Por Cláudia Castor
sábado, 30 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
O Lobo: Inimigo ou desculpa?
Por Josemar Bessa
Como lidar com o engano
e falso ensino? A desculpa de muitos para sua postura anti-igreja se concentra
nos falsos mestres... Essa desculpa só pode vir ou da incredulidade para com a Bíblia ou da hipocrisia. Deus sempre disse que essa seria uma realidade na vida
da igreja: “E também houve entre o povo
falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que
introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.” - 2 Pedro 2:1
Pedro não poderia ser
mais claro – Não há “talvez”, “mas”, “quem sabe...” – Há uma declaração
enfática: “entre vós haverá!” – Portanto, onde está a surpresa? Havia falsos
profetas em Israel durante toda a história do Velho Testamento, mas a solução
jamais foi deixar de ser o povo da Aliança e se tornar pagão, ou ser do time do
“eu sozinho...”. Pedro diz: “Entre vós haverá!”.
Falsos profetas eram
problema constante no Velho Testamento, apesar de haver clara ordem deles serem
identificados e extirpados do meio do povo, raramente Israel tratou com este
problema. O que fez eles se multiplicarem trazendo muitas vezes ruína
espiritual a todo povo da Aliança. Mas a solução jamais passou em não ser o
povo da Aliança...
Pedro aplica isso a
igreja. Pedro está escrevendo para a igreja: “Entre vós haverá também falsos
mestres...” – Ele está falando da igreja local. Está falando a membros da
igreja local, da congregação para onde sua carta está sendo enviada. Ou seja,
não existe tal coisa como uma igreja pura e perfeita deste lado do céu. Amamos
a verdade lutando por ela no contexto da igreja. É isto que Pedro está fazendo,
e não sendo anti-igreja. Desculpas por não amar a igreja escondem o
individualismo de nossa geração... cada um por si. Cada um sendo mestre de si
mesmo...
Muitas pessoas
esperando amar uma igreja ideal não amam a igreja de forma alguma, e jamais
amarão. Os Reformadores ao morrerem, estavam longe de viverem numa igreja
ideal, mas amaram e serviram a igreja com todas as suas forças.
Paulo diz duramente: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis
daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho” - Gálatas 1:6 – Uau!
Isso é duro. Mas de forma alguma Paulo se tornou um anti-igreja. Paulo amou,
apesar disso, a igreja dos Gálatas, Coríntios... Vejam suas palavras: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as
dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” – Gálatas 4.19
Satanás é
falsificador... Paulo diz aos Coríntios: “Mas
temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também
sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo.” - 2
Coríntios 11:3
Sendo um falsificador,
satanás tem um
falso
evangelho: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis
daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é
outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do
que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora
de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que
já recebestes, seja anátema” - Gálatas 1:6-9
Pregado por falsos ministros: “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos,
transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio
Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros
se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas
obras.” - 2 Coríntios 11:13-15
Produzindo falsos
irmãos: “...em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos...” - 2
Coríntios 11:26
O chamado é para identificar e combater, e não usar isso
como desculpa para esconder nosso individualismo que reflete nossa geração e
cultura e não a Verdade e a ordem de Deus para nós. Identificar e combater foi
o que fizeram dia a dia os apóstolos vivendo em meio ao rebanho... igreja
locais... dos Gálatas, Efésios, Coríntios... pois é o mercenário, e não quem
ama a verdade, que abandona o rebanho por causa do lobo: “Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê
vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as
ovelhas”. - João 10:12 – Apesar de
não sermos todos pastores, todos temos a responsabilidade pelo rebanho de Deus,
por isso Pedro fala a todos da igreja local: ““E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também
falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de
perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos
repentina perdição.” - 2 Pedro 2:1
Jamais use o lobo como
desculpa para o teu individualismo que abandona o rebanho e que reflete uma
cultura sem Deus e não o amor de Deus pela igreja.
Fonte: Josemar Bessa
A justificação pela fé em Romanos
A disputa e distorção acerca da Doutrina
da Justificação pela Fé não é algo novo. Não é algo iniciado e
propagado pelo Movimento da Fé e suas igrejas neopentecostais. Na
verdade, essa doutrina tem sido atacada e distorcida ao longo dos anos, e
esse ataque não é, em essência, uma agressão contra personagens
evangélicos que defendem tal doutrina. Antes, é um ataque direto contra o
coração do próprio Evangelho de Cristo. E é exatamente isso que Charles
Haddon Spurgeon, conhecido como o príncipe dos pregadores, em seu
sermão de número 1239, afirma ao fazer uma defesa da doutrina
apresentada por Moody e por Sankey, com a seguinte afirmação:
Por favor, notem que esta não é uma disputa destes senhores contra os nossos amigos senhores Moody e Sankey sozinhos! É uma disputa entre esses opositores e todos nós que pregamos o Evangelho! [1]
Alderi Souza de Matos fez a seguinte declaração, sobre essa doutrina:
Em nossos dias, a verdade bíblica da justificação pela fé é desconhecida ou mal-compreendida por muitos evangélicos. No entanto, ela foi a questão central levantada pela Reforma Protestante do século 16. Assim como o “sola Scriptura” foi denominado o “princípio formal” da Reforma, porque a Bíblia é a fonte de onde procedem todas as autênticas doutrinas cristãs, a justificação mediante a fé é o seu “princípio material”, porque envolve a própria substância ou essência do que se deve crer para a salvação. [2]
Com isso, podemos afirmar que o correto
entendimento e aplicação dessa doutrina é fundamental para a correta
compreensão sobre a salvação. Muito embora vivamos em um país que se
orgulha pelo fato da comunidade evangélica estar crescendo, ao mesmo
tempo, boa parte dessa mesma comunidade nunca ouviu falar sobre essa
doutrina e outro tanto tem um entendimento distorcido ou inadequado da
mesma.
John Piper, sobre essa doutrina, afirmou que “este é o centro do cristianismo”.
