, pesa a nossa alma e avalia todos os nossos sentimentos mais profundos. Você é quem Deus diz que você é. Convictos desta verdade, é preciso crescer. Não priorize o crescimento da sua reputação, ministério ou carreira. São coisas importantes, porém transitórias. Priorize o crescimento do seu caráter e sua vida com o Pai. Enfim, escolha a melhor parte.

Ronaldo Lidório

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quadrilha religiosa


Por Werton Freire

Mãos ao alto! Não quero ver ninguém calado. Olhinhos fechados, carinha de choro; Bíblia numa mão, carteira na outra. Isso é um culto, meu irmão! Pegue a notinha mais alta que você tiver e ponha dentro da sacolinha. Depois vire-se sutilmente para o individuo ao seu lado e diga a ele que há um pote de ouro no fim do arco-íris. Que ele será mais forte que o Super-homem. Mais rico que o rei Salomão e mais poderoso que o Barak Obama!

Agora bem alto que é para o inimigo ouvir. Repita comigo: compre batom. – perdão! Diga! Eu sou mais que vencedor! Eu sou muito mais que vencedor. deus vai me colocar por cabeça e não por cauda. Isso é meu, a casa do vizinho é minha; o carro o emprego também. Tô pagaando! - Mais alto, que é para o Satanás ouvi e cair da cama . Eu sou filho do rei. Tudo é meu!- ai, ai, ai, que saudades do Tim Tones!

E olha aê; olha aê! Têm sabonete ungido, pra mamãe e pro papai. Rosa mais milagreira que Santo Antônio amarado de cabeça para baixo. Quem vai querer? Olha aê, olha aê. Vai passado a sacolinha de novo, olha aê! Tem oração forte que só leite de jumenta, baratinha na promoção. Pague uma e leve duas. Desamarra até nó cego. "Y la garantia soy Yô"! Olha aé, olha aê! Também tem óleo mais cheiroso que filho de barbeiro, capaz de fritar até pecado oculto. Vamos colocando o real na sacolinha. Que é para comprar um terreninho, nossa Canaã meu irmão. Ajudar na construção do templo. Pagar a rádio no fim do mês. – tem fé não é? Lembre-se que você está nos ajudando a dominar o mundo.

Não se mexa meu irmão! Porque ainda tem mais, vem aí um pregador mais poderoso que reza de benzedeira, que promete prodígios e maravilhas de deixar Hercules no chinelo.- há quem diga que ele cura mais que pomada de banha de cobra. Cura dores ciáticas, dores reumaticas, males de pele, nevrites ou artrozes, equizemas secos ou úmidos, feridas dificeis de sarar, caroços e se lhe passar a mão sara mais do que gelol.

E antes de sair não se esqueça de dar uma passadinha em nossa loja, logo aí na entrada. Tem CDs; DVDs, de entrevista com o demo. Feijões mágicos, pipoca, algodão doce e muito mais. – O que?Acabou o seu dinheiro? Pare de sofrer! Aceitamos cheques pré-datados, cartões de créditos e ainda dividimos sua oferta em dez vezes sem juros! Agora vá embora devagarzinho, não olhe para trás. E volte sempre!

Arcebispo irlandês pede desculpas por abusos sexuais a menores


O arcebispo da Igreja Católica irlandesa, o cardeal Sean Brady, pediu desculpas e disse estar “envergonhado” pelos milhares de casos de abusos sexuais, físicos e psicológicos cometidos por religiosos em instituições do país durante quase 70 anos.


Brady emitiu um comunicado hoje em resposta à publicação de um relatório da Comissão sobre Abusos a Menores, realizada em 2000, para esclarecer denúncias de abusos ocorridos desde 1940, até meados da década de 80.


Um relatório governamental divulgado nesta quarta-feira (20) na Irlanda acusa padres de terem agredido e abusado sexualmente de milhares de crianças durante décadas em instituições católicas como orfanatos e escolas de ofícios.


A Comissão de Inquérito sobre Abuso Infantil foi estabelecida pelo governo em 2000. O resultado de sua investigação acusa sucessivas gerações de padres, freiras e irmãos de agredir, deixar à mingua e, em algum casos, abusar de crianças entre 1930 e 1990.


“Um clima de medo, criado por punições pervasivas, excessivas e arbitrárias permeava a maioria das instituições”, diz o relatório.


Catálogo vergonhoso


O relatório, disse o arcebispo, “documenta um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono, abusos físicos, sexuais e emocionais”, que aconteceram em escolas públicas, orfanatos, centros para doentes mentais e em outras instituições, que, em sua maioria, eram administradas por sacerdotes e freiras católicas.


“O relatório ilumina um período obscuro do passado. A publicação deste extenso documento e análise é um passo bem-vindo e importante para estabelecer a verdade, para dar justiça às vítimas e para assegurar que um abuso como esse não volte a acontecer”, disse Brady.


O cardeal reconheceu o “grande dano e sofrimento” causado a “alguns dos menores e mais vulneráveis integrantes de nossa sociedade”, e acredita que estas revelações “ajudarão a curar a dor das vítimas”.

“A Igreja Católica continua decidida a fazer tudo o que for necessário para transformar a Igreja em um lugar seguro, alegre e provedor de vida para as crianças”, disse. “Sinto muito e estou envergonhado que menores tenham sofrido de maneiras tão horríveis nestas instituições”, acrescentou Brady.


Abusos


O relatório, de cinco volumes, trata de instituições que já foram fechadas.O Departamento de Educação também é criticado, por ter sido incompetente para impedir os abusos.


A comissão entrevistou 1.090 homens e mulheres que frequentaram 216 instituições entre orfanatos, hospitais e escolas. A divulgação do documento foi feita em um clima tenso, pois muitas das vítimas, algumas já idosas, estavam presentes.


O presidente da comissão, o juiz Sean Ryan, disse que, quando surgia uma denúncia de abusos, as autoridades transferiam os acusados para outra unidade, onde, “em muitos casos”, eles voltavam a cometer crimes.

A igreja local ainda não se pronunciou sobre o conteúdo do relatório.


Nas próximas semanas, será divulgado o conteúdo de uma outra investigação da comissão sobre abusos ocorridos entre 1975 e 2004 em várias paróquias da capital irlandesa, que já foi qualificado como “horroroso” pelo arcebispo da diocese de Dublin, Diarmud Martin.


Abusos "chocantes"


Milhares de vítimas prestaram depoimento à comissão, que surgiu depois que uma série televisiva revelou a escala dos abusos.


A jornalista Mary Raftery, que realizou os programas, disse que a extensão dos abusos era "profundamente chocante".


Segundo a jornalista, as crianças eram levadas para "casas de terror" e ficavam confinadas até completarem 16 anos.


"Elas saíam de lá completamente perturbadas e muitas deixaram o país em seguida", conta. "Elas sentiam que seu país as havia abandonado, assim como todo o resto, inclusive a religião."


O relatório propõe 21 formas de o governo se redimir dos erros cometidos no passado, incluindo a construção de um memorial, um serviço de acompanhamento psicológico para as vítimas, muitas já aos 50 anos, e a melhoria dos serviços de proteção à criança na Irlanda.


No mês que vem será divulgado um outro relatório sobre supostos abusos de padres católicos em paróquias perto de Dublin, capital da Irlanda.


http://www.overbo.com.br/portal/wp-login.php


Hoje pela manhã (7:30), quando eu estava vindo para a igreja ouvi no rádio do carro o Ricardo Boechat da Band News dizer que um dos líderes da Igreja Católica acha que o aborto é muito mais sério do que o que esses padres fizeram. Creio que esse líder católico deveria aprender com as nossas crianças aquela velha canção ensinada na Escola Bíblica Dominical: “Pecado, pecadinho, pecadão, isso não”! É brincadeira o que esse indivíduo teve a cara de pau de dizer

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quem vai de lenço?


Hélio de Souza, enfermeiro na Bahia, conta ao seu irmão Sátiro (um dos meus “filhos” mais amados) que a igreja do Waldomiro Santiago já chegou em Irecê... E como Hélio trabalha no Pronto Atendimento de um grande hospital da região, ele tem presenciado cenas tragicômicas, entre os incautos baianos, com relação à fé nos milagres operados pelos lencinhos do “apóstolo” Waldomiro.Muita gente está colocando esses lencinhos ungidos sobre ferimentos de faca e de bala, no pronto-socorro, acreditando que os tais pedaços de panos suados (e contaminados) possam curar os seus ferimentos. Essa gente ignorante da Verdade chora, implorando que os enfermeiros lhe permita a entrada na UTI, a fim de colocar os lencinhos do “apóstolo” milagreiro sobre os parentes enfermos e sobre os seus ferimentos, inclusive sobre os que já estão mortos, na esperança de uma ressurreição.

