Por Pr. Silas Figueira
Texto base: 2 Reis 5.1-19
INTRODUÇÃO
Ao lermos a história de
Naamã nós nos deparamos com um homem respeitado e temido por todos na Síria. No
entanto, apesar de toda sua autoridade e prestígio como comandante do exército
do rei Ben-Hadade II e, por exercer esse cargo, ele era o segundo no poder,
Naamã era um homem condenado, pois sob seu uniforme escondia-se o corpo de um
leproso. Havia como nos diz o versículo primeiro, um “porém” na sua história de sucesso.
Naamã tinha um inimigo
pessoal mais poderoso que todos os exércitos que ele havia enfrentado: a lepra.
Por causa dessa doença ele vivia isolado dentro de sua própria casa.
Hanseníase, lepra,
morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro é uma doença
infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae (também conhecida como bacilo-de-hansen) que causa danos
severos a nervos e à pele. A denominação hanseníase deve-se ao descobridor do
microrganismo causador da doença, Dr. Gerhard Hansen. O termo lepra está em
desuso por sua conotação negativa histórica.
A hanseníase é uma
doença contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não esteja em
tratamento, para outra. Demora de dois a cinco anos, em geral, para aparecerem
os primeiros sintomas. O portador de hanseníase apresenta sinais e sintomas
dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico. Pode atingir
crianças, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um
contato intenso e prolongado com bacilo. Pode causar incapacidade ou
deformidades quando não tratada ou tratada tardiamente, mas tem cura.
A escrava israelita que
Naamã havia levado para sua casa era temente a Deus e se compadeceu de sua
situação. Ela ousou testemunhar para sua senhora que havia um profeta em
Samaria que poderia curar o seu senhor. Deus usou uma escrava para ser
profetiza e missionária em terra estrangeira, testemunhando do Deus de Israel.
Deus ainda hoje usa as coisas “loucas” para confundir as sábias (1Co 1.26-29). O
Senhor usa todos aqueles que temem o Seu nome para que, em todo lugar, testemunhem
a sua fé e o nome do Senhor seja exaltado.
Por onde você tem
andado você tem testemunhado do Senhor? As pessoas têm visto em seus lábios a
Palavra do Senhor ou você tem se calado tendo a oportunidade de testemunhar? Essa
menina, apesar de ser uma escrava, não deixou de ser serva e boca do Deus
Altíssimo em terra estranha. Assim como Daniel e seus quatro amigos
posteriormente iriam testemunhar do Senhor lá na Babilônia, nós encontramos
esta menina testemunhando na Síria. Muitas vezes será nos momentos de maior
adversidade em nossa vida que o Senhor será exaltado através do nosso
testemunho.
Deus levou esta menina
para lá para usá-la para alcançar Naamã e sua família. O Senhor tem os seus
escolhidos e vai buscá-los onde eles se encontram. Mas para alcança-lo o Senhor
permitiu que uma doença extremamente humilhante o atingisse.
Como disse Jó: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus
planos pode ser frustrado” (Jó 42.2).
Esse texto não só nos
fala a respeito de um homem que alcançou a cura de sua enfermidade, esse texto
nos mostra os caminhos percorridos por Naamã que o Senhor traçou para que ele
alcançasse também a salvação.
A
PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O SENHOR MOSTROU A NAAMÃ CINCO IDEIAS ERRADAS
QUE ELE TINHA PARA ALCANÇAR A BÊNÇÃO.
Naamã quando ouve de
sua esposa o testemunho da criada ele imediatamente crê na possibilidade do
milagre. Devido a isso, ele vai até o seu rei e conta-lhe a respeito da sua
doença e da possibilidade da cura em Israel. Só que o general Naamã cometeu
cinco erros que muitos cometem ainda hoje.
1º - O primeiro erro:
achar que a influência e autoridade reivindicam a bênção do Senhor (2Rs 5.5).
Observe que Naamã vai para Israel com uma carta dada pelo rei da Síria. Em
outras palavras o rei da Síria estava servindo de intermediário diante do rei
de Israel para providenciar um encontro do seu general com o profeta Eliseu.
