Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Lucas 9.28-36
INTRODUÇÃO
Este episódio é narrado
nos três Evangelhos Sinóticos (Mt 17.1-13; Mc 9.2-13 e Lc 9.28-36). No que se
refere ao relato dos Evangelhos, a transfiguração foi a única ocasião, durante
seu ministério aqui na Terra, em que Cristo revelou sua glória [1]. Jesus só se
transfigurou na presença de três discípulos – Pedro, Tiago e João, e após a sua
transfiguração, o Senhor lhes ordenou que eles só poderiam contar este episódio
depois da Sua ressurreição (Mt 17.9).
Charles L. Childers
destaca que Lucas apresenta três contribuições à história:
1) Ele nos diz que
Jesus subiu ao monte para orar, e que Ele se transfigurou enquanto estava
orando (2.8-29).
2) Ele informa que
Moisés e Elias falaram da morte de Jesus, que estava próxima, e que havia de se
cumprir em Jerusalém (30).
3) Ele narra que Pedro,
Tiago e João dormiram durante uma parte dos acontecimentos na montanha, e
acordaram a tempo de ver os visitantes do céu (32) [2].
Esse episódio ocorre
depois que Jesus declara abertamente para os seus discípulos a respeito da sua
ida a Jerusalém e da sua iminente morte na cruz (Mt 16.21). Podemos destacar
que esse acontecimento têm um propósito duplo: o Pai tem o propósito de
encorajar Jesus que está para morrer na cruz e Jesus tem o propósito de encorajar
os discípulos, que haviam ficado abalados com a notícia de sua morte.
É interessante
destacarmos que os montes figuram de forma proeminente no ministério de Jesus:
nos montes ele ora (Lc 9.28, 6.12, 22.39; Mc 6.46; Jo 6.15), prega (Mc 3.13; Mt
5.1), realiza milagres (Mt 15.29,30), é tentado (Lc 4.5; Mt 4.8), chama os seus
discípulos (Lc 6.12,13; Mc 3.13), envia-os em missão (Mt 28.16) e realiza sua
paixão (Mc 11.1; 14.32; 15.22). Das várias referências a montes na Escritura,
no entanto, o monte da transfiguração junto com o monte Sinai passaram a ser um
local par excellence de revelação
divina [3].
Mas quais as lições que
podemos tirar desse texto para nós?
1
– NA TRANSFIGURAÇÃO JESUS REVELA A SUA GLÓRIA (Lc 9.28,29).
Em Lucas 9.27 Jesus
destaca que alguns deles não morreriam antes de verem o reino de Deus, e nesse
monte, perante três de seus discípulos, Jesus revelou Sua glória. Observe que o
Antigo Testamento registra muitas ocasiões em que Deus revelou sua glória
mediante muitos sinais. A Sua glória foi vista de várias maneiras, desde o
deserto até a conclusão do templo (1Rs 8.10,11). No entanto, as manifestações
da glória de Deus no Antigo Testamento foram envolta em mistério. Por exemplo,
Moisés pediu a Deus que lhe mostrasse a Sua glória (Êx 33.18). O Senhor lhe
falou que ele só poderia vê-lo pelas costas, mas não poderia ver o Seu rosto
(Êx 33.22,23). O Senhor disse a Moisés que homem nenhum poderia ver a Sua face,
pois quem a visse morreria (Êx 33.20). Aqui no monte, no entanto, esses três
discípulos tiveram a honra de ver a glória de Cristo.
A transfiguração de
Jesus nos revela alguns pontos importantes:
1º - A transfiguração
de Jesus revela o Reino de Deus (Lc 9.27-29).
Jesus havia dito que alguns dos que ali se encontravam não morreriam antes de
verem o reino de Deus. Esse acontecimento revelou aos discípulos algumas lições:
1)
Revelou a glória que Jesus tinha antes de vir a este mundo.
O texto de Lucas nos diz que “estando ele
orando, transformou-se a aparência de seu rosto, e a sua roupa ficou branca e
mui resplandecente” (Lc 9.29). Há duas palavras no grego que são utilizadas
para a transformação que ocorreu com Jesus: uma é eidos (aparência) e a outra é metamorphoun, que vem a expressão: “metamorfose”.
