terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Pule, pule e pule com Rodrigo Santoro


Por Maurício Zágari

Passando por um ponto de ônibus, vi o cartaz de um curso de inglês. Ele se resumia à frase "Quanto vale aprender inglês mais rápido?" e a foto de... Rodrigo Santoro, o ator. Fiquei pensando: o que afinal tem a ver Santoro com o curso (sinceramente, você acredita que ele seja aluno do tal curso?) ou com aprender mais rápido? Não faz o mínimo sentido. Aliás, usá-lo como garoto-propaganda de escola de inglês chega a desmerecê-la, pois é de amplo conhecimento público que o domínio que o referido ator tem da língua inglesa é tão fraco que sua única fala no filme "As Panteras - Detonando" foi cortada na edição final, sua voz no longa-metragem "300" foi dublada e lhe deram pouquíssimas linhas em "Simplesmente Amor". Então... por que usar alguém que notoriamente fala um inglês fraco para fazer propaganda de um curso de inglês? É como pôr Jô Soares para fazer propaganda de academia de ginástica. Aparentemente ilógico. Mas há uma resposta, que é pura e simples: Santoro é uma celebridade. E como tal atrai atenção. E, claro, dinheiro.

Essa é a cultura do mundo: marketing, consumo, aparências. Segundo a agência de publicidade que criou a campanha, em 7 dias ela atingiu 84% da população só no Rio de Janeiro. Até aí a gente entende, pois o negócio é faturar. O problema é que essa cultura invadiu o universo cristão. A maior parte da igreja evangélica em nosso país idolatra pastores ou cantores celebridades, por exemplo. Afinal, se o cara está na TV é porque o que ele diz deve estar certo, não é? Do mesmo modo que um ex-BBB aparece em tudo o que é mídia, da revista Playboy ao Domingão do Faustão, um famoso evangélico que está constantemente na mídia deve ser grande coisa, não é?

Vejo famosos do mundo gospel (sejam pastores, cantores e, inacreditavelmente, até maridos de cantoras) falarem, pregarem, ensinarem e escreverem em seus blogs, facebooks, twitters, programas na TV, na rádio ou na web as maiores barbaridades bíblicas, heresias e frases lindas mas ocas em termos de doutrina, mas que o povo absorve como alguém que se matricula num curso de inglês só porque Rodrigo Santoro estava na foto da propaganda. Ou seja: pelas razões erradas.

Ah, os cantores gospel! Meu Deus! Tem uns que só falta quererem arrancar pedaços de suas roupas, como as fãs alucinadas dos Beatles faziam. E em grande parte das vezes suas músicas são paupérrimas, suas letras bizarras em termos bíblicos e muito do que falam em suas igrejas e em programas seculares de auditório chega a dar vergonha. Um testemunho péssimo. Mas são famosos... então devem estar certos! Se são famosos a bênção e a unção de Deus deve estar sobre eles!

Mas não é nada disso.

Preste muita atenção: Santoro faz propaganda de curso de inglês mas seu inglês é horrível. Assim como muitos pastores que vendem livros de suas editoras, CDs e DVDs na TV estão vendendo lixo bíblico. O que há de pior em teologia, em doutrinas bíblicas. Mentiras que não estão nas Escrituras e promessas que a Palavra de Deus não faz. Mas as multidões adoram! Afinal, foi a celebridade quem apareceu divulgando e, olha, NA TELEVISÃO!!! Melhor ainda: você pode pagar no cartão ou cheque pré! É de Deus!

Santa ingenuidade...

É hora de despertar. Como diz meu líder, "acabou a hora do recreio". Se você ainda é daqueles que acreditam no que um evangélico famoso fala só porque ele tem um programa de TV, porque ele vai a programas de auditório ou shows da Globo, porque ele tem dezenas de milhares de seguidores no twitter... ACORDE!!!

Hoje vi no twitter uma querida irmã reproduzir o que imagino ser alguma música gospel da moda (desculpem, confesso que sou ignorante nessa área, pois não acompanho o que está na moda. O que toca nas rádios evangélicas passa longe de mim). Dizia assim: "Todo mundo pulando, pulando, pulando, pulando na presença de Deus ♪". Aí eu penso em como seria mais produtivo e bíblico cantar "Todo mundo orando, orando, orando na presença de Deus". Mas... suponho que seja algo cantado em muitas igrejas e que esteja na moda na voz de algum cantor-celebridade. E vejo o vazio que há nessa letra: pular na presença de Deus gera que benefícios espirituais mesmo? Santifica alguém? Aproxima alguém de Deus? Afasta alguém do pecado? Cria intimidade entre quem canta e Deus?

Enfim... pelo fato de um artista ser celebridade, músicas como essa, sem função bíblica alguma na vida espiritual de quem canta, invadem nossos cultos e momentos de louvor. Que loucura. Chega a ser patético, perdoem-me, que se cante algo assim num momento de culto reverente ao Todo-Poderoso. A igreja está virando um circo e nem nos damos conta. Você pula na presença de Deus? Tá. E daí?

Entenda: não estou criticando indivíduos, o cantor A ou B. Minha crítica é contra uma cultura mundana que invadiu as igrejas e faz nossa devocionalidade se tornar vazia porque, por exemplo, cantamos coisas que não nos levam a lugar nenhum mas que, bem, todo mundo está cantando, né? Então deve ser bom. Pular na presença de Deus? Ok. Pra quê mesmo? Querido, querida, preste atenção: pular na presença de Deus não serve para absolutamente nada.

Oremos, irmãos. Voltemos à Bíblia. Leiamos e compreendamos pelo estudo o que dizem as Sagradas Escrituras. Jejuemos. Leiamos livros de bons e sérios escritores. Resgatemos as disciplinas espirituais. Louvemos o Senhor com louvores cujas letras sejam bíblicas e nos elevem ao Altíssimo. Voltemos aos fundamentos da nossa fé. E paremos de desperdiçar nosso precioso tempo com... desculpem, mas eu vou dizer: com bo-ba-gens sem nexo algum. Em vez de se preocupar em cantar uma música de alguma celebridade que faz você ficar pulando como uma pipoca - salgada e engordurada - durante um culto, peça ao seu pastor, líder de jovens, líder de adolescentes, grupo de louvor ou ao próprio Deus, se for o caso, para que o que se cante na hora de adorar o Onipotente Criador do universo seja não uma canção que te deixe feliz e que movimente sua adrenalina, mas que exalte de fato com letras bíblicas, cristocêntricas e reverentes Aquele que se fez homem para morrer na Cruz pelos seus pecados. Seja maduro. Seja cristão. Chega.

Você não precisa de Rodrigo Santoro para aprender inglês. E não precisa de músicas de cantores famosos para adorar a Deus. O que eu e você precisamos é de uma vida espiritual madura e sólida. E isso não é entre as celebridades e os famosos gospel que encontraremos. Faça uma experiência: ponha Rodrigo Santoro para pular, pular e pular e veja se isso vai fazer com que ele aprenda inglês. Do mesmo modo, pule, pule e pule e veja se isso te aproxima de Deus. E quando você tiver desistido, comece a orar e ler a Bíblia.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

Pastor diz que faz “Casamento gay” assim que a lei permitir


Aldo Quintão, 49, é um pastor, ou reverendo, com preferem os anglicanos, bastante polêmico. Casado há 23 anos e com um filho de 22, ele ficou famoso por fazer casamentos, inclusive de celebridades. Um dos mais disputados foi o casamento do cantor sertanejo Bruno.

Ele diz que já celebrou mais de 3.000 cerimônias, a maioria deles na Catedral Anglicana, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Na igreja que lidera, diz que conquistou fiéis com um discurso inclusivo. Na contramão da maioria dos líderes evangélicos, ele defende o direito ao aborto e a igualdade para os gays.

Depois de aparecer em programas de TV, inclusive no Programa de Jô Soares, ele viu a agenda de sua igreja para cerimônias de casamento ficar lotada. Para este ano, não há mais vagas nas sextas e sábados. Entrevistado pela Folha de São Paulo, fez algumas declarações que destoam do discurso da maioria dos sacerdotes brasileiros.

O brasiliense Aldo diz que gosta de debater questões polêmicas e defender as minorias. “Temas como o direito ao aborto, os estudos com células-tronco, o respeito aos gays e o uso de anticoncepcionais devem ser abordados. Quero discutir o que é o mundo contemporâneo –e não o que é a igreja”, diz ele.

Para o pastor, os brasileiros ainda são muito conservadores enquanto família, mas enfatiza que em sua igreja “Todos são bem-vindos. Inclusive gays assumidos, divorciados e fiéis desiludidos com outras religiões”. Aldo entende que o mundo moderno é marcado por uma sociedade plural. E afirma que “Na minha leitura do Evangelho, todo mundo tem o direito de ser feliz. Aqui, as pessoas sentem que as diferenças são respeitadas”.

Perguntado sobre seu sucesso como “casamenteiro”, enfatiza “Casei evangélicos, hindus, judeus, muçulmanos, grávidas, desquitadas e por aí vai. Casamento gay? Farei assim que a lei permitir”. A igreja anglicana foi uma das primeiras do mundo a ter uma postura mais “inclusiva” sendo favorável à ordenação de homossexuais para o sacerdócio. Isso gerou um cisma que enfraqueceu a Igreja fora da Europa.