Creio que para Naamã
desse jeito não haveria como o profeta não o receber, afinal de contas ele
vinha em nome do rei da Síria e estava sendo intermediado pelo próprio rei de
Israel. Era recebê-lo ou recebê-lo. Não havia meio termo, pois afinal de contas
quem estava ali era o General Naamã.
O Senhor não olha para
as nossas patentes e títulos pendurados em nossas paredes. O Senhor age em
nossas vidas pela sua misericórdia graça, Ele não é influenciado pelo que somos
diante dos homens.
Veja o que o apóstolo
Paulo nos fala em Romanos 9.15-18:
“Pois
ele diz a Moisés: "Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e
terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão". Portanto, isso não
depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus. Pois a
Escritura diz ao faraó: "Eu o levantei exatamente com este propósito:
mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a
terra". Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a
quem ele quer”.
Naamã podia ser
general, ter carta do rei da Síria, poderia ser enviado ao profeta Eliseu por
intermédio do rei de Israel, mas nada disso valia diante do Rei dos reis e do
Senhor dos Senhores. Como disse Isaías:
“Mas
todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da
imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um
vento nos arrebatam” (Isaías 64.6 – NVI).
2º - O segundo erro:
achar que o dinheiro compra tudo, até as bênçãos de Deus (2Rs 5.5). O rei da Síria respondeu: "Vá. Eu lhe
darei uma carta que você entregará ao rei de Israel". Então Naamã partiu,
levando consigo trezentos e cinquenta quilos de prata, setenta e dois quilos de
ouro e dez mudas de roupas finas (NVI).
Naamã achou que podia
pagar pela bênção de Deus assim como ele fazia com os deuses da Síria. Na
verdade o dinheiro era para os falsos profetas que diziam ser portadores das
bênçãos de seus deuses.
Hoje a coisa mais comum
são as pessoas acharem a mesma coisa, pois afinal de contas o pastor fulano
disse que se deve dar uma oferta de sacrifício para que a bênção seja
alcançada. Aí você liga a TV e o que mais vê é isso. E isso vai desde oferta
alçada a venda de objetos consagrados. É um sincretismo religioso nefasto que
temos visto em muitas ditas igrejas por aí.
A palavra sincretismo tem origem na ilha de Creta,
vem dos cretenses. Em Creta, cada uma das numerosas cidades queria ser a mais
autônoma possível em relação às demais. Somente quando estavam em guerra contra
um inimigo comum, os cretenses, que preferiam a independência, se uniam,
tornando-se assim syn-cretenses (syn-cretismo). Nessa ilha havia todo
tipo de cultos, filosofias e linhas de pensamento.
No entanto o Senhor
Jesus deixou bem claro uma palavra a respeito disso que me parece que foi
arrancada da Bíblia de muitos líderes por aí, que nos diz assim:
“À
medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai enfermos,
ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes,
de graça dai” (Mateus 107,8 – ARA).
3º - O terceiro erro:
achar que o agir de Deus deve ser da minha maneira (2Rs 5.9-11).
O grande problema de Naamã era que ele tinha uma ideia dos profetas dos deuses
sírios. Ele achava que o profeta Eliseu viria até ele e agiria da mesma forma.
Esse problema de Naamã
tem sido o problema de muitos de nós em achar que o Senhor tem que agir conosco
sempre da mesma maneira. Entenda uma coisa: Deus age com cada um de uma forma.
Isso porque envolve questões emocionais, espirituais, psicológicas. O “porquê”
daquela situação que muitas pessoas desconhecem, mas que não foge do
conhecimento de Deus.
Não é porque Ele operou
um milagre de um jeito que Ele fará sempre da mesma maneira.
Observe os milagres na
Bíblia e você verá que o Senhor agiu de várias maneiras. Por isso que é
importante contar sobre a bênção recebida, mas não fazer dela o referencial de
como o Senhor irá agir com você ou com os outros.
Veja que assim como as
pessoas pensaram em relação à morte de Lázaro, da mesma forma que pensamos
hoje:
“Mas
alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não
morresse?” (João 11.37 – ARA).
Não pensamos assim
também muitas vezes? Só que o Senhor não age assim como queremos ou pensamos.
Mas Ele age segundo o Seu querer.
4º - O quarto erro: não
querer obedecer à ordem de Deus (2Rs 5.12).
