Eu creio na Bíblia porque ela é totalmente fiel e confiável
quanto à sua origem, conteúdo e propósito. Ela vem de Deus, revela Deus
e chama o homem de volta para Deus. O homem não é o centro da Bíblia;
Deus é. A Bíblia é o livro dos livros. Concebida no céu, nascida na
terra; inspirada pelo Espírito de Deus, escrita por homens santos de
Deus; proclamada pela igreja, crida pelos eleitos e perseguida pelo
mundo. A Bíblia é o livro mais lido no mundo, mais amado no mundo e o
mais perseguido no mundo. Destaco três verdades axiais sobre a Bíblia:
Em primeiro lugar, quanto à sua origem, afirmamos categoricamente que a Bíblia procede de Deus.
A Bíblia não foi concebida no coração do homem, mas no coração de Deus.
Não procede da terra, mas do céu. Não é produto da lucubração humana,
mas da revelação divina. Muito embora homens santos foram chamados para
escrever a Bíblia, e nesse processo Deus não anulou a personalidade
deles nem desprezou o conhecimento deles, o conteúdo da Escritura é
inerrante. O próprio Deus revelou seu conteúdo e assistiu os escritores
para que registrassem com fidelidade seu conteúdo. A Bíblia não é
palavra de homens, mas a Palavra de Deus. É digna de inteira confiança,
pois é inerrante quanto a seu conteúdo, infalível quanto às suas
profecias e suficiente quanto a seu conteúdo.
Em segundo lugar, quanto ao seu conteúdo, afirmamos confiadamente que a Bíblia fala sobre Deus e sua oferta de salvação.
Só conhecemos a Deus porque ele se revelou. Revelou-se de forma geral
na obra da criação e de forma especial em sua Palavra. É verdade que os
céus proclamam a glória de Deus e toda a terra está cheia de sua
bondade. É verdade que podemos encontrar as digitais do criador em todo o
vasto universo. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento
anuncia as obras de suas mãos. Porém, conhecemos acerca de seu plano
redentor através das Escrituras. A salvação é um plano eterno de Deus.
Mesmo nos refolhos da eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito, o Deus
Triúno, planejou nossa salvação. Nesse plano, o Pai escolhe para si um
povo e envia o Filho ao mundo para redimi-lo. Jesus faz-se carne. Veste
pele humana, vive entre os homens, cumpre cabalmente a lei, satisfaz a
justiça divina e como nosso representante e substituto leva sobre si
nossos pecados sobre a cruz e morre vicariamente, pagando nossa dívida e
adquirindo para nós eterna redenção. Completando a obra da salvação, o
Espírito Santo aplica, de forma eficaz, a obra de Cristo no coração dos
eleitos, de tal forma que aqueles que Deus predestina, também os chama e
aqueles a quem chama, também os justifica e aos que justifica, também
os glorifica. É impossível, portanto, que aqueles que foram eleitos por
Deus Pai, remidos pelo Deus Filho e regenerados e selados pelo Espírito
Santo pereçam eternamente. O mesmo Deus que começou a boa obra em nós,
completá-la-á até o dia de Cristo Jesus.
Em terceiro lugar, quanto ao seu propósito, afirmamos indubitavelmente que a Bíblia visa a glória de Deus e a redenção do pecador.
A Bíblia não é um livro antropocêntrico; é teocêntrico. Seu eixo
central não é o homem, mas Deus. Seu propósito não é exaltar o homem,
mas promover a glória de Deus. Não é mostrar quão grande o homem é, mas
quão gracioso é Deus. A história da redenção é a mais bela história do
mundo. Fala de como Deus nos amou, estando nós mortos em nossos delitos e
pecados. Fala de como Deus nos resgatou estando nós prisioneiros no
cativeiro do pecado. Fala de como Deus nos libertou estando nós no
império das trevas, na casa do valente, dominados pelo príncipe da
potestade do ar. Nossa redenção tem como propósito maior a manifestação
da glória de Deus e o nosso prazer nele. Concluo, portanto, com a
conhecida afirmação de John Pipper: “Deus é tanto mais glorificado em
nós, quanto mais nós nos deleitamos nele”.
Fonte: Palavra da Verdade