Dos 70 milhões de anglicanos no mundo, cerca de 100.000 vivem no Brasil. A igreja anglicana, ou episcopal como também é chamada, nasceu na Inglaterra. Sua fundação é atribuída a Henrique VIII, que rompeu os laços com Roma após ter seu pedido de divórcio negado.

Os anglicanos observam os sete sacramentos e acreditam na Santíssima Trindade. No entanto, seus sacerdotes não estão obrigados ao celibato. Em geral defendem o uso de contraceptivos e realizam casamentos entre divorciados. Aldo calcula que um terço dos casamentos celebrados por ele são entre divorciados, o que muitas igrejas não concordam em fazer.

Com informações Folha.com Via: Amigo de Cristo

Jesus é o seu garçom, por acaso?

Por Leandro Márcio Teixeira

Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Luc 12:34)

Jesus atingiu alvo em cheio. Eis aqui a fonte de todos os desejos, a mola propulsora de todas as atitudes e ações do ser humano. Aquilo que é mais precioso aos olhos do homem é realmente aquilo que o motiva a fazer o que faz.

O nosso coração é ávido por eleger um rei. Dizemos que isto decorre da fome de eternidade, a centelha divina, que é própria de cada pessoa. Mas tendo o homem caído no pecado, a sua busca nunca encontrará ao Deus verdadeiro. Como diz a Palavra em Romanos 1.25, trocamos a verdade de Deus pela mentira, e adoramos e servimos a criatura antes que o Criador.

Este soberano das nossas vidas pode ser o nosso “eu”, na busca de prazeres carnais – hedonismo -, bens e riquezas, trabalho, cônjuge, filhos; ou deuses estranhos, que, no fundo, servem para satisfazer um ou mais dos itens anteriores. Observe que muitos usam inclusive o Deus cristão – o verdadeiro Deus – como um servo para obter todas as coisas citadas antes. Jesus Cristo é apenas uma outra espécie de ‘garçom’, que por fim é um meio para alcançá-las. Lucas 12.30 afirma que os homens descrentes é que procuram tudo isto.

Entretanto, o Senhor sabe que precisamos delas. E a orientação que Deus dá é “não temais” (Lc 12.32). Antes, Ele pede que ajustemos o nosso foco: buscar o Seu reino em primeiro lugar e não se preocupar. Um coração convertido procurará o Pai e herdará todas as riquezas da Sua glória (Fl 4.19), que nunca se perderão. Mas aquele que o rejeita, terá toda a vida para conseguir coisas que serão, por fim, destruídas pela corrupção e tomadas por outros (Lc 12.33).

Salomão teve aquilo que todo homem mundano procura: riquezas, honra, poder, glória. Mas, ao fim de sua vida, viu que tudo era aborrecimento, vão e vaidade (Ecl 1). Concluiu seus escritos dizendo: “Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever do homem” (Ecl 12.13).

O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus (Rm 11.36; I Co 10. 31), e gozá-lo para sempre (Sl 73. 24- 26; Jo 17. 22- 24). Para isto foi criado: para serví-lo. Glórias, portanto, ao Senhor de toda a terra que nos resgatou para uma nova e viva esperança!

Fonte: NAPEC - Apologética Cristã

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lamento, Morre Robinson Cavalcanti

É com grande pesar que a Igreja Anglicana - Diocese do Recife, comunica o trágico falecimento do Reverendíssimo Bispo Diocesano, Dom Edward Robinson de Barros Cavalcanti, e de sua esposa Miriam Cavalcanti, ocorrido neste domingo 26/02/2012 por volta das 22h na cidade de Olinda-PE.

A família diocesana agradece a Deus pela vida e devotado ministério do seu Pai em Deus, pastor, mestre e amigo, um verdadeiro profeta e mártir do nosso tempo, que lutou pela causa do evangelho de Cristo, por Sua igreja, bem como pela Comunhão Anglicana, e que contou sempre com sua esposa que, como fiel ajudadora, o apoiou em todos os anos de seu ministério.

Partiu para a Eternidade deixando um legado de serviço, amor e firmeza doutrinária, pelos quais essa Diocese continuará.

NOTÍCIA DE O DIÁRIO DE PERNAMBUCO

O pastor da Igreja Anglicana, cientista político e ex-reitor da Universidade Federal Rual de Pernambuco (UFRPE), Edward Robison Cavalcanti, de 64 anos, e a esposa dele, a professora aposentada Mirian Nunes Machado Cotias Cavalcanti, também de 64 anos foram assassinados na casa da família, na Rua Barão de São Borja, número 305, em Jardim Fragoso, Olinda.

De acordo com a policia, o autor do crime é o filho adotivo do casal Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, de 29 anos. O rapaz morava nos Estados Unidos desde os 16 anos de idade e teria voltado ao Brasil há cerca de 15 dias depois de ter sido preso no país estrangeiro várias vezes por envolvimento com drogas e outros delitos.
Segundo o reverendo Hermany Soares, amigo da família, quando Eduardo chegou ao Brasil, ele foi buscá-lo no aeroporto e ainda no desembarque teria perguntado onde compraria uma arma.
Ontem pela manhã, o rapaz saiu de casa, foi beber na praia e voltou à tarde. À noite ele foi visto amolando uma faca na frente do portão de casa. Por volta das 22 horas da noite, Eduardo começou a discutir com o pai, pegou a faca e começou a golpear o idoso. A mãe foi defender o marido e também foi esfaqueada.
O bispo Robison morreu no quarto. Já a mãe ainda foi levada para o Hospital Tricentenário, em Olinda, com uma facada no peito esquerdo, mas já chegou morta. Após o crime, Eduardo tentou cometer suicídio ingerindo uma substância não identificada e aplicando vários golpes de faca no próprio peito. Ele foi levado para o Hospital da Restauração (HR) em uma viatura da Polícia Militar. Eduardo estava passando por um processo de deportação.
Segundo informações de parentes, o bispo Robinson foi o coordenador regional da primeira campanha do ex-presidente Lula para presidente da República, que o teria visitado em casa depois de eleito. O bispo também foi candidato a deputado federal e proferiu palestras na ONU.

Nota oficial publicada pela Igreja Anglicana Diocese de Recife.

Leia a notícia publicada pelo Diário de Pernambuco.

A triste poesia da apostasia


Por Maurício Zágari

Mudar de opinião, mudar de país, mudar de time, mudar de casa, até mesmo mudar de noivo... tudo isso faz parte da vida. Vivemos em constante mutação. É um fato inexorável da existência humana. Às vezes não deveria acontecer. Mas o grande problema ocorre quando mudamos... para pior. A História da Igreja tem sido marcada por mudanças: da primitiva perseguida para a imperial, dela para a feudal trevosa, daí para a escolástica, enfim a reformada, chegando aos nossos dias com pelo menos três grandes vertentes: católica, ortodoxa e evangélica. E, dentro de cada uma dessas, houve dezenas de mutações que geraram ainda mais subdivisões: carismática, Opus Dei, ortodoxa russa, ortodoxa grega, pentecostal, quaker, batista, metodista, renovada, tradicional... Meu Deus, que mosaico incrível de expressões do cristianismo! Cada pedaço desse mosaico com suas cores e suas características, umas silenciosas, outras barulhentas, umas veneram santos, outras creem em dons milagrosos, há os cessacionistas, os retetés que sobem monte... enfim, tem de tudo. No meio desse turbilhão, o que todas têm em comum? Atrever-me-ia a dizer: a (tentativa, pelo menos) da centralidade de Cristo.

E as mutações não param. Em nossos dias, além de tudo o já mencionado há Missão Integral, Igreja emergente, igreja dos sem-igreja (ou adenominacionais, como preferem ser chamados), igrejas em células, igrejas em lares, igrejas que só querem ser chamadas de "comunidades" etc etc etc. E acaba de nascer não a terceira ou a quarta via de cristianismo no Brasil, mas a enésima via: um pastor que inventou que Deus abriu mão de sua soberania em casos de tragédia (uma heresia das mais cabeludas, diga-se de passagem) declarou em seu blog o rompimento com a Igreja evangélica. Pronto. Nasce maaaaais um grupo entre tantos. A história se repete e temos um novo capítulo - que é só mais do mesmo. Nada revolucionário, só mais um que prefere eleger-se a si mesmo como a via que mais lhe agrada. Parei para ler o manifesto de desligamento desse senhor e o que vi foram questões pertinentes e outras terrivelmente ingênuas no que tange à Igreja evangélica brasileira de nossos dias.

Faço questão de dizer - e que fique muito claro: este texto não é sobre esse cavalheiro, sobre um indivíduo. É sobre o fenômeno embutido na sua decisão de romper com os evangélicos. Usarei seu manifesto apenas como gancho para refletirmos sobre o estado das coisas na Igreja evangélica e na cabeça de multidões que se consideram cristãs.

