Por Pr. Silas Figueira
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- BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES (Mt 5.9).
Bem-aventurados
os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Na Bíblia, existem
quatrocentas referências à paz. Deus se autodomina o “Deus da paz”, mas não há paz no mundo. E existem duas razões: a
oposição de Satanás e a desobediência do homem. A queda de alguns anjos e a
queda do homem resultaram em um mundo sem paz [1]. D. Martyn Lloyd-Jones
pergunta por que há tantas guerras no mundo? Por que se mantém essa constante
tensão internacional? O que há com este mundo? Por que já tivemos duas guerras
mundiais só no século XX? E por que essa ameaça perene de novas guerras, além
de toda essa infelicidade, turbulência e discórdia entre os homens? De conformidade
com essa bem-aventurança, só existe uma resposta para essa indagação – o
pecado. Nada mais, é somente o pecado [2]. Por isso que desde a queda até o fim
dos tempos o mundo tem enfrentado a falta de paz.
Os pacificadores do mundo
têm um terrível registro. A paz que saudamos hoje começa a desmoronar amanhã.
Não temos paz política, econômica, social ou familiar. Não temos paz em lugar
algum porque não temos paz em nosso coração. Este é o verdadeiro problema.
Alguém já disse: “Washington tem inúmeros
monumentos à paz. Depois de cada guerra, constroem um” [3].
O problema não é externo,
mas interno. O problema reside dentro do coração do homem, e somente através da
transformação desse coração é que o homem poderá ser um pacificador dentro dos
princípios bíblicos. E quais seriam esses princípios? Para essa resposta
devemos entender o que vem a ser o pacificador que Jesus fala aqui e essa paz
que ele almeja estabelecer.
1º - O que não é paz
segundo a Bíblia. Antes de definirmos o que vem a ser esta
paz que o pacificador deseja estabelecer, devemos entender o que não é esta paz
de acordo com a Palavra de Deus.
1) Não é ausência de conflitos. Por exemplo, quando um judeu diz a
outro judeu: “Shalom”, não está
querendo dizer: “Que você não tenha guerra”. Ele está querendo dizer: “Que você
tenha a justiça e bondade que Deus pode dar” [4]. Que em meio a “guerra” do
dia a dia a paz (shalom) de Deus o alcance e esteja em paz para enfrenta-la.
2) Não é fuga do confronto. Não é fugindo dos problemas que teremos
paz. Muitas vezes a paz só virá quando enfrentarmos a adversidade de frente. É encarar
o problema para tentar resolvê-lo. Sem confronto mantem-se a distância, mas isso
não gera paz nos relacionamentos.
3) Não é sacrificar a verdade. Muitos hoje querem a paz e a união de
todos, mas enterrando a verdade. Nesse sentido, Jesus veio trazer não a paz,
mas a espada (Mt 10.34). Não há unidade fora da verdade. A paz com todos e a
santificação precisam andar juntas (Hb 12.14). Por isso que o ecumenismo é uma
falácia [5]. Para que haja a verdadeira paz o homem tem que ter um encontro
com o Senhor, mas se eu me recuso a pregar a verdade que liberta para evitar
conflitos com outras pessoas de outras religiões, então eu estou vivendo uma
falsa paz. Eu não posso estar em paz vendo a pessoa indo para o inferno calado
diante do caminho errado que estes estão trilhando.
Jesus deixou isso bem
claro quando disse: “Eu sou o caminho, e
a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6), aí eu
vejo a pessoa percorrendo por outro caminho, mas em nome da “paz” eu não lhe
aviso que ele está errado para evitar confronto? Isso não é buscar a paz, isso
é covardia.
4) Não é paz a qualquer preço. Paz e apaziguamento não são sinônimos;
e a paz de Deus não é paz a qualquer preço. A paz que o Senhor nos oferece
custou o sangue do Senhor Jesus na cruz. Proclamar “paz, paz”, onde não há paz,
é obra do falso profeta, não da testemunha cristã (Jr 8.11) [6].
