Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Lucas 6.1-5
INTRODUÇÃO
O texto que lemos nos
mostra o Senhor Jesus atravessando com os seus discípulos as plantações de
cereais da Galileia (trigo ou cevada). Acompanham-nos fariseus, observando-os
com a intenção de pegá-los em algum erro em relação a Lei. A situação tinha se
agravado a tal ponto que nem no campo, entre colheitas que amadureciam, Jesus e
seus seguidores estavam livres do controle de seus adversários.
Em Mateus 12.1 lemos: “Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em
um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a
comer”. Seus discípulos estavam famintos...
Isso é relatado só por Mateus, ainda que esteja também implícito em Marcos 2.25
e Lucas 6.3. Como não estavam mais trabalhando em suas ocupações anteriores,
não surpreende que naqueles dias os discípulos – não se indica dessa vez
quantos eram – tinham (ou “ficaram com”) fome. Jesus também, não só
experimentou sede (Jo 4.6,7), mas igualmente fome (Mt 21.18). Esse pequeno
grupo era pobre, necessitado e agora também faminto [1].
Foi diante dessa
colheita para mitigar a fome que os fariseus os criticaram dizendo que eles
estavam quebrando a Lei de Moisés. Mas diante desse episódio o Senhor Jesus
lhes deu uma grande lição em relação ao sábado, mostrando o perigo do
legalismo.
É sobre esse texto que
quero pensar com você e aprendermos com Jesus lições preciosas para nossas
vidas hoje.
1
– O PERIGO DO LEGALISMO SABÁTICO – ENTENDENDO O SÁBADO NA INTERPRETAÇÃO
FARISAICA (Lc 6.1,2).
Legalismo
pode ser definido como “relacionamento
entre fé e prática baseado na obediência a regras e regulamentos”. É um
envolvimento onde não prevalece a graça.
A maioria dos oponentes
do Salvador eram aqueles que acreditavam que eles eram justos em si e por si mesmos, com base em seu zelo e
compromisso com a lei de Deus.
Lutero disse: “É muito difícil para um homem acreditar que
Deus é gentil com ele, o coração humano não consegue entender isso”. Se não
olhamos para a graça, olhamos para nós mesmos e para nossos próprios esforços,
e é aí que estão as raízes do legalismo.
Devemos
buscar um ponto de equilíbrio. Se o legalismo é um
zelo extremado pelas doutrinas (que é algo condenável e perigoso), o contrário
disso também é muito perigoso, que é o de antinomianismo (transformar em libertinagem
a graça de nosso Deus). Enquanto o legalismo é agarrado as regras o
antinomianismo não se importa com elas. Os dois são perigosos e mortíferos. Enquanto
o legalista exalta de tal modo a lei que chega a excluir a graça, o antinomiano
é fascinado pela graça ao ponto de perder de vista a lei, como uma regra de
vida.
Veja o que Paulo
escrevendo aos Gálatas diz:
“Estai,
pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a
colocar-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se
vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a
todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei (legalismo). Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da
liberdade para dar ocasião à carne (antinomianismo), mas servi-vos uns aos outros pelo amor”
(Gl 5.1-3,13).
O
ponto de equilíbrio: “Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12).
O
que era o legalismo sabático.
A maioria das religiões
do mundo veneram lugares sagrados: o islamismo honra Meca; o hinduísmo, o rio
Ganges; e o xintoísmo, a ilha do Japão. O judaísmo também venerava Jerusalém e
em especial o templo como lugar sagrado, mas venerava algo mais e talvez acima
desses dois locais: o tempo, o sábado
[2]. E foi devido a “quebra” do
sábado que alguns fariseus questionaram Jesus e seus discípulos.
a)
A observância do sábado era a característica definidora do judaísmo, era mais
que a circuncisão.
Para os doutores da Lei um indivíduo era um judeu praticante se guardasse de
forma correta o dia de sábado. A circuncisão e o sábado marcavam os judeus de
forma perceptível, a primeira na carne deles e a segunda no uso do tempo. O
sábado estendia-se do pôr do sol da sexta até o pôr do sol do sábado [3]. A
regra geral era da observância do sábado era para não começar um trabalho que
pudesse se estender até o sábado, e não fazer qualquer trabalho no sábado que
não fosse absolutamente necessário – entenda-se por “necessário” qualquer coisa que ameace a vida. Por exemplo, era
proibido consertar um pé ou mão deslocado no sábado ou consertar um telhado
caído.
A observância do dia do
Senhor nunca teve a finalidade de ser imposta como algo injurioso à saúde do
homem; nunca foi instituída para interferir nas necessidades humanas. O
mandamento original: “Lembra-te do dia de
sábado, para o santificar” (Êx 20.8), não tinha o intuito de ser interpretado
como prejudicial ao corpo do homem, ou como empecilho aos atos de misericórdia
em favor do próximo. Esse era o ponto crucial que os fariseus tinham esquecido
ou sepultado debaixo de suas tradições.
b)
O sábado judaico tinha se transformado num carrasco do homem.
Ele era um fardo insuportável em vez de um elemento terapêutico. Ele era um fim
em si mesmo em vez de ser um instrumento de bênção para o homem. Por essa
causa, os fariseus ao verem os discípulos de Jesus colhendo e comendo espigas
nas searas em dia de sábado, debulhando-as com as mãos (Mc 2.23; Lc 6.1),
advertiram a Jesus nesses termos: “Vê!
Por que fazem o que não é lícito aos sábados?” [4].
c)
O sábado havia se transformado num fardo impossível de carregar, símbolo da
escravidão religiosa que prendia a nação. O povo que havia sido
liberto do Egito, agora era prisioneiro do sábado e do legalismo farisaico. Os
fariseus transformaram o sábado num fardo, descaracterizando o propósito divino
de que fosse um dia de bênção.