O referido pastor reclama que "não cessam os rótulos e os diagnósticos sobre minha saúde espiritual". Achei interessante alguém que subverte o que se diz desde Gênesis 1.1 sobre Deus considerar a reação a suas ideias como algo extraordinário. Não seria óbvio que alguém que cria uma nova teologia estivesse sujeito a isso? Qual seria exatamente a surpresa? Mas esses diagnósticos parecem surpreendê-lo - o que me surpreende - uma vez que ele próprio rotula: em post recente chamou os calvinistas de "malditos". Isso não é um rótulo? Somos assim: falamos algo, cremos em algo e agimos exatamente do modo oposto. Bem-vindo ao mundo maravilhoso dos cristãos em processo de santificação.

Veja, por exemplo: em seu post, o referido pastor expõe uma certa chateação com o que seria uma incompreensão alheia e comenta que "várias pessoas avisam que intercedem a Deus para que Ele me acuda". O que deveria ser motivo de alegria para qualquer cristão, aliás: eu, por exemplo, peço sempre que orem ao Senhor por mim. Se acharem que estou pecando, que orem mais ainda, pois... eu posso estar mesmo! Às vezes sem perceber, mas posso. Que orem! Isso é um mal?

Será, me pergunto, que haja qualquer um que esteja acima do erro e da crítica e por isso entenda que as pessoas não devem interceder pelo socorro de Deus em sua vida? E, como ele, será que muitos líderes não estão fazendo o mesmo? "Soli Deo Gloria": será que isso tem sido uma realidade de vida ou apenas uma frase feita? Será que no nosso país a vaidade de muitos líderes não os tem feito até mesmo se sentirem acima da necessidade de intercessão? Isso fala de ego, soberba e vanglória. Temo que sejam pessoas que desprezam a intercessão as que conduzem grande parte do rebanho do Senhor soberano.

Em seguida o referido pastor diz que sua peregrinação cristã está, há muito, marcada por rompimentos, e os descreve. Isso fala muito. Romper então é uma prática corrente na vida desse senhor e mais um rompimento... é apenas mais um. Afinal, todos devem estar errados e é preciso pular de galho em galho até achar um lugar que seja digno de sua espiritualidade. Há muitos cristãos que agem assim: gostam da pregação da igreja A, do louvor da igreja B, dos amigos da igreja C e assim vão até a igreja Z. Somos cristãos "tarzans", que pulam de árvore em árvore porque nenhuma é boa o bastante para a maravilha que somos nós. E olha que somos tão maravilhosos como Adão.

Depois, o pastor descreve como tornou-se um ativista numa igreja presbiteriana e as decepções que teve por conta de desavenças com a liderança. Foi para a Assembleia de Deus e lá encontrou algo que não é raro na denominação (perdoem-me, irmãos assembleianos, mas eu mesmo, convertido que fui nessa amada denominação, tenho que concordar que isso ocorre): legalismo, politicagem interna e ânsia de poder temporal. "Não custou e notei a instituição acorrentada por uma tradição farisaica. Pior, iludia-se com sua grandeza numérica". Isso acontece. E tenho de reconhecer que nesse ponto ele acertou no alvo. Nós, cristãos, amamos números! Igrejas são julgadas pelo números de membros. Cantores gospel são avaliados pelo número de CDs vendidos. Pregadores são avaliados pelo número de "glórias" e "aleluias" que o povo grita durante suas berrações, digo, pregações. Números, números, números. E isso quando a Bíblia chama os salvos de "pequeno rebanho". E "pequeno" significa "de tamanho reduzido".

Aí o pastor rompe de novo: "Agora sinto necessidade de distanciar-me do Movimento Evangélico". A pergunta que me faço não é com relação a ele, porque, honestamente e sem querer mal a esse senhor, penso que o Movimento Evangélico não perde absolutamente nada com sua saída. Minha pergunta é: esse exemplo levará aqueles que não têm fundamentos bem postos na Rocha a quê? Os que o idolatram (e são muitos) seguirão seu exemplo? Onde isso vai parar? A que isso levará o Corpo de Cristo? Vamos esquartejar esse Corpo até quando? Os líderes, que são exemplo, estão ensinando o quê às ovelhas? Que a ruptura é o caminho? Se seu cônjuge tem defeito rompa com ele/ela? Se seu pai e sua mãe são difíceis rompa com eles? Se seu amigo te chateia de algum modo rompa com ele? Rompa, rompa, rompa?! Meu Deus... E pensar que Jesus encarnou para que a ruptura, o rompimento que havia entre a humanidade e Deus acabasse e que a comunhão fosse restabelecida. Mas nós cismamos em fazer o contrário do Mestre. Cismamos em fazer o que Jesus quis desfazer.

É então que o pastor diz algo importantíssimo: "Não cesso de procurar mentores. Estou aberto a amigos que me inspirem a alma". Isso mostra o risco das amizades que escolhemos. Eu não quero amigos que me levem a romper, romper, romper. Não é isso que significa "igreja reformada, sempre reformando" - uma das máximas da Reforma Protestante. Reformar não é demolir. É restaurar. Imagine se em 2 mil anos de Cristianismo todos tivessem mentores e amigos cujas conversas e conselhos levassem à ruptura. Pergunto novamente: aonde isso nos levaria além de a um esfacelamento total? Será que inspirar a alma significa isso? Inspirar a uma independência ad aeternum? Cuidado, querido, querida, com quem você elege como seus mentores, seus amigos e discipuladores. Eles farão a diferença na sua vida. Fizeram na minha. E se você se cerca de bajuladores, que te dizem só o que você quer ouvir e não o que precisa ouvir; ou ainda, de pessoas que lhe ajudam a inventar teologias heréticas, que roubam de Deus sua soberania ou coisa do gênero... melhor não tê-los. Fuja desses amigos e mentores - que, aos olhos da sã doutrina, são, na verdade, "amigos da onça".

Após seus prolegômenos, o referido pastor chega enfim em seu manifesto ao ponto nevrálgico: as razões de seu rompimento com a Igreja evangélica: "Então por que uma ruptura radical? Meus movimentos visam preservar (sic) a minha alma da intolerância. Saio para não tornar-me um casmurro rabugento. Não desejo acabar um crítico que nunca celebra e jamais se encaixa onde a vida pulsa". Aqui meu coração se entristece. Pois enxergo nessa atitude uma incoerência brutal, que nada mais é do que o fato de que o cristão comum, como ele diz ser, tem se tornado intolerante. Sim, nós somos intolerantes. (leia mais no post "A pecaminosa intolerância dos evangélicos"). Mas... tolerar tão pouco o "Movimento Evangélico" a ponto de promover uma "ruptura radical" não é exatamente... Intolerância?! Ou seja: para preservar a alma da intolerância adota-se uma atitude intolerante?! Alguém me explica?! Bem, eu mesmo explico: somos incoerentes. Somos pecadores. Isso que faz intolerantes criticarem a intolerância. Mentirosos criticarem a mentira. Canalhas criticarem a canalhice. Acusadores criticarem quem acusa. Críticos criticarem críticos. É a natureza pecaminosa do coração humano. E pronto.

E ao dizer que não se encaixa onde "a vida pulsa", o que esse senhor está fazendo é o grande erro que uma gigantesca parcela dos cristãos comete: o da generalização. Então a vida não pulsa em nenhum rincão da Igreja evangélica?? Essa afirmação me assombra. Será que não há seiva do Espirito de Deus em nenhum dos ramos evangélicos?! É claro que há! Mas a atitude do pastor reflete o sectarismo que há em muitos de nós. Façamos o mea culpa. Arminianos pensam que calvinistas não pulsam no Espírito e vice-versa. Tradicionais pensam que pentecostais não pulsam no Espírito e vice-versa. Missão Integral sente falta do pulsar entre conservadores, que sentem falta do pulsar entre emergentes, que... por aí vai.

Ele vai adiante: "Não nego: sou incapaz de viver tudo o que prego – a mensagem que anuncio é muito mais excelente do que eu". Eis aí uma atitude cristã. Isso faz parte de ser cristão: reconhecer-se nada. Reconhecer-se mísero diante de Cristo. Saber-se imperfeito. Isso mostra que mesmo entre os que se recusam a publicar comentários discordantes em seu blog há humildade de reconhecer-se um nada. Isso me dá esperança. Esperança de que os soberbos e as celebridades que demonstram egolatria no dia seguinte tenham lucidez cristã. Jesus... que doce esperança!

O cavalheiro em questão lista por fim quatro pontos que são a síntese dos motivos que o levaram a romper com a Igreja evangélica. Em resumo (destaquei as frases que considero as mais explicativas):

1. "O movimento evangélico nacional se apequenou. Não consegue vencer a tentação de lucrar como empresa." - Concordo que isso ocorre em muitos lugares. Mas dizer que isso é a tônica da Igreja evangélica no Brasil é conhecer muito pouco dela. É ligar a TV, ler twitter e duas ou três revistas evangélicas e achar que aquilo é a igreja como um todo. Tenho visitado igrejas onde encontro amor, caridade, solidariedade e vejo instituições e pessoas que fazem o que fazem na igreja sem visar ao lucro. Então não, a Igreja evangélica não é isso o que esse senhor descreve. Ele vê parte e a toma pelo todo. Pura miopia. Muitos fazem isso. Veem aqueles três ou quatro da Teologia da Prosperidade e enxergam ali a Igreja. Se magoam com um pastor e se tornam desigrejados raivosos anti-igreja institucional. É a generalização que toma como um câncer muitos cristãos. Repare: esse pastor não está errado em sua crítica. Mas peca ao generalizar e extrapolar para o todo. E muitos fazem isso. Meu irmão, minha irmã... tenha critério.