Isso é diferente de todo islam, todo xintoísmo, todo budismo, todo hinduísmo, todo secularismo, todo animismo, ninguém, nenhuma religião tem isso: um filho de Deus e algo chamado justificação pela fé somente. Aqui estamos, então, nesse tribunal, culpados, pecadores, todos nós, e o juiz dá o veredicto: JUSTO! [3]
A justificação pela fé é uma das
principais doutrinas existentes na Sagrada Escritura, se não for a mais
importante. Nessa doutrina encontramos várias outras interligadas. A sua
importância é tal, que importantes homens de Deus na história se
referiram a ela da seguinte maneira:
“o tema principal do qual fluem todas as outras doutrinas” (Martinho Lutero)“o principal ponto de apoio sobre o qual se articula a religião [...] Interpretamos a justificação simplesmente como a aceitação pela qual Deus nos recebe em seu favor como homens justos, e dizemos que ela consiste na remissão dos pecados e na imputação da justiça de Cristo” (João Calvino – Institutas 3.11.1)“a forte rocha e o fundamento da religião cristã” (Thomas Cranmer)“um ato de Deus pelo qual ele declara os pecadores justos somente pela graça, somente por meio da fé, somente por causa de Cristo” (James Montgomery Boyce)“o articulus stantis et cadentis ecclesiae – o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai” (Reformadores Protestantes)
A Reforma Protestante ficou conhecida
pelos cinco “solas” (Sola Scriptura: Somente a Escritura; Sola Gratia:
Somente a Graça; Sola Fide: Somente a Fé; Solus Christus: Somente
Cristo; Soli Deo Gloria: Somente Glória a Deus).
Desses cinco “solas”, que são
considerados os princípios da Reforma Protestante, três estão
diretamente relacionados com a Doutrina da Justificação pela Fé.
Vejamos:
- SOLA GRATIA. A Graça é fonte da justificação de Deus.
- SOLA FIDE. A Fé é o instrumento, o meio, dessa justificação.
- SOLUS CHRISTUS. Jesus Cristo é o fundamento sobre o qual esta justificação está alicerçada.
Assim sendo, o homem é justificado mediante a Fé, que é derramada pela Graça de Deus, por meio de Jesus Cristo somente.
Ainda, os outros dois princípios da Reforma estão, indiretamente, relacionados com esta doutrina. Vejamos:
- SOLA SCRIPTURA. Somente a Escritura revela o meio, a fonte, o fundamento e o objetivo desta Doutrina.
- SOLI DEO GLORIA. Somente Deus é glorificado por essa Doutrina.
Talvez pelo fato de considerável parte
da igreja estar afastada da Escritura é que esta doutrina seja atacada,
incompreendida e esquecida. E por essa razão, Deus não tem sido
glorificado como deveria na obra da salvação.
Se lembrarmos que a fé é um dom de Deus
(Rm 12:3,6) e o conceito de Graça é de um presente dado sem o
merecimento de quem recebe (Ef 2:8,9), perceberemos que tanto a fé como a
graça, essenciais e imprescindíveis à salvação, são dádivas de Deus e
por isso só o Senhor é merecedor de glória pela salvação humana. Porém,
como o homem é orgulhoso por natureza, sempre busca criar novos meios e
fórmulas religiosas para se chegar à salvação.
O conceito de justificação, apresentado
no livro aos Romanos, é diferente do conceito popular de justificação.
Na ideia popular, justificado é alguém que esteve diante de um tribunal e
foi considerado inocente pelo fato de não haver cometido crime. Então,
tal pessoa é inocentada porque é inocente. Todavia, o conceito de
bíblico de justificação traz, em si, a ideia de “ser declarado justo”. E
ser declarado justo é diferente de ser justo. Aqui, encontramos a ideia
de uma declaração, e não de uma mudança interior. A mudança interior é o
segundo passo que o Senhor trata de resolver, e a isto chama-se de
santificação posicional.
Deus, em Sua graça, declara justo o pecador. Então, não é uma mudança do estado interno, mas uma declaração da parte de Deus.
Em Romanos, podemos utilizar duas passagens para ilustrar o sentido de justificação. São elas Romanos 4:25 e 5:16,18.
- Rm 4:25, 5:18 (dikaivwsin – dikaíosin): Justificação, vindicação, absolvição que traz vida.
A culpa do pecado do homem gerada pela
herança de Adão, que lhe proporcionou uma natureza caída, recai em forma
de castigo sobre Jesus (Is 53). A isso chamamos de morte substitutiva
(Rm 4:25; Ef 5:2).
- Rm 5:16-21 (dikaivwma – dikaíoma): Justificação, veredito de inocência.
A justificação é declarada por meio da
transferência da culpa para Cristo e pela consumação da justificação
realizada pelo próprio Jesus, ao ressuscitar incorruptível (Rm 3:21-25).
É importante destacar, mais uma vez, que
a justificação não ocorre por meio de boas obras, mas é um dom gratuito
de Deus (Efésios 2:8,9). Por isso, afirma-se que a justiça do salvo é
imputada (atribuída a ele) mediante a declaração de Deus (justificação).
Primeiro o Senhor nos declara justos (justificação) e depois Ele nos torna justos (santificação).
O QUE A EPÍSTOLA AOS ROMANOS NOS ENSINA
“sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24)
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Romanos 3:28)
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1)
“porquanto quem morreu está justificado do pecado” (Romanos 6:7)
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8:33)
NOTAS:
[1] Uma defesa da Doutrina da
Justificação pela Fé. Disponível em: <
http://www.projetospurgeon.com.br/2012/01/uma-defesa-da-doutrina-da-justificacao-pela-fe-moody-sankey/>.
Acesso em: 13 nov 2012.
[2] Justificação pela fé: o coração do
evangelho. Disponível em: < http://www.mackenzie.br/7136.html>.
Acesso em: 13 nov 2012.
[3] Justificados Pela Fé Somente. Disponível em: . Acesso em: 13 nov 2012.
Fonte: NAPEC
quinta-feira, 28 de março de 2013
A boa notícia da vitoriosa ressurreição de Cristo
Por Flávio Santos
Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo 1 Co 15. 57
A boa notícia é que…
A ressurreição de Cristo é a garantia da
vitória da Igreja no tempo presente, no dia chamado hoje. Isto é
verdade porque Jesus ressuscitou segundo as Escrituras; apareceu
ressurreto historicamente a Pedro, aos doze, a quinhentos irmãos, a
Tiago, a todos os apóstolos e a Paulo.