Sendo que só Lucas usa a expressão eidos.
Aqui em Lucas a expressão “aparência” (gr. eidos),
é uma palavra rara no Novo Testamento, ocorrendo apenas cinco vezes, uma delas
no batismo de Jesus (Lc 3.22). Essa expressão eidos remete também ao tabernáculo (Êx 26.30 – LXX): “Faça o
tabernáculo de acordo com o modelo (eidos)
que lhe foi mostrado no monte”. Jesus aqui estava revelando a sua glória que
tinha antes da encarnação. Mais uma vez os discípulos estavam tendo a prova de
que Jesus era o Deus encarnado. Jesus é a expressão exata da glória do Pai (Hb
1.1-3).
A segunda palavra é metamorfose, que aparecem em Mateus e
Marcos. O termo significa “uma mudança de aparência que ocorre de dentro para
fora”. O verbo ocorre apenas quatro vezes na Bíblia grega (Mc 9.2; Mt 17.2; Rm
12.2; 2Co 3.18) e, em cada instância, ele sugere uma transformação radical.
Paulo, referindo-se à transfiguração em 2Co 3.18, diz que nós, como uma
consequência de ver a glória do Senhor, somos transformados (gr. metamorphoun)
de glória em glória [4].
Essa mesma expressão é
utilizada por Paulo em Rm 12.2 que diz: “E
não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. A metamorfose que Paulo está dizendo aqui
não é algo natural como ocorre com a lagarta que vira uma borboleta, mas a
metamorfose que ocorreu com Jesus. Paulo remete ao fato ocorrido no monte da
transfiguração. É a transformação que procede de Deus, gerada em nós pela ação
do Espírito Santo. E essa transformação – metamorfose – não ocorre em nosso
corpo, mas em nossa mente – temos a mente de Cristo (1Co 2.16). Diferentemente
dos ímpios que têm uma mente a mente reprovável como nos fala Paulo em Rm 1.28:
“E, por haverem desprezado o conhecimento
de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição
mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (ARA).
No entanto, a nossa
mente foi transformada; nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16). Por isso podemos
experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Paulo nos
diz que o homem natural não compreende as coisas do Espírito, pois elas só
podem ser discernidas de forma espiritual (1Co 2.14).
Ralph Earle diz que o
propósito da Transfiguração é dupla: fala da divindade de Jesus no momento em
que os três discípulos tiveram uma visão de sua glória eterna, e 2) da importância
e necessidade da Paixão. Esse último ponto aparece em Lucas, onde se afirma que
o tópico da conversação com os dois visitantes celestiais era a sua “morte” que
deveria se cumprir em Jerusalém (Lc 9.31). A palavra grega correspondente é exodos, que significa “uma partida”
(“êxodo”). Portanto, ela inclui a sua crucificação, ressurreição e ascensão,
que seria o clímax de seu ministério terreno [5].
2)
Renovou a fé fraca dos discípulos. Esse momento de
glória que os discípulos contemplaram serviu para renovar a fé fraca que eles
tinham e, renovar também a fé, indiretamente,
de toda a igreja depois deles. A escolha de três homens feita por Jesus reflete
a exigência do direito que “no depoimento de duas ou três testemunhas, uma
questão deve ser confirmada” (Dt 19.15; cf. Mt 18.16; 2Co 13.1; 1Tm 5.19; Hb
10.28).
Quando Jesus falou que
em Jerusalém ele seria julgado e crucificado os discípulos ficaram tristes com
tal declaração, mas a confirmação de que esse episódio era algo pré-determinado
na eternidade passada ficou clara na conversa com Moisés e Elias. A única maneira
de alcançarmos o perdão de nossos pecados seria mediante a morte vicária de
Cristo na cruz.
3)
Revelou que a morte não é o fim (Lc 9.30,31; 1Co 15.51-58).