Naamã queria o milagre, mas não quis se sujeitar a ordem do profeta. Assim eu
não quero. Desse jeito não vou fazer. “Nem
que a vaca tussa!”.
Esse é o grande
problema da maioria das pessoas. Elas querem a cura, mas não por em prática o
obedecer as Escrituras. Querem a bênção, mas não o Senhor da bênção. Porque
obedecer significa se sujeitar a vontade do Senhor. Mas isso muitos não querem.
Assim não! Desse jeito
eu não quero!
Os anos passam, mas o
homem continua o mesmo. Querem ser agraciados por Deus, mas não querem se
sujeitar a Sua vontade.
5º - O quinto erro:
achar que a bênção está nas mudanças sociais (1Rs 5.7).
“Por acaso sou Deus, capaz de conceder
vida ou morte?” Em outras palavras: “Não venha querendo que eu faça o que
somente Deus pode fazer!”.
A cura de Naamã não
estava nas mãos do rei de Israel. Não estava na política, ou nos médicos que
haviam estudado nas melhores faculdades da época.
O
mundo ocidental inteiro precisa ouvir essa exclamação do rei de Israel.
Ao depararmos com o sofrimento, achamos que a solução está nas mudanças
políticas, na técnica psicológica e terapêutica ou nos avanços tecnológicos.
Mas a escuridão do mundo é profunda demais para ser dissipada por coisas dessa
natureza. Em nossa arrogância, cometemos o erro de acreditar que temos a
capacidade de controlar e derrotar a escuridão por meio do conhecimento [1].
O rei de Israel disse
que ele não tinha tal autoridade e poder, mas tem gente que acha que a solução
dos seus problemas está nas mãos das autoridades constituídas.
Eu não estou
desmerecendo os médicos, os hospitais e tais melhorias, muito pelo contrário;
eu sei da importância delas. No entanto a nossa vida está nas mãos do Senhor.
A
SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO QUE É O PRÓPRIO SENHOR QUE TRAÇA O CAMINHO DO MILAGRE
NA VIDA DE NAAMÃ.
1º - Levando uma serva
Sua para dentro da casa de Naamã. Quando Naamã invade
Israel e leva cativa aquela menina ele não podia imaginar que o Deus de Israel
estava providenciando aquele episódio. Isso não foi uma coincidência, mas uma
providência. Era o cuidado de Deus para com Naamã, mesmo antes de ele o
conhecer e servi-Lo.
Veja a história de José
quando foi vendido e levado para o Egito. Veja o que ele fala para os seus
irmãos:
Cheguem
mais perto, disse José a seus irmãos. Quando eles se aproximaram, disse-lhes: Eu
sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito!
Agora, não se aflijam nem se recriminem
por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou
adiante de vocês. Já houve dois anos de fome na terra, e nos próximos cinco
anos não haverá cultivo nem colheita. Mas Deus me enviou à frente de vocês para
lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes as vidas com
grande livramento. Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o
próprio Deus. Ele me tornou ministro do faraó, e me fez administrador de
todo o palácio e governador de todo o Egito. José, porém, lhes disse: Não
tenham medo. Estaria eu no lugar de Deus? Vocês planejaram o mal contra mim,
mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos. Por
isso, não tenham medo. Eu sustentarei vocês e seus filhos. E assim os tranquilizou
e lhes falou amavelmente. (Gênesis 45.4-8; 50.19-21 – NVI).
A história de José
assim como dessa menina é mais uma prova de que o Senhor tem o domínio da
história e que Ele a dirige segundo os seus propósitos. Por isso que na vida do
crente não existe coincidência, mas providência.
2º - Fazendo com que o
próprio Naamã desse crédito ao seu testemunho.
A esposa de Naamã ao ouvir o testemunho da menina transmite ao seu marido, que
por sua vez procura se informar se de fato era assim. Ao descobrir que havia um
profeta em Israel foi para lá a fim de encontrar a cura.
Essa menina poderia ter
se calado, mas ela foi dirigida por Deus para trazer uma palavra de esperança
para aquela família.
3º - Fazendo com que
Naamã se prontificasse em buscar a cura. Imediatamente
Naamã procurou ir para Israel e se encontrar com Eliseu. Quando Deus move os
corações às pessoas não questionam o Seu agir, mas buscam logo fazer o que o
Senhor orienta.