2º - Os pacificadores são
os que estão em paz com Deus. A primeira
característica de um pacificador, segundo a Bíblia, é que está em paz com o
Senhor. É impossível alguém dizer que se enquadra dentro desta bem-aventurança longe de Deus e de Seus
princípios.
Como disse Paulo em
Romanos 5.1,2:
“Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na
qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”.
Vejamos também 2 Coríntios
5.17-18:
“Pelo
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da
reconciliação”.
Reconciliar é mudar; é a
união de duas ou mais partes pela renovação de bases ou causas de desarmonia. A
reconciliação é necessária para pôr um fim à inimizade existente e está
relacionada com a restauração da comunhão entre o homem pecador e Deus, através
de Jesus Cristo. Por causa do pecado, o homem é declarado inimigo de Deus (Rm
5.8). Porém, Jesus que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós. Ele
levou sobre si os nossos pecados; levamos sobre nós agora a sua justiça! Que
maravilha! (Is 59.1-2; Ef 2.14-18). Deus fez tudo novo quando justificou
(salvou, perdoou) o pecador. Deus não justificou o pecado, mas o pecador.
O pacificador é mais que
uma pessoa que evita os conflitos ou que tenta termina-lo. O pacificador é
alguém que luta para que a paz de Deus seja estabelecida entre as pessoas. O
pacificador provoca conflitos, pois leva o homem a refletir sobre seu estado
espiritual, mas faz isso a fim de estabelecer a paz do pecador com o Senhor.
Por ele ter alcançado a
paz com Deus, ele agora luta para que muitas outras pessoas a alcancem também.
O pacificador luta para que a glória de Deus seja estabelecida entre os homens.
3º - A recompensa por
sermos pacificadores. O Senhor Jesus disse que os que são
pacificadores serão recompensados. Eles serão
chamados filhos de Deus. O diabo veio para matar, roubar e destruir, no
entanto, nós, como filhos de Deus, temos que manifestar ao mundo vida, doação e
restauração vindas da parte de Deus.
Agindo dessa forma
manifestaremos ao mundo que somo filhos de Deus. Esse é o maior título que alguém
pode querer ter nesta vida e na vindoura. A língua grega utiliza huios para filhos e não tekna que significa criança. Aqui o
texto fala de filhos adultos, como Cristo que iniciou seu ministério na idade
adulta, assim nós, como filhos, revestidos da plenitude de Cristo, manifestamos
ao mundo a sua paz na condição de filhos Deus. Em outra, filhos responsáveis.
Esse é um título honroso
que carregamos conosco.
O diploma de doutor honoris causa concedido a
personalidades que se destacaram em determinadas áreas do conhecimento, não tem
relação com a vida acadêmica de quem o recebe. Não tem valor profissional nem
vale como certificado de produtividade científica. Ainda assim, é um dos mais
importantes títulos que uma pessoa pode receber, já que se o ganha é porque
atingiu um patamar de amplo reconhecimento profissional e de feitos
significativos. Fernando Henrique Cardoso recebeu a honraria pela Universidade
de Harvard, e o cirurgião Ivo Pitanguy pela Universidade de Tel Aviv, em
Israel. Em todos os casos, um conselho formado por professores de cada área se
reúne para decidir a quem é merecido dar o prêmio. E em nenhum deles a
titulação tem valor comercial. Ou seja, não se compra. Algumas entidades,
porém, aproveitando que não é preciso o aval do Ministério da Educação (MEC)
para conceder o diploma, têm vendido a honraria a diretores e pesquisadores
brasileiros, que pagam até R$ 3.600 para se tornarem “doutores”. “É contraditório, pois é um título dado para
honrar o professor. E a honra não se compra”, afirma Renato Janine Ribeiro,
ex-ministro da Educação.