A
ressurreição de Cristo garante um encontro pessoal com Ele. Paulo teve
um encontro real e verdadeiro com aquele que venceu a morte, muito tempo
depois de Sua ressurreição e ascensão aos céus. Segundo Paulo, como um
nascido fora de tempo – Abortivo. Do mesmo modo que os discípulos
estiveram com Ele durante os três anos e meio do seu ministério e os 40
dias após a ressurreição, Paulo teve um encontro com Jesus no caminho de
Damasco, após sua ascensão. Este encontro fez com que Paulo entendesse o
significado do Evangelho, e fez com ele trabalhasse mais do que todos
eles, não segundo os seus esforços, mas segundo a graça que fora dada a
ele por Jesus Cristo.
A ressurreição de Cristo garante a
pregação da Igreja. Paulo afirma que a Igreja pode pregar a boa noticia
da morte e ressurreição de Jesus para a salvação dos que creem, porque a
ressurreição de Cristo foi de fato real. Paulo sabia que não era sem
propósito que ele enfrentava perigos e a morte todos os dias, mas a
ressurreição de Cristo asseverava os propósitos de Paulo no testemunho
do Evangelho.
A ressurreição de Cristo garante a fé
como alicerce da Igreja. Se Cristo não tivesse ressuscitado, a fé que
temos Nele seria inútil, pois o nosso salvador seria como qualquer outro
profeta, de qualquer outra religião. Cristo Ressuscitou, e isso
assegura a fé e o perdão dos nossos pecados.
A ressurreição de cristo, também é a
garantia da vitória da igreja em sua vinda. Na Igreja de Corinto havia
divisões, pecados que nem os mais pecadores romanos e gregos praticavam;
na Ceia do Senhor havia heresias, não esperam uns pelos outros, havia
mais brigas do que comunhão, ao ponto de, Paulo, os chamar de carnais.
Mas, mesmo com tudo isso, eles se achavam espirituais porque tinham
todos os dons, se acham ricos em todas as áreas da vida. E, com isso,
ensinavam que a vida era completa aqui e agora, no tempo presente, e
pregavam que não haveria uma ressurreição na vinda de Cristo e uma vida
perfeita para além dessa, por isso Paulo os chama de miseráveis. Ao
contrário, Paulo ensina que haverá outra vida, uma vida triunfante no
céu, junto àquele que venceu a morte, ressuscitando ao terceiro dia.
A ressurreição de Cristo é a garantia
que os que morreram e morrem no Evangelho de Cristo, ressuscitarão com
um novo corpo na Sua vinda. As primícias eram a garantia que o restante
da colheita seria promissor. Paulo disse que Cristo era esta garantia,
pois era as primícias dos que ressuscitariam no último dia. Este novo
corpo tem características da eternidade: Incorruptível, Glorioso,
Poderoso, Espiritual, Semelhante ao de Cristo em Sua glória.
A ressurreição de Cristo é a vitória
definitiva sobre a morte, o inferno, o pecado e a lei. Paulo diz que
tragada foi a morte; o aguilhão da morte, que é o pecado, aniquilado; e a
força do pecado, que é a lei, derrotada. Tudo de uma vez por todos na
vitória da ressurreição.
A ressurreição de Cristo garante que a
motivação da Igreja para Obra do Senhor seja sempre firme, constante e
abundante, tendo a certeza, que o trabalho no Senhor não é vão.
Sabendo de tudo isto, o quer nos resta é agradecer a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Apenas gratidão, apenas Deus, apenas vitória, apenas Jesus Cristo, apenas a boa notícia da ressurreição.
Fonte: NAPEC
Páscoa, o livramento da morte
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
A Páscoa ocupa um lugar central nas Escrituras. No Antigo
Testamento a Páscoa fala da libertação do povo de Israel do terrível
cativeiro do Egito. Esta bela e dramática história está registrada em
Êxodo 12. No Novo Testamento a Páscoa refere-se à morte e ressurreição
de Jesus Cristo. Deus tirou o seu povo do Egito com mão forte e poderosa
através do sangue do Cordeiro. Deus nos tirou do cativeiro do pecado
pelo sangue de Jesus. A morte do cordeiro na páscoa judaica era um tipo
da morte de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Algumas lições podem ser destacadas para o nosso ensino:
1. O livramento da morte depende da morte do Cordeiro (Ex 12.4-6) –
Quando a Páscoa foi instituída, Deus ordenou a Moisés que cada família
se reunisse para matar o cordeiro e aspergir as ombreiras da porta com o
sangue. O anjo do Senhor passaria naquela noite e vendo o sangue
passaria por alto e não feriria de morte o primogênito. Todos os
primogênitos do Egito morreram naquela noite, exceto aqueles que estavam
debaixo do abrigo do sangue do Cordeiro. Não foi a vida do cordeiro,
mas sua morte que trouxe livramento para os israelitas. Assim, também,
somos libertos da morte pela morte de Cristo. Ele morreu a nossa morte.
Ele é o nosso cordeiro pascal.
2. O livramento da morte depende de estar debaixo do abrigo do
sangue (Ex 12.7,13,14) – A libertação da morte dependeu não apenas da
morte do cordeiro, mas também, do seu sangue aspergido nas ombreiras das
portas. Precisamos estar debaixo do sangue de Cristo para sermos
salvos. Não há remissão de pecados sem derramamento de sangue. Não é o
sangue de um cordeiro que pode nos purificar do pecado, mas apenas o
sangue do Cordeiro sem defeito, o sangue de Cristo. Por ele somos
remidos, comprados, purificados e justificados.
3. Os que foram libertos pelo sangue precisam se alimentar do
Cordeiro (Ex 12.8-12) – Aqueles que foram salvos pelo sangue
alimentaram-se do cordeiro. Reunidos em famílias os israelitas se
fortaleceram para a caminhada, comendo a carne do cordeiro com ervas
amargas. Aqueles que são salvos pelo sangue de Cristo, precisam se
alimentar de Cristo. Ele é o pão vivo que desceu do céu. Ele é o
alimento para a nossa alma. A Páscoa judaica foi substituída pela Ceia
do Senhor. O pão simboliza o corpo de Cristo e o vinho o seu sangue.
Devemos nos alimentar do corpo e do sangue do Senhor. O pão e o vinho
não se transubstanciam em corpo de Cristo como ensina o dogma romano nem
Cristo está presente fisicamente neles, como pensava Lutero. Cristo
está presente na Ceia espiritualmente e dele nos alimentamos
espiritualmente.