Essa pobre gente ignorante, “sem lenço e sem documento” (conforme canta um dos seus ídolos), não conhece a verdade que liberta do engodo religioso e cai em todo tipo de chantagem emocional, que é a especialidade desses curandeiros da fé. Estes prometem curas miraculosas e quando a mesma não acontece, depressa eles culpam o enfermo, alegando “falta de Fé”. Esses “jacarés espirituais” usam e abusam do nome de Jesus, a fim de ganhar dinheiro. Cristo já nos havia alertado sobre os mesmos, em Mateus 24:4-5: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.“

Os curandeiros carismáticos são os legítimos protótipos do Anticristo, operando falsos sinais e maravilhas, a fim de atrair adoração dos ingênuos. Seria bom que viesse uma perseguição religiosa no Brasil, para que pudéssemos ver quem é realmente cristão. Nesse contexto, quem for realmente ovelha de Cristo vai enfrentar os inimigos da fé e até entregar sua vida por amor do Senhor. Já esses curandeiros, que enriquecem à custa dos ignorantes, mais que depressa apostatarão de sua fé (se é que têm alguma), dobrando-se diante de um governo inimigo do Cristianismo.

Conforme alguns e-mails que tenho recebido, isso não está longe de acontecer aqui, pois algumas leis estão sendo criadas, no sentido de restringir a liberdade religiosa no país, à moda de Fidel Castro e Hugo Chávez.

Ao contrário de um heróico irmão, que já foi obrigado a sair do país, por causa de suas denúncias contra os erros do governo atual, não costumo discutir política, exatamente porque nada entendo do assunto. Também porque acredito que Jesus Cristo, o Supremo Criador e Sustentador do universo, está no controle de tudo; portanto, não me preocupo com esse tipo de notícia e só espero que Deus me dê coragem de enfrentar o sacrifício, na hora do mesmo.

Paulo pregava o evangelho, sem se incomodar com César. Ele diz na 2 Coríntios 4:16-18: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.


Mary Schultze


http://www.cpr.org.br/quem_vai_lenco.htm

quarta-feira, 27 de maio de 2009

NA CABANA DE JESUS SE FALAVA POUCO E SE EXPLICAVA NADA!...‏


Por que será que Deus/Jesus não se preocupou com as mais fabulosas dúvidas humanas?

Ele não explica a origem do mal, não se interessa em criar respostas para o problema da dor, não se preocupa em explicar sentidos em calamidades ou tragédias naturais, não diz da anomalia nada além de que ela acontece para que se veja a glória de Deus, não desenvolve uma teologia do “acidente” [como a queda da Torre de Siloé], não discute sobre a maldade do homem poderoso, não cede aos desejos dos que pedem sinais, não favorece explicações nem ao Sinedrio da Religião, e nem tampouco a um de seus mais nobres membros: Nicodemos; não se impressiona com os poderes humanos, políticos, militares ou de qualquer outra ordem; não diz por que o diabo existe, não explica quem são os espíritos imundos nos homens, não define nada sobre a queda dos anjos, não diz de que natureza seriam os “sinais nos céus” que encheriam a terra perto do fim; não diz quando o mundo vai acabar; não deixa códigos a serem decifrados; não tem uma instrução para um grupo de iluminados; não dá a mínima às questões filosóficas dos seus dias; não diz quem é joio e nem quem é trigo; não diz por que Moisés e Elias apareceram a Ele; não se preocupa com as interpretações que disso poderiam advir..., para o bem e para o mal; não entra no assunto sobre quem eram os filhos de Deus que possuíram as filhas dos homens e geraram Gigantes; não fala da existência da Terra antes do homem; não satisfaz curiosidades; não atende a caprichos; e, o pior de tudo: não defende Deus de nada!...

Além disso, não se ajudou marqueteiramente em nada!...

Conforme eu disse em outro texto:

Por isto, Ele nunca precisou de provas, nem de muitas testemunhas, nem de uma sobrevoada triunfal sobre a Fortaleza Antônia a fim de humilhar Pilatos, ou nem mesmo de uma descida dos céus sobre o Santo dos Santos de Jerusalém para esmagar a descrença do Sinédrio; nem tampouco precisava Ele dar uma parada na Ascensão sobre o edifício do Senado de Roma, a fim de evidenciar algo fantástico ao mundo.

Por quê?...

Porque o homem tem que crer exclusivamente pelo testemunho do Espírito; e mais: porque não há explicações a serem dadas aos homens!... Sim, infelizmente para muitos, mas creia: Deus jamais se explicará!...

Afinal, se Ele conseguisse e eu entendesse, a implicação seria a implosão de Deus e o fim de todas as existências, as quais existem em harmonia impossível de que qualquer mente, que não seja a de Deus, possa jamais compreender.
Se Jesus explicasse, assim, como os homens explicam, creia: meu interesse por Ele acabaria na hora...

Para mim, nesse caso, Ele seria no máximo aquele Jesus do livro “A Cabana” — bonitinho, fofo, legal, conhecedor de Física Quântica, cheio de respostas do Jaques Elull e do Soren Kierkegaard...
É o Jesus que não explica, justamente o Jesus que me diz tudo!...
Mas vai ver que o doente sou eu... Entretanto, na pior das hipóteses, seria uma doença contraída em razão do descaso Dele com a dor como debate ou como filosofia.
Nele, que apenas amava, curava, fazia o bem, e tornava o mais sem significado de todos os homens uma cachoeira de sentido em Deus,

Caio
26 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

terça-feira, 26 de maio de 2009

Guaxinim quebra recorde de distância e é morto por caçadora


Bióloga Berit Köhnemann, co-diretora do projeto Waschbär, com o guaxinim 5002 ainda filhote

Cientistas alemães registraram o que afirmam ser um recorde de caminhada de longa distância para guaxinins, depois que um animal percorreu uma distância de quase 300 km, em linha reta, em busca de uma fêmea para acasalar.

A jornada foi documentada por integrantes do projeto de pesquisa alemão "Waschbär" (guaxinim, em alemão), mas infelizmente chegou ao fim quando uma caçadora matou o animal, antes de saber que ele era parte do projeto.

"Essa foi a maior caminhada de guaxinim registrada até hoje no mundo", afirmou o diretor do projeto Frank-Uwe Michler. O atual recorde, segundo os especialistas alemães, era de 95 km, em linha reta.

O animal foi encontrado em uma região próxima à cidade de Bremerhaven, no noroeste do país, 285 km a oeste de seu ponto de partida, no Parque Nacional de Müritz. Ainda quando filhote, ele havia sido identificado com uma etiqueta de orelha, de número 5002, e com uma coleira contendo um transmissor de rádio.

Os biólogos estimam, baseados em outras medições, que o bicho tenha percorrido, em cerca de 90 dias de caminhada, um trajeto que somaria mais de 800 km, atravessando plantações, estradas e ferrovias.

A trilha exata não é conhecida, porque o equipamento radiotransmissor só tem alcance de poucos quilômetros. Em média, esses mamíferos notívagos percorrem oito a dez quilômetros por noite, de acordo com os registros do projeto.

Fim trágico
A jornada do guaxinim em busca da fêmea, no entanto, acabou na armadilha de uma caçadora, durante a temporada de caça de 2007. Ela matou o animal com um tiro, porque não reconheceu a tempo sua marcação, e guardou a pele, cuja etiqueta contém um número, mas não o local de origem do indivíduo.

Somente mais de dois anos depois, quando a caçadora ouviu falar por acaso do projeto Waschbär, é que os pesquisadores tomaram conhecimento do paradeiro do guaxinim número 5002.

"Machos são orientados pela reprodução e continuam caminhando, até achar uma fêmea apropriada", explicou o biólogo Frank-Uwe Michler, membro da GWN (sigla em alemão para a Sociedade para Ecologia Selvagem e Conservação da Natureza), entidade mantenedora do projeto. "As fêmeas são diferentes. Elas se preocupam com boas condições de vida e não andam mais que o necessário", explicou o biólogo.

Anualmente, cerca de 500 guaxinins migram do Parque Nacional de Müritz, onde trabalham os pesquisadores do projeto Waschbär, investigando os cerca de mil guaxinins que vivem na região

Marcio Damasceno

De Berlim para a BBC Brasil

A triste história desse guaxinim me lembra a história de alguns crentes que viajam quilômetros de distância em busca da “benção” e acabam sendo preza fácil de alguns caçadores (pastores, bispos, profetas, apóstolos...). Esses guaxinins crentes deixam o coro, a carteira, a vida, para receber a benção. Tudo isso porque lhes falta o censo de direção. Andam em busca da benção e acabam caindo nas armadilhas espalhadas por aí.


Muitos crentes já bateram o recorde desse guaxinim, já percorreram o caminho para as igrejas que prometem benção tantas vezes e nem se deram de que aquilo que buscam está dentro de suas próprias casas, pois o Senhor Jesus nos ensinou a entramos em nosso quarto e fecharmos a porta, e o nosso Pai que vê em secreto nos recompensará (Mt 6.6).


Que o Senhor nos livre desses caçadores, nos dando censo de direção (discernimento), pois esses caçadores têm uma pontaria excelente. “E não nos deixe cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6.13).


Pr Silas Figueira

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sinto vergonha! Eu tenho o direito de sentir vergonha!


