domingo, 26 de setembro de 2021

O MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO – ESPIRITUALIDADE SEM DISCERNIMENTO

Por Pr. Silas Figueira

Texto base: Lucas 9.28-36

INTRODUÇÃO

Este episódio é narrado nos três Evangelhos Sinóticos (Mt 17.1-13; Mc 9.2-13 e Lc 9.28-36). No que se refere ao relato dos Evangelhos, a transfiguração foi a única ocasião, durante seu ministério aqui na Terra, em que Cristo revelou sua glória [1]. Jesus só se transfigurou na presença de três discípulos – Pedro, Tiago e João, e após a sua transfiguração, o Senhor lhes ordenou que eles só poderiam contar este episódio depois da Sua ressurreição (Mt 17.9).

Charles L. Childers destaca que Lucas apresenta três contribuições à história:

1) Ele nos diz que Jesus subiu ao monte para orar, e que Ele se transfigurou enquanto estava orando (2.8-29).

2) Ele informa que Moisés e Elias falaram da morte de Jesus, que estava próxima, e que havia de se cumprir em Jerusalém (30).

3) Ele narra que Pedro, Tiago e João dormiram durante uma parte dos acontecimentos na montanha, e acordaram a tempo de ver os visitantes do céu (32) [2].

Esse episódio ocorre depois que Jesus declara abertamente para os seus discípulos a respeito da sua ida a Jerusalém e da sua iminente morte na cruz (Mt 16.21). Podemos destacar que esse acontecimento têm um propósito duplo: o Pai tem o propósito de encorajar Jesus que está para morrer na cruz e Jesus tem o propósito de encorajar os discípulos, que haviam ficado abalados com a notícia de sua morte.

É interessante destacarmos que os montes figuram de forma proeminente no ministério de Jesus: nos montes ele ora (Lc 9.28, 6.12, 22.39; Mc 6.46; Jo 6.15), prega (Mc 3.13; Mt 5.1), realiza milagres (Mt 15.29,30), é tentado (Lc 4.5; Mt 4.8), chama os seus discípulos (Lc 6.12,13; Mc 3.13), envia-os em missão (Mt 28.16) e realiza sua paixão (Mc 11.1; 14.32; 15.22). Das várias referências a montes na Escritura, no entanto, o monte da transfiguração junto com o monte Sinai passaram a ser um local par excellence de revelação divina [3].

Mas quais as lições que podemos tirar desse texto para nós?

1 – NA TRANSFIGURAÇÃO JESUS REVELA A SUA GLÓRIA (Lc 9.28,29).

Em Lucas 9.27 Jesus destaca que alguns deles não morreriam antes de verem o reino de Deus, e nesse monte, perante três de seus discípulos, Jesus revelou Sua glória. Observe que o Antigo Testamento registra muitas ocasiões em que Deus revelou sua glória mediante muitos sinais. A Sua glória foi vista de várias maneiras, desde o deserto até a conclusão do templo (1Rs 8.10,11). No entanto, as manifestações da glória de Deus no Antigo Testamento foram envolta em mistério. Por exemplo, Moisés pediu a Deus que lhe mostrasse a Sua glória (Êx 33.18). O Senhor lhe falou que ele só poderia vê-lo pelas costas, mas não poderia ver o Seu rosto (Êx 33.22,23). O Senhor disse a Moisés que homem nenhum poderia ver a Sua face, pois quem a visse morreria (Êx 33.20). Aqui no monte, no entanto, esses três discípulos tiveram a honra de ver a glória de Cristo.