4. Os que celebram a Páscoa do Senhor precisam lançar fora todo o
fermento da maldade (Ex 12.15-20) – Durante a celebração da Páscoa
judaica, os israelitas não podiam ter nenhuma espécie de fermento em
casa nem comer pão levedado. O fermento é um símbolo da contaminação do
pecado. Precisamos examinar a nós mesmos antes de comermos o pão e
bebermos o cálice. O propósito do auto-exame não é para fugirmos da Ceia
por causa do pecado, mas fugirmos do pecado por causa da Ceia. Não
podemos participar dignamente da Ceia do Senhor agasalhando pecado no
coração. Não podemos participar da Ceia dignamente hospedando no coração
qualquer sentimento de hostilidade ou rancor pelos irmãos. A igreja
precisa ser uma comunidade de santidade, amor e perdão, antes de ser uma
comunidade de celebração.
Fonte: Palavra da Verdade
quarta-feira, 27 de março de 2013
Os "sem-igrejas" e a heresia da não sujeição
Por Jorge Fernandes Isah
A primeira pergunta que se tem de responder é: o que é igreja? O que os irmãos entendem por igreja?
Há
os que consideram-na apenas como uma construção, um edifício, e nada
mais do que isso. Há os que a têm por denominação, como uma instituição
meramente humana, onde um grupo de pessoas se reúnem para professarem
algum tipo de fé. Pode ainda ser utilizada para distinguir homens
religiosos de não religiosos. Em todos esses aspectos terminológicos, e
ainda em outros mais, o vocábulo igreja pode ser reduzido, o que
acabaria por não configurar o seu significado verdadeiro. De certa
forma, os termos aos quais ele é mitigado obscurece-o, não definindo a
sua real essência e o seu correto entendimento bíblico.
A
primeira lembrança que nos vem à mente é de que a igreja é o corpo de
Cristo. Esta é claramente a imagem que se descortina na mente do crente.
Ele, como membro, faz parte desse corpo, sendo portanto, parte da
igreja. Muitos afirmam que são a igreja, mas ela não é constituída por
um único membro, mas por milhões deles, o que configura um ajuntamento,
um agrupamento de pessoas atraídas por um mesmo chamado: aquele que
eficazmente Deus produz no homem, de forma que não se pode resistir nem
rejeitá-lo. Este é o chamado ao arrependimento, à regeneração, na qual o
homem natural se transforma em espiritual, de perdido a salvo, de
condenado a inocente; não por algum mérito que haja em si mesmo, mas por
aquilo que Deus realiza nele, por meio da obra redentora do Senhor
Jesus Cristo.
Assim,
essa é uma qualidade da igreja, a de ser um organismo, o que o corpo
nitidamente é. Como organismo, a igreja é o corpo místico de Cristo [1Co
12.12-13], o qual é a cabeça, que guiará o corpo em todo o cumprimento
da sua vontade; um povo escolhido para levar até os confins da terra o
seu santo e bendito nome [At 15.14]. De forma que a palavra grega
"eclesia", cuja tradução para o português é igreja, tem um significado
muito mais abrangente, daqueles que são "chamados para fora", dentre as
nações, ao nome do Senhor Jesus, para constituírem uma comunidade, uma
assembleia, na qualidade de seguidores de Cristo, chamados "cristãos", a
fim de obedecerem aos princípios por ele estabelecidos. A essa
qualidade da igreja, podemos chamá-la de organização.
O
que muitos cristãos esquecem-se é de que a igreja não é apenas um corpo
místico como pensam, o que é comumente chamado de "igreja universal",
mas de que ela foi instituída por Deus tanto como igreja universal como
igreja local. Essa doutrina de que a igreja local, como organização não
tem o respaldo bíblico é uma falácia. Basta ver que os irmãos em Atos
dos Apóstolos estabeleceram igrejas locais, suas prioridades,
designaram cargos, funções, como diáconos, pastores, bispos,
presbíteros, etc. O próprio apóstolo Paulo fala nos dons que Deus deu a
cada um dos membros, e de que esses membros trabalhariam em harmonia a
fim de que o corpo funcionasse em harmonia; a ordem do culto, como os
irmãos deveriam se portar na ceia do Senhor, e muitas outras
recomendações foram estabelecidas para uma igreja que se reúne,
congrega, e tem comunhão efetivas. Logo a ideia do crente solitário,
isolado, que assiste a prédicas pela TV, que acredita fazer parte de uma
igreja virtual através das redes sociais, que ceia via satélite,
simplesmente não existe. Com isso, não estou a dizer que não é possível
ter comunhão com um irmão distante, do outro lado do globo, por exemplo,
mas que isso não é o suficiente e não torna o trato virtual um tipo de
igreja. É-se necessário que exista o corpo local, e de que os cristãos
sejam partícipes dele, a fim de realizarem a obra que o Senhor nos deu a
fazer, em ordem, decência, e sob os cuidados de todos os irmãos, de
maneira que todos estejam participando ativamente e não sejam meros
espectadores. Muitos não valorizam o trabalho eclesiástico por
desconhecê-lo. Desprezam-no com argumentos particulares e que atribuem
ao geral, a todos. Se há apostasia, heresia, mau-uso do dinheiro,
despotismo, má-fé, e outros pecados, eles não podem ser imputados a todo
corpo local. Tal atitude é, além de absurda, soberba, pois demonstra a
quem a profere um tipo de "onipresença e onisciência" da qual nenhum
homem, por mais viajado e bem informado, é capaz de ter; esses são
atributos exclusivos de Deus e de mais ninguém.
