segunda-feira, 10 de março de 2025

A CURA DO CEGO BARTIMEU - Lucas 18.35-43

Por Pr. Silas Figueira

Texto base: Lucas 18.35-43

INTRODUÇÃO

A história de um cego que recuperou a vista segue-se à da “cegueira” dos discípulos (v. 34), destaca Anthony Lee Ash [1] É importante observarmos que as curas tinham um propósito maior que a cura em si. Elas tinham a finalidade de ilustrar as lições que Jesus ensinava. No caso em questão, fala a respeito da cegueira espiritual que os discípulos ainda tinham, mas que após a ressurreição de Jesus seria “curada”.

A. T. Robertson destaca que Mateus e Marcos narram que Jesus e os discípulos estavam saindo de Jericó (Mc 10.46), ao passo que Lucas situa o incidente dizendo que eles estavam chegando perto de Jericó (Lc 18.35). A razão provável é que Marcos e Mateus se referem à velha Jericó, cujas minas foram descobertas, enquanto Lucas alude à nova Jericó romana. Essa explicação coloca os dois cegos, citada apenas por Mateus, entre as duas cidades. Marcos e Lucas mencionam só um cego (Mc 10.46; Lc 18.35), Bartimeu – que significa filho de Timeu, (citado apenas por Marcos). Este é um nome aramaico como Bartolomeu. [2]

Para Craig A. Evans a razão de Lucas desejar fixar a impressão de que Jesus não está saindo de Jericó, ao curar o cego, é que ele quer acomodar o episódio de Zaqueu, que ele narra a seguir (Lc 19.1-10), o qual também ocorre em Jericó. Dificilmente Jesus estaria saindo de Jericó, quando curou o cego, para voltar à cidade e encontrar-se com Zaqueu. [3]

A cidade de Jericó, além de ser um posto de fronteira e alfândega (Lc 19.2), também era a última oportunidade de abastecimento de provisões e local de reuniões, em que grupos pequenos se organizavam para a viagem em conjunto à cidade de Jerusalém. Desta forma, protegidos contra os salteadores de estrada (Lc 10.30), os peregrinos partiam deste último oásis no vale do Jordão para o último trecho de uns 25 quilômetros, uma subida íngreme de perto de 1.000 metros de altitude, através do deserto acidentado da Judeia até a cidade do templo. [4] Durante essa viagem Jesus estava rodeado de uma multidão de discípulos, mas também de um grande ajuntamento popular (Lc 19.39). A iminente festa da Páscoa (Lc 22.1) permite supor sem sombra de dúvida que Jesus viajava para Jerusalém junto com caravanas de peregrinos. [5]

Com isso em mente, podemos tirar algumas lições da história desse pobre mendigo cego.

1 – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA CIDADE DE JERICÓ.

Existem algumas caraterísticas da cidade de Jericó que são interessantes destacarmos.

Primeiro, Jericó era uma das cidades mais antigas da história. Esta cidade é citada pela primeira vez em Josué 2.1. Jericó foi a maior fortaleza derrubada por Josué e seu exército na conquista da terra prometida (Js 6.20,21). Ela foi o primeiro obstáculo que os hebreus tiveram que enfrentar na nova terra. Esta cidade foi destruída e abandonada várias vezes. O sítio arqueológico onde ficava a antiga Jericó está a meio quilômetro da moderna e tem apenas poucas ruínas desabitadas. 

Segundo, Jericó era uma cidade amaldiçoada (Js 6.26). “Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito lhe porá os fundamentos e, à custa do mais novo, as portas” (ARA).

Esta profecia se cumpriu nos dias do profeta Elias (1Rs 16.34): “Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; quando lhe lançou os fundamentos, morreu-lhe Abirão, seu primogênito; quando lhe pôs as portas, morreu Segube, seu último, segundo a palavra do Senhor, que falara por intermédio de Josué, filho de Num” (ARA).

Mas foi nesta mesma cidade que Raabe, a prostituta, por ter escondido os espias que Josué tinha enviado para fazer um relatório da cidade foi salva, ela e sua família (Js 2.1-6, 6.22,23). Por este ato, Raabe entrou na genealogia de Jesus (Mt 1.5). Apesar desta cidade estar debaixo da condenação divina, a graça do Senhor alcançou aqueles que deveriam ser salvos.