Se há algo que ainda assusta muitas pessoas, principalmente cristãos, é a
morte. Mas aqui nesse texto nós encontramos a verdade a respeito dos que morrem
no Senhor. Ali diante de Jesus estavam Moisés, que passou pela morte (Js 1.2,
Jd 9) e vemos Elias que foi transladado para o céu (2Rs 2.11). Esses homens, no
entanto, estavam vivos diante de Jesus com seus corpos glorificados, ou seja, a
morte não é o fim. A glória que o Senhor prometeu para os que o servem é real. Igualmente
é revelado o conhecimento mútuo dos redimidos do Senhor no reino da perfeição.
Moisés e Elias, que viveram em épocas diferentes e não se conheciam na terra,
há tempo se tornaram íntimos no além.
2
– A TRANSFIGURAÇÃO REVELA A FALTA DE ENTENDIMENTO DOS DISCÍPULOS (Lc 9.28-36).
Se a transfiguração
revela a glória de Jesus, ela também revela a falta de entendimento que os
discípulos ainda tinham. Jesus sobe ao monte, que para boa parte dos comentaristas
seria o monte Hermom. Pedro, Tiago e João sobem o monte da Transfiguração com
Jesus, mas não alcançam as alturas espirituais da intimidade com Deus. Jesus
acabara de falar a respeito da cruz e agora revela a glória. O caminho da
glória passa pela cruz [6].
Apesar dos discípulos
estarem diante da revelação da glória de Cristo, o entendimento deles ainda
estava confuso. O coração deles ainda estava fechado para discernirem tamanha
revelação. O que ocorreu com esses homens no monte da transfiguração tem
ocorrido com muitos cristão hoje. Muitas pessoas andam com Jesus, mas inda não
discerniram a sua glória, nem o real motivo de sua vinda. Ainda tem o
entendimento confuso do que seja servir a Cristo.
Quais as lições que
podemos tirar desse fato aqui:
1º - Enquanto Jesus
orava os discípulos dormiam (Lc 9.29,32). Enquanto Jesus
buscava a comunhão com o Pai, os discípulos dormiam o sono do descaso. Por isso
que o apóstolo Paulo nos diz em Ef 5.14-17: “Por
isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te
esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas
como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais
insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”.
Enquanto orava, de
repente o rosto de Jesus “resplandeceu como o sol” (Mt 17.2). O brilho afetou
até mesmo sua roupa, de modo que “se tomou branca como a luz” (Mt 17.2); “de um
branco resplandecente, como nenhum lavandeiro no mundo seria capaz de
branqueá-las” (Mc 9.3, NVI) [7]. A glória de Deus se manifestando diante deles
e, no entanto, eles estavam dormindo. Não tem sido diferente hoje, quantas
vezes a graça e a misericórdia de Deus está sobre a pessoa e o indivíduo não
tem o discernimento para perceber isso. Não discernem o tempo da visitação de
Deus em suas vidas. Não discernem a glória revelada.
É interessante
observamos que somente Lucas destaca que foi enquanto Jesus estava orando que a
Sua aparência se alterou. Existe uma sugestão de que a nossa transfiguração
espiritual ocorre em nossos momentos de oração [8]. É quando oramos que entramos
na sala do trono e nos prostramos na presença do Pai. É nesse momento que
nossos olhos espirituais começam a se abrir para ver e entender os propósitos
de Deus para nós. Como disse alguém: “Muita oração muito poder, pouca oração,
pouco poder”.
A oração era o oxigénio
da sua alma de Jesus. Todo o seu ministério foi regado de intensa e
perseverante oração. Jesus está orando, mas em momento algum os discípulos
estão orando com ele. Eles não sentem necessidade nem prazer na oração. Não têm
sede de Deus. Estão no monte a reboque, por isso não se alimentam da mesma
motivação de Jesus [9].
2º - Os discípulos
experimentam grande êxtase, mas não tiveram discernimento espiritual (Lc
9.32-36). Os discípulos contemplaram quatro
fatos milagrosos: a transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de
Moisés e Elias, a nuvem luminosa que os envolveu, e a voz do céu que trovejava
em seus ouvidos. Nenhuma assembleia na terra jamais foi tão esplendidamente
representada: lá estava o Deus trino, além de Moisés e Elias, o maior
legislador e o maior profeta. Lá estavam Pedro, Tiago e
João, os apóstolos mais íntimos de Jesus; no entanto, embora envoltos num
ambiente de milagres, faltou-lhes discernimento em quatro questões básicas [10].