2. "Não consigo admirar a enorme maioria dos formadores de opinião do movimento evangélico" - Eu também não, em especial os hereges. Mas admiro muitos, pois são sérios, homens de Deus, tementes. Assim como o pastor descreve, já vi coisas horrorosas. Já vi pastores que inventam teologias em que defendem que Deus abriu mão de Sua soberania em caso de tragédias. Já traduzi um livro de uma editora que foi sucesso de vendas e tomei calote no pagamento. Minha esposa foi falsamente acusada de roubo por ciúme de sua chefe evangélica numa enorme empresa evangélica. Eu mesmo fui acusado de atitudes antiéticas que feriram minha honra por um departamento inteiro de jornalismo de uma editora evangélica. Já vi, como o pastor, mil coisas erradas no meio evangélico. Mas também já vi nos bancos dos templos de paredes de pedras feitos por mãos humanas mas onde habita o Espírito Santo e o Cristo salvador milhões de salvos do inferno. Chorei em batismos. Me emocionei ao ver irmãos doarem de si pelo próximo. Vi amor. E me recuso a acreditar que, porque havia Judas, nenhum apóstolo prestava. Há os 7 mil que não dobraram seus joelhos a Baal. E aí vem a pergunta de Abraão a Deus em Gênesis 18: Se houver dez justos em Sodoma destruirás a cidade? E o Senhor afirma: "Não destruirei". Ao que pergunto: não haverá dez justos na Igreja evangélica? E quem sou eu para desabonar o que Deus não desabonou? Ai de mim se assim o fizer, pois serei anátema! E ai de você se assim o fizer! E ai de qualquer um, sacerdote ou não, se romper com o que Deus não rompeu. Ai... pois a queda é iminente.

3. "Não desejo me sentir parte de uma igreja que perde credibilidade por priorizar a mensagem que promete prosperidade. Como conviver com uma religião que busca especializar-se na mecânica das "preces poderosas"?. O que dizer de homens e mulheres que ensinam a virtude como degrau para o sucesso? Não suporto conviver em ambientes onde se geram culpa e paranoia como pretexto de ajudar as pessoas a reconhecerem a necessidade de Deus." - O que me entristece nesse comentário é novamente a generalização. Nada disso faz parte do meu cardápio teológico nem do de dezenas de irmãos que conheço. Torna-se, logo, um comentário generalista e leviano. Somos generalistas e levianos. E, por isso mesmo, precisamos estar na igreja e ouvir a exortação para sermos menos generalistas e levianos. Ponto. Parágrafo.

4. O quarto ponto é o que me mata. Leia com calma: "Eu, porém, preciso de lateralidade. Quero dialogar com as ciências sociais. Preciso variar meus ângulos de percepção. Não gosto de cabrestos. Patrulhamento e cenho franzido me irritam. Senti na carne a intolerância e como o ódio está atrelado ao conformismo teológico". - Bem, aí eu penso: lateralidade? Como buscar lateralidade dentro de uma fé cujo alicerce fala de si mesmo usando o artigo definido singular: O caminho, A verdade, A vida? Não se encontra isso na filosofia, na psicologia, na sociologia e em nenhuma outra ciência social. Nem nas artes, muito menos na poesia (que amo). Ouço criticas a "cenhos franzidos" mas é o que vejo no rancor das palavras azedas tuitadas e blogadas pelos mesmos líderes que repudiam... o cenho franzido. O pastor em questão está isento disso? Grande parte da igreja está de cenho franzido. Pois não buscamos a resposta no manso Cordeiro. Sobre a intolerância já falamos, e atrela-se ao ódio ao romper com quem não se tolera. Romper é intolerância. Romper é ódio.

E desde quando inconformismo é virtude? Onde na Bíblia diz que ser inconformado é o padrão do Céu? Jesus se inconformou com certas coisas? Sim. Mas também se conformou com muito! "Seja feita a Tua vontade" é conformar-se à vontade do Pai. Comportar-se segundo a liturgia judaica na sinagoga na hora de ler Isaías é conformar-se. Pois conformismo tem a ver com obediência. Quando Jesus pede ao Pai que afaste de si o cálice mas o Pai não afasta, Jesus... se conforma. Lindo exemplo. Não, inconformismo não é necessariamente virtude. Inconformados não são necessariamente o futuro. Nem o exemplo. Muito menos os que apontam o caminho estreito da Cruz.
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Mas o referido pastor termina seu manifesto dizendo "Desejo desfrutar (curtir) uma espiritualidade sem a canga pesada do legalismo, sem o hermético fundamentalismo, sem os dogmas estreitos dos saudosistas e sem a estupidez dos que não dialogam sem rotular". Minha pergunta é: não é o que todos nós queremos? Esse hedonismo cristão positivo de curtir a espiritualidade sem legalismos? O problema é que muitos na igreja têm confundido mandamentos com legalismo. A palavra "legalismo" virou coringa para tudo aquilo que Deus determina e nós não queremos fazer. De novo - e desta vez preste atenção: a palavra "legalismo" virou coringa para tudo aquilo que Deus determina e nós não queremos fazer. Não tou a fim? Ah, isso é legalismo! Mas a verdade é que talvez 1 % do que chamamos de legalismo seja de fato legalismo. Os outros 99% são nosso beicinho para aquilo que não queremos realizar. Bem-vindo ao mundo maravilhoso da semântica. Só para lembrar o que um certo carpinteiro disse: "Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me".

E... uma fé sem dogmas? Jesus, muitos querem isso! Mas uma fé sem dogmas não é uma fé! É um pensamento relativista. Para alguém que usurpou a soberania de Deus, ser relativista é fácil, mas para quem segue o Deus da Bíblia, é incompreensível. "Dogma" é sinônimo de "verdade absoluta e incontestável". Não é isso a divindade de Jesus? O nascimento virginal? O sacrifício vicário? Isso é fundamentalismo? O que muitos têm chamado (repetindo como papagaios o discurso de uns e outros) de "dogma" e "fundamentalismo" não sao dogma e fundamentalismo. Não sabemos usar os termos, pois misturamos Vinicius de Moraes e Fernando Pessoa com Mateus, Marcos, Lucas e João.

Impressionou-me em especial o trecho "...sem a estupidez dos que não dialogam sem rotular". Novamente, incoerência. Meu Deus, como nós, cristãos, somos incoerentes e não percebemos nossa incoerência! Pois, afinal, em seu post "O Eleito" o referido pastor rotulou os calvinistas de "malditos". Sinto vontade de rir de espanto. Afinal, esse mesmo cavalheiro, ao inventar que Deus não era soberano, com sua Teologia Relacional, rotulou... o próprio Deus! Ele escreveu no twitter: "Um deus q tem propósito pra tudo, inclusive pra o mal, é réu confesso! E a pena deveria ser a morte!". Isso não é um rótulo? Pois esse é apenas um exemplo do que grande parte da Igreja tem feito: reclama quando fazem algo contra si mas faz o mesmo com os outros. Assim como o referido pastor, eu e você metemos o dedo na cara dos outros, quando o Espirito de Deus está com o dedo na nossa cara.

Isto é: nós, Igreja, muitas vezes cometemos os mesmos erros que os hereges. Assustador, não? Quando falamos de alguém "estamos exortando", mas quando falam de nós dizemos que "estão nos julgando". Somos rotulados e reclamamos, mas também rotulamos. Pecamos tanto quanto os que roubam a soberania de Deus. Nossos pecados são diferentes e podem não ser heréticos (existe pecado não-herético?) , mas pecamos, pecamos, pecamos. Deus tenha misericórdia de nós.

Por fim, em seu manifesto, esse pastor conclui: "Posso ainda não saber para onde vou, mas estou certo dos caminhos por onde não devo seguir". Nesse ponto concordamos profundamente e creio que a Igreja tem muito a aprender com essa afirmação. Sei por onde não devo seguir. Não devo seguir o caminho fácil da ruptura, mas sim o árduo da permanência, para ajudar a mudar o que está errado. Não devo seguir o das heresias, pois sei que elas levam ao inferno. Não devo seguir o da Teologia Relacional, pois ela rouba de Deus sua inrroubável soberania e faz muitos crerem num Senhor que não é senhor. Não devo seguir o caminho do pula-pula de galho em galho, mas o de buscar que minhas raízes sejam cada vez mais profundas. Não devo seguir o caminho de me eleger como o padrão de todas as coisas, deixando os discordantes orbitarem, distantes, ao meu redor. Não devo chamar irmãos por quem Cristo morreu de "malditos" só porque discordam da minha teologia.

E, acima de tudo, não devo apostatar. A esmagadora maioria dos cristãos acha que "apostatar" significa abandonar Cristo e seguir outros deuses. Só que não é isso o que diz o dicionário: "Abandono público da fé da igreja a que se pertence; abjuração; abandono de um partido ou instituição". Então sim, ao declarar publicamente o abandono da fé evangélica, ao abandonar a instituição que ele chama de "Movimento Evangélico", esse pastor-poeta tornou-se, pelo dicionário, um apóstata. Reafirma sua fé em Cristo mas nega a soberania divina e declara-se de mal com a instituição a que pertenceu. Apostasia. Que poesia triste.