Spurgeon diz que havia maldição sobre Jericó, mas a presença de Jesus trouxe uma bênção. Supomos que Ele precisou passar por Jericó, como antes lhe era necessário passar por Samaria. [6]   

Terceiro, Jericó era uma cidade encantadora. Jericó oferecia um oásis verdejante de água e tamareiras para os peregrinos cansados e sedentos. [7] Era chamada a cidade das palmeiras e dos sicômoros. Jericó era a cidade dos prazeres. Ali estava o palácio de inverno do rei Herodes. Ali ficavam as fontes termais. Ali moravam milhares de sacerdotes que trabalhavam no templo de Jerusalém. Jericó era a cidade da diversão. Era a cidade que ficava no lugar mais baixo do planeta, 400 metros abaixo do nível do mar. E a maior depressão da terra. Jericó era uma cidade próxima ao mar Morto. [8]

2 – AS CONDIÇÕES EM QUE VIVIA ESTE CEGO ANTE DE JESUS PASSAR POR JERICÓ. 

Nada sabemos sobre a vida de Bartimeu, além do que é revelado nos poucos versículos sobre ele. O nome de seu pai era Timeu, e por isso ele é chamado de Bartimeu. A Bíblia não explica se ele era cego de nascença ou se ficou cego no decorrer de sua vida. O texto bíblico simplesmente apresenta Bartimeu como um cego que mendigava na cidade de Jericó.

Diante dos poucos versículos que falam a seu respeito, podemos observar como vivia este pobre cego.

Primeiro, ele mendigava porque era cego (Lc 18.35). Apesar de morar em uma das belas cidades da região, ele não podia desfrutar de sua beleza. Não sabemos como ele perdeu a visão, embora naquela época era muito comum os problemas oftalmológicos. Devido a esta condição desfavorável, este pobre homem viva mendigando.

Ao lermos os Evangelhos, observamos que não foram poucos os cegos que o Senhor Jesus curou em seu ministério. Alguns foram levados à Jesus (Mt 15.30; Mc 8.22). Quando Jesus havia saído da casa de Jairo, dois cegos passaram a segui-lo e insistir que os curasse (Mt 9.27-30). Outro foi da iniciativa do Senhor em curá-lo (Jo 9.1-8). Em Mateus 12.22 Jesus expulsa o demônio de um homem que o havia deixado cego e mudo. Sem contar os que não foram registrados diretamente (Lc 7.18-23). É impossível enumerar quantos cegos o Senhor curou em seu ministério. Mas podemos afirmar que foram muitos.

Segundo, ele estava à beira do caminho (Lc 18.35). A localização do pedinte à beira da estrada o estigmatizava como um proscrito social (e talvez religioso). [9] Enquanto as multidões iam para Jerusalém para a festa da Páscoa, este pobre mendigo ficava à beira do caminho ouvindo as multidões em festa. Ele era uma párea da sociedade. Ele não tinha uma família que pudesse sustentá-lo para que ele não precisasse passar por este constrangimento diariamente.

Faltava-lhe luz nos olhos e dinheiro no bolso. Ele estava entregue às trevas e à miséria. Vivia a esmolar à beira da estrada, dependendo totalmente da benevolência dos outros. Um cego não sabe para onde vai, um mendigo não tem para onde ir. [10] Champlin diz que o pior infortúnio é que ele não pode ver as alegrias, as maravilhas do mundo de Deus, os rostos de seus amigos. Não é de se estranhar que a cegueira conquista a nossa simpatia; mas é duplamente estranho que a cegueira da alma nos deixa inabalados. [11]

Matthew Henry destaca que este pobre cego era o símbolo mais adequado da humanidade que Cristo veio curar e salvar; eles são, portanto, infelizes e miseráveis, porque são tanto pobres como cegos (Ap 3.17). [12]

Terceiro, ele era um mendigo sem nome. Nem Lucas e nem Mateus o identifica com alguma referência familiar. Marcos nos diz que ele era filho de Timeu, por isso ele era chamado de Bartimeu. Este não era o seu nome, mas a identificação de quem ele era filho. 

3 – O ENCONTRO DO CEGO COM JESUS (Lc 18.36-43).