Então
temos uma luta travada no próprio corpo, em que irmãos que se
organizam, tal qual a igreja primitiva se organizou, são acusados de
pecados que não cometeram. É como aquela piada da mãe que, vendo a água
suja na banheira, joga-a fora juntamente com o bebê. O desprezo que se
tem em certos grupos em relação à igreja institucional chega a ser
doloso. A maioria, por desconhecer as Escrituras ou impor a ela o seu
gosto pessoal, rebelam-se por seguir "mestres" sem entendimento e sem o
devido zelo. Muitas vezes, por terem passado "mau-bocados" em alguma
igreja ou sob a direção de algum pastor ou presbítero, acreditam que
todas as igrejas, e consequentemente todos os pastores, presbíteros e
diáconos, são deturpações da palavra de Deus, e obra exclusiva de
satanás. Tudo bem, estou exagerando um bocado, mas já tive discussões
com alguns irmãos que quase chegaram a essa afirmação, simplesmente não a
concluíram nos termos em que expus, mas os sentido estava lá, latente,
pronto a se manifestar. E, por isso [as vezes o sentimento de decepção,
de frustração ou de vingança] saem por aí, sem zelo, sem discernimento,
sem prudência, proclamando aos quatro ventos a "heresia da igreja
organizacional".
Esta semana me deparei com a seguinte mensagem em uma comunidade virtual:
"Quanto
mais a minha mãe fala para eu ir à igreja mais raiva eu tenho... Acabei
de discutir com ela falei: Diz alguém que vc levou para a igreja
enchendo a paciência assim? Algum irmão, o ex-marido? Fala um! Cansei!
Desculpa o desabafo... Mas toda a vez que eu vou me dá nos nervos e vejo
que perdi duas horas ou mais da minha vida, que podia estar
descansando, sei lá...".
Esta afirmação, que
ganhou a concordância de outros irmãos, me parece, além de triste,
infeliz, por vários motivos, mas apresentarei apenas dois:
1) A Bíblia nos ordena a
honrar pai e mãe. Ora, mesmo que eles estejam equivocados em um ponto
ou outro, isso não dá o direito de sermos desrespeitosos, impacientes e
belicosos. Deveríamos ouvi-los e meditar no que dizem. É possível que a
mãe exagere em seu cuidado e admoestação para que a filha procure uma
igreja e congregue, mas, sabendo dos sérios problemas que advém da
ovelha sem aprisco, se a filha soubesse, não agiria assim também com
aqueles que ama? De qualquer forma, o testemunho que ela dá com a sua
irritação para com a mãe é péssimo, e depõe para a fé cristã. Outra
coisa, ainda: se o chamado a congregar não é atendido por quem não se
interessa a congregar, o erro é de quem chama ou de quem não atende ao
chamado? Se fosse assim, não haveria a ordem de Cristo para proclamar o
Evangelho a toda criatura, pois o número daqueles que o rejeitam é muito
maior do que os que o aceitam. Essa é outra estratégia para transferir
ao outro a culpa que cabe somente a nós. Apelamos para o pragmatismo
quando o que acontece não é falta de eficiência de quem chama, mas
desobediência de quem rejeita. É o caso aqui, pois se todos rejeitam
devo me calar por conta da rebeldia de quem não quer ouvir?
2) Ao dizer que lhe dá
nos nervos as duas horas ou mais perdidas no culto, e de que poderia
estar descansando ou fazendo outra coisa, vem-me à mente o tipo de
cristão que se está construindo, ou melhor, que se está desconstruindo. É
claro que há igrejas em que o Evangelho não é pregado, pastores e
presbíteros são tão tolos que não deveriam guiar nem mesmo uma manada de
bois, que as músicas são tão vulgares como os piores exemplos
produzidos pelo mundo, mas generalizar é cair no mesmo caso de tolice e
soberba que apontei anteriormente. No mínimo, deve estar faltando
oração, pedindo-se a Deus que lhe destine um local onde possa servi-lo
verdadeiramente. A ideia que se quer passar é de que nenhuma igreja
presta, e de que todas representam perda de tempo. É melhor qualquer
outra atividade do que estar na congregação. Atitudes assim demonstram
desprezo e vaidade, além de individualismo e autosuficiência, do tipo,
não preciso disso, posso muito bem viver sem isso. Então, um pecado gera
o outro; e, deixo a pergunta, parafraseando o apóstolo do amor, João
Evangelista: se não me sujeito à autoridade da igreja que vejo, como
posso me sujeitar à autoridade de Deus que não vejo?
Penso que há uma guerra
barulhenta dos "sem-igrejas", não com o intuito de manterem seus
privilégios, mas de arregimentarem novos adeptos de uma prática que em
nada se configura cristã. Os exemplos tomados são sempre os piores,
nunca há nada de virtuoso a ser experimentado ou testemunhado, o que
garante o direito de se difamar homens e grupos religiosos cristãos como
se fossem um bando de malfeitores. Há livros, em profusão, acusando
pastores de "batedores-de-carteiras", e a igreja de quadrilha ou gang. A
esse tipo de arrogância e desprezo chegam os "gurus" dos "sem-igrejas".
São pessoas assim que elaboram os argumentos de uma vida tão apegada
aos valores mundanos que, em sua cegueira, considera-os espirituais...
Sem se preocuparem com a procedência desse espírito.
É claro que no corpo
local haverá, como o Senhor Jesus disse, o trigo e o joio, salvos e não
salvos, onde aqueles trabalham para a glória de Deus, enquanto esses são
empecilhos [ainda que em sua rebeldia também colaborem para a glória
divina]. Não é possível dizer quem é e quem não é salvo, mas é certo
poder dizer que os salvos estão entre os que se encontram sob a
autoridade da igreja. Mas quanto a este ponto, falarei mais à frente, no
decorrer das próximas aulas.
O fato é que a doutrina
do cristão sem-igreja não tem nada de santa, nem pura, nem cristã, nem
mesmo religiosa [no sentido mais estrito do termo], ela, de certa forma,
demonstra a incapacidade não do corpo local, mas daquele que se diz
cristão de não se sujeitar à autoridade; e penso que isso é extremamente
grave. As implicações vão desde uma vida vazia, sem qualquer testemunho
de fé, até erros doutrinários, chegando-se ao ápice das heresias. A
maioria deles não reconhece a Bíblia em sua infalibilidade, inerrância e
inspiração divina. Outros são adeptos da descontinuídade das
Escrituras. Outro tanto não reconhece nenhuma autoridade humana. E
quando me deparo com qualquer deles e seus discursos autônomos vislumbro
uma ovelha perdida, sem rumo, desgarrada. Opõem-se a todas as formas
não organizacionais da igreja, mas acabam por optar por uma forma, ainda
que não eclesiástica. Apenas querem cuidar dos seus narizes, sem
responsabilidade para com o corpo, mesmo que seja o chafurdar na lama.