Primeiro,
eles não discerniram a centralidade da pessoa de Jesus (Lc 9.33).
Os discípulos estão cheios de emoção, mas vazios de entendimento. Querem
construir três tendas, dando a Moisés e a Elias a mesma importância de Jesus.
Querem igualar Jesus aos representantes da Lei e dos profetas. Como o restante
do povo, eles também estão confusos quanto à verdadeira identidade de Jesus (Lc
9.18,19). Não discerniram a divindade de Cristo. Andam com Cristo, mas não dão
a glória devida ao seu nome (Lc 9.33). Onde Cristo não recebe a preeminência, a
espiritualidade está fora de foco. Jesus é maior do que Moisés e Elias.
Moisés representava a
Lei, e Elias, os Profetas. A implicação aqui é que o Antigo Testamento como um
todo apontava em direção a Cristo e, especificamente, que tanto o Pentateuco
quanto os Profetas predisseram a morte expiatória do Salvador. Este fato
precioso foi mostrado através da tipologia e do simbolismo da Lei (por exemplo,
dos sacrifícios), e das declarações dos profetas (por exemplo, Isaías 53) [11].
A Lei e os profetas apontavam para ele. Tanto a lei como os profetas, tiveram
seu cumprimento em Cristo (Hb 1.1,2; 24.25-27).
O Pai corrigiu a
teologia dos discípulos, dizendo-lhes: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele
ouvi (Lc 9.34,35). Jesus não pode ser confundido com os homens, ainda que com
os mais ilustres. Ele é Deus. Para ele, deve ser toda devoção. Nossa
espiritualidade deve ser cristocêntrica. A presença de Moisés e Elias naquele
monte, longe de empalidecer a divindade de Cristo, confirmava que de fato ele
era o Messias apontado pela lei e pelos profetas.
Segundo,
eles não discerniram a centralidade da missão de Jesus.
Moisés e Elias apareceram para falar da iminente partida de Jesus para
Jerusalém (Lc 9.30,31). A pauta daquela conversa era a cruz. A cruz é o centro
do ministério de Cristo. Ele veio para morrer. Sua morte não foi um acidente,
mas um decreto do Pai desde a eternidade. Jesus não morreu
porque Judas o traiu por dinheiro, porque os sacerdotes o entregaram por
inveja, nem porque Pilatos o condenou por covardia. Ele voluntariamente se
entregou por suas ovelhas (Jo 10.11), por sua igreja (Ef 5.25).
Toda espiritualidade
que desvia o foco da cruz é cega de discernimento espiritual. Satanás tentou
desviar Jesus da cruz, suscitando Herodes para matá-lo. Depois, ofereceu-lhe um
reino. Mais tarde, levantou uma multidão para fazê-lo rei. Em seguida, provocou
Pedro para reprová-lo. Ainda quando estava suspenso na cruz, a voz do inferno
vociferou na boca dos insolentes judeus: Desça da cruz, e creremos nele (Mt
27.42). Se Jesus descesse da cruz, nós desceríamos ao inferno. A morte de Jesus
nos trouxe vida e libertação.
A palavra grega usada
para “partida” (Lc 9.31) é exodus. A
morte de Jesus Cristo abriu as portas da nossa prisão e nos trouxe libertação. A
paixão de Jesus, na narrativa da transfiguração de Lucas 9.31, é descrita como
um “êxodo”, uma óbvia alusão ao êxodo do Egito sob o comando de Moisés. Para
Lucas, a libertação dos israelitas do Egito sob o comando de Moisés e a
formação deles em uma nação são tipos da paixão de Jesus, por meio da qual ele
libertou seu povo do poder do pecado e formou um novo povo na igreja. Elias
também foi um libertador de Israel, embora tenha libertado da adoração aos
falsos deuses de Baal, em vez de libertar de opressores estrangeiros (lRs 17-18)
[12].
Hoje, há igrejas que
aboliram dos púlpitos a mensagem da cruz. Pregam sobre prosperidade, curas e
milagres. Mas esse não é o evangelho da cruz; é outro evangelho e deve ser
anátema!