De acordo com o calendário divino, Jesus estava a caminho de Jerusalém para uma última vez. A hora da escuridão tinha vindo para enfrentar o ódio e animosidade dos líderes religiosos de Israel. No entanto, mesmo diante desse fato, o Senhor não deixou de estender a Sua misericórdia sobre a vida deste pobre mendigo cego.

As consequências do encontro deste cego mendigo com Cristo.

Primeiro, ele percebe que algo diferente estava acontecendo (Lc 18.36). Enquanto Se aproximava da cidade, a multidão que estava com Jesus atraiu a atenção do cego que perguntou qual era a comoção, e lhe contaram que passava Jesus, o Nazareno. [13] James R. Edwards diz que um nome popular como Jesus (este nome era o sexto nome masculino mais comum entre os judeus palestinos), em um lugar como Jerusalém e Jericó chamaria pouca atenção, mas “Jesus de Nazaré” era um nome único e preciso. [14]

Segundo, sabendo que era Jesus que estava passando, ele não deixou passar aquela oportunidade (Lc 18.37,38). Aquela era a última vez que Jesus passaria por Jericó. Era a última vez que Jesus subiria a Jerusalém. Aquela era a última oportunidade daquele homem. [15] Embora ele não soubesse disso, ele, mesmo assim, não deixou passar a oportunidade. É quase certo de que o cego ouvira a fama de Jesus e sabe que nele há esperança. É por essa razão que ele clama tem misericórdia de mim. [16]

Terceiro, ele “viu” Jesus como o Messias (Lc 18.38). Essa referência a Jesus como o Filho de Davi é a primeira proclamação pública da identidade de Jesus como o Messias no Evangelho de Lucas. As portas de Jerusalém, torna-se claro que Jesus entrará na cidade santa, não como um sábio viajante, mas como o Messias de Israel. [17]

Quarto, ele buscou a Jesus com perseverança (Lc 18.38,39). Como disse Barclay, a insubornável persistência de Bartimeu. Nada nem ninguém pôde deter seu clamor, sua exigência de ser levado até Jesus. Estava determinado a dialogar com a única pessoa que podia escutá-lo. Na mente de Bartimeu não havia somente um desejo vago, geral, nebuloso e sentimental de ver a Jesus. Era uma vontade desesperada. [18]

Quinto, a multidão tentou abafar sua voz (Lc 18.39). A passagem nos conta que, ao ser repreendido por algumas pessoas, para que se calasse, o cego não atendeu. “Ele, porém, cada vez gritava mais”. Sentiu sua necessidade e achou palavras para expressá-la. Não seria impedido pela repreensão de pessoas que não sabiam nada sobre a miséria da cegueira. O seu sofrimento o fez continuar clamando. E sua importunação foi amplamente recompensada. Achou o que estava procurando. Naquele mesmo dia recuperou a vista. [19]

A multidão havia se tornado um empecilho para o pobre cego mendigo. Certamente, muitas daquelas pessoas que tentaram calar o cego mendigo tinham sido agraciadas pelo Senhor. Receberam a bênção, mas não queriam compartilhá-la com outras pessoas.

Sexto, seu clamor foi ouvido (Lc 18.40). Jesus mandou trazê-lo. Ao longo dos Evangelhos Jesus se revela como sendo não apenas muito poderoso, mas também muito misericordioso. Seu coração está constantemente se condoendo pelas pessoas carentes. Assim também aqui, apesar de ele mesmo estar se aproximando da cruz! Ele se detém e ordena às pessoas – provavelmente aquelas mesmas pessoas que queriam que o homem se calasse – que lhe tragam o homem. Mui amorosamente Jesus lhe pergunta o que ele deseja. [20] Toda atenção de Jesus estava agora para aquele cego mendigo.