Termino com as palavras de John MacArthur em seu livro "Ministério Pastoral" sobre a importância da igreja, para a sua reflexão:
1. A igreja é a única instituição que nosso Senhor prometeu edificar e abençoar (Mt. 16.18).
2. A igreja é o lugar de reunião dos verdadeiros adoradores (Fp 3.3).
3. A igreja é a assembleia mais preciosa sobre a terra, uma vez que Cristo a adquiriu com seu próprio sangue (At 20.28; l Co 6.19; Ef 5.25; Cl 1.20; l Pe 1.18; Ap 1.5).
4. A igreja é a expressão terrena da realidade celestial (Mt 6.10; 18.18).
5. A igreja por fim triunfará, tanto no âmbito universal como no local (Mt 16.18; Fp 1.6).
6. A igreja é a esfera de comunhão espiritual (Hb 10.22-25; IJo 1.3; 6,7).
7. A igreja é quem proclama e protege a verdade divina (l Tm 3.15; Tt 2.1,15).
8. A igreja é o lugar principal de edificação e crescimento espiritual (At 20.32; Ef 4.11-16; 2 Tm 3.16,17; l Pé 2.1,2; 2 Pe 3.18).
9. A igreja é a plataforma de lançamento para a evangelização do mundo (Mc16.15; Tt 2.11).
10. A igreja é o ambiente em que se desenvolve e amadurece uma liderança espiritual forte (2 Tm 2.2).

Que nós, apesar de todos os defeitos que vemos na igreja evangélica de nossos dias, nunca sejamos egoístas a ponto de escever a triste poesia da ruptura, visando ao nosso bem-estar, mas que permaneçamos. Sim, permaneçamos firmes em meio a tanta coisa errada, mesmo que isso nos custe estresse e ansiedade, para que possamos ajudar a escrever a linda poesia da construção de uma igreja que se torne cada vez melhor.

Paz a todos vocês que estão em Cristo. E Soli Deo Gloria.

Fonte: Apenas

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A integridade do evangelho: uma avaliação do neopentecostalismo


Por Alderi Souza de Matos


Elas ocupam um enorme espaço na televisão aberta, chegando a milhões de lares brasileiros todos os dias. As três mais conhecidas e salientes têm nomes parecidos — Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e Igreja Mundial do Poder de Deus. Esses nomes apontam para objetivos ousados e ambiciosos. Seus líderes máximos adotam, respectivamente, os títulos de bispo, missionário e apóstolo. Elas são o fenômeno mais recente, intrigante e explosivo do “protestantismo” tupiniquim. Trata-se das igrejas neopentecostais, denominadas por alguns estudiosos “pentecostalismo autônomo”, em virtude de seus contrastes com os grupos mais antigos desse movimento.

É difícil categorizá-las adequadamente, não só por serem ainda recentes, mas porque, ao lado de alguns traços comuns, também apresentam diferenças significativas entre si. A Igreja Mundial investe fortemente na cura divina. Seu apóstolo garante que ninguém realiza mais milagres do que ele. Seu estilo é personalista e carismático. Caminha no meio dos fiéis, deixa que as pessoas recolham o suor do seu rosto para fins terapêuticos, às vezes é ríspido com os auxiliares. O missionário da Igreja Internacional é simpático e bonachão; parece um pastor à moda antiga. É também polivalente: prega, canta, conta piadas, anuncia produtos e serviços. Controla com rédea curta o seu pequeno império. Todavia, nenhuma dessas igrejas vai tão longe na ruptura de paradigmas quanto a IURD. Dependendo do ângulo de análise, parece protestante ou católica. Seu carro-chefe é a teologia da prosperidade. Defende sem pejo a ética da sociedade de consumo. Seu líder está entrando na lista dos homens mais ricos do país.

Desde o início, o cristianismo tem exibido uma grande variedade de manifestações, algumas bastante inusitadas. Foi o caso do gnosticismo e do marcionismo nos primeiros séculos, das seitas apocalípticas na Idade Média e de alguns grupos resultantes dos reavivamentos nos Estados Unidos do século 19. Porém, nenhum movimento tem sido tão pródigo em termos de quantidade e diversidade de ramificações quanto o pentecostalismo contemporâneo. No atual ambiente pluralista e inclusivista, muitos observadores vêem nessa multiplicidade um sinal de vitalidade, de dinamismo. Todavia, há sinais preocupantes nos ensinos e práticas de certos grupos. Na célebre Confissão de Fé de Westminster (1647), os puritanos ingleses colocaram a questão em termos de diferentes graus de pureza das igrejas cristãs — cap. 25.4,5 (igrejas mais puras e menos puras). Uma avaliação simpática e honesta das igrejas neopentecostais aponta para alguns aspectos que precisam ser reconsiderados a fim de que elas se tornem genuínos instrumentos do evangelho de Cristo.

O problema hermenêutico

Uma grave deficiência dessas novas igrejas está na maneira como interpretam a Bíblia. Os reformadores protestantes insistiram no valioso, porém arriscado, princípio do “livre exame das Escrituras”, ou seja, de que todo cristão tem o direito e o dever de ler e estudar por si mesmo a Palavra de Deus. Acontece que muitos viram nisso uma licença para a livre interpretação do texto sagrado, o que nunca esteve na mente dos líderes da Reforma. Eles lutaram contra uma abordagem individualista e tendenciosa da Escritura, insistindo na adoção de princípios equilibrados de interpretação que levavam em conta o sentido literal e gramatical do texto, a intenção original do autor, o contexto histórico das passagens e também a tradição exegética da igreja. Por essas razões, eles rejeitaram o antigo método de interpretação alegórica, isto é, a busca de sentidos múltiplos na Escritura, por entenderam que ela obscurecia e distorcia a mensagem bíblica.

Em muitas igrejas neopentecostais nada disso é levado em consideração. A Bíblia se torna um joguete, uma peteca lançada para lá e para cá ao sabor das conveniências. Tomam-se diferentes declarações, episódios e símbolos bíblicos e, sem esforço algum de interpretação, passa-se diretamente para a aplicação, muitas vezes de uma maneira que nada tem a ver com o propósito original da passagem. O que é ainda mais grave, os textos bíblicos são usados de modo mágico, como se fossem amuletos ou talismãs, como se tivessem um poder imanente e intrínseco. A Bíblia é encarada prioritariamente como um livro de promessas, de bênçãos, de fórmulas para a solução de problemas, e não como a revelação especial na qual Deus mostra como as pessoas devem conhecê-lo, relacionar-se com ele e glorificá-lo.

Uma nova linguagem

Na sua releitura da Bíblia, os neopentecostais por vezes criam uma nova terminologia, muito diferente dos conceitos bíblicos tradicionais. Privilegiam-se expressões como “exigir nossos direitos”, “manifestar a fé”, “declarar a bênção”, todos os quais apontam para uma espiritualidade antropocêntrica, ou seja, voltada para as necessidades, desejos e ambições dos seres humanos, e não para a vontade e a glória de Deus. Alguns dos temas bíblicos mais profundos e solenes redescobertos pelos reformadores do século 16 são quase que inteiramente esquecidos. Não mais se fala em pecado, reconciliação, justificação pela fé, santificação, obediência. O evangelho corre o risco de ficar diluído em uma nova modalidade de auto-ajuda psicológica, deixando de ser “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”.

O conceito de fé talvez seja aquele que esteja sofrendo as maiores distorções. No discurso de muitas igrejas do pentecostalismo autônomo, a fé se torna uma espécie de poder ou varinha de condão que as pessoas utilizam para obter as bênçãos que desejam. Deus fica essencialmente passivo até que seja acionado pela fé do indivíduo. É verdade que Jesus usou uma linguagem que aparentemente aponta nessa direção (“tudo é possível ao que crê”, “vai, a tua fé te salvou”). Mas o conceito bíblico de fé é muito mais amplo, a ênfase principal estando voltada para um relacionamento especial entre o crente e Deus. Ter fé significa acima de tudo confiar em Deus, depender dele, buscar a sua presença, aceitar como verdadeiras as declarações da sua Palavra. O objeto maior da fé não são coisas, mas uma pessoa — o Deus trino.

Fundamento questionável

A teologia da prosperidade, que serve de base para boa parte da pregação e das práticas neopentecostais, é uma das mais graves distorções do evangelho já vistas na história cristã. Essa abordagem teve início nos Estados Unidos há várias décadas, sob o nome de “health and wealth gospel”, ou seja, evangelho da saúde e da riqueza. No neopentecostalismo, essa se torna a principal chave hermenêutica das Escrituras. Tudo passa a ser visto dessa perspectiva reducionista acerca do relacionamento entre Deus e os seres humanos. O raciocínio é que Cristo, através da sua obra na cruz, veio trazer solução para todos os tipos de problemas humanos. Na prática, acaba se dando maior prioridade às carências materiais e emocionais, em detrimento das morais e espirituais, muito mais importantes.