Deus tenha misericórdia da nossa Nação.

Momento histórico para o movimento homossexual internacional. Pela primeira vez em toda a história mundial, um presidente faz a abertura oficial de um evento em defesa do homossexualismo.
Infelizmente este Presidente é Brasileiro!

Deus tomará providências! Esta afronta, não ficará impune!

Lula, que participou da 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (GLBT), disse que o Brasil precisa de "um momento de reparação". A conferência, iniciada em 5 de junho de 2008, foi convocada por decreto presidencial do próprio Lula.

Acompanhado de seis ministros, ele pediu para que todos os preconceituosos "arejem a cabeça e despoluam-na". Ele surpreendeu, ao manifestar apoio total ao movimento homossexual e dizendo "que fará o possível para que a criminalização da homofobia e a união civil sejam aprovadas".

Ele defendeu o fim de toda a oposição ao comportamento homossexual e afirmou que a permanência da discriminação sexual "talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano".

Na primeira fila da conferência estavam Luiz Mott (em trajes africanos), Toni Reis, Sergio Mamberti, a Senadora Fátima Cleide, a Deputada Cida Diogo e o ativista Beto de Jesus. Representantes de 14 países estavam presentes.

A inédita conferência homossexual sob patrocínio governamental é uma das muitas iniciativas nacionais e internacionais financiadas e conduzidas pelo governo Lula. No evento, o Secretário de Direitos Humanos Paulo Vanucchi fez um longo discurso, apelando fortemente para forçar credibilidade à questão homossexual.

O site homossexual MixBrasil relata que Vanucchi "relembrou o holocausto", tentando comparar a morte de seis milhões de judeus com 5 mil homossexuais, sem porém mencionar que Hitler era homossexual e que a vasta maioria dos 2 milhões de homossexuais da Alemanha nazista não tiveram o mesmo destino cruel da vasta maioria dos judeus alemães.

Vanucchi também tentou forçar igualdade entre a causa homossexual e a luta contra a escravidão dos negros. Ao dizer que "A homofobia é incompatível com a democracia" foi longamente aplaudido de pé."Homofobia", na gíria politicamente correta, é toda opinião ou atitude filosófica, moral, ética, médica ou religiosa contrária ao comportamento homossexual.

Segundo MixBrasil, ele "terminou seu discurso dando três recomendações ao movimento gay presente: Não se perder em disputas internas, entender que os adversários são pessoas presas a tabus usando mais estratégias de convencimento do que de enfrentamento e entender que a luta homossexual se entende como parte de outras lutas de direitos humanos como a de crianças, deficientes, negros e idosos".

Quando chegou a vez do Ministro da Saúde José Gomes Temporão falar, ele creditou ao ativismo homossexual a união da luta contra a AIDS à defesa dos direitos homossexuais. Ele, que há bastante tempo vem se manifestando a favor da legalização do aborto, anunciou que até o final do mês o SUS passará a fazer operações de mudança de sexo.

Em seu discurso, Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros), apresentou proposta para a criação de um estatuto para os homossexuais, seguindo o modelo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele também pediu a aprovação da união civil de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia. O pedido de Toni foi aplaudido por Lula."Fazemos qualquer negócio pela aprovação dos direitos GLBT", disse Toni.

Finalizando sua apelação, Paulo Vanucchi trouxe uma menina de 4 anos para o colo do presidente e no microfone ele gritou: "Brasil Sem Homofobia".Brasil Sem Homofobia: Isto é o que o governo Lula, está fazendo para impor o homossexualismo no Brasil.

- É triste saber, que uma grande desgraça à Família, está às portas, mas é de grande alegria saber, que este acontecimento, também faz parte do previsto na grande mudança que haverá no Mundo, e acima de tudo, que Jesus Cristo está às portas, para buscar os seus fiéis.

Maranata! Ora Vem Senhor Jesus!

Pr. Newton Carpintero

http://www.pastornewton.com/

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O ESPÍRITO CALVINISTA E O ESPÍRITO BRASILEIRO


Há algum tempo chegou-me às mãos o livro – A Riqueza e a Pobreza das Nações, escrito por David S. Landes, professor emérito de história e economia política na Universidade de Harvard. Seu propósito ao escrever foi o de tentar responder a difícil e necessária questão: por que algumas nações são ricas e outras são pobres?

Landes, pôde perceber nas suas pesquisas, que há certa uniformidade no comportamento das nações pobres e das nações ricas. Esses destinos diferentes não podem ser atribuídos ao acaso. Existem razões para a riqueza e a pobreza dos povos. Estas explicações têm relação direta com o nível de assimilação por parte dessas mesmas nações de certas leis, que são conducentes ao desenvolvimento de um país. Ao mesmo tempo, leis que se não forem respeitadas, fazem com que países inteiros paguem um tributo social altíssimo.

Sendo assim, convém salientarmos o primeiro ponto: nessa busca por explicações com base na realidade dos fatos, o escritor da renomada universidade, encontrou um comportamento uniforme, conforme já mencionei, tanto nas nações que se tornaram ricas, quanto nas nações que se tornaram pobres. As causas são múltiplas - clima, geografia, papel do estado, educação, abertura intelectual, curiosidade, espírito empreendedor, capacidade de aperfeiçoar as coisas, iniciativa privada, entre outros tantos fatores mais. Entre eles, a religião. É este o ponto que gostaria de enfocar.

Nas suas análises comparativas entre os povos ricos e pobres, Landes encontrou diferenças em termos de prosperidade entre as próprias nações européias. Essas diferenças não fazem parte apenas dos contrastes existentes entre primeiro, segundo e terceiro mundo. Elas existem na Europa. Chamou sua atenção o fato do sul do continente europeu não ter alcançado o mesmo tipo de progresso que foi atingido pelo norte. Como explicar o atraso de Portugal e Espanha (agora minimizado pela inclusão de ambos na União Européia)? Nações que um dia foram as donas dos oceanos. Exploradoras de territórios imensos no mundo todo. Não se curvando a tese de que o clima representa a melhor explicação (já que há diferenças climáticas entre ambas as regiões, o norte mais frio do que o sul) – “Esses estereótipos contêm um grama de verdade e um quilo de pensamento indolente”, Landes acredita que a melhor solução para questão tem relação com a emergência do protestantismo, especialmente o de linha calvinista na Europa setentrional.

O escritor americano começa por mencionar a explicação dada pelo cientista social alemão Max Weber. Ao publicar em 1904-1905 – A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Weber expressou o seguinte ponto de vista, apresentado resumidamente por Landes: “o protestantismo – mais especificamente, suas ramificações calvinistas – promoveu a ascensão do capitalismo, ao definir e sancionar uma ética de comportamento cotidiano que conduzia ao sucesso nos negócios”. Para Landes, o calvinismo produziu um código secular de comportamento: trabalho perseverante, honestidade, seriedade, uso parcimonioso do dinheiro e do tempo (ambos concedidos por Deus) – “Todos esses valores ajudam os negócios e a acumulação de capital, mas Weber sublinhou que o bom calvinista não visa às riquezas... a tese de Weber é que o protestantismo produziu um novo tipo de homem de negócios, um diferente tipo de pessoa, que tinha por objetivo viver e trabalhar de um certo modo. Esse modo é que era importante e a riqueza seria, quando muito, um subproduto”.

Landes menciona como exemplo, as atitudes protestante e católica em relação aos jogos de azar no começo do período moderno: “Ambas o condenaram, mas os católicos condenaram-nos porque uma pessoa poderia perder (perderia) e nenhuma pessoa responsável comprometeria seu bem-estar e o de outros dessa maneira. Os protestantes, por outro lado, condenaram os jogos porque uma pessoa poderia ganhar, e isso seria ruim para o seu caráter”. Ele traz a memória de todos, o ponto de vista sobre a ética puritana do historiador social inglês R. H. Tawney no seu livro – Religião e Ascensão do Capitalismo: “Esta protegeu os comerciantes e fabricantes contra as pedras e flechas de desprezo das classes altas e seus códigos de bom-tom. Deu-lhes um sentimento de dignidade e virtude, um escudo num mundo de preconceitos anticomerciais. E assim, não cedendo a tentação do ócio aristocrático, os bons calvinistas mantiveram-se fiéis à sua tarefa de geração para geração, acumulando riqueza e experiência pelo caminho”.

Já o sociólogo Robert K. Merton, argumentou a favor da existência de um vínculo direto entre o protestantismo e o nascimento da ciência moderna. Landes lembra que não foi Merton o primeiro a defender essa tese – “No século XIX, Alphonse de Candolle, de uma família huguenote de Genebra, procedeu a um levantamento segundo o qual dos 92 membros estrangeiros eleitos para a Academia de Ciências francesa no período de 1666-1866, 71 eram protestantes, 16 católicos e os cinco restantes judeus ou de filiação religiosa indeterminada – isto numa população de 107 milhões de católicos e 68 milhões de protestantes fora da França. Uma contagem semelhante de membros estrangeiros da Royal Society de Londres em 1829 e 1869 mostrou igual número de católicos e protestantes num conjunto em que os católicos superavam numericamente os protestantes em mais de três para um”.