Sétimo, ele buscou a Jesus com objetividade (Lc 18.40,41). Bartimeu sabia exatamente o que necessitava. Queria ver. Muitas vezes nossa admiração por Jesus é um sentimento generalizado, muito pouco específico. Quando vamos ao médico sabemos exatamente o que é que nos dói e o que queremos que ele nos cure. O mesmo deveria ser entre nós e Jesus. E isto implica algo que muito poucas pessoas estão dispostas a enfrentar: o autoexame, a autocrítica. Se quando viermos à presença do Jesus sabemos com a mesma exatidão que Bartimeu o que queremos que ele faça conosco, sem dúvida obteremos o cumprimento de nosso desejo. [21]

Que queres que te faça? pode parecer uma pergunta supérflua, diz Sanner, mas sem dúvida serviu para fortalecer a fé deste homem, levando-o a expressar o seu desejo. Ao fazer perguntas, Jesus encorajava as pessoas a expressarem seus desejos, esperanças, aspirações e lhes dava a oportunidade de expressar a fé que possuíam, ocasião em que Ele podia então agir e abençoar. [22]

Oitavo, a sua nova vida com Cristo (Lc 18.42,43). Três fatos ocorreram com Bartimeu após o encontro com Jesus. Primeiro, Bartimeu recuperou a visão (Lc 18.42,43). Segundo, alcançou a salvação de sua alma (Lc 18.42) e terceiro, Bartimeu passou a seguir a Cristo (18.43). 

Jesus diagnosticou uma doença mais grave e mais urgente do que a cegueira. Não apenas seus olhos estavam em trevas, mas também sua alma. Bartimeu viu coisas que Anás, Caifás e as hostes de mestres em Israel não viram. Ele viu que Jesus era o Messias esperado, o Todo-poderoso Deus. [23] John Charles Ryle diz que “a enfermidade do pecado é mais crônica do que a falta de visão”. [24]

Leon Morris destaca que quando Jesus diz “a tua fé te salvou” não significa que foi a fé de Bartimeu que criou a cura, mas, sim, que a fé foi o meio pelo qual ele recebeu a cura. [25]

Jesus não apenas perdoa pecados e salva a alma, mas também cura e redime o corpo. Bartimeu teve seus olhos abertos. Ele saiu de uma cegueira completa para uma visão completa. Num momento, cegueira total; no seguinte, visão intacta. A cura foi total, imediata e definitiva. Jesus passou por Jericó. Ele está passando hoje também pela nossa vida, cruzando as avenidas da nossa existência. Temos duas opções: clamar pelo seu nome ou perder a oportunidade. [26]

CONCLUSÃO 

Esta passagem é importante por várias razões. Primeiro, é um modelo de salvação diante da cruz. Bartimeu entendeu que ele era um pecador, sob o julgamento de Deus, e na necessidade de misericórdia. Ele reconheceu Jesus como o Messias, que veio para salvar o seu povo dos seus pecados (Is 53.5,6; Mt 1.21), e como seu Senhor soberano. Em segundo lugar, a resposta de Jesus mostra que Ele não ignora aqueles que clamam a Ele por misericórdia (Mt 11.28; Jo 6.37). Em terceiro lugar, Jesus é profundamente compassivo sobre a situação dos feridos, pecadores perdidos. E finalmente, embora o Senhor Jesus tenha poder absoluto sobre a doença, Ele não veio apenas para curar os doentes, mas “para buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19.10).

Pense nisso!      

Bibliografia:

1 – Ash, Anthony Lee. O Evangelho Segundo Lucas, Ed. Vida Cristã, São Paulo, SP, 1980, p. 267.

2 – Robertson, A. T. Comentário de Mateus e Marcos, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2011, p. 227.

3 – Evans, Craig A. O Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Lucas, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1996, p. 315

4 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 538.

5 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 380.

6 – Spurgeon, Charles H. O Evangelho Segundo Mateus, a narrativa do Rei, Ed. Estação da Fé, Goiânia, GO, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2018, p. 426.

7 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 660.

8 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 540.

9 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 660.

10 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 540.

11 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 180.

12 – Henry, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento Mateus a João, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2008, p. 686.

13 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 254.

14 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 661.

15 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 541.

16 – Evans, Craig A. O Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Lucas, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1996, p. 315.

17 – Neale, David A. Lucas, 9 – 24, Novo Comentário Beacon, Ed. Central Gospel, Rio de Janeiro, RJ, 2015, p. 218.

18 – Barclay, William. Comentário do Novo Testamento, Marcos, p. 260.

19 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 301.

20 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 413.

21 – Barclay, William. Comentário do Novo Testamento, Marcos, p. 260.

22 – Sanner, A. Elwood. Comentário Bíblico Beacon, Marcos, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 290.

23 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 543.