Tradicionalmente, as maiores bênçãos que o homem podia receber de Deus incluíam o perdão dos pecados, a reconciliação, a paz interior e, num sentido mais amplo, a salvação. Dentro da nova perspectiva teológica, as coisas mais importantes que Deus tem a oferecer são um bom emprego, estabilidade financeira, uma vida confortável, felicidade no amor e coisas do gênero. É uma nova versão da tese do sociólogo alemão Max Weber, segundo o qual os calvinistas buscavam no sucesso econômico a evidência da sua eleição. Os problemas da teologia da prosperidade são diversos: (a) falta de suporte bíblico — a Escritura aponta na direção oposta, mostrando a armadilha em que caem os que se preocupam com as riquezas; (b) empobrecimento da relação com Deus, concebida em termos interesseiros e mercantilistas; (c) incentivo a atitudes de individualismo, egocentrismo e falta de solidariedade; (d) tendência para a alienação quanto aos problemas da sociedade.

Conclusão

O neopentecostalismo representa um grande desafio para as igrejas históricas e mesmo para as pentecostais clássicas. Esse movimento tem encontrado novas formas de atrair as massas que não estão sendo alcançadas pelas igrejas mais antigas. Nem todos os grupos padecem dos males apontados atrás. Muitas igrejas neopentecostais são modestas, evangelizam com autenticidade e não se rendem à tentação dos resultados rápidos, dos projetos megalomaníacos e dos métodos incompatíveis com o evangelho. O grande problema está nas megaigrejas e seus líderes centralizadores, ávidos de fama, poder e dinheiro. Estes precisam arrepender-se e voltar às prioridades da mensagem cristã, buscando em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, para que então as demais coisas lhes sejam acrescentadas.

Fonte: Ultimato

Fanáticos ou Defensores da Verdade?


Por John Kennedy

Em tempos como o nosso é fácil alguém parecer fanático, se mantém uma firme convicção sobre a verdade e quando se mostra cuidadoso em ter certeza de que sua esperança procede do céu. Nenhum crente pode ser fiel e verdadeiro nesses dias, sem que o mundo lhe atribua a alcunha de fanático. Mas o crente deve suportar esse título. É uma marca de honra, embora a sua intenção seja envergonhar. É um nome que comprova estar o crente vinculado ao grupo de pessoas das quais o mundo não era digno, mas que, enfrentando a ignomínia por parte do mundo, fizeram mais em benefício deste do que todos aqueles que viviam ao seu redor. O mundo sempre sofre por causa dos homens que honra. Os homens que trazem misericórdia ao mundo são os que ele odeia.

Sim! Os antigos reformadores eram homens fanáticos em sua época. E foi bom para o mundo eles terem sido assim. Estavam dispostos a morrer, mas não comprometeriam a verdade. Submeter-se-iam a tudo por motivo de consciência, mas em nada se sujeitariam aos déspotas. Sofreriam e morreriam, mas temiam o pecado. Esse fanatismo trouxe liberdade para a sua própria terra natal, como bem demonstra o exemplo dos reformadores escoceses. O legado deixado por esses homens - cujo lar eram as cavernas na montanha e cuja única mortalha era a neve, que com freqüência envolvia seus corpos quando morriam por Cristo - é uma dádiva mais preciosa do que todas as oferecidas por reis que ocuparam o trono de seus países ou por todos os nobres e burgueses que possuíam suas terras. Sim, eles eram realmente fanáticos, na opinião dos zombadores cépticos e perseguidores cruéis; e toda a lenha com a qual estes poderiam atear fogueiras não seria capaz de queimar o fanatismo desses homens de fé.

Foram esses implacáveis fanáticos, de acordo com a estimativa do mundo, que encabeçaram a cruzada contra o anticristo, quando na época da Reforma desceu fogo do céu e acendeu em seus corações o amor pela verdade. Esses homens, através de sua inabalável determinação, motivados por fé viva, venceram em épocas de severas provações, durante as quais eles ergueram sua bandeira em nome de Cristo. Um lamurioso Melanchthon teria barganhado o evangelho em troca de paz. A resoluta coragem de um Lutero foi necessária para evitar esse sacrifício. Em todas as épocas, desde o início da igreja, quando a causa da verdade emergiu triunfante sobre o alarido e a poeira da controvérsia, a vitória foi conquistada por um grupo de fanáticos que se comprometeram solenemente na defesa dessa causa. Existe hoje a carência de homens que o mundo chame de 'fanáticos'. Homens que possuem pulso fraco e amor menos intenso pouco farão em benefício da causa da verdade e dos melhores interesses da humanidade. Eles negociarão até sua esperança quanto à vida por vir em troca da honra proveniente dos homens e da tranqüilidade resultante do comprometimento do evangelho. Há muitos homens assim em nossos dias, mesmo nas igrejas evangélicas e na linha de frente do evangelicalismo; homens que se gloriam de uma caridade indiscriminada em suas considerações, de um sentimento que rejeita o padrão que a verdade impõe; homens que aprenderam do mundo a zombar de toda a seriedade, a queixarem- se da escrupulosidade de consciência e a escarnecer de um cristianismo que se mantém através da comunhão com os céus! Esses têm os seus seguidores. Um amplo movimento emergiu afastado do cristianismo vital, de crenças fixas e de um viver santo. As igrejas estão sendo arrastadas nessa corrente. Aproxima-se rapidamente o tempo em que as únicas alternativas serão ou a fé viva ou o cepticismo declarado.

Uma violenta maré se abate sobre nós nessa crise, e poucos mostram-se zelosos em resistir. Não podemos prever qual será o resultado nas igrejas, nas comunidades e nos indivíduos, tampouco somos capazes de tentar conjeturá-lo sem manifestar sentimentos de tristeza. Contudo, uma vitória segura é o destino da causa da verdade. E, até que chegue a hora de seu triunfo, aqueles que atrelaram seus interesses à carruagem do evangelho perceber ão que fazem parte de um grupo que está diminuindo, enquanto avançam até àquele dia; seu sentimento de solidão se aprofundará, enquanto seus velhos amigos declinarão à negligência, a indiferença se converterá em zombaria, e as lamúrias se transformar ão em amarga inimizade. Eles levarão adiante a causa da verdade somente em meio aos escárnios dos incrédulos e às flechas dos perseguidores.

Mas nenhum daqueles que amam a verdade - aqueles cujos olhos sempre descansaram na esperança do evangelho - deve acovardado fugir das provações. Perecer lutando pela causa da verdade significa ser exaltado no reino da glória. Ser massacrado até à morte, pelos movimentos de perseguição, significa abrir a porta da prisão, para que o espírito redimido passe da escravidão ao trono. Em sua mais triste hora, aquele que sofre por causa da verdade não deve recusar a alegria que os lampejos da mensagem profética trazem ao seu coração, quando brilham através das nuvens de provação. O seu Rei triunfará em sua causa na terra e seus amigos compartilharão da glória dEle. Todas as nações sujeitar-se-ão ao seu domínio. As velhas fortalezas de incredulidade serão aniquiladas até ao pó. A iniqüidade esconderá sua face envergonhada. A verdade, revelada dos céus, receberá aceitação universal e será gloriosa no resplendor de seu bendito triunfo aos olhos de todos.

Fonte: Editora Fiel

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Entre o Teísmo Aberto e o “Teísmo Obtuso”


Por Mary Schultze

Acabei de ler um texto do escritor René Kivitz - “Os Pastores Feiticeiros e seu Evangelho Pagão” e devo admitir que ele tenha, pelo menos, 50% de razão no que escreveu.

Infelizmente, porém, os outros 50% deixaram-me triste, porque, de duas uma: ou eu sou uma tremenda incompetente no conhecimento bíblico ou o Kivitz apostatou da fé cristã, desde que fez cursos de Teologia nos States.

Essa história de ”Teísmo Aberto” não me convence. Ou a Bíblia fala 100% a verdade e, portanto, não pode nem deve ser contestada, ou então ela é um livro religioso, igual ao Alcorão, ao Livro de Mórmon e aos outros livros de seitas, que usam 50% de verdade e engolem os outros 50%, visando o benefício das seitas.

Não estou negando a enorme cultura teológica do Kivitz, mas simplesmente apelando à declaração de Paulo, na 1Coríntios 1:23-31:

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor”.

Isso não quer dizer que eu seja tão culta e inteligente como o Kivitz (o qual maneja lindamente o Vernáculo); mas sou fundamentalmente bíblica, pois creio em cada palavra da Bíblia, de Gênesis 1:1 até o Apocalipse 22:21. Mesmo porque se eu duvidar de uma palavrinha do Livro Santo, vou começar a duvidar do livro inteiro, como, provavelmente, é o caso do Kivitz.

Que ele critique o ritualismo católico e pentecostal, o purgatório, as indulgências, as curas miraculosas, os falsos milagres financiados pelos ignorantes bíblicos, enfim, “os pastores feiticeiros”, eu até admito... MAS, colocar todas as práticas evangélicas no mesmo balaio de gatos, é um exagero! Ele afirma que Deus não se preocupa com a Sua obra e isso, para a minha cabeça chata é difícil de entender!