A transfiguração de Jesus nos revela alguns pontos importantes:

1º - A transfiguração de Jesus revela o Reino de Deus (Lc 9.27-29). Jesus havia dito que alguns dos que ali se encontravam não morreriam antes de verem o reino de Deus. Esse acontecimento revelou aos discípulos algumas lições:

1) Revelou a glória que Jesus tinha antes de vir a este mundo. O texto de Lucas nos diz que “estando ele orando, transformou-se a aparência de seu rosto, e a sua roupa ficou branca e mui resplandecente” (Lc 9.29). Há duas palavras no grego que são utilizadas para a transformação que ocorreu com Jesus: uma é eidos (aparência) e a outra é metamorphoun, que vem a expressão: “metamorfose”. Sendo que só Lucas usa a expressão eidos. Aqui em Lucas a expressão “aparência” (gr. eidos), é uma palavra rara no Novo Testamento, ocorrendo apenas cinco vezes, uma delas no batismo de Jesus (Lc 3.22). Essa expressão eidos remete também ao tabernáculo (Êx 26.30 – LXX): “Faça o tabernáculo de acordo com o modelo (eidos) que lhe foi mostrado no monte”. Jesus aqui estava revelando a sua glória que tinha antes da encarnação. Mais uma vez os discípulos estavam tendo a prova de que Jesus era o Deus encarnado. Jesus é a expressão exata da glória do Pai (Hb 1.1-3).

A segunda palavra é metamorfose, que aparecem em Mateus e Marcos. O termo significa “uma mudança de aparência que ocorre de dentro para fora”. O verbo ocorre apenas quatro vezes na Bíblia grega (Mc 9.2; Mt 17.2; Rm 12.2; 2Co 3.18) e, em cada instância, ele sugere uma transformação radical. Paulo, referindo-se à transfiguração em 2Co 3.18, diz que nós, como uma consequência de ver a glória do Senhor, somos transformados (gr. metamorphoun) de glória em glória [4].

Essa mesma expressão é utilizada por Paulo em Rm 12.2 que diz: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. A metamorfose que Paulo está dizendo aqui não é algo natural como ocorre com a lagarta que vira uma borboleta, mas a metamorfose que ocorreu com Jesus. Paulo remete ao fato ocorrido no monte da transfiguração. É a transformação que procede de Deus, gerada em nós pela ação do Espírito Santo. E essa transformação – metamorfose – não ocorre em nosso corpo, mas em nossa mente – temos a mente de Cristo (1Co 2.16). Diferentemente dos ímpios que têm uma mente a mente reprovável como nos fala Paulo em Rm 1.28: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (ARA).

No entanto, a nossa mente foi transformada; nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16). Por isso podemos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Paulo nos diz que o homem natural não compreende as coisas do Espírito, pois elas só podem ser discernidas de forma espiritual (1Co 2.14).  

Ralph Earle diz que o propósito da Transfiguração é dupla: fala da divindade de Jesus no momento em que os três discípulos tiveram uma visão de sua glória eterna, e 2) da importância e necessidade da Paixão. Esse último ponto aparece em Lucas, onde se afirma que o tópico da conversação com os dois visitantes celestiais era a sua “morte” que deveria se cumprir em Jerusalém (Lc 9.31). A palavra grega correspondente é exodos, que significa “uma partida” (“êxodo”). Portanto, ela inclui a sua crucificação, ressurreição e ascensão, que seria o clímax de seu ministério terreno [5].

2) Renovou a fé fraca dos discípulos. Esse momento de glória que os discípulos contemplaram serviu para renovar a fé fraca que eles tinham e, renovar também a fé, indiretamente, de toda a igreja depois deles. A escolha de três homens feita por Jesus reflete a exigência do direito que “no depoimento de duas ou três testemunhas, uma questão deve ser confirmada” (Dt 19.15; cf. Mt 18.16; 2Co 13.1; 1Tm 5.19; Hb 10.28).

Quando Jesus falou que em Jerusalém ele seria julgado e crucificado os discípulos ficaram tristes com tal declaração, mas a confirmação de que esse episódio era algo pré-determinado na eternidade passada ficou clara na conversa com Moisés e Elias. A única maneira de alcançarmos o perdão de nossos pecados seria mediante a morte vicária de Cristo na cruz.  