24 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 301.

25 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 254.

26 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 544.

    

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

JESUS PREDIZ SUA MORTE E RESSURREIÇÃO - Lucas 18.31-34

Por Pr. Silas Figueira

INTRODUÇÃO

Quando Jesus falou pela primeira vez a respeito de sua morte, Pedro o reprovou. Quando Jesus falou pela segunda vez sobre seu sofrimento e morte, os discípulos discutiram entre si sobre quem era o maior entre eles. Agora, quando Jesus fala pela terceira vez e com mais detalhes, Tiago e João buscam glórias pessoais, e os outros dez se irritam com eles, porque se sentem traídos (Mc 10.35-45). Nas duas primeiras predições, Jesus havia falado sobre o que haveria de lhe acontecer; agora, ele fala sobre onde as coisas vão acontecer, na santa cidade de Jerusalém (Lc 18.31-34). Os discípulos, porém, pareciam cegos para o significado da cruz. [1]

Leon Morris diz que esta passagem é frequentemente referida como sendo a terceira predição de Jesus do Seu sofrimento, mas é, na realidade, a sétima que Lucas registra, seguindo outras em 5.35; 9.22,43-45; 12.50; 13.32-33; 17.25. [2]

Hendriksen comenta que Pedro chamou a atenção de Jesus para o sacrifício que ele e os demais discípulos tinham feito (v. 28). Jesus agora fixa a atenção do grupo no sacrifício infinitamente maior que ele estava para fazer. [3]

Quais as lições que podemos tirar desse texto?

1 – JESUS CAMINHA PARA JERUSALÉM PARA SER MORTO (Lc 18.31,32).

Uma das maneiras em que os pseudoestudiosos, críticos e céticos constantemente atacam é que os sofrimentos que Jesus enfrentou foi um acidente. Eles argumentam que a sua morte não foi planejada, mas acidental. Sua morte, eles insistem, resultou de um erro de cálculo; foi uma nobre tentativa de trazer bondade ao mundo, mas terminou em um desastre não planejado. Alguns sugerem que Jesus era um ingênuo, bem-intencionado, bom homem, que queria elevar as pessoas religiosamente por suas ideias, mas foi longe demais e gerou ira mortal em seus inimigos. Mas nada poderia estar mais longe da verdade.

Diante disso, podemos destacar algumas lições.

Primeiro, a morte de Jesus foi predita pelos profetas (Lc 18.31). A palavra profética alude a cada traço singular de seu sofrimento, como é descrito por Lucas. Tudo o que foi escrito pelos profetas acerca do Filho do Homem terá de ser consumado. [4] Toda a trajetória de sua vida foi profetizada 700 anos antes e incluiu todos os aspectos como Ele seria o Messias Sofredor, o Servo de Deus ((Is 52.13-53.12).

A cruz não foi um acidente na vida de Jesus, mas uma agenda. Ele veio ao mundo para morrer. Não há nada de involuntário ou desconhecido na morte de Cristo. Ele jamais foi demovido desse plano, quer pela tentação de Satanás, quer pelo apelo das multidões, quer pela agrura desse caminho. [5]

Em momento algum Jesus foi uma vítima bem-intencionada de um plano que o surpreendeu quando deu horrivelmente errado. Ele sabia exatamente como sua vida iria acabar, até os mínimos detalhes (Jo 19.28). Tudo já estava previsto desde antes da fundação do mundo (Ap 13.8), quando o plano de salvação foi formado. O coração da fé cristã é a morte do Senhor Jesus Cristo. Tudo na história da redenção no Antigo Testamento se move em direção à cruz.

Como lemos, nas próprias palavras de Jesus aos discípulos, depois de Sua ressurreição em Lucas 24.25-27,44,45:

“E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” 

Leon Morris destaca que o propósito de Deus será realizado. No fim, não é aquilo que agrada ao homem, mas, sim, o beneplácito de Deus que será cumprido. [6] A soberania de Deus sempre irá prevalecer, ainda que os homens pensem que estão no controle da história. Loucos são os que pensam assim!