A
TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O CAMINHO DO MILAGRE EXIGIU DE NAAMÃ
POSICIONAMENTO.
Uma coisa é Deus querer
abençoar, outra é nós nos posicionarmos para recebermos a bênção. Há muitos
anos eu e minha esposa estávamos orando para que o Senhor nos desse um carro,
pois estava muito difícil para nós levar a nossa filha para a escolha e,
principalmente minha esposa, ir para as escolas que ela dava aula. Assim,
começamos a orar pedindo um carro. Mas, de repente, minha esposa me disse que
era para pararmos de orar. Então lhe perguntei por que, e ela me disse que o
motivo era simples: nem eu e nem ela sabíamos dirigir. Aí mudamos o modo de
orar, passando a pedir a Deus condições de tirarmos a carteira de habilitação.
Antes de a carteira chegar já tínhamos comprado um belo fusca 69 verde.
Por isso eu lhes afirmo
que tem que haver um posicionamento por parte de cada um de nós para recebermos
o que o Senhor tem para cada um de nós. Para Naamã o Senhor exigiu quatro
coisas:
1º - Naamã teve que se humilhar
(2Rs
5.10-12). Naamã estava acostumado com todos lhe servindo e dar ordens e
todos lhe obedecerem, mas quando ele vai até o profeta a coisa é totalmente
diferente. Aparentemente o profeta não se importou com a figura ilustre que
estava à sua porta. Simplesmente o manda ir mergulhar sete vezes no rio Jordão
que ele ficaria curado, e ponto final.
O arrogante Naamã não
aceitou tal ideia. Quem o profeta pensava que estava ali?! Quem era ele para
falar assim com ele?!
A Bíblia é muito clara
quando nos diz que “embora esteja nas
alturas, o Senhor olha para os humildes, e de longe reconhece os arrogantes”
Salmos 138.6. O Senhor contemplou a arrogância de Naamã e lhe mostrou que ele
não era nada, apesar de pensar que era alguma coisa. E Tiago também nos diz que
“Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede
graça aos humildes” (Tiago 4.6 – NVI).
Antes de abençoar Naamã
o Senhor teve que tratar dessa arrogância que o general do exército Sírio
tinha.
Naamã tinha que se
despir na frente dos seus servos, tinha que se expor, iria mostrar a sua
enfermidade para todos ali. Isso era muito humilhante para ele; mas era
exatamente isso que o Senhor queria quebrar nele, essa arrogância. Essa superioridade
em demasia. O pensar que era alguma coisa.
O Senhor muitas vezes
faz isso com a gente. Louvado seja o nome dEle por isso!
2º - Naamã teve que ouvir
conselhos (2Rs 5.13,14). Os seus soldados foram usados por
Deus para quebrar o orgulho de Naamã e fazê-lo cair em si diante do que Eliseu
lhe havia mandado fazer.
Já diz um ditado
antigo: Quem não ouve conselhos ouve: “ah coitado!”.
Tem gente que diz que
se conselho fosse bom não se dava, se vendia. Quem tem esse pensamento só
quebra a cara na vida. Por isso dê ouvidos ao que a Bíblia nos ensina.
Provérbio 11.14 nos diz
assim: “Não havendo sábios conselhos, o
povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança” (ACF).
Provérbios 19.20: “Ouve o conselho, e recebe a correção, para
que no fim sejas sábio” (ACF).
Naamã ouviu o conselho
de seus servos, por isso ele alcançou a cura de sua enfermidade.
3º - Naamã teve que obedecer.
Ouvir é uma coisa, praticar o que se aconselha é outra coisa. Há uma distância
muito grande entre ouvir e obedecer. Eliseu lhe deu uma instrução aparentemente
simples, mas não era o que Naamã queria ouvir.
Obedecer é muitas vezes
ir de encontro àquilo que não queremos fazer. É lutar com a nossa vontade em
prol de um bem maior. No caso de Naamã a sua cura.