3) Revelou que a morte não é o fim (Lc 9.30,31; 1Co 15.51-58). Se há algo que ainda assusta muitas pessoas, principalmente cristãos, é a morte. Mas aqui nesse texto nós encontramos a verdade a respeito dos que morrem no Senhor. Ali diante de Jesus estavam Moisés, que passou pela morte (Js 1.2, Jd 9) e vemos Elias que foi transladado para o céu (2Rs 2.11). Esses homens, no entanto, estavam vivos diante de Jesus com seus corpos glorificados, ou seja, a morte não é o fim. A glória que o Senhor prometeu para os que o servem é real. Igualmente é revelado o conhecimento mútuo dos redimidos do Senhor no reino da perfeição. Moisés e Elias, que viveram em épocas diferentes e não se conheciam na terra, há tempo se tornaram íntimos no além.

2 – A TRANSFIGURAÇÃO REVELA A FALTA DE ENTENDIMENTO DOS DISCÍPULOS (Lc 9.28-36).

Se a transfiguração revela a glória de Jesus, ela também revela a falta de entendimento que os discípulos ainda tinham. Jesus sobe ao monte, que para boa parte dos comentaristas seria o monte Hermom. Pedro, Tiago e João sobem o monte da Transfiguração com Jesus, mas não alcançam as alturas espirituais da intimidade com Deus. Jesus acabara de falar a respeito da cruz e agora revela a glória. O caminho da glória passa pela cruz [6].

Apesar dos discípulos estarem diante da revelação da glória de Cristo, o entendimento deles ainda estava confuso. O coração deles ainda estava fechado para discernirem tamanha revelação. O que ocorreu com esses homens no monte da transfiguração tem ocorrido com muitos cristão hoje. Muitas pessoas andam com Jesus, mas inda não discerniram a sua glória, nem o real motivo de sua vinda. Ainda tem o entendimento confuso do que seja servir a Cristo.

Quais as lições que podemos tirar desse fato aqui:

1º - Enquanto Jesus orava os discípulos dormiam (Lc 9.29,32). Enquanto Jesus buscava a comunhão com o Pai, os discípulos dormiam o sono do descaso. Por isso que o apóstolo Paulo nos diz em Ef 5.14-17: “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”.

Enquanto orava, de repente o rosto de Jesus “resplandeceu como o sol” (Mt 17.2). O brilho afetou até mesmo sua roupa, de modo que “se tomou branca como a luz” (Mt 17.2); “de um branco resplandecente, como nenhum lavandeiro no mundo seria capaz de branqueá-las” (Mc 9.3, NVI) [7]. A glória de Deus se manifestando diante deles e, no entanto, eles estavam dormindo. Não tem sido diferente hoje, quantas vezes a graça e a misericórdia de Deus está sobre a pessoa e o indivíduo não tem o discernimento para perceber isso. Não discernem o tempo da visitação de Deus em suas vidas. Não discernem a glória revelada.   

É interessante observamos que somente Lucas destaca que foi enquanto Jesus estava orando que a Sua aparência se alterou. Existe uma sugestão de que a nossa transfiguração espiritual ocorre em nossos momentos de oração [8]. É quando oramos que entramos na sala do trono e nos prostramos na presença do Pai. É nesse momento que nossos olhos espirituais começam a se abrir para ver e entender os propósitos de Deus para nós. Como disse alguém: “Muita oração muito poder, pouca oração, pouco poder”.

A oração era o oxigénio da sua alma de Jesus. Todo o seu ministério foi regado de intensa e perseverante oração. Jesus está orando, mas em momento algum os discípulos estão orando com ele. Eles não sentem necessidade nem prazer na oração. Não têm sede de Deus. Estão no monte a reboque, por isso não se alimentam da mesma motivação de Jesus [9].

2º - Os discípulos experimentam grande êxtase, mas não tiveram discernimento espiritual (Lc 9.32-36). Os discípulos contemplaram quatro fatos milagrosos: a transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de Moisés e Elias, a nuvem luminosa que os envolveu, e a voz do céu que trovejava em seus ouvidos. Nenhuma assembleia na terra jamais foi tão esplendidamente representada: lá estava o Deus trino, além de Moisés e Elias, o maior legislador e o maior profeta. Lá estavam Pedro, Tiago e João, os apóstolos mais íntimos de Jesus; no entanto, embora envoltos num ambiente de milagres, faltou-lhes discernimento em quatro questões básicas [10].