Segundo, Jesus não se acovardou diante da cruz (Lc 18.31,32). Resolutamente, ele marchou para Jerusalém e para a cruz como um rei caminha para a sua coroação. [7] O amor de nosso Senhor Jesus para com os pecadores foi admiravelmente demonstrado em seu resoluto propósito de morrer em favor deles. [8] William Barclay diz que qualquer um é capaz de uma ação heroica em um momento de excitação, mas se requer um homem de valor supremo para enfrentar algo que está a dias de distância e do qual poderia escapar dando as costas. [9]

Hendriksen destaca que quando em conexão com as grandes festas os peregrinos caminhavam rumo a Jerusalém, eles iam lá para adorar e isso incluía levar oferendas. Jesus também está agora “subindo para Jerusalém”, levando a si próprio como uma oferenda pelo “pecado do mundo” (Is 53.10; Jo 1.29). [10] Não podemos deixar de admirar a coragem do Servo de Deus ao seguir para o Calvário, e devemos adorá-lo ainda mais por fazer isso por nós. [11]

Terceiro, Jesus compartilha esse acontecimento aos Doze (Lc 18.31). James R. Edwards diz que Jesus faz a última predição da paixão não a todos os discípulos, mas aos Doze. O anúncio da necessidade do sofrimento no propósito messiânico é reservado aos seguidores mais seletos dele. [12]

Matthew Henry destaca que:

[...] não era adequado que isso fosse falado publicamente naquele momento: 1. Porque muitos que eram simpatizantes moderados dele iriam, a partir de então, virar-lhe as costas; o escândalo da cruz os teria assustado e eles não o seguiriam mais. 2. Porque muitos que eram simpatizantes ferrenhos dele seriam, a partir de então, impelidos a pegar em armas em sua defesa, e isso poderia ter ocasionado um “alvoroço entre o povo” (Mt 26.5), o que teria sido imputado a Ele como acusação, se lhes tivesse dito publicamente antes. E, além desses métodos estarem totalmente em desacordo com o caráter do seu Reino, que não é deste mundo, o Senhor Jesus nunca apoiou nada que tivesse a tendência de impedir os seus sofrimentos. [13]

Isso é algo que devemos tomar como exemplo em nossas vidas. Muitas vezes há uma necessidade de abrirmos o nosso coração diante de algo que, de alguma forma, nos assusta. Mas, nem sempre, poderemos compartilhar com todos. Nem todas as pessoas compreendem o que estamos enfrentando ou o que estamos por enfrentar. Por exemplo, Abraão quando foi sacrificar Isaque como o Senhor lhe havia designado (Gn 22), deixou os dois servos tomando conta do jumento e subiu o monte somente com seu filho. É bem provável que os dois servos tentariam impedi-lo de fazer o que Deus lhe havia pedido. Por isso, devemos ter muito cuidado com quem compartilhamos os projetos de Deus para nossas vidas.

Observe outro exemplo. Quando Jesus falou a primeira vez aos Doze do que lhe estava por acontecer em Jerusalém, veja qual foi a reação de Pedro: 

E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. (Mt 16.22,23).

Quarto, a liderança de Jesus (Lc 18.31). Jesus ia adiante dos seus discípulos nessa marcha para Jerusalém (Mc 10.32). “E iam no caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles. Não havia nele nenhum sinal de dúvida ou temor. Quando subimos a estrada da perseguição, do sofrimento e da morte, temos a convicção de que Jesus vai à nossa frente. Ele nos lidera nessa jornada. [14] 

2 – JESUS FALA PARA OS DOZE A RESPEITO DE SEU SOFRIMENTO, MORTE E RESSURREIÇÃO (Lc 18.32,33).

Combinando estes versos com os relatos paralelos em Mateus 20.17-19 e Marcos 10. 32-34 dá o registro completo do que o Senhor disse nesta ocasião. Ele seria traído e entregue às autoridades judaicas (Mt 20.18; Mc 10.33) e, depois de um julgamento simulado, condenado por eles até a morte, e entregue aos gentios (uma vez que os judeus não tinham autoridade para executar (Jo 18.31), escarnecido e maltratado, cuspido, açoitado, crucificado e depois no terceiro dia Ele iria ressuscitar.

Jesus disse aos Doze que seria entregue aos gentios. John MacArthur destaca que cada profecia da morte de Jesus (Lc 9.22,44; 12.50; 13.32,33; 17.25) era mais explícita do que a anterior. Essa é a sua primeira menção a ser entregue aos gentios. [15]

Com isso em mente, podemos destacar algumas lições.