Para os que julgam as teses de Weber implausíveis ou inaceitáveis, Landes apela para os dados empíricos sacados da história: “... a documentação nos mostra que mercadores e fabricantes protestantes desempenharam um papel destacado no comércio, nos negócios bancários e na manufatura. Nos centros fabris (fabriques) da França e da Alemanha Ocidental, os protestantes eram tipicamente os empregadores, e os católicos os empregados. Na Suíça, os cantões protestantes eram os centros da indústria manufatureira de exportação (relógios, maquinaria, têxteis); os católicos eram primordialmente agrícolas. Na Inglaterra, que em fins do século XVI era preponderantemente protestante, os dissidentes (leia-se calvinistas) eram ativos e influentes, de um modo desproporcional, nas industrias fabris e nas forjas da nascente Revolução Industrial”.

Landes não se contenta apenas com a apresentação das provas empíricas. Ele parte para o nível teórico também: “A questão essencial consiste, com efeito, na criação de um novo tipo de homem – racional, metódico, diligente, produtivo. Essas virtudes, embora nada tivessem de novas, tampouco se podia dizer que fossem moeda corrente. O protestantismo generalizou-as entre os seus adeptos, que julgavam uns aos outros pela conformidade a esses padrões... características especiais dos protestantes refletem e conformam essa ligação... a ênfase sobre a instrução e a cultura, tanto para moças quanto para rapazes. Isso era um subproduto da leitura da Bíblia. Esperava-se que os bons protestantes lessem a Sagrada Escritura para si mesmos. (À guisa de contraste, os católicos foram catequizados mas não tinham que ler, e eram explicitamente desencorajados a ler a Bíblia.) O resultado: maior número de pessoas instruídas e um maior pool de candidatos para a escolaridade de níveis superiores; também maior garantia de continuidade de instrução de geração para geração. Mães instruídas fazem a diferença”.

Foi impossível continuar a leitura do livro sem parar para pensar no Brasil. E temos que admitir – parar para pensar sobre o Brasil é parar para pensar sobre a história de um dos maiores desperdícios que a humanidade já viu. Desperdício de terra, beleza natural, circunstâncias históricas favoráveis e patrimônio humano. Sim, o Brasil é um desperdício. Desperdício de terra. Poluímos nossos rios, sujamos nossas praias, devastamos nossas florestas. Desperdício de beleza natural. Parte do que era belo se tornou feio ao ter contato com o povo brasileiro. Nossas cidades não estão à altura da formosura da natureza que nos cerca. São cidades sujas, sem graça, mal planejadas e cercadas de favelas. Desperdício de circunstâncias históricas favoráveis. Não passamos por nenhuma tragédia natural, nossa nação jamais soube o que significa ter que se erguer da devastação de uma guerra, nossos campos jamais se recusaram dar-nos o pão. Encontramos, contudo, pessoas vivendo na miséria no Brasil. A nação onde mais se mata, onde pune-se menos. A primeira em defasagem social. Não há país com tamanho fosso entre ricos e pobres. Desperdício de patrimônio humano. Somos milhões. Resultado de uma história da miscigenação racial das mais lindas da trajetória humana. Alemães, italianos, japoneses, portugueses, árabes, índios, africanos, poloneses, todos morando num mesmo país, falando uma mesma língua, casando uns com os outros e trazendo para nosso país toda sua riqueza genética e cultural. Mas, percebe-se que no contato com a nossa terra as coisas parecem se atrofiar. São milhões de brasileiros que recusam-se a estudar. Uma perda irreparável de neurônios. Domesticados por uma cultura que ensina a mentir, a ser impontual, a deixar para amanhã o que deve ser feito hoje, a trabalhar de modo desleixado, entre tantas mazelas mais que envergonham, ou deveriam envergonhar a todos nós.

Jogamos a culpa na genética (como se fôssemos uma sub-raça), na globalização (como se ela fosse responsável pelo desabamento do metrô de São Paulo e da marquise de um hotel em Copacabana), nos países desenvolvidos (quando vemos a Coréia do Sul e o Chile não precisando se fazer valer dessa espécie de racionalização), na colonização (como se os portugueses tivessem deixado de conduzir os rumos do país no mês passado), em karma (crença infeliz, que nos leva a dizer que nessa vida pagamos pelos erros praticados numa vida da qual não nos lembramos). Em suma, nos recusamos a encarar nossas deformidades. Julgamo-nos o povo gente boa, apesar de sermos os campeões mundiais em assassinato e disparidade social.

Não há como deixar de pensar na igreja. Os evangélicos. Povo ao qual pertenço e que Deus usou para levar-me a Cristo. Por que a igreja evangélica brasileira tem se demonstrado incapaz de salvar o brasileiro do Brasil? Qual a razão de vermos em nossas igrejas pessoas mais brasileiras do que cristãs? Onde estão os resultados históricos que costumam fazer parte da passagem do protestantismo por uma nação?

Quero dizer que tenho esperança. Eu não estou aqui para reclamar da vida. Não suporto a crítica que não vem acompanhada de resposta. Não é da essência da fé cristã fazer apresentação de problemas sem apresentar esperança. Minha esperança consiste no sonho de um dia ver o calvinismo - "o cristianismo que se achou" - entrar no sangue do povo evangélico brasileiro. Nesse dia a igreja haverá de ser salva do Brasil e o Brasil salvo de si mesmo.

***
Antônio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra, Presidente do Rio de Paz e há dez anos apresenta o programa de televisão Palavra Plena.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Veja os famosos que "aceitaram Jesus" e viraram evangélicos


A religião evangélica é a que mais vem crescendo entre os brasileiros - segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no começo dos anos 2000, o número de fiéis no país quase dobrou em relação à década anterior. Entre os convertidos, é claro, muitos são famosos. Não são raras as notícias de que uma celebridade "aceitou Jesus" e se tornou protestante.

Quando o assunto é converter celebridades, a igreja Bola de Neve é campeã. Freqüentada por jovens, em sua maioria, e usando o surf como alavanca, ela trouxe para seu rebanho artistas como Alexandre Frota, Regininha Poltergeist, Rodolfo e Monique Evans - alguns destes até conseguiram conciliar a carreira no mundo erótico com a religião.

Alguns não se contentaram em ficar na platéia e até se lançaram como estrelas do mundo evangélico, como Baby do Brasil e Mara Maravilha.

Veja a lista de famosos que "aceitaram Jesus":

Baby do Brasil
Antiga Baby Consuelo, não só virou evangélica como abriu uma igreja. A sede do Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo ficava em Botafogo, no prédio onde a cantora tinha montado uma gravadora.
Ela cantora chegou ao Protestantismo após circular por várias religiões. Baby prometia protagonizar curas e até reverter homossexualidade em seus cultos.

Rodolfo

Vocalista de uma das maiores bandas de rock dos anos 90, o Raimundos, Rodolfo se converteu ao Protestantismo e deixou seus companheiros. A banda, que ainda curtia a repercussão de sucessos como A Mais Pedida, Me lambe e Mulher de Fases, perdeu o líder, que começou a freqüentar a Bola de Neve.
Ele se converteu por influência da mulher, que fazia cultos evangélicos na sua casa.
Rodolfo voltou aos palcos com bandas gospel, cantando um "rock do Senhor", mas não emplacou muitos sucessos.

Mara Maravilha

Mara, desde pequena, apresenta programas para crianças. Porém, a vida da cantora e apresentadora não era perfeita e foi em um momento de angústia e problemas de saúde que ela "conheceu Jesus".
Mara, segundo ela mesma conta, estava doente e, atrás de um alívio, foi à igreja. "Tudo o que o pastor falava coincidia com a minha vida", disse, na época, em seu site pessoal.
Hoje, Mara é famosa cantora gospel e já gravou muitos CDs "para Jesus".

Monique Evans
Monique Evans foi, por muito tempo, a apresentadora do programa erótico Noite Afora, da Rede TV! O trabalho virou problema, porém, quando ela teve que levá-lo em paralelo com a igreja preferida dos famosos, Bola de Neve.
Em um culto, ela anunciou aos fiéis presentes que estava deixando o programa.

Gretchen
A dançarina Gretchen sempre explorou seu corpo para fazer sucesso. A rainha do rebolado, porém, em certa altura de sua vida, encontrou Jesus. Ela andou nos trilhos nos primeiros anos, mas depois, ainda na igreja, posou nua duas vezes - em uma delas, estava grávida - e fez filme pornô

Regininha Poltergeist
Regininha despontou para fama fazendo o papel de uma santa que curava as pessoas por intermédio do sexo na peça Santa Clara Poltergeist. Após isso, fez vários ensaios sem roupa, um programa erótico, o Puro Êxtase, e alguns filmes pornôs. Mas, no começo de 2009, a Bola de Neve mostrou o caminho para Regininha, que agora é evangélica.