Como já disse, não apelo para a perfeição da igreja local, mas não é
possível aceitar os argumentos que os "sem-igreja" desajuizadamente
querem dogmatizar. O interessante é que mesmo rejeitando um, alguns, ou
todos os dogmas, eles acabam por estabelecer os seus próprios, a se
agruparem, e terem uma convivência como qualquer outro grupo humano. Ao
apelarem para o espírito, entregam-se à carne. E, simplesmente, não
suportam a obediência, a fraternidade, a servidão e sujeição como marcas
do cristão bíblico. Se há algo que devem fazer é se arrepender, e
voltarem ao Evangelho. Pois, certamente, há igrejas onde ele é pregado, a
obra de Cristo é realizada, o Espírito Santo atuando, e Deus
glorificado.
Notas: Indico os seguintes textos, disponíveis no Kálamos, como leitura complementar:
1) Haraquiri Teológico - Um reino sem súditos2) Haraquiri Teológico - Parte 2: a ignorância não protege ninguém
dentre outros.
6) Baixe esta mensagem em Aula 43.mp3
Fonte: Kálamos
A roupa nova do imperador e a igreja brasileira
“Coisa espantosa e horrenda se anda
fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes
dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém, que
fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?” Jeremias 5.30-31. (grifo nosso) Leia ainda Jeremias 23.9-33; 28.1-4; Ezequiel 13 e 14.
Você já ouviu falar de Hans Christian
Andersen (1805 – 1875), autor de inúmeros contos infanto-juvenis? Não?
Ele escreveu “A Roupa Nova do Imperador”, você lembra dessa história?
Não? Tudo bem, eu sei que faz tempo que você deixou de ler histórias
infantis. Vou tentar refrescar a sua memória. A história é mais ou menos
esta:
Há
muitos anos havia um Imperador que era apaixonado por roupas novas e
gastava todo o dinheiro que possuía com elas. Tinha um traje para cada
hora do dia. Certo dia chegou a sua província dois vigaristas.
Fingiram-se de tecelões e disseram que possuíam um tecido especial. Esse
tecido possuía a qualidade de ser invisível a todos que não seriam
capazes de exercer as suas funções. Como também, distinguia os tolos dos
inteligentes. Logo, o imperador entregou-lhes muitas sedas e ouro para a
confecção do traje. Os vigaristas guardavam todo o material e sempre
pediam mais ao monarca. No entanto, nem um só fio era colocado no tear,
embora eles fingissem continuar trabalhando apressadamente. O Imperador
mandou súditos para examinarem a roupa, e ele, embora não vendo nada,
temiam relatar o que estava acontecendo, para não serem tachados de
tolos e incapazes de exercerem as suas funções.
Sempre diziam: “Que traje maravilhoso, é
de uma beleza fenomenal”. Quando ficou pronta o imperador foi
participar de um cortejo onde queria exibir sua mais nova roupa – já que
em toda a província a fama do suposto tecido havia se espalhado. De
repente, alguém grita: “O imperador está sem roupa!” Houve o maior
frisson no império. Só ai o monarca percebeu o quão tolo havia sido.
Mas o que isso tem a ver com a igreja
brasileira? Há muito que aprender com esse conto. Muitas das inovações
no seio da eclesiologia brasileira não passam de histórias fantasiosas.
Seria até cômica se não fossem trágicas. Há muitas heresias e
“espiritualismo” travestido de roupa nova. Vigaristas da fé estão
espalhados aos borbotões. Pessoas, até mesmo sinceras, dizem estar vendo
algo que não existe. Prega-se uma “espiritualidade sensitiva”, onde o
sentir é mais importante que o saber. Isso é espantoso, é horrendo.
Jó disse: “bem sei eu que tudo podes, e
que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. – 42.2. Bem sei (hb
yada‘), ou seja, conhecer por experiência, perceber, ver, descobrir e
discernir. Infelizmente, os cristãos, hoje, não querem saber, querem
sentir. Muitos, a semelhança dos súditos, continuam dizendo: “Que traje
maravilhoso, é de uma beleza fenomenal”. O povo quer espetáculo? Vamos
dá espetáculo! Como nos diria Jeremias: “… profetizam falsamente”.
Prometem o que não podem cumprir.
Precisamos usar de honestidade
ministerial. As tentações para transformar o nosso culto em “roupas
novas” são muitas. Afinal, “… é o que deseja o meu povo”; diz o Senhor.
Precisamos parar de ver espiritualidade onde, na realidade, só há
carnalidade e culto narcisista. Deus é o único que merece toda a nossa
honra, glória, louvor e adoração.
Quando Ele mandar, falemos, mas, se não
mandar, é melhor ficar calado, pois seria muito perigoso desobedecer ao
Senhor. Lembrem-se, somos embaixadores e como tal não podemos falar o
que não nos foi ordenado – 2Co 5.20. Prefiro ser sincero com Deus e com
as pessoas ao invés de “ver” o que os “sábios” e “inteligentes” querem.
Não proclamemos o que Deus não mandou. “Disse-lhes Jesus: Se fôsseis
cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o
vosso pecado permanece”. – Jo 9.41. Finalmente, o Senhor nos alerta: “…
que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?” Sola Gratia!
Fonte: NAPEC
terça-feira, 26 de março de 2013
Correto, ou politicamente correto?
Por Paulo Cezar
Correto é, segundo dicionarista, o que é isento de erros, exato, irrepreensível, íntegro, honesto, digno, mas também aquilo que foi emendado, corrigido. Assim, a correção pode ser original ou fruto de nova tomada de posição, de redirecionamento. Destaco, do mesmo dicionarista, a definição: certo, apropriado, adequado.
Correto é, segundo dicionarista, o que é isento de erros, exato, irrepreensível, íntegro, honesto, digno, mas também aquilo que foi emendado, corrigido. Assim, a correção pode ser original ou fruto de nova tomada de posição, de redirecionamento. Destaco, do mesmo dicionarista, a definição: certo, apropriado, adequado.