Muitas pessoas perdem a
bênção, ou melhor, deixam de ganhar, porque se negam a obedecer ao que a Bíblia
nos diz para fazermos. Ser cristão é mais que frequentar a igreja, é ser
praticante da Palavra. Como nos fala Tiago:
“Sejam
praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele
que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha
a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a
sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a
liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas
praticando-o, será feliz naquilo que fizer” (Tiago 1.22-25
– NVI).
4º - Naamã teve de entender
que o Senhor abençoa onde quer, quando quer e se Ele quiser.
O arrogante Naamã teve que se sujeitar a vontade de Deus e não aos seus
caprichos, caso contrário deixaria a bênção que foi buscar escapar.
Naamã não é em nada
diferente de muitos de nós. Aliás, Naamã é o retrato vivo de muitas pessoas
hoje em dia. Gente que pensa que Deus está à sua disposição e que deve abençoá-lo
da sua maneira e onde a pessoa quiser.
A
QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O SENHOR CUROU MUITO MAIS QUE A DOENÇA FÍSICA DE
NAAMÃ.
O Senhor não curou
somente a lepra de Naamã, o Senhor sempre vai além da cura física, pois Ele
olha outras enfermidades que nós não detectamos em nossas vidas. Todo milagre
que não trás transformação, quebrantamento e uma nova postura diante do Senhor são
questionáveis. A cura não pode ser um fim em si mesmo. Ela nos leva além. Ela
tem que gerar na pessoa temor e tremor. Ela trás um crescimento espiritual.
1º - O Senhor o curou
da sua arrogância (2Rs 5.15,16). Aquele que chegou a
casa do profeta Eliseu cheio de si, agora está diante do profeta lhe pedindo,
por favor. Quanta diferença! Deus curou Naamã da sua arrogância, da sua
empáfia, do seu EU. Há pessoas que aprendem, como no caso de Naamã, mas já há
outros que, infelizmente, não. Nem passando pelo que Naamã passou.
2º - O Senhor o curou
da sua cegueira espiritual (2Rs 5.15-17). Naamã passou a
ver o que antes era impossível devido a sua arrogância. Ele passou a ver que só
o Senhor é Deus e fora dEle não há salvação. Ele abandonou os seus deuses que
antes servia e passou a adorar ao único Deus criador dos céus e da terra, o
Deus de Israel.
3º - E Senhor lhe deu a
vida eterna (2Rs 5.18,19). Vá em paz! Muitas
vezes somos obrigados a fazer coisas que não agradam ao Senhor, como no caso de
Naamã que tinha que entrar no templo de Rimom, deus dos Sírios. Mas Naamã
justificou por que tal atitude.
Naamã saiu da Síria em
busca da cura e voltou transformado pelo Senhor. Saiu perdido, mas voltou pelo
caminho da graça. Saiu morto e retornou de posse da vida eterna. Saiu em
trevas, mas voltou em luz.
Ninguém que tenha tido
um encontro real com o Senhor pode andar como andava outrora. Veja por exemplo
os magos que foram visitar Jesus ainda menino. Quando eles encontram o Senhor
eles são advertidos por divina revelação para retornarem por outro caminho
(Mateus 2.12). Ninguém que tenha tido um encontro real com o Senhor volta a
andar como andava. Como nos fala Paulo em 2 Coríntios 5.17:
“Assim
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo”.
CONCLUSÃO
Alguém
já disse que no sofrimento não existe lugar para o ego.
Naamã aprendeu isso não no sofrimento, mas na cura. Pois enquanto estava doente
do corpo ele também estava doente da alma e do espírito. No entanto, no momento
que se viu curado pela graça do Senhor voltou com o coração totalmente
transformado.
O Senhor operou uma
cura completa e não apenas superficial. Embora seja essa cura que a maioria dos
pregadores oferece aos seus ouvintes. Por isso, as pessoas saem desses cultos
tão enfermas quanto entraram. Talvez com a cura do corpo, mas sem ver o real
sentido da vida, que é a vida eterna em cristo Jesus.
Naamã alcançou o pleno
milagre em todos os sentidos. A cura física, da alma e do espírito.
E você já alcançou esse
milagre?
Pense nisso!
Fonte:
1 – Keller, Timothy.
Caminhando Com Deus em Meio à Dor e ao Sofrimento. Edições Vida Nova, São
Paulo, SP, 2016: p.96.