Alexandre Frota
Frota começou a carreira como ator de novelas do Globo na metade dos anos 80. Anos se passaram, até que ele fez seu primeiro ensaio erótico com outro homem e vestido de marinheiro, então um filme pornô, depois um filme com travesti e por aí vai. Depois de incontáveis obras pornográficas, como Invadindo a Retaguarda, ele diz ter se despedido do ramo com A Última F**a de Frota no Pornô e virou seguidor da Bola de Neve.

Xanddy e Carla Perez
Xanddy e Carla Perez ficaram famosos e se conheceram por intermédio do axé. Casados, eles começaram a freqüentar a igreja juntos, em 2006, em Salvador. O casal se aproximou da religião quando o cantor foi convidado para participar da gravação de um DVD de uma cantora gospel.

Marcelinho Carioca
Marcelinho Carioca começou nas categorias de base do Flamengo, mas atingiu a fama no Corinthians. O jogador, no meio de sua carreira, descobriu a palavra do senhor e, a partir daí, é evangélico fervoroso.

O atleta até tentou levar paralelamente a carreira de futebolista e a de cantor gospel, mas acabou desistindo da música no meio do caminho.

Redação Terra
Não estamos aqui para julgar, mas alguns desses aí éstavam na igreja e estavam fazendo filmes pornográficos. Que tipo de religião é essa que não muda a vida das pessoas? Que Jesus é esse que não lhes trouxe uma nova vida? Que tipo de liderança essas pessoas estão tendo que não os orienta que "aqueles que estão em Cristo são novas criaturas e que as coisas velhas já passaram e que tudo se faz novo"? A culpa desses crentes famosos estarem muitas vezes agindo como sempre agiram, sem mudança comportamental é dos seus líderes, pois muitos estão mais preocupados que esses novos crentes continuem na mídia ganhando o seu dinheiro, ainda que de forma escandalosa, que terem uma experiência de conversão ao Senhor Jesus. Pele menos, é isso que parece. Falamos isso pelo próprio testemunho de alguns desses famosos. Uma dessas famosas resolveu sair nua em uma revista masculina, e segundo ela, o seu pastor a apoiou e disse que iria inclusive comprar a revista. Dorme com um barulho desses.

Não cumprir o combinado


Fernando Pessoa dizia: "Quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma." Infelizmente na nossa cultura as pessoas não cumprem o que combinam e normalmente fica por isso mesmo, pois reclamar não é bem-visto. Algumas até aceitam com naturalidade aparente. É claro que não existe quem não se contrarie com algo que foi prometido e não foi cumprido.

As pessoas se sentem traídas e não reclamam para não se sentirem por baixo, fingem que não ligam numa tentativa de dar pouca importância ao outro. Engraçado, pois qual o ganho de se sentir desprezado e não reagir? O medo de perder nos impede muitas vezes de colocar a verdade. Não cumprir o que se combinou é um ato de violência emocional e um desrespeito ao outro, que causa no indivíduo traído uma angústia muito grande, faz mal deixar pra lá e só reforça um funcionamento adoecido e desrespeitoso.

Tudo começa quando os pais não cumprem o que prometeram aos filhos e ainda acham natural, pois são pais e eles é que mandam. Quem ensina os filhos a mentir são os próprios pais quando não cumprem o combinado com eles. E depois reclamam que os filhos mentem e não sabem por quê. Se por acaso não puder cumprir, é dever conversar e negociar. Nada pior que uma criança perder a credibilidade em relação aos pais, isso é uma violência e os pais são responsáveis por isso.

O que parece estar nos faltando é um pacto ético em que todas as pessoas deveriam se comprometer a ser menos espertas e mais honestas e justas. Esse pacto ético incluiria coisas muito simples e que todas as pessoas deveriam se obrigar, tais como: cumprir a palavra, horários e prazos comprometidos, não mentir, ser honesto no trabalho e fora dele. Não seria preciso nada mais complexo do que isso, assim, sem dúvida, nossas relações seriam bem mais verdadeiras. Como todos querem enganar a todos, somos enganados e não percebemos isso. Eu finjo que prometo e você finge que acredita na minha promessa e ainda falam que isso é ser um bom negociante!

Parar de enganar, de ludibriar, de levar vantagem em tudo, de prometer o que não se poderá cumprir é uma exigência que as pessoas deveriam ter consigo e com os outros. A crise que estamos vivendo é uma crise ética. Ninguém mais acredita em ninguém e consequentemente em nada. Em nome dos nossos medos e vaidades, justificamos tudo e nada se cumpre totalmente. E seria tão simples se todos nós em nosso próprio benefício decidíssemos mudar. Sem esse pacto ético continuaremos nessa luta de esperteza em que todos sabem que estão perdendo, mas fingem estar ganhando.

Muitos dirão que o pacto ético deveria começar dos outros. Se não assumirmos uma postura de mudança, independente dos outros, vamos outra vez fingir e acreditar na mentira. Quem promete, cumpre; e se não pode cumprir, não se deve prometer. Encerro com o pensamento de Alexandre Dumas: "Por vezes é penoso cumprir o dever, mas nunca é tão penoso como não cumpri-lo".

Antônio Roberto

Picture by Vicente Forte

by Leonardo

O FIM DE TODAS AS TENTAÇÕES!...– glória ao diabo?‏

A liquefação da alma humana é um fato tão real nesses dias de carência, de vazio de caráter e de perda da individualidade sadia, posto que a verdadeira individualidade tenha sido trocada pela persona de grife e de moda generacional a ser adotada como personalidade, que, hoje em dia, já não existe mais o ambiente da tentação.
Tentação pressupõe caráter, conteúdo, idéia, opinião, certeza, principio, fé e conduta segundo valores pessoais.
Sem tais coisas não existe tentação...
Ora, como a maioria desistiu dessas coisas há algum tempo, no máximo fazendo gestão pública do aparecimento ou não da coisa considerada “tentação” do ponto de vista das convenções, o que resta é que as pessoas existem cada vez mais apenas ante o que possam ou não possam, consigam ou não consigam, alcancem ou não alcancem — pois, de fato, poucos são ainda os que, podendo, não façam o que possam; conseguindo, não realizem os que conseguiriam; e, podendo alcançar, desistam de fazê-lo apenas por uma questão de principio.
Hoje o que vejo muito é gente zangada com Deus por não as haver ajudado a cair em tentação... Sim, raiva de Deus por não ter transformado a obsessão na tentação em uma feliz resposta à oração.
Pouca gente hoje diz não à tentação...
A oração existencial é: “E não nos livre da tentação, mas apenas das conseqüências de seu mal contra mim!”
A questão que ficou ante o fenômeno do estar tentado é apenas a constatação de que se pode ou não fazer aquilo... Digo “pode” apenas do ponto de vista da exeqüibilidade ao não do desejo...
Tentação se tornou apenas uma alternativa que pode ou não ser abraçada, dependendo de se conseguir manter a tentação em segurança...
Ou seja:
Tentação não realizada é apenas aquela que não “rolou”... Pois, se “rolar”, e se “rolar com segurança”, a tentação já não será um problema.
De fato, para muitos, aí está a benção: entregar-se a tentação fugindo de suas conseqüências danosas, socialmente falando, e olhe lá...
Hoje tentação é apenas o desejo que só não será realizado se o malandro achar que pode fazer muito mal a ele; pois, caso ele assim não veja a tentação como problema prático, a decisão de acolhê-la já está a priori abraçada pela maioria.
Cada vez menos se encontra gente que, podendo, não faça; que, conseguindo, não realize; que, desejando, não busque alcançar...
Leio as cartas que me mandam e vejo que no máximo o que acontece aos “crentes de hoje” é a culpa à posteriori, depois que tudo virou bosta...
Antes, no entanto, quase ninguém tem mais luta... A maioria vai mesmo... Assumiram que é irresistível... Abraçaram o mal como destino normal...
Tenho saudades do tempo em que as pessoas ainda lutavam contra a tentação. Sim, sou saudoso do tempo em que se dizia a si mesmo ante a tentação, que nenhuma tentação seria maior do que as nossas forças, conforme Paulo afirma.
Não! Hoje, quase que de modo geral, todo “crente” acha que toda tentação seja irresistível... E mais: sentem-se bobos quando não cedem a ela...
“Vigiai e orai para que não entreis em tentação” se tornou algo diferente: “Fique de olhos bem abertos para não perder a oportunidade da tentação, pois, pode ser que você nunca mais a tenha desse modo, com essa pessoa, com esse conjunto de benefícios, no caso de se ficar bem atento..., de olhos bem abertos, a fim de que não seja apanhado no flagra”.
Depois escrevem querendo saber por que o inferno parece com o inferno e perguntando por que a existência parece gerida pelo próprio diabo.
Olhe para dentro de você mesmo e você verá a diferença entre você e você mesmo; entre você hoje e você no tempo em que o caráter do Evangelho ainda existia em sua consciência.
Quando a tentação deixa de ser tentação, creia, é porque a alma já se liquefez e a pessoa nem percebeu...
Virou pasta...