Primeiro, eles não discerniram a centralidade da pessoa de Jesus (Lc 9.33). Os discípulos estão cheios de emoção, mas vazios de entendimento. Querem construir três tendas, dando a Moisés e a Elias a mesma importância de Jesus. Querem igualar Jesus aos representantes da Lei e dos profetas. Como o restante do povo, eles também estão confusos quanto à verdadeira identidade de Jesus (Lc 9.18,19). Não discerniram a divindade de Cristo. Andam com Cristo, mas não dão a glória devida ao seu nome (Lc 9.33). Onde Cristo não recebe a preeminência, a espiritualidade está fora de foco. Jesus é maior do que Moisés e Elias.

Moisés representava a Lei, e Elias, os Profetas. A implicação aqui é que o Antigo Testamento como um todo apontava em direção a Cristo e, especificamente, que tanto o Pentateuco quanto os Profetas predisseram a morte expiatória do Salvador. Este fato precioso foi mostrado através da tipologia e do simbolismo da Lei (por exemplo, dos sacrifícios), e das declarações dos profetas (por exemplo, Isaías 53) [11]. A Lei e os profetas apontavam para ele. Tanto a lei como os profetas, tiveram seu cumprimento em Cristo (Hb 1.1,2; 24.25-27).

O Pai corrigiu a teologia dos discípulos, dizendo-lhes: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi (Lc 9.34,35). Jesus não pode ser confundido com os homens, ainda que com os mais ilustres. Ele é Deus. Para ele, deve ser toda devoção. Nossa espiritualidade deve ser cristocêntrica. A presença de Moisés e Elias naquele monte, longe de empalidecer a divindade de Cristo, confirmava que de fato ele era o Messias apontado pela lei e pelos profetas.

Segundo, eles não discerniram a centralidade da missão de Jesus. Moisés e Elias apareceram para falar da iminente partida de Jesus para Jerusalém (Lc 9.30,31). A pauta daquela conversa era a cruz. A cruz é o centro do ministério de Cristo. Ele veio para morrer. Sua morte não foi um acidente, mas um decreto do Pai desde a eternidade. Jesus não morreu porque Judas o traiu por dinheiro, porque os sacerdotes o entregaram por inveja, nem porque Pilatos o condenou por covardia. Ele voluntariamente se entregou por suas ovelhas (Jo 10.11), por sua igreja (Ef 5.25).

Toda espiritualidade que desvia o foco da cruz é cega de discernimento espiritual. Satanás tentou desviar Jesus da cruz, suscitando Herodes para matá-lo. Depois, ofereceu-lhe um reino. Mais tarde, levantou uma multidão para fazê-lo rei. Em seguida, provocou Pedro para reprová-lo. Ainda quando estava suspenso na cruz, a voz do inferno vociferou na boca dos insolentes judeus: Desça da cruz, e creremos nele (Mt 27.42). Se Jesus descesse da cruz, nós desceríamos ao inferno. A morte de Jesus nos trouxe vida e libertação.

A palavra grega usada para “partida” (Lc 9.31) é exodus. A morte de Jesus Cristo abriu as portas da nossa prisão e nos trouxe libertação. A paixão de Jesus, na narrativa da transfiguração de Lucas 9.31, é descrita como um “êxodo”, uma óbvia alusão ao êxodo do Egito sob o comando de Moisés. Para Lucas, a libertação dos israelitas do Egito sob o comando de Moisés e a formação deles em uma nação são tipos da paixão de Jesus, por meio da qual ele libertou seu povo do poder do pecado e formou um novo povo na igreja. Elias também foi um libertador de Israel, embora tenha libertado da adoração aos falsos deuses de Baal, em vez de libertar de opressores estrangeiros (lRs 17-18) [12].