A honra de sermos
chamados filhos de Deus, por sermos pacificadores também não se compra, no
entanto há muitas pessoas que dizem ser filhos de Deus, mas que, em nada, são
pacificadores. E se não são pacificadores não são filhos de Deus.
8
– BEM-AVENTURADOS OS PERSEGUIDOS (Mt 5.10-12).
“Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e
exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos
profetas que viveram antes de vós”.
Chegamos a última bem-aventurança, e ela termina de uma
forma de alerta aos que fazem parte do reino dos céus. Pode parecer estranho
que Jesus passasse dos pacificadores para a perseguição, da obra de
reconciliação à experiência de hostilidade. Mas, por mais que nos esforcemos em
fazer a paz com determinadas pessoas, elas se recusam a viver em paz conosco.
Tudo isso, por causa da justiça [7]. Como disse Paulo a Timóteo:
“Ora,
todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm
3.12).
Para nós, é quase
incompreensível associar perseguição com felicidade. Perseguição e felicidade
parecem-nos coisas mutuamente exclusivas. Este é o grande paradoxo do
cristianismo. Jesus, no entanto, termina as bem-aventuranças,
dizendo-nos que o mais elevado grau de felicidade está ligado à perseguição.
Obviamente, não são felizes todos os perseguidos, mas os perseguidos por causa
da justiça [8]. Veja o que Pedro nos fala sobre isso:
“Amados,
não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos,
como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário,
alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo,
para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo
nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa
o Espírito da glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino,
ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem mas,
se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse
nome” (1Pe 4.12-16).
Observe que a promessa
vinculada a essa bem-aventurança é a
mesma promessa ligada à primeira das bem-aventuranças, “porque deles é o reino dos céus”. Então isso serve de prova
adicional do fato que esta é a derradeira bem-aventurança.
Começamos pelo reino dos céus e
também terminamos pelo reino dos céus.
Naturalmente, não é que as várias bênçãos vinculadas às outras bem-aventuranças também não pertençam
àqueles que são herdeiros do reino dos céus, ou que os tais não receberão essas
várias bênçãos. Todos os herdeiros da pátria celeste serão abençoados; mas
nosso Senhor começou e terminou a sua descrição com essa promessa particular,
com o intuito de impressionar os Seus ouvintes de que o fator mais importante é
o indivíduo ser membro do reino dos céus [9].
Ninguém quer sofrer
perseguição, isso é um fato. Mas se queremos ser crentes fiéis, nós seremos
perseguidos (At 14.22). Eu estou falando de fidelidade à Palavra, de crentes
compromissado com o Reino dos Céus. De gente com vida no altar. Não crente
“meia boca” como temos visto por aí. Principalmente certos líderes que dizem
que estão sendo perseguidos por causa do “reino”, só se for por causa do reino
das trevas. Líderes fraudulentos que estão compromissados somente com seus
umbigos. Enganando os incautos com suas falsas promessas de riqueza e saúde
para os fiéis que contribuem para o “seu reino”.
A
causa da perseguição:
1º - Somos perseguidos porque
vivemos em um mundo hostil a Deus. Nós nos daremos muito
bem se ninguém descobrir que somos cristãos, mas à medida que começamos a viver
a vida de Cristo, à medida que começamos a manifestar as bem-aventuranças, à
medida que compartilharmos as injúrias de Jesus Cristo, à medida que
comungarmos nos seus sofrimentos e à medida que vivermos retamente no mundo, descobriremos que os filhos da
carne sempre perseguirão os nascidos do espírito [10].