Politicamente correto é aquilo que difere do correto. Frontalmente ou tangencialmente. Reproduzo algumas ideias, de pessoas que não se identificaram, a respeito do que é politicamente correto:
1. Dizer aquilo que pessoas querem ouvir e não aquilo que realmente pensamos;
2. Não falar aquilo que deveria ter falado ou fazer o que deveria ser feito para não desagradar alguém ou um grupo, se tornando uma pessoa “non” grata se assim o fizesse. Resumindo: ser fingido;
3. Ser neutro, diplomático e fazer exatamente o que a sociedade espera que se faça, mesmo que às vezes seja hipocrisia.
O politicamente correto é atitude adotada pelo relativismo pós moderno, filosofia e tempos segundo os quais a verdade deixou de ser singular e passou a ser plural, deixou de ser considerada absoluta, mas relativa, cada um tendo a sua própria.
As comunicações alcançam o tempo do agora, disseminando por todos os lugares, instantaneamente muitas vezes, posicionamentos individuais, em decorrência do livre pensar. Certo jornalista brasileiro repetia em suas colunas, anos atrás: pensar é livre pensar.
Não nos esqueçamos de que os pensamentos dão origem às ações. É muito bom que Deus nos tenha dado o privilégio da liberdade de pensamento e de adotar atitudes. Mas não é bom concorrer com Deus, legislando em paralelo ou sofismando. Suas leis são imutáveis, estão acima do tempo e fora deste. Não são adaptáveis ao gosto pessoal da criatura.
A verdade é aquilo que Deus decreta, no simples e irretorquível dizer de John MacArthur. Jesus disse: Eu
sou a verdade.
sou a verdade.
O apóstolo Paulo, em sua aos efésios, capítulo 4, doutrina: Em vez disso, seguiremos com amor a verdade em todo tempo - falando com verdade, tratando com verdade, vivendo em verdade - e assim nos tornaremos, cada vez mais e de todas as maneiras, semelhantes a Cristo (verso 16). Não vivam mais como os não salvos, pois eles estão cegos e confundidos... Não se preocupam mais com o que está certo ou errado (versos 17 e 19). Falem a verdade, pois somos membros uns dos outros (verso 25).
O correto nos leva a dizer: sim, sim; não, não. O politicamente correto, a viver em cima do muro, tentando agradar a todos ao mesmo tempo, negando a nós mesmos e a Deus muitas vezes.
A mensagem de Cristo não pode ser relativizada, de forma alguma. Não somos coautores. Apenas carteiros. Não podemos, muito menos devemos, abrir o envelope e alterar o que ali se contém. Humanamente, é crime. Espiritualmente, usurpação e pecado. O viver cristão, expresso nos relacionamentos
interpessoais, dentro e fora do curral das ovelhas, não pode ser relativizado e maquiado, a bem do bem viver.
interpessoais, dentro e fora do curral das ovelhas, não pode ser relativizado e maquiado, a bem do bem viver.
Ser politicamente correto para obter aceitação social, viver comodamente no meiomambiente, ser bem acolhido na comunidade e poder usufruir de suas benesses, não é a característica do cristão. A estes a Palavra de Deus se refere: estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui (Atos 17.6). A Bíblia aberta é espada de dois gumes. Ela fere, penetra fundo, expõe o mais íntimo do íntimo, cria questionamentos, incita à reflexão, desafia atitudes, expõe encruzilhada, conduz a decisão, muda vidas. O cristão não é um diplomata, mas um transtornador, um revolucionário.
Jesus não me concedeu o direito de ser politicamente correto! Porém, não ser politicamente correto não justifica grosseria, indelicadeza, petulância, desrespeito. Aqui se encaixam outras características do cristão: humildade e amor ao semelhante. Ser correto: firmeza, segurança, submissão à verdade. Ser politicamente correto: dubiedade, subserviência, acomodação indevida.
A Verdade que nos salvou há que ser vivida e transmitida em sua inteireza, sem qualquer ranhura ou complemento indevido. E vivenciada no relacionamento interpessoal. Não temos competência para relativizá-la, mascará-la, adaptá-la ao ambiente em que vivemos se este não condiz com ela. Não temos de carregar o fardo de suposto compromisso com o mundo sempre mutável em que somos estrangeiros, apenas itinerantes, forasteiros. E no ambiente do redil, sobretudo, há que haver transparência e franqueza de
posicionamentos.
posicionamentos.
A pequena Cingapura se transformou em Primeiro Mundo ao ponto de seus naturais dizerem, ironicamente, que comparada com eles, a América é Terceiro Mundo. Por que tanto sucesso? O líder Lee Kuan Yew explica: confiança... ser correto e não politicamente correto (Citado por Parag Khanna em O Segundo Mundo).
Voltando à definição léxica, ser correto não é ir-se amoldando como o líquido ao pote, mas sim, adequar-se dentro dos limites firmes, seguros e imutáveis da verdade absoluta que transpira em todo o texto da Palavra de Deus. E como aconselhado por Paulo, preocuparmo-nos com o que é certo, não flertando com o que é errado, pois somos membros uns dos outros no corpo cuja cabeça é Cristo. Não ser politicamente correto é jamais querer corrigir, adaptar, relativizar o que é correto em si mesmo. Sim, sim. Não, não. O que passar disso é de origem maligna (Mateus 5.37).
Fonte: O Jornal Batista
Líderes que mudam a história e líderes irrelevantes
Por Maurício Zágari
Sempre
que assisto a um filme procuro mais do que mero entretenimento. Gosto
de estar atento a que mensagens posso tirar dele, que aprendizados as
entrelinhas da história podem somar à minha vida, de que modo aquela
produção artística tem a contribuir além da superfície da tela. Revi
recentemente um longa-metragem de 1989, chamado “Tempo de glória” (foto),
baseado na história real de um batalhão de soldados negros comandado
por um coronel branco durante a racista guerra civil dos Estados Unidos.
Muitos aspectos da trama são comoventes, mas um em especial captou
minha atenção: o tema da liderança.
No começo do filme, os soldados negros são tratados
como inferiores, o tempo inteiro, pelo próprio exército a que servem.
Não recebem uniformes, têm os pés feridos porque o governo não lhes
fornece botas e meias, são obrigados a saquear cidades em vez de ir para
o combate. Tudo aquilo joga a moral do 54º Batalhão lá para baixo. Os
soldados desprezam seu líder, o coronel Robert Shaw (na foto, o verdadeiro e o ator Matthew Broderick, que o interpreta no filme). Isso acontece
porque não enxergam nele autoridade real, pois sabem que está ali
apenas porque seu pai é um político influente. Shaw vê o problema e
percebe que, se não fizer algo, terá de lidar com o eterno desprezo dos
liderados, que só o obedecem por força da autoridade do cargo (e não por
enxergarem nele alguém capaz).