A ideia de que Deus gosta de cantar, lá no Céu: “Tô nem aí!”, enquanto olha multidões de anjos totalmente desocupados, não me convence. Em Hebreus 1:14, lemos o seguinte, referindo-se aos anjos: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”

Ora, se “respeitada a lógica” cristã, Deus colocou legiões de anjos ministrando aos que O conhecem, por que iria Ele ficar se embalando numa rede nordestina, sem dar a mínima ao sofrimento de Suas criaturas? Nesse caso, Ele não seria o Deus da Bíblia, mas um “deus” sádico. Tão “sádico” que enviou o próprio Filho para morrer por um bando de pecadores, que só merecem condenação e inferno! Seria esta a lógica dos “abertos”.

Tenho certeza de que o irmão Kivitz ama sua esposa e filhos; portanto, deve estar sempre cuidando deles, preocupado com o seu bem-estar e evitando o mínimo de desgosto que eles possam ter. Nesse caso, será que ele é mais amoroso do que Deus, em relação aos Seus filhos? Ou, no final das contas, “Não há Deus”, conforme o Kivitz e os néscios do Salmo 53:1 afirmam? Quem nega uma vírgula sequer da Bíblia, acaba entrando numa tremenda contradição teológica! A Bíblia é TUDO, para os que crêem na divindade de Cristo, ou NADA, para os liberais!

Eu gostaria muito de ter a mesma cultura do Kivitz, a fim de aproveitá-la totalmente na pregação do Evangelho e nunca na negação do mesmo. Quem sabe, um dia, este erudito em teísmo aberto não vai me enfrentar por aí, afirmando o que o meu “teísmo obtuso” é obsoleto, tolo e ridículo, enquanto o dele é que vale a pena ser seguido? Mas, entre o Kivitz e o Apóstolo Paulo, meu grande herói, vou continuar fidelíssima a Paulo, até o meu último suspiro!

O Que Torna Possível a Reforma de Uma Igreja?


Por John Folmar

Plantar igrejas parece ser a obra mais importante em nossos dias. Mas eu diria que revitalizar igrejas existentes é, igualmente, importante para a causa do reino. De fato, revitalizar igrejas não saudáveis nos permite obter duas coisas como resultado de uma única obra. Não somente estabelecemos uma igreja reformada e vibrante para o evangelho, mas também eliminamos o testemunho medíocre que havia antes.

Igrejas doentes são, como Mark Dever o afirmou, "forças antimissionárias terrivelmente eficazes". Elas anunciam à comunidade: isto é o cristianismo! O cristão é assim! Esses falsos anúncios difamam o evangelho e, na realidade, impedem a evangelização nas áreas adjacentes. Mas, quando uma igreja é transformada, o evangelho prospera enquanto a comunidade é confrontada com um genuíno testemunho coletivo a favor de Cristo.

Já testemunhei duas reviravoltas em igrejas: uma em Louisville (Kentucky) e a outra em Dubai (Emirados Árabes). Em ambos os casos, as igrejas foram completamente transformadas, desde a pregação até a adoração coletiva, a cultura da igreja e ao impacto evangelístico na vizinhança. Em ambas as reviravoltas, ainda que eu não possa reivindicar crédito por nenhuma delas, desfrutei do privilégio de ver pessoalmente a mudança radical de uma igreja.

O que tornou estas reforma de igreja possíveis?

Pregação

A forca impulsionadora que está por trás de qualquer reforma verdadeira será a Palavra de Deus. À medida que a Palavra manifesta seu poder em uma congregação, ela amolece o solo endurecido e produz mudança espiritual. Em Dubai, havia membros fiéis que trabalharam por anos, mas obtiveram poucos resultados. Não eram nutridos consistentemente por sermões semanais. Tentativas ousadas foram feitas para fortalecer a congregação, mas faltava algo. No entanto, quando a pregação se tornou consistentemente expositiva e centrada no evangelho, foi como se alguém jogasse um fósforo acesso em gasolina. O ministério se multiplicou. Quando a igreja começou a mudar, um membro antigo comparou a pregação com um fogo de artilharia semanal. O bater constante da Palavra amoleceu a oposição e abriu caminhos para que um ministério mais frutífero acontecesse em todo o corpo de membros.

O púlpito tem de liderar um esforço de reforma de uma igreja. E isso implica em pregação expositiva com ênfase no evangelho e aplicação criteriosa à vida da igreja, especialmente àquelas áreas que precisam de mudança. Se o púlpito não estiver firmemente por trás deste esforço, os reformadores talvez estejam desperdiçando seu tempo. É melhor mudar para um lugar onde a Palavra já está sendo pregada corretamente e perceber como aquele ministério pode ser apoiado.

Providência

Igrejas moribundas serão vivificadas somente se Deus estiver em ação ali. Anos atrás, em Louisville, uni-me a uma igreja velha cujo ministério definhava por várias razões. Pessoas velhas predominavam na igreja, muitas delas ministrando com fidelidade, mas sem liderança pastoral. Os mais novos tinham desertado da igreja havia muito tempo; e eu podia entender o motivo. Além da lealdade familiar, poucas coisas os mantinham ali. A pregação consistia principalmente de histórias rústicas sem qualquer exposição bíblica séria. A igreja era mais norteada pela cultura do que pela teologia. E a cultura contemporânea se mudara para lá.

Na providencia de Deus, havia outra igreja nas proximidades (uma igreja que se reunia numa escola). Nesta o evangelho era proclamado com clareza. Esta igreja mais nova tinha vida, energia e sã doutrina, mas não tinha raízes na comunidade, nem prédios. A solução óbvia era unir as duas congregações. Inicialmente, a ideia de unir as duas igrejas foi rejeitada pela igreja mais velha e necessitada. Eles eram muito diferentes na teologia, na música, na cultura e em outros aspectos. Mas Deus começou a remover soberanamente os oponentes da união e mudou aos poucos o coração das pessoas, para que a nova igreja surgisse. Como noite e dia – de oposição rígida para aprovação quase unânime da congregação –, em sua providência Deus cuidou para que uma nova obra começasse ali, em Louisville, uma igreja que continua vibrante e unida até hoje.

Há muitas forças dispostas contra a reviravolta de uma igreja local, que nunca acontecerá se Deus não a fizer acontecer. O cuidado providencial de Deus é essencial à reforma da igreja; é por isso que a oração é crucial.

Companheirismo

Procure não fazer isto sozinho. A reforma da igreja pode ser desgastante, ingrata e desencorajadora. O tempo para isso não é medido em meses, e sim em anos. E uma reforma espiritual profunda não é rápida. Deus usa os meios comuns de graça para dar crescimento e mudar seu povo. Igrejas melindrosas podem se tornar impacientes; e, em tempos difíceis, é bom ter amigos.

Quando comecei a pastorear em Dubai, havia um presbítero que pensava como eu e me encorajou bastante quando os tempos se tornaram árduos. Ele era perito em identificar evidências de graça, mesmo quando eu prosseguia com dificuldade em meio aos meus erros pastorais e às interrupções inevitáveis que acompanham a reforma da igreja. Quando elementos cruciais da reforma estavam em perigo, ele estava lá para dar ajuda na hora certa. Se possível, compartilhe com outros antes de atirar-se impetuosamente numa situação de reforma. Não vá sozinho.

Valorize o identificar homens que respondem ao ministério e integre sua vida à deles. Considere isto uma prioridade fundamental: treinar homens da congregação que um dia serão presbíteros e companheiros no ministério.

Paciência

Quantos pastores já foram demitidos porque introduziram mudanças antes que a igreja estivesse pronta? Quantos esforços de reforma já estiveram em perigo por conta da impaciência dos líderes que, talvez, sabiam a coisa certa a fazer, mas falharam em gastar tempo ensinando, orando e servindo as pessoas, para que ganhassem sua confiança e as convencessem dos pontos que necessitavam de reforma? Lembre a exortação de Paulo a Timóteo: "Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.2). Somente porque você sabe quais são os problemas, isso não significa que eles devem ser resolvidos imediatamente.

Quando comecei a pastorear em Dubai, alguém me lembrou proveitosamente que a igreja não era "minha". Em outras palavras, as pessoas que estavam ali e seu estado de maturidade espiritual eram o fruto do ministério de outro pastor, e não de meu próprio ministério. Eu não podia chegar e esperar que a igreja adotasse imediatamente as minhas opiniões sobre a vida da igreja e o ministério. Isto me deixou livre para servir com alegria as pessoas que nem sempre compartilhavam de minhas convicções sobre a Bíblia ou sobre o ministério. Mas, depois de poucos anos, o quadro começou a mudar.

Adote uma perspectiva de longo prazo no que diz respeito à reforma da igreja. Ajuda-nos ter um horizonte de tempo de dez a vinte anos. Com uma perspectiva de longo prazo, podemos priorizar mais pacientemente as áreas da vida da igreja que necessitam de mudança. Podemos agir mais alegremente em um ambiente de ministério imperfeito quando pedimos às pessoas que tolerem as nossas fraquezas pessoais.

No entanto, existem duas coisas que um pastor pode mudar de imediato, ao chegar em uma nova igreja: a pregação e a recepção de membros na igreja. Num dia, você pode exaltar a autoridade das Escrituras pela maneira como você prega, extraindo os pontos explicitamente do próprio texto bíblico e mostrando que você se rege por ele. Segundo, você pode começar imediatamente a fazer entrevistas com os novos membros, quando eles chegam. Desta maneira, você pode:

  • Assegurar-se, no melhor de sua habilidade, de que eles são crentes genuínos;
  • Assegurar-se de que eles podem articular o evangelho;
  • Definir suas expectativas quanto ao membros da igreja;
  • Começar a estabelecer um relacionamento pastoral com os novos membros que estão chegando, um relacionamento que no decorrer do tempo afetará a complexão da igreja como um todo.