Por isso que as bem-aventuranças são uma contracultura
cristã. Vivemos em um mundo onde os humildes não tem vez nem voz, pois o que
prevalece é o orgulhoso; pessoas que vivem para satisfazer sempre o seu ego. O
mundo não chora pelos seus pecados, ao contrário, faz de conta que o pecado é
algo natural; o antinatural é um viver santo. Observe que quando um casal diz
que irá se guardar para o casamento vira manchete de jornal. Viraliza tal
notícia na internet. O mundo não tolera os mansos e nem sabe o que é
misericórdia. Essas coisas são contrárias ao sistema. O mundo é nosso inimigo e
não podemos ser amigos do mundo (Tg 4.4; 1Jo 2.15). Por isso a perseguição. E
sinto lhe informar, mas a perseguição não vem somente do mundo hostil a Deus,
mas, infelizmente, vem também de pessoas que se dizem ser cristãs. De gente de
dentro da igreja. O cristianismo formal geralmente é o pior adversário da pura
fé cristã [11].
2º - Somos perseguidos
por causa da justiça (Mt 5.10). Como falamos, a
perseguição é simplesmente o conflito entre dois sistemas de valores
irreconciliáveis, em outras palavras, os crentes são perseguidos porque são
diferentes de outras pessoas.
Aqueles que são
perseguidos sofrem simplesmente por sustentarem os padrões divinos de verdade,
justiça e pureza, recusando-se a ajustar-se ao paganismo ou a curvar-se perante
ídolos que os homens erguem como substitutos de Deus [12]. Mas podemos passar
pela vida sem sofrer perseguições. Primeiro, aprove os padrões do mundo.
Enquadre-se. Aceite a ética e conduta do mundo. Viva como vive o mundo. Ria das
suas piadas, divirta-se com as suas brincadeiras, sorria quando o mundo
ridiculariza Deus. Deixe que o mundo use o nome de Deus em vão. Não diga que
estão perdidas sem Jesus Cristo. Não diga que estão condenadas à morte e, seja
o que for que você faça, não mencione a palavra inferno. Eu lhe asseguro que
você nunca será perseguido [13]. No entanto, diante de Deus você será um
covarde. Veja o que o Senhor falou a respeito disso:
“Portanto,
todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante
de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens,
também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt
10.32,33).
3º - Somos perseguidos
por nosso relacionamento com Cristo (Mt 5.11).
O mundo não odeia o cristão, mas odeia a justiça, odeia Cristo em nós. O mundo
odeia a verdade que representamos. Por nos relacionarmos com Cristo o mundo se
levantará contra nós. Os cristãos do primeiro século foram perseguidos,
afugentados e atormentados, e o resultado disto para alguns foi a prisão e a
morte. Veja como Saulo perseguiu a igreja:
“Saulo,
respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao
sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que,
caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse
presos para Jerusalém” (At 9.1,2).
O que os perseguidores usarão
contra os crentes fiéis?
a) Injúria – Injustiça, aquilo que é injusto; tudo o que é contrário
ao direito. No grego essa palavra é oneididzo,
que significa jogar na cara. Significa maltratar com palavras vis, cruéis e
escarnecedoras. Foi o que fizeram com Jesus quando estava preso na cruz (Mt
27.39-44).
b) Perseguição – Essa palavra vem do grego dioko, que tem a ideia de atormentar ou tratar mal. Uma vida com
Deus desperta ódio nos ímpios. É a inimizada da serpente contra a semente
sagrada (Mt 10.34-39).
c) Mentira – A mentira é a arma do diabo, pois ele é o pai da mentira.
Não se surpreendam, se por vocês serem fiéis a Deus, todo tipo de mentira for
levantada contra vocês.
4º - Como deve ser nossa
reação diante da perseguição? (Mt 5.12). O Senhor encerra
dizendo: “Regozijai-vos e exultai, porque
é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que
viveram antes de vós”.
Como
devemos enfrentar a perseguição:
a) Com profunda alegria – Saltai e continuai saltando, porque essa
perseguição prova que a vossa religião é verdadeira, que estais realmente
prestes a participar do reino. Não temos alegria por causa da perseguição em
si, mas porque é sinal dos tempos – isto é, o reino chegou, e também é sinal
pessoal – isto é, a vossa religião não é falsa, mas autêntica. Isto nos serve
de motivo de alegria [14]. A palavra “exultai” no grego é agalliasthe, que significa saltar, pular, gritar de alegria [15].