Nele, que foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado,

Caio
20 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
www.caiofabio.com
www.vemevetv.com.br

terça-feira, 19 de maio de 2009

PERDÃO, A FAXINA DA ALMA.


O perdão é a cura das memórias, a assepsia do coração, a faxina da alma. O perdão é uma necessidade vital e uma condição indispensável para termos uma vida em paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Uma vez que somos falhos e pecadores, estamos sujeitos a erros. Por essa razão, temos motivos de queixas uns contra os outros. As pessoas nos decepcionam e nós decepcionamos as pessoas.

É impossível termos uma vida cristã saudável sem o exercício do perdão. Quem não perdoa não pode adorar a Deus nem mesmo trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa tem suas orações interrompidas e nem mesmo pode receber o perdão de Deus. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Quem não perdoa é entregue aos verdugos da consciência. O perdão, portanto, não é uma opção para o crente, mas uma necessidade imperativa.

O perdão é uma questão de bom senso. Quando nutrimos mágoa no coração, tornamo-nos escravos do ressentimento. A amargura alastra em nós suas raízes e produz dois frutos malditos: a perturbação e a contaminação. Uma pessoa magoada vive perturbada e ainda contamina as pessoas à sua volta. Quando guardamos algum ranço no coração e nutrimos mágoa por alguém, acabamos convivendo com essa pessoa de forma ininterrupta. Se vamos descansar, essa pessoa torna-se o nosso pesadelo. Se vamos nos assentar para tomar uma refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se nosso propósito é sair de férias com a família, essa pessoa pega carona conosco e estraga as nossas férias. Por essa razão, perdoar não é apenas uma questão imperativa, mas, também, uma atitude de bom senso. O perdão alivia a bagagem, tira o fardo das costas e terapeutiza a alma.

Mas, o que é perdão? Perdão é alforriar o ofensor. Perdoar é não cobrar nem revidar a ofensa recebida. O perdão não exige justiça; exerce misericórdia. O perdão não faz registro das mágoas. Perdoar é lembrar sem sentir dor.

Até quando devemos perdoar? A Bíblia nos diz que devemos perdoar assim como Deus em Cristo nos perdoou. Devemos perdoar de forma ilimitada e incondicional. Devemos perdoar não apenas até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Por que devemos perdoar? Porque fomos perdoados por Deus. Os perdoados precisam ser perdoadores. No céu só entra aqueles que foram perdoados; e se não perdoarmos, não poderemos ser perdoados. Logo, todo crente em Cristo precisa praticar o perdão.

Quem deve tomar iniciativa no ato do perdão? Jesus disse que se nos lembrarmos que nosso irmão tem alguma coisa contra nós, devemos ir a ele. Não importa se somos o ofensor ou o ofendido. Sempre devemos tomar a iniciativa, e isso com humildade e espírito de mansidão. Precisamos entender que o tempo nem o silêncio são evidências de perdão. É preciso o confronto em amor. Há muitas pessoas doentes emocionalmente porque não liberam perdão. Há muitas pessoas fracas espiritualmente porque não têm a humildade de pedir e conceder perdão. Precisamos quebrar esses grilhões, a fim de vivermos a plenitude da liberdade cristã.

O perdão é a manifestação da graça de Deus em nós. Se nos afastarmos de Deus, nosso coração torna-se insensível. Porém, se nos aproximarmos de Deus, ele mesmo nos move e nos capacita a perdoar assim como ele em Cristo nos perdoou.

Rev. Hernandes Dias Lopes

www.hernandesdiaslopes.com.br

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cinco maneiras de Deus responder orações


Qualquer que seja a resposta, ela vem sempre visando o melhor para você.
Luis Palau

Ao longo dos anos descobri nas Escrituras, e pela experiência, que Deus ama responder as orações. Aqui estão cinco de suas respostas mais freqüentes:

“Não, eu te amo demais”

O Deus do universo não é obrigado a dizer ‘sim’ para todas as orações. Isto é ótimo, levando em consideração algumas coisas que pedimos. Às vezes Deus diz ‘não’ para os pedidos mais profundos em nosso coração. Você já descobriu esta verdade em sua vida? Eu já descobri. Quando minha amiga Diane começou a perder sua audição. Quando minha sogra ficou enferma. Quando meu sobrinho contraiu AIDS.

Eu seria conhecido como Luis Palau Júnior, se não fosse o fato de Deus ter dito ‘não’ para uma das minhas mais recorrentes orações. Após meu décimo aniversário, meu pai, Luis Palau teve uma broncopneumonia e morreu dez dias depois. A morte se tornou para mim a mais inegável realidade. Tudo pode ser discutido e pensado, mas a morte está aí, encarando a todos nós, face a face. Ela acontece, até para as pessoas mais abençoadas. Não importa o quanto oramos. Por quê? Porque ainda vivemos em um mundo caído. Lembro-me disso repetidamente desde 11 de setembro de 2001, dia dos ataques terroristas nos EUA. Milhares de vidas foram salvas naquele dia. Mas Deus disse ‘não’ para as orações de milhares de outras vidas. Algum bem virá da morte destes? Eu creio que sim.

Sem dúvida, a morte de meu pai teve mais impacto no meu ministério do que qualquer outra coisa em minha vida inteira, além da minha conversão a Jesus Cristo. Meu desejo é que as pessoas se acertem com Deus, compreendam a grande questão e que, como o meu pai, morram cientes de que estarão com Jesus, de “estar com Cristo, pois é muito melhor” (Filipenses 1.23).

Isto significa que não devemos orar? Não. Significa o oposto. Ao longo dos anos, viajando pelo mundo, descobri outras quatro formas de Deus responder as orações. Acredite: ele gosta de dizer “sim!”

“Sim, mas você precisará esperar”

Respostas imediatas às orações? É isto que você quer, é isto que eu quero. Mas Deus não trabalha sempre desta maneira. E para que o melhor ocorra, precisamos ser pacientes. Em alguns casos, precisamos esperar até que o relógio sinalize meia-noite, para que sua resposta chegue.

Phil Callaway não sabia o que responder ao ser questionado por seus filhos “se a mamãe iria morrer”. Sua esposa Ramona sofria com grave enfermidade.

Centenas de amigos e parentes oraram, mas o peso de Ramona eventualmente chegara a 40 kg. Médicos especialistas tentaram de tudo, mas no outono de 1996 ela tinha crises diariamente, muitas vezes a cada hora.Phil quase nunca deixou de ficar ao lado de Ramona. Ele não sabia se ela chegaria a completar 30 anos. Certa tarde, quando já não era possível enxergar qualquer vestígio de esperança, Phil caminhou até o quintal, ajoelhou-se e clamou: “Deus! Não agüento mais. Por favor, faça algo!”. De repente, o nome de um médico lhe veio à mente. Phil ligou para este médico, que examinou Ramona na manhã seguinte e deu o diagnóstico de uma rara deficiência química. Dentro de uma semana, as crises de Ramona terminaram. Seus olhos brilhavam novamente. O milagre foi tão incrível que Phil afirmou: “Deus devolveu minha esposa!”.

“Peçam e lhes será dado; busquem e encontrarão; batam e a porta lhes será aberta” (Mateus 7.7).

”Sim, mas não exatamente o que você espera”

Você já pediu a Deus que o usasse? Se já o fez, espere o inesperado.

O jogador Sherman Smith, da Liga Nacional de Futebol, é conhecido como o “Tanque Sherman”; tem 1,90m e pesa 102 kg de músculos sólidos em sua maioria. Sua reputação na defesa aumentou seu status de celebridade, enquanto jogava para o Seattle Seahawks. No entanto, sem qualquer aviso, o Seahawks vendeu o passe de seu jogador mais popular para o San Diego Chargers. Da noite para o dia tudo mudou para o jogador, cuja fé era tão sólida quanto seus músculos. Em poucas semanas jogando no Chargers ele machucou seriamente seu joelho. “Por que em tempos de reabilitação Deus me trouxe para San Diego?”, ele perguntava.

Enquanto seu joelho se recuperava, Sherman teve a oportunidade de levar um de seus colegas de time à Cristo. Este jogador que se converteu, Miles McPherson, desde então tem se destacado como um evangelista que tem levado milhares de jovens a Cristo todos os anos.

Porque Sherman foi enviado a San Diego? Deus queria usá-lo, com certeza.

“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos e ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3.5-6).

“Sim, e tem mais!”

Você já se perguntou se Deus realmente sabe o que você quer e o que você precisa?

O australiano David Smallbone sentiu que Deus o dirigia a promover shows cristãos em sua cidade natal onde apenas 5% da população era cristã. Durante um tour, eram tão poucos os fãs que iam aos shows que David teve um prejuízo de 250.000 dólares! Até sua casa lhe foi tirada e este pai de seis filhos teve que buscar uma solução. Um artista famoso lhe ofereceu um emprego em Nashville (EUA) e a família vendeu todos os pertences que ainda lhe restavam para comprar as passagens para os Estados Unidos. No entanto, algumas semanas depois que chegou, David foi informado de que o emprego não estava mais disponível. Ele ficou prostrado na cama por dias e dias. Quando David e sua esposa explicaram aos filhos o que havia acontecido, todos se ajoelharam e pediram ajuda a Deus.