Poucas coisas são melhores do que ver pessoalmente uma reforma na igreja

Em conclusão, há poucas coisas que são melhores do que ver uma mudança na igreja, de igreja fraca e irrelevante para igreja vibrante e bíblica. A única maneira como isso pode ocorrer é pela pregação correta da Palavra de Deus. Contudo, alguns esforços de reforma fracassam apesar da fidelidade no púlpito; o Senhor tem de estar em ação para mudar o rumo das coisas. É provável que você seja bem sucedido a longo prazo se tiver alguns irmãos que labutam com você na obra. No entanto, mesmo com todas essas coisas, você tem de adotar a abordagem de longo prazo para a reforma da igreja. "Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (Tg 5.7-8).

Fonte: Editora Fiel

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Inteligência não é fruto


Por R.C. Sproul Jr.

O povo Reformado parece gostar de errar nesse ponto. Quando Paulo descreve o corpo de Cristo, cujas partes ele inclui mãos, orelhas, e assim por diante, nós somos rápidos em marcar nosso território – nós somos o cérebro da igreja. Nós somos os únicos que estão tão certamente preocupados com a nossa teologia. As grandes mentes da igreja foram dos Reformados, e alguém pode certamente dizer que a maior delas, teologicamente ou além, que já pisou nessas terras da América do Norte, foi Jonathan Edwards.

Não há dúvidas que o homem tinha um intelecto imponente. Deveríamos ter a sabedoria de sentar aos seus pés e aprender com ele. Edwards falando sobre volição é incontestavelmente um gênio. Sobre a Trindade, Edwards faz a sua cabeça girar. Edwards era uma mente titânica cujo brilho foi ofuscado apenas pelo seu ardente e apaixonado coração. Devemos abraçar a visão teológica de Edwards? É claro, certamente. Seria melhor ainda, contudo, se nós apenas pudéssemos apreciar a sua devoção de alma.

É claro que nós não aumentamos o fervor das nossas emoções ofuscando a capacidade dos nossos cérebros. Nem, contudo, iremos nutrir o fruto do Espírito se a semente da Palavra é plantada apenas no solo rochoso dos nossos cérebros em vez do solo fértil dos nossos corações. Nós certamente devemos conhecê-lo para amá-lo. Nós certamente devemos estudá-lo para conhecê-lo. Mas ninguém estudou-O mais do que o diabo, e isso não fez dele nenhum pouco bom.

Há algumas semanas, a Reformation Bible College abriu as suas portas pela primeira vez. A primeira turma eu ensinei um nome bastante pretensioso: Prolegômenos teológicos básicos. Esse título intelectualizado se traduz aproximadamente como “Introdução à Teologia Sistemática”. É o estudo que fazemos antes de começar nosso estudo.

Historicamente, tal classe começaria, logicamente, com a doutrina da revelação, explorando como Deus se revela em Sua Palavra e na natureza. Consideraria questões do cânon e várias teorias da inspiração. Nós iremos, eventualmente, chegar a essas questões importantes. Em outro semestre, nós iremos voltar as nossas atenções para o que chamamos de “TEOlogia propriamente dita”, o atual estudo da natureza de Deus e seus tributos. Apesar do assunto da futura classe, nós começaremos a primeira turma com uma obra clássico, A Santidade de Deus.

Meu medo, ao olhar para essa primeira turma, era que iriamos cair na armadilha que já capturou muitas pessoas reformadas. Eu temia que, mesmo com as verdades das gloriosas Escrituras, nós acabaríamos apenas agradando os ouvidos. Eu seria culpado de fazer cócegas nas orelhas, nas minhas aulas, se eu encorajasse os alunos a concluir, “Que pessoa inteligente eu sou” em vez de “Que evangelho glorioso que salvou um miserável como eu”. Eu queria, quando estudássemos juntos este livro, que nos olhássemos no espelho de Seu caráter e glória para que nunca percamos de vista o quão vis nós somos. Eu queria que nós entendêssemos algo do escopo da transcendência dEle caso sejamos tentados a concluir que nossos estudos nos levariam ao céu da mesma forma que a Torre de Babel. Eu temia pelos meus alunos precisamente porque eu me lembrei de como eu era quando era estudante. Que Diabo inteligente, esse que lutamos contra, que consegue transformar nosso estudo da boa teologia em um caso de orgulho.

Nós não seremos melhores até abraçarmos essa verdade óbvia: inteligência não é um dos frutos do Espírito. É claro que devemos amar a Deus com as nossas mentes. Mas devemos amar a Deus com as nossas mentes, não meramente entendê-lo. Quando o nosso conhecimento não pode atravessar a distância entre a nossa cabeça e o nosso coração, estamos sofrendo um vazio espiritual. Não nos tornaremos melhores até abraçarmos essa verdade óbvia: chegamos ao reino não como estudantes ou acadêmicos, mas como crianças.

Nós não iremos, de fato, nos tornarmos melhores até aprendermos a pararmos de perseguir a respeitabilidade acadêmica e começarmos a buscar o Reino de Deus e a sua justiça. Devemos deixar para trás todas as preocupações terrenas. Devemos parar de buscar essas coisas que os gentios buscam.

O amor, afinal, é um fruto do Espírito. Amor gera amor. Amor traz alegria. Amor concede paz. Paciência, benignidade, bondade, e domínio próprio: tudo isso brota como os belos cacho de uvas que os doze espiões israelitas viram na Terra Prometida. Nenhum desses, contudo, brota do solo árido da nossa curiosidade intelectual, muito menos da terra seca do nosso orgulho intelectual.

Edwards era um grande homem de Deus. Ele era assim, contudo, porque ele buscava ser um homem de Deus, ao invés de ser um grande homem. Seus descendentes serem senadores e governadores, professores e presidentes de universidades, não significava nada para ele. Que eles seguissem o filho do carpinteiro lá da Galileia –era o que ele esperava, orava e trabalhava por. Este é o fruto da piedade.

Fonte: iPródigo

Deus em amor nos predestinou para Ele


Por John Stott

Deus em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos. Esta expressão parece ser a chave para a compreensão das conseqüências presentes da nossa eleição. A eleição tem como objetivo a adoção. Realmente, quando as pessoas nos fazem a pergunta especulativa de por que Deus continuou com a criação quando sabia que seria seguida pela Queda, uma resposta que podemos dar é que ele nos destinou para uma dignidade mais alta do que a própria criação poderia nos outorgar. Pretendia "adotar-nos", fazer-nos filhos e filhas da sua família. E na lei romana (que faz parte do contexto dos escritos de Paulo) os filhos adotivos desfrutavam dos mesmos direitos dos filhos legítimos. O Novo Testamento tem muito a dizer acerca dessa posição de "filiação", dos seus ricos privilégios e das responsabilidades inerentes. Estas duas verdades são mencionadas nestes versículos.

Consideraremos inicialmente o nosso privilégio. Somente aqueles que foram adotados na família de Deus podem dizer: no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós (vs. 7-8). Os filhos de Deus, pois, desfrutam do livre acesso ao Pai celestial, e sua confiança diante dele é devida ao conhecimento de que foram redimidos e perdoados. Redenção (apolutrõsis) significava "livramento mediante o pagamento de um preço", e era aplicada especialmente no resgate de escravos. Aqui, é o equivalente a remissão, pois o livramento em questão refere-se a escapar do justo julgamento de Deus pronunciado contra os nossos pecados, e cujo preço foi o derramamento do sangue de Cristo quando de sua morte por nossos pecados na cruz. Desta maneira, a redenção, a re-missão e a adoção caminham juntas; l9a redenção ou a remissão é um privilégio presente que temos e desfrutamos agora. Torna possível um relacionamento filial com Deus. Vem do derramamento abundante da sua graça sobre nós.

Mas a filiação também subentende responsabilidade. O Pai celestial não estraga os seus filhos. Pelo contrário, "nos disciplina para o nosso bem, a fim de sermos participantes da sua santidade". Destarte, as duas declarações de Paulo são paralelas, que "nos predestinou... para a adoção de filhos" (v. 5) e "nos escolheu... para sermos santos". O apóstolo voltará para este tema vital mais tarde: Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados (5:1). É inconcebível desfrutarmos de um relaciona¬mento com Deus como seus filhos sem aceitarmos a obrigação de imitar o nosso Pai e termos as características da sua família.

Assim, pois, a adoção como filhos e filhas de Deus traz consigo um "mais" e um "menos", um ganho imenso e uma perda necessária. Ganhamos o acesso a ele como nosso Pai mediante a redenção ou a remissão. Mas perdemos nossas máculas, a partir da obra santificadora do Espírito Santo, até finalmente sermos perfeitos no céu. A palavra que parece unir o privilégio e a responsabilidade da nossa adoção é a expressão perante ele (v. 4), que significa "à vista dele" ou "na presença dele". Viver a nossa vida conscientes de estarmos na presença de nosso Pai é tanto um privilégio enorme como um desafio constante para agradá-lo.

Fonte: Josemar Bessa