Primeiro, Jesus fala do seu sofrimento (Lc 18.32,33a). Estes versos não só preveem o sofrimento de Cristo, eles também transmite a magnitude e intensidade do que Jesus, o “Homem de dores” (Is 53.3), resistiu. É interessante notar que o Novo Testamento frequentemente usa a palavra “aflições” no plural quando se refere a Cristo (por exemplo, 2Co 1.5; Fl 3.10; Hb 2.10; 1Pe 1.11; 4.13; 5.1), enquanto no Antigo Testamento, Isaías 53 revela o alcance e a gravidade do que Jesus iria sofrer. A natureza dos Seus sofrimentos pode ser resumida em cinco pontos.

Primeiro, Jesus sofreu deslealdade. Ele foi traído por Judas Iscariotes, um dos mais próximos a ele, um homem em quem ele tinha investido Sua vida e da verdade.

Segundo, Jesus sofreu rejeição (cf. Is 53.3.). Essa rejeição veio antes de tudo a partir de Israel. “Ele veio para o que era Seu”, escreveu João, “e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Foram os líderes da nação, os principais sacerdotes e escribas, que o condenou à morte e entregou-o aos romanos para ser executado. As pessoas também rejeitaram diante de Pilatos, gritando “Crucifica-o!” (Mt 27.22). Jesus também foi rejeitado por aqueles mais próximos a ele.

Terceiro, Jesus sofreu humilhação. O Filho de Deus sem pecado, em quem “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), foi ridicularizado e maltratado e cuspido. Lucas 22.63 observa que “os homens que detinham Jesus zombavam dele, ferindo-o”. Herodes, com seus soldados, depois de tratar com desprezo e zombando dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente e mandou-o de volta a Pilatos.

Quarto, Jesus sofreu injustiça. Ele foi falsamente acusado de pecado (Jo 9.24), sedição, insurreição (Lc 23.13-14), e blasfêmia (Mt 9.3; 26.65; Jo 10.33). Seus julgamentos eram manifestações monumentais de injustiça em todos os pontos.

Quinto, Jesus sofreu lesões corporais. Ele foi brutalmente açoitado com um chicote com várias tiras de couro, no final dos quais foram amarrados pedaços ossos, pedra ou metal. Eram tão graves esses açoitamentos que muitos morreriam. A crucificação era a forma mais horrível de execução.

William Hendriksen destaca que Marcos enumera sete pontos para a terceira predição. São eles: 1. O Filho do homem será traído e entregue nas mãos dos principais sacerdotes e escribas, 2. eles o condenarão à morte, 3. e o entregarão aos gentios, 4. que escarnecerão dele e cuspirão nele, 5. o açoitarão, 6. e o matarão 7. ao terceiro dia ele ressuscitará. [16]

John C. Ryle comenta que o Senhor Jesus bem sabia que sua morte era o principal objetivo pelo qual viera ao mundo. Viera para oferecer sua vida em resgate por muitos. Apresentaria sua alma como oferta pelo pecado e levaria Ele mesmo “em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe 2.24). Ele daria seu corpo e seu sangue em favor da vida do mundo. [17]

Segundo, Jesus fala sobre sua morte e ressurreição (Lc 18.33,34). Jesus preanunciou não apenas sua morte, mas também sua ressurreição. Seu plano eterno passava pelo vale da morte, mas a morte não o poderia reter. Ele quebrou o poder da morte, abriu o sepulcro de dentro para fora, matou a morte e conquistou para nós imortalidade. Agora, a morte não tem mais a última palavra. A morte foi vencida. [18]

3 – A IGNORÂNCIA DOS DISCÍPULOS QUANTO AO SACRIFÍCIO DE JESUS (Lc 18.34).