Coisas interessantes começaram a acontecer. Deus providenciava sacolas de alimentos, providenciou uma van e pequenos serviços dos mais diversos. Então a maior surpresa de todas aconteceu: a filha mais velha Rebecca, então com 15 anos, conseguiu um contrato com uma gravadora. Rebecca gravou seu primeiro CD usando um antigo sobrenome de família, St.James.

Acelere o filme para os dias atuais. David promove os shows de sua própria filha, shows que têm sempre ingressos esgotados. Rebecca St.James tornou-se uma das artistas cristãs mais conhecidas na atualidade. A revista Cristianismo Hoje colocou seu nome entre os “50 maiores e mais promissores líderes cristãos com menos de 40 anos”. Temos prazer em convidá-la para cantar em nossas conferências cristãs ao redor do mundo.

Nada surpreende a Deus, Ele sabia o que estava fazendo!

“’Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de lhes dar uma esperança e um futuro’” (Jeremias 29.11).

“Sim, pensei que você nunca pediria”

Muitas pessoas pensam que a oração é algo complicado. Na realidade, a oração mais simples pode lhe trazer o milagre que você precisa, quando você precisa.

Após uma séria queda, um senhor chamado Luke Mulder orou para receber Jesus Cristo. Então orou por sua esposa Clara, que estava visitando sua irmã na Califórnia. Naquele mesmo dia, Clara ouviu alguém compartilhar o evangelho e aceitou a Cristo.

O cartunista cristão Ron Wheeler sonhava em criar personagens para evangelizar, mas precisava de um novo computador. Encontrou o tipo que precisava e começou a orar. Duas semanas depois um amigo ligou para Ron e lhe ofereceu um computador do mesmo modelo que havia pedido em sua oração. Pouco tempo depois de instalar o computador, Ron recebeu uma ligação da Sociedade Americana de sua categoria, solicitando que ele desenhasse uma série completa de personagens evangelísticos para tirinhas de diversos meios de comunicação.

Meus amigos Esteban e Carmela Tosoni dirigiam por uma estrada em uma das montanhas mais altas do mundo, quando seu carro quebrou. Estavam a 30 km da cidade mais próxima. A família Tosoni orou por ajuda divina. Quando abriram os olhos, um mecânico simplesmente apareceu e perguntou se precisavam de ajuda, consertou o carro e então partiram.

Coincidências? Dificilmente.“A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5.16).

Luis Palau, 73 anos, é argentino e radicado nos EUA. É um conhecido evangelista internacional, tendo realizado cruzadas em mais de 80 países, atingindo a mais de 22 milhões de pessoas. Palau é autor de 41 livros, alguns deles já publicados no Brasil.

GANHANDO O MUNDO E PERDENDO A FAMÍLIA


O título deste post é inspirado no texto de Mateus 16.26, que na íntegra diz: "Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?".

Na realidade, adaptando para as questões que abordarei, o texto ficaria assim: Pois que aproveitará o líder evangélico (e de outros segmentos) ganhar o mundo inteiro e perder a sua família?

Você conhece alguém que foi bem sucedido na vida profissional ou ministerial, mas que acabou fracassando com a família? Grandes empresários e péssimos pais e maridos, ótimos líderes institucionais e terríveis líderes em casa, sucesso na mídia e fracasso no lar, excelentes pastores e pregadores e faltosos apascentadores de seu rebanho imediato, é este o triste quadro que se contempla, resultado direto do ativismo ministerial já tratado no post "A Coisificação do Ministério Pastoral".

Estava numa Escola Bíblica para obreiros e escutei o testemunho orgulhoso de certo companheiro que dizia: "Meus irmãos, há quase um mês não almoço com a minha família, estou demasiadamente ocupado com a construção do templo sede". Uma grande demonstração de empenho na obra ou de falta de entendimento e sabedoria? Certamente muitos não tinham maldade em suas ações. Não previam as duras conseqüências a longo prazo. Pensavam estar fazendo um bem, quando de fato semeavam trágicas rupturas e seqüelas para a vida emocional e espiritual de esposa e filhos.

No culto de aniversário de outro companheiro , escutei uma de suas filhas declarar o seguinte: "Papai foi sempre ocupado com as coisas da igreja. Acordava e papai não estava, ia dormir e ele não tinha chegado ainda. Ele não teve tempo para nós (família)".

Milhares de filhos de pastores e líderes cresceram sem a presença do pai. Esposas viveram literalmente abandonadas pelo marido.

Os textos bíblicos abaixo, parece que não faziam muito sentido:"O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa, e assim está dividido." (1 Co 7.32-34a)"

Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia, porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?" (1 Tm 3.4-5)

O que existe de esposas e filhos revoltados com a igreja, pois acham que ela é a culpada da ausência do esposo e do pai, pode ser claramente percebido no semblante, no falar e na vida amargurada destas vítimas.

Um dado gravíssimo, é que o lar destes pais e maridos ausentes, quando de suas presenças, serviam apenas como lugar para o "descarrego" de todas as tensões, pressões e estresses ministeriais.

Muitos deixaram a igreja. Algumas esposas não vão mais aos cultos, são "crentes" em casa. Filhos se envolveram com drogas e com outras aventuras. Atos consciente sou inconscientes de protesto contra a ausência do pai.

Recuperar estes danos é tarefa demasiadamente difícil, embora não seja impossível. O melhor caminho é chamar a esposa, reunir os filhos e pedir perdão. Dizer o quanto estava equivocado, se humilhar e reconhecer o erro.

Para os que estão começando no ministério, fica o alerta. Alguém já declarou que os erros do passado (e do presente), podem ter utilidade pedagógica para que outros não os reproduzam.

Afinal, pois que aproveitará o líder evangélico (e de outros segmentos) ganhar o mundo inteiro e perder a sua família?

Pense nisto!

ALTAIR GERMANO


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Chamados para servir


A advertência de Cristo à igreja de Laodicéia continua servindo de alerta aos crentes de hoje.

Jesus, ao dirigir-se à igreja em Laodicéia, fez afirmações que são plenamente aplicáveis em nossos dias. Um dos momentos mais confrontadores na carta é encontrado quando Cristo revela àqueles crentes que eles viviam uma ilusão. O que pensavam a seu próprio respeito era incrivelmente distinto da visão que o Senhor tinha acerca daquela igreja: “Dizes, estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma; e nem sabes que tu és infeliz; sim, miserável, pobre, cego e nu”.

“Nem sabes” é uma expressão que denota clara ignorância. A igreja de Laodicéia não sabia. Ela fazia aquele papel típico de pessoas que se vêem sadias, mas estão doentes; acham-se bem vestidas, mas estão ridiculamente maltrapilhas; sentem-se sãs, mas encontram-se terrivelmente doentes; acham que são o máximo em inteligência, porém agem como estúpidos; e julgam que estão agradando a Deus, mas vivem para si próprias – querem atender apenas seus desejos, satisfazer seus anseios e seguir seus valores.

“Que és infeliz...” Que observação intrigante e triste. Talvez os de Laodicéia tenham chegado ao cúmulo da ignorância coletiva ao se julgarem abastados e felizes, estando na verdade perdidos, confusos e deprimidos. Mas há um aspecto psicológico a ser analisado aqui. Existem pessoas que vivem se enganando, constroem um ambiente de felicidade ao seu redor – “pois dizes, estou rico...” –, mas em seu íntimo ouvem constantemente uma voz de choro, melancolia e tristeza. É uma voz que não se cala.

Do ponto de vista da psicanálise, é assim que surgem as neuroses, pois com a tentativa de encobrir esta infelicidade, a repressão interna fecha a porta da consciência para o mal que está lá dentro e o indivíduo passa a sorrir de felicidade. Como o mal deseja se expor e é reprimido, ele consegue fabricar alguns pequenos “túneis” em outros lados da vida. E assim surgem manias, depressões, compulsões e tantas coisas que, nada mais e nada menos, expressam simplesmente a voz da infelicidade tentando ser ouvida.

Cristo vai ao fundo do inconsciente coletivo da igreja em Laodicéia e lhe revela o que ela mesma não desejava ouvir de ninguém, muito menos do Mestre. Talvez a mesma palavra do Filho de Deus se aplique hoje a tantas igrejas e a muitos de nós. Temos aparência de felicidade, mas há um grito inconsciente de tristeza e melancolia que eclode de nossa alma. Assim, há sorrisos que mascaram as dores; há celebrações de louvor que escondem pecados e imoralidade. Há uma aparência de vida e de saúde, mas um permanente estado de enfermidade crônica na mente e no coração.