Hoje, há igrejas que aboliram dos púlpitos a mensagem da cruz. Pregam sobre prosperidade, curas e milagres. Mas esse não é o evangelho da cruz; é outro evangelho e deve ser anátema!

Terceiro, eles não discerniram a centralidade de seus próprios ministérios (Lc 9.33). Eles disseram: “Bom é estarmos aqui”. Eles queriam a espiritualidade da fuga, do êxtase, e não do enfrentamento. Queriam as visões arrebatadoras do monte, não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se desenvolve.

É mais cômodo cultivar a espiritualidade do êxtase e do conforto. E mais fácil estar no templo, perto de pessoas coi-guais, do que descer ao vale cheio de dor e opressão. Não queremos sair pelas ruas e becos. Não queremos entrar nos hospitais e cruzar os corredores entupidos de gente com esperança morta. Não queremos ver as pessoas encarquilhadas nas salas de quimioterapia. Evitamos olhar para as pessoas marcadas pelo câncer nas antecâmaras da radioterapia. Desviamos das pessoas caídas na sarjeta. Não queremos subir os morros semeados de barracos, onde a pobreza extrema fere a nossa sensibilidade. Não queremos visitar as prisões insalubres nem pôr os pés nos guetos encharcados de violência. Não queremos nos envolver com aqueles que vivem oprimidos pelo diabo nos bolsões da miséria ou encastelados nos luxuosos condomínios fechados. E fácil e cômodo fazer uma tenda no monte e viver uma espiritualidade escapista, fechada entre quatro paredes. Permanecer no monte é fuga, é omissão, é irresponsabilidade. A multidão aflita nos espera no vale!

Quarto, eles não discerniram a essência da adoração (Lc 9.34). Eles se encheram de medo, a ponto de caírem de bruços (Mt 17.5,6). A espiritualidade deles é marcada pela fobia do sagrado. Eles não encontram prazer na comunhão com Deus através da oração, por isso revelam medo de Deus. Veem Deus como uma ameaça. Eles se prostram não para adorar, mas para temer. Eles estavam aterrados (Mc 9.6). Pedro, o representante do grupo, não sabia o que dizia (Lc 9.33). Deus não é um fantasma cósmico. Ele é o Pai de amor. Jesus não alimentou a patologia espiritual dos discípulos; pelo contrário, mostrou sua improcedência: Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos, e não temais (Mt 17.7). O medo de Deus revela uma espiritualidade rasa e sem discernimento.

CONCLUSÃO

Por mais maravilhosas que sejam essas experiências, não constituem a base de uma vida cristã sólida, que só se desenvolve pela Palavra de Deus. As experiências passam, mas a Palavra de Deus permanece sempre a mesma. Quanto mais nos afastamos desses acontecimentos, menos impacto exercem sobre nossa vida. Por isso o Pai disse: “A ele ouvi” e por isso Pedro colocou essa mesma ênfase sobre a Palavra em seu relato (2Pe 1.12-21). Nossa “transfiguração” pessoal vem da renovação interior (Rm 12.1,2), e esta, por sua vez, vem da Palavra (2Co 3.18) [13].

Pense nisso!

Bibliografia

1 – Wiersbe, Warren W. Marcos, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 268.

2 –Childers Charles L. Comentário Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 405.

3 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Sheed, Santo Amaro, SP, 2019, p. 365.

4 – Edwards, James R. O Comentário de Marcos, Ed. Sheed, Santo Amaro, SP, 2018, p. 333.

5 – Earle, Ralph. Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 122.

6 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, 2017, p. 306.

7 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 1, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2003, p. 670.

8 – Earle, Ralph. Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 122.

9 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, 2017, p. 307.

10 – Ibidem, p. 307-310.

11 – Earle, Ralph. Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 122.

12 – Edwards, James R. O Comentário de Marcos, Ed. Sheed, Santo Amaro, SP, 2018, p. 335.

13 – Wiersbe, Warren W. Marcos, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 269.