A incompreensão dos discípulos não era intencional, no entanto de certo modo ocorria por culpa própria. A constatação de que compreenderam muito pouco do que o Senhor disse resulta do pedido dos filhos de Zebedeu (Mc 10.35-40). O coração dos discípulos rejeitava obstinadamente o único sentido inteligível das palavras do Senhor. Sua mente buscava em vão por um sentido diferente e mais tolerável. Os doze eram intelectualmente tão cegos quanto Bartimeu era fisicamente cego naquele momento. [19]

Ficamos admirados diante da cegueira e ignorância desses judeus, destaca John Ryle. Estranhamos o fato de que, em face dos ensinos claros e à luz evidente dos símbolos da lei de Moisés, os sofrimentos do Messias tivessem sido perdidos de vista, diante de sua glória, e sua cruz ocultada por trás de sua coroa. [20]

Com isso em mente, podemos apontar algumas lições.

Primeiro, eles tinham uma expectativa errada do Reino de Jesus. Havia uma boa razão de que os discípulos não conseguiram captar o ensinamento do Senhor sobre seu sofrimento e morte: eles não conseguiam encaixar a morte de Jesus em sua teologia messiânica. Eles esperavam que o Messias seria um rei que iria derrotar os inimigos de Israel e estabelecer Seu reino. Eles estavam procurando uma coroação, e não uma crucificação; por um Messias que mataria seus inimigos, e não aquele que fosse morto por seu próprio povo. A ideia de um Messias crucificado era um absurdo para eles. Era tão ridículo que eles não podiam sequer compreendê-lo. “A palavra da cruz é loucura para os que estão perecendo”, escreveu Paulo em 1 Coríntios 1.18. Assim, “Jesus crucificado” era “para os judeus uma pedra de tropeço” (v 23.); uma barreira enorme que eles estavam enfrentando.

Segundo, só Jesus pode tirar dos nossos olhos a venda da ignorância (Lc 18.34, 24.25-27, 44,45; conf. 2Co 4.4). Por ora, entretanto, eles nada disto entendiam. E isso acontecia não porque fossem faltos de entendimento (impressão real que se tem segundo a versão de Marcos); é que esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia. Essa compreensão lhes seria partilhada após a ressurreição de Jesus. As Escrituras se cumpririam em sua rejeição. Mas seria em sua ressurreição que se encontraria a esperança de um reino de Deus vindouro. [21]

Champlin diz que a revelação do conhecimento é gradual, e isso tem sua finalidade, normalmente relativa ao desenvolvimento espiritual, para que o indivíduo seja “capaz” de receber novo conhecimento e nova iluminação. Com frequência essa capacidade é “adquirida”. Não é dada a ninguém a troco de nada. Além disso, Deus tem um cronograma para as revelações pessoais e universais, que transcendem aos fatores humanos. [22]

Fritz Rienecker é enfático em dizer que essa incapacidade dos discípulos constitui uma prova inequívoca da necessidade incontornável de que sejam iluminados pelo Espírito Santo. [23]

 CONCLUSÃO 

Quero concluir com as palavras de John C. Ryle: “Será que estamos esquecendo que a morte vicária de Cristo seria sempre uma pedra de tropeço e uma ofensa para a natureza humana orgulhosa? Não reconhecemos que até agora, depois que Ele ressuscitou dentre os mortos e ascendeu à glória, a doutrina da cruz ainda é tolice para muitos e que a morte de Cristo como nosso substituto, na cruz, é uma verdade frequentemente negada, rejeitada e desprezada? Antes de nos admirarmos porque esses fracos primeiros discípulos não entenderam as palavras de nosso Senhor a respeito de sua morte, deveríamos olhar ao nosso redor. Ficaremos humilhados ao recordar que milhares de supostos cristãos não entendem nem valorizam a morte de Cristo em nossos dias”. [24]

Pense nisso!

Bibliografia:

1 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 536.

2 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 253.

3 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 405.

4 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 379.

5 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 536.

6 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 253.

7 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 536.

8 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 299.

9 – Barclay, William. O Novo Testamento Comentado, Lucas, p. 201.

10 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 406.

11 – Wiersbe, Warren W. Marcos, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 190.

12 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 655.

13 – Henry, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento Mateus a João, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2008, p. 257

14 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 536.

15 – MacArthur, John. Comentário Bíblico MacArthur, Gênesis a Apocalipse, Ed. Thomas Nelson, Rio de Janeiro, RJ, 2019, p. 1279.

16 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 407.

17 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 299.

18 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 537.

19 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 379.

20 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 300.

21 – Evans, Craig A. O Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Lucas, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1996, p. 311.

22 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 180.

23 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 379.

24 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 300.