Tenho encontrado líderes, pastores e missionários que vivem um caos em suas vidas, mas, pela motivação do ministério, tentam não permitir que a verdade que enfrentam se manifeste. Encorajam a outros enquanto sentem-se perdidos e em crise. Pregam a Palavra por obediência, mas sentem-se secos e sem fé. Falam sobre Jesus com entusiasmo, mas não se lembram mais do último momento de intimidade com Deus. A estes, gostaria de encorajar: Cristo está menos interessado em seu ministério e serviço do que em sua vida e saúde. O desejo do Mestre não é torná-lo uma máquina de produção no Reino de Deus, mas sim um filho autêntico, consciente da necessidade de cura e perdão, vivendo uma felicidade real, sem se esforçar para falar de Jesus.

Vejam o que acontece no serviço do ministro. Podemos usar de nossa liberdade de agenda como um trampolim para não servirmos de maneira fiel. Sempre gostei da característica livre que temos como obreiros. Precisamos, por certo, apresentar nossos relatórios e prestar contas, mas de forma geral fazemos nossas agendas. Estamos livres para vir e ir, marcar e desmarcar reuniões, atendimentos, visitas. No entanto, esta liberdade traz consigo um grande desafio – por um lado, o de não sermos ociosos, sem cumprir o desejo do Mestre; e por outro, não cairmos no ativismo em vez de fazermos um trabalho real. Para nós, as palavras de Cristo se apresentam de forma emblemática: “Conheço as tuas obras”.

Hudson Taylor nasceu em Yorkshire, na Inglaterra, em 1832, em um lar evangélico. Aos 13 anos, afastou-se do Evangelho por não ver mais razão de ser nos cultos, nos crentes e nas pregações. Não desejava mais orar ou ler a Palavra. Entretanto, havia em sua vida uma pregação que não se calava: era a vida e testemunho de sua mãe, que orava com devoção e perseverança por sua vida. Aos 17 anos, algo aconteceu que mudaria a vida de Hudson Taylor. Ele leu um folheto que falava sobre a obra consumada de Cristo. O Espírito Santo tocou seu coração, houve quebrantamento e entrega ao Senhor. Lemos no livro A história do grande missionário do interior da China, de Solange Lacerda Gomes da Silva (Editora Apec): “Quando sua mãe chegou de viagem, Hudson correu para encontrá-la: - Tenho boas notícias!, ele exclamou. - Eu sei, estou muito alegre com as notícias que você tem para me contar. - Como a senhora ficou sabendo? Amélia contou? - Não, há duas semanas senti um grande desejo de orar por sua salvação. Fui para o quarto e orei por você. De repente, soube que Deus respondeu e agradeci”.

Temos assistido a uma inversão de valores causada pela pobreza do conhecimento da doutrina, da visão e do caráter. Mas as vestes que Deus nos oferece são mais importantes que os trajes da riqueza humana, e o colírio do Senhor, mais importante que a visão humana. A convicção interna, os frutos no campo de trabalho e o reconhecimento da Igreja sobre nosso ministério são os três pilares que nos dão garantia da vocação. Mas Jeremias não teve frutos durante seus 40 anos de sofrimento ministerial; porém, sabia que era ungido de Deus. Os religiosos mataram Jesus e desaprovaram sua mensagem, mas Ele sabia que era o Ungido de seu Pai. Dentre estes três pilares, portanto, a convicção interna do chamado não pode faltar.

O elemento principal pelo qual Jesus nos julga é bem menos visível, menos contábil e certamente menos observado por aqueles que nos cercam. A Palavra fala sobre coração, alma, mente, espírito, sentimentos íntimos e desejos como elementos para nos fazer entender que uma vida íntegra define mais a nossa identidade perante Deus do que toda a roupagem que possamos vestir. Há algo que gostaria de pontuar nesta altura: Jesus conhece o secreto da sua vida. Ele certamente não se impressiona pelas grandes construções, realizações aplaudidas ou teses defendidas; nem se impressiona com comendas e troféus. O Carpinteiro olha direto para o seu coração e vasculha a sua alma. E é justamente neste campo que você será encontrado fiel ou não.

O Evangelho nos primeiros séculos reivindicava um modo transformado de vida. Era a santidade retirada do nível apenas teológico e trazida para a realidade mais simples, diária e prática de cada dia. Quando estas verdades atingiam as multidões, então o milagre começava a acontecer: homens ricos paravam de roubar para devolverem até quatro vezes mais aos que haviam defraudado; mulheres adúlteras largavam suas vidas de promiscuidade e transformavam-se instantaneamente em testemunhas; pescadores deixavam suas redes para seguir um carpinteiro de Nazaré; muitos vendiam tudo o que tinham para distribuírem entre os que nada possuíam; milhares morriam crucificados, queimados, degolados ou serrados ao meio por se recusarem a negar o seu Senhor, ao qual nunca haviam visto face a face – enfim, perseguidores se transformavam em perseguidos, lançando-se à morte para espalhar a verdade de salvação aos gentios. A santidade de vida fazia com que todos os crentes se dispusessem a abandonar tudo, se necessário fosse, e a repudiar a própria família, se exigido fosse. Esqueciam até da própria vida, se isso lhes fosse demandado, tão somente para encher a terra da glória do Senhor.

O objetivo existencial de Jesus, neste transitório ciclo de vida que temos no mundo, é levar-nos a orar como o salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável ”. A glória de Deus se manifestará de forma especial através do caráter do crente, e não de sua provisória reputação. William Hersey Davis, tentando fazer-nos diferenciar entre a ilusão do palco e a realidade da vida, compara caráter e reputação quando diz:

As circunstâncias nas quais você vive determinam sua reputação;
A verdade na qual você crê determina o seu caráter;
Reputação é o que pensam a seu respeito;Caráter é aquilo que você é;
Reputação é a fotografia;Caráter é a face.

Reputação fará de você rico ou pobre;
Caráter fará de você feliz ou infeliz;
Reputação é o que os homens dizem a seu respeito no dia do seu funeral;
Caráter é o que os anjos falam de você perante o trono de Deus.

Um pastor amigo, observando a sua própria trajetória através do livro Avalie a sua vida, de Wesley Duewel, desabafou anos atrás em uma carta: “Os aplausos levaram-me, durante anos, a pensar que tudo estava bem. Saía-me muito bem enquanto estava debaixo dos holofotes; comunicava-me com diversos grupos e era admirado por minha audácia na pregação. Muitos passaram a seguir o meu exemplo. Vários me diziam: ‘Desejo ser como você’. Não precisei orar muito para que o Espírito Santo me direcionasse para os pecados e falhas em meu caráter. Usava exemplos que não condiziam com a verdade; utilizava livremente o púlpito para atacar os grupos antagônicos ao meu ministério e escondia a depressão da minha mulher, provavelmente devido a meu comportamento arredio e soberbo em casa, para que não fosse passivo de crítica. Eu possuía todos os elementos para cair e permanecer prostrado. Louvado seja Deus por um dia que tirei para reavaliar a minha vida!”

Este pastor amigo percebia, entre outras coisas importantes, que nenhum homem vai além da sua integridade. E entendia o perigo de se construir um ministério ou mesmo uma reputação que não possua um caráter íntegro como fundamento. Nas palavras do próprio Duewel, “a única vida digna de ser vivida é aquela vivida para Deus” – e é neste íntimo relacionamento que perceberemos que somente uma boa semente trará bons frutos.

Quando Jesus confronta Laodicéia, Ele é enfático: “E nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”. O Senhor de fato confronta toda sua Igreja, a cada um de nós, pois apresenta-nos a possibilidade de vivermos uma fantasia e nos escondermos da realidade. A procura por uma existência autêntica é a procura da verdade; é a manifestação de pararmos um dia em nossas vidas, olharmos para nossa existência com os óculos da Palavra e clamarmos por quebrantamento, conversão, mudança de rumo e de atitude. Há esperança.

Estive, em 2002, visitando uma região próxima a Maraã, no coração do Amazonas, onde vivem os povos kambeba, kokama e miranha. Eles eram tidos, até pouco tempo atrás, como grupos indígenas ainda não alcançados pelo Evangelho. Qual não foi minha surpresa ao chegar entre eles e ver ali a presença de uma forte igreja evangélica, que louva a Deus com fervor e amor. Procurando os autores daquele trabalho missionário, encontrei alguns crentes ribeirinhos, especialmente o seu João, como é conhecido. Pessoas simples, alguns ainda iletrados, mas com tremenda paixão pelo Senhor Jesus. Viviam em um “flutuante” formado por um cômodo apenas e, além das redes, possuíam somente uma cadeira e uma panela. Contaram-me então como, através do escambo e comércio com os indígenas, conseguiram lhes transmitir a Palavra de Deus e plantar ali a igreja.

Perguntei-lhes como foram parar ali, naquela região tão distante. Responderam-me: “Viemos ganhar a vida”. “E como está a vida?”, insisti. “Vai muito bem. Já plantamos seis igrejas para a glória de Deus!” Aqueles eram missionários sem sustento, aplausos ou reconhecimento. Eram simplesmente servos de Jesus, que confundiam o ganhar a vida com o ganhar de almas. Homens que passavam privações profundas para que o Evangelho chegasse até os habitantes do final do Rio Maraã. Julgavam-se pobres e cegos, mas eram ricos. A vida autêntica mantém a visão de Deus.