É dia de pagamento. Para surpresa geral, chega a informação oficial
de que, por serem negros, aqueles soldados receberiam um soldo de dez
dólares, em vez dos treze prometidos quando se alistaram. O coronel sobe
em um palanque e informa a tropa desse fato. A – justa – revolta é
geral: os soldados começam a bradar, gritar, reclamar e a rasgar seus
contracheques em sinal de protesto. A confusão impera. Motim à vista.
Todos olham de forma desafiadora para o líder a quem desprezam, já
esperando dele a inevitável reprimenda ou a previsível punição por
aquela sublevação. Diante da balbúrdia total, o coronel toma a
iniciativa inesperada. Em alta voz ele dirige-se aos soldados:
— Se vocês não vão receber o salário prometido… ninguém vai!
E, para espanto deles, rasga o próprio contracheque, na frente de
todos. Após um instante de silêncio e estupefação, todo o batalhão vibra
com a atitude de seu líder e começa a aclamá-lo. Ao apoiar seus
liderados e tomar as dores deles em favor da justiça, aquele homem, até
então alvo de chacota e desrespeito, passa a ser honrado pelos
subordinados, que começam a segui-lo pelo valor que tem e não porque
ocupa um cargo hierarquicamente superior.
Ao
final do filme, numa investida contra um forte dominado pelo inimigo,
em vez de seguir o que o protocolo do exército ditava e permanecer
montado em seu cavalo, na retaguarda (o lugar mais protegido da
batalha), o coronel desce de sua montaria para o nível do chão e
posiciona-se à frente de todos, trocando o lugar mais seguro justamente
pelo mais vulnerável. Aquele magnífico exemplo de liderança choca,
emociona e motiva os soldados. Desculpe estragar o final do filme, mas
preciso dizer: o líder que desceu para o nível dos liderados, comprou
suas dores e expôs-se ao perigo pessoal para motivá-los acaba tombando
no campo de batalha. Morre. E, nos créditos finais, somos informados de
que, na vida real, os atos de bravura daquele batalhão, inspirados por
seu líder, mudaram toda a postura do exército com relação aos soldados
negros, o que incentivou o alistamento de milhares de homens e a
consequente vitória na Guerra Civil.
Tudo fruto de um líder que soube liderar. E que, por isso, mudou os rumos da história.
Não
é difícil ser um líder. Para isso basta as circunstâncias da vida te
porem em uma posição de autoridade. A partir daí é só dar ordens. O que é
muito, mas muito fácil. Minha filha de 2 anos sabe dar ordens a suas
bonecas. O difícil, isso sim, é ser um bom líder. Aquele que
não precisa fazer força para que seus liderados o sigam. Que é seguido
por vontade e não por obrigação. Ao longo de minha vida já vi líderes
que, bastava virar as costas, todos os liderados começavam a falar mal
dele. Dignos de pena. Não eram respeitados ou reconhecidos, a única
coisa que fazia deles um líder era o posto que ocupavam. E um líder que é
obedecido em vez de ser seguido é uma pálida sombra do que deveria ser.
O líder ideal não é temido, é amado. Não se impõe, é servido com
prazer. Entende que sua liderança existe em função dos liderados e não o
contrário. Quem acredita que os liderados estão ali em função de si
será sempre um homem com uma miragem. O bom líder é imitado por seus
subordinados, é um exemplo, um modelo. Suas decisões não são
questionadas porque “quem manda aqui sou eu”, mas porque ele tem a
confiança dos que lidera.
O bom líder não é o que usa artifícios e estratégias para se impor,
mas é reconhecido espontaneamente como alguém que sabe apontar caminhos.
É o alfa do bando não porque voou na jugular dos outros machos que
disputavam a liderança, mas porque os subordinados o reconhereram como
tal e lhe entregaram o cetro sem que ele precisasse mexer um dedo. Quer
saber se o líder é bom ou não? Esconda-se no banheiro e ouça o que os
liderados falam sobre ele pelas costas. Você vai se surpreender com o
que vai ouvir. E tudo isso vale para líderes de ambientes seculares e
também da igreja.
Jesus
é o modelo supremo. Ele rasgou o contracheque de sua glória para descer
ao nível de seus liderados. Dispensou o cavalo de seu conforto
celestial e a retaguarda da proteção do céu e se pôs de peito aberto na
frente de batalha. Morreu. E, assim como o coronel do filme, com sua
morte ele mudou os rumos da história. Porque, em última instância, o
grande líder é aquele que será lembrado por ter aberto mão de si mesmo
por aqueles que liderava e deixado um exemplo a ser seguido por gerações
e gerações. O líder ordinário, o que pensa mais em si do que nos
liderados, é irrelevante. É dispensável. É supérfluo. E, pouco tempo
depois de morrer, será esquecido. Esse, se for lembrado, será não como
um referencial, mas como um tirano, um déspota ou um pobre coitado.
Robert Shaw era um homem que, antes da guerra, só cuidava de si e sua
família – depois de morrer, ganharia no máximo uma lápide como qualquer
outra. Mas o líder Robert Shaw tornou-se um referencial a ser imitado;
inspirou
vidas; foi tema de livros, poesias e de um filme que recebeu três
Oscars; ganhou um monumento em sua homenagem na cidade de Boston; outro
em Nova York; seu nome consta de uma placa no hall de honra da
Universidade Harvard; na Galeria de Arte Nacional de Washington há uma
escultura em platina que relembra seus feitos (foto); todo um
bairro em Washington hoje chama-se Shaw, em sua memória; e aqui estamós
nós, exatos 150 anos após sua morte, falando sobre ele. Tudo isso é um
reconhecimento ao magnífico líder e ao legado que deixou com suas
atitudes – mais centradas nos liderados do que nele mesmo.
Que tipo de líder é você? E que tipo de líder você segue? As
respostas a essas perguntas podem alterar os rumos da sua história.
Ainda há tempo de tomar coragem e mudar. A decisão é sua.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Mauricio
Mauricio
Fonte: Apenas
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