Veja o que Pedro nos diz:
“Amados,
não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos,
como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário,
alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo,
para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando”
(1Pe 4.13).
Apesar de tudo isso, o
Senhor disse que nós somos bem-aventurados,
felizes. Não que haja alegria com a perseguição, mas o porquê de ela ocorrer.
Veja como reagiram os apóstolos depois que foram açoitados por causa de Cristo:
“Chamando
os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de
Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem
sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome”
(At 5.40,41).
b) Com discernimento espiritual. “Porque é grande o vosso galardão nos
céus”. O nosso verdadeiro galardão – recompensa por serviços valiosos – não nos
é entregue aqui na terra, mas no céu. Veja o que o apóstolo Paulo nos fala em
2Tm 4.7,8:
“Combati
o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”.
c) Com paciência dos profetas.
O Senhor está nos dizendo que fazemos parte da elite dos profetas. Olhe a
história de Jeremias, de Daniel, de Isaías; dos profetas pós-exílio. Há uma
gana de fé e de esperança que ultrapassa a lógica humana. Mas isso ocorre
porque eles estão firmados em Deus e em Sua Palavra. Eles estão firmados nas
promessas do Senhor!
Os profetas foram perseguidos
e, muitos, foram mortos pelo seu próprio povo. O próprio Senhor Jesus falou de
como os judeus agiram com os profetas (Mt 23.29-37).
Passaremos por provações
por causa de Cristo, mas a recompensa divina virá. Veja o que nos fala Tiago,
irmão do Senhor:
“Meus
irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.
Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e
íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.2-4).
Há outra coisa que muitas
vezes nós não nos lembramos no momento da provação, é que o nosso testemunho
edificará outras pessoas, pois a nossa lealdade é esperança e renovo de fé para
muitos que enfrentarão futuras provações. E devemos entender que por mais que
soframos, todo sofrimento é leve e momentâneo quando visto à luz da recompensa
eterna. Nada nem ninguém poderá nos separar do amor eterno do Pai (Rm 8.35-39).
CONCLUSÃO
Se há algo que o homem
mais anseia é a felicidade, e ela nos foi apresentada aqui no Sermão do Monte
através das Bem-aventuranças. Sabemos
que o mundo não entende como isso é possível, mas para nós, que temos a mente
de Cristo, isso deveria ser perfeitamente compreensível.
As Bem-aventuranças só podem ocorrer na vida do cristão que não se
embaraça com os negócios desta vida, como disse Paulo a Timóteo: “Ninguém que milita se embaraça com negócios
desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Tm 2.4).
Em outras palavras, as Bem-aventuranças
só pode ser realidade na vida daqueles que se empenham em viver o Evangelho sem
hipocrisia e sem máscaras. Um hipócrita não consegue navegar em mares
tempestuosos. Ele seguirá Cristo ao Monte das Oliveiras, mas não ao Monte
Calvário. O verdadeiro crente carrega a Cristo no coração e cruz nos ombros
[16]. Para estes “As Bem-aventuranças”
é uma realidade.
Pense nisso!
Fonte:
1 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 149.
2 – Loyd-Jones, David Martyn. Estudo no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 111.
3 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 150.
4 – Ibid; p. 151.
5 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 113.
6 – Stott, John R. W. A Mensagem do Sermão do Monte. ABU, São Paulo, SP, 1986: p. 41.
7 – Ibid; p. 42.
8 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 121.
9 – Loyd-Jones, David Martyn. Estudo no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 119.
10 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 169.
11 – Loyd-Jones, David Martyn. Estudo no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 125.
12 – Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 50.
13 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 172.
14 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol. 1. Ed. Candeia, São Paulo, SP, 10ª Reimpressão, 1998: p. 307.
15 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 129.
16 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 129.