Terceiro,
eles não discerniram a centralidade de seus próprios ministérios (Lc 9.33).
Eles disseram: “Bom é estarmos aqui”. Eles queriam a espiritualidade da fuga,
do êxtase, e não do enfrentamento. Queriam as visões arrebatadoras do monte,
não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se desenvolve.
É mais cômodo cultivar
a espiritualidade do êxtase e do conforto. E mais fácil estar no templo, perto
de pessoas coi-guais, do que descer ao vale cheio de dor e opressão. Não
queremos
sair pelas ruas e becos. Não queremos entrar nos hospitais e cruzar os corredores
entupidos de gente com esperança morta. Não queremos ver as pessoas
encarquilhadas nas salas de quimioterapia. Evitamos olhar para as pessoas
marcadas pelo câncer nas antecâmaras da radioterapia. Desviamos das pessoas
caídas na sarjeta. Não queremos subir os morros semeados de barracos, onde a
pobreza extrema fere a nossa sensibilidade. Não queremos visitar as prisões
insalubres nem pôr os pés nos guetos encharcados de violência. Não queremos nos
envolver com aqueles que vivem oprimidos pelo diabo nos bolsões da miséria ou
encastelados nos luxuosos condomínios fechados. E fácil e cômodo fazer uma
tenda no monte e viver uma espiritualidade escapista, fechada entre quatro
paredes. Permanecer no monte é fuga, é omissão, é irresponsabilidade. A multidão
aflita nos espera no vale!
Quarto,
eles não discerniram a essência da adoração (Lc 9.34).
Eles se encheram de medo, a ponto de caírem de bruços (Mt 17.5,6). A
espiritualidade deles é marcada pela fobia do sagrado. Eles não encontram
prazer na comunhão com Deus através da oração, por isso revelam medo de Deus.
Veem Deus como uma ameaça. Eles se prostram não para adorar, mas para temer.
Eles estavam aterrados (Mc 9.6). Pedro, o representante do grupo, não sabia o
que dizia (Lc 9.33). Deus não é um fantasma cósmico. Ele é o Pai de amor. Jesus
não alimentou a patologia espiritual dos discípulos; pelo contrário, mostrou
sua improcedência: Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos,
e não temais (Mt 17.7). O medo de Deus revela uma espiritualidade rasa e sem
discernimento.
CONCLUSÃO
Por mais maravilhosas
que sejam essas experiências, não constituem a base de uma vida cristã sólida,
que só se desenvolve pela Palavra de Deus. As experiências passam, mas a
Palavra de Deus permanece sempre a mesma. Quanto mais nos afastamos desses
acontecimentos, menos impacto exercem sobre nossa vida. Por isso o Pai disse: “A
ele ouvi” e por isso Pedro colocou essa mesma ênfase sobre a Palavra em seu
relato (2Pe 1.12-21). Nossa “transfiguração” pessoal vem da renovação interior
(Rm 12.1,2), e esta, por sua vez, vem da Palavra (2Co 3.18) [13].
Pense nisso!
Bibliografia
1 – Wiersbe, Warren W.
Marcos, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo
André, SP, 2007, p. 268.
2 –Childers Charles L.
Comentário Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006,
p. 405.
3 – Edwards, James R. O
Comentário de Lucas, Ed. Sheed, Santo Amaro, SP, 2019, p. 365.
4 – Edwards, James R. O
Comentário de Marcos, Ed. Sheed, Santo Amaro, SP, 2018, p. 333.
5 – Earle, Ralph.
Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006,
p. 122.
6 – Lopes, Hernandes
Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, 2017, p. 306.
7 – Hendriksen,
William. Lucas, vol. 1, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2003, p. 670.
8 – Earle, Ralph.
Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006,
p. 122.
9 – Lopes, Hernandes
Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, 2017, p. 307.
10 – Ibidem, p. 307-310.
11 – Earle, Ralph.
Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006,
p. 122.
12 – Edwards, James R.
O Comentário de Marcos, Ed. Sheed, Santo Amaro, SP, 2018, p. 335.
13 – Wiersbe, Warren W.
Marcos, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo
André, SP, 2007, p. 269.