De
acordo com o livro dos Jubileus, do século II a.C., o
sábado foi guardado primeiro no céu, pelo próprio Deus e os anjos das classes
mais elevadas (2.18-21,30,31). Até no
inferno os ímpios poderão descansar do seu sofrimento, no sábado. No
entanto, Deus queria implantar o seu sinal também na terra, e para isso só
precisava de um povo ao qual pudesse confiar esse pedaço do céu. Então ele
criou Israel. Destarte, a santificação do Sábado é o motivo real da existência
de Israel, e a guarda do sábado é, para Israel, não só um mandamento entre
outros, porém nada menos que a preservação da própria eleição [5]. São nessas
ideias aqui que os adventistas tanto se apegam.
No entanto Jesus falou: “O sábado foi feito por causa do homem, e
não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27). Jesus está mostrando aqui que o
dia de descanso tem um objetivo de servir ao homem, de servir às necessidades
de descanso do ser humano, de trazer a ele bênçãos, e não para ser um dia
idolatrado.
Na
época de Jesus, pregava-se que não respeitar o sábado atrairia desgraça para a
família do desobediente. Inúmeras regras proibitivas atemorizavam as pessoas.
De acordo com a
tradição judaica, havia 39 atividades que não podiam ser realizadas no sábado:
Semear, arar, colher, agrupar feixes, debulhar, dispersar, catar, moer, peneirar,
preparar massa, assar, tosquiar, lavar a lã, desembaraçar a lã, tingir a lã, fiar,
tecer, dar dois nós, tecer dois fios, separar duas linhas, atar, desatar,
coser, rasgar, caçar, abater, raspar o couro, curtir o couro, alisar o couro,
demarcar o couro, cortar, escrever, apagar, construir, demolir, acender fogo,
apagar ou diminuir o fogo, martelar e transportar algo desde um ambiente
particular a um público.
Também estava proibido
às mulheres olharem ao espelho no dia de sábado, pois poderiam descobrir algum
fio de cabelo branco e querer arrancá-lo, o que seria um grave pecado. Um
alfaiate não podia carregar uma agulha no sábado, para que não fosse tentado a
costurar algo que rasgava. Um escriba não podia carregar sua caneta porque ele
poderia escrever. Um aluno não podia levar seus livros porque ele poderia ler.
Você não poderia examinar a roupa de ninguém, porque você pode encontrar um
inseto e matá-lo. Matar insetos dava trabalho! [6].
O
dia de sábado que era para ser um dia festivo virou um dia de escravidão.
As pessoas se preocupavam mais em observar o que não se podia fazer do que
desfrutar do dia do Senhor. Eles viraram escravos do sábado e os fariseus e os
doutores da lei os carrascos para implantar a punição aos que o quebrasse.
Corremos o risco de
cair no mesmo erro se nós não vigiarmos. O legalismo é uma armadilha para os
bem intencionados. Conheço pessoas que vivem assim no domingo.
E o que foi mostrado
aqui é só uma ideia de como procediam os fariseus. A coisa era muito pior.
2
– AS LIÇÕES DE JESUS EM RELAÇÃO AO SÁBADO (Lc 6.3-5).
O texto em questão
reflete o conflito entre os fariseus, fiéis cumpridores da lei, e os discípulos
de Jesus. O Senhor Jesus aproveita a oportunidade para explicar o verdadeiro
sentido do sábado; dia de liberdade. Dia de festividade e não de tristeza.
1º - Jesus mostra que
os seus discípulos não estavam fazendo nada que era proibido no sábado (Lc 6.1-3).
Que dizia, afinal, o mandamento do sábado do AT? Em Êx 31.14 diz: “Guardareis o sábado, porque é santo para
vós. […] Qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu
povo” (cf. Êx 31.15; 35.2; também Lv 23.30; Jr 17.27). Violação do sábado,
portanto, dava pena de morte. Veja Nm 15.32,36; Ne 13.15,16,17,18; Ez 20.15s;
Jr 17.21s!
Com base nesses textos
do AT os fariseus pareciam estar com a razão. Porque, segundo sua opinião,
arrancar espigas é “trabalho”. Quem trabalha viola o sábado e merece a morte
por apedrejamento. Será que, com essa interpretação, os fariseus tinham razão?
Não! Pois em Êx 12.16 consta expressamente: “Nenhuma obra se fará nesse dia,
exceto o que diz respeito ao comer. Somente isso podereis fazer!” Aqui
se afirma expressamente que a preparação de alimentos no sábado não constitui
trabalho. Em que lugar da terra “matar a fome” poderia ser igual a “trabalhar”?
A razão singela e sóbria já rejeita isso de antemão! O exemplo de Davi
evidencia que a fome dos discípulos precisa ser levada a sério [7].
A prática de colher
espigas nas searas para comer estava rigorosamente de conformidade com a lei de
Moisés (Dt 23.24,25). A Lei dizia que se você estivesse com fome poderia comer
até se fartar, não podia colocar no cesto e levar para casa. Aí seria
considerado roubo.
2º - O conhecimento da
Palavra nos livra da opressão do legalismo (Lc 6.3,4).
Jesus não discutiu com eles, antes se referiu diretamente à Palavra de Deus
(1Sm 21.1-6). O pão da proposição ou “pão
sagrado” era, na realidade, um conjunto de doze pães, um para cada tribo de
Israel, que ficava sobre a mesa no lugar santo do tabernáculo e, posteriormente,
do templo (Êx 25.23-30; Lv 24.5-9). Todo sábado era colocado pão fresco sobre a
mesa, e só os sacerdotes tinham permissão de comê-lo [8].
Jesus cita a Escritura
para os fariseus e mostra como os sacerdotes, para mitigar a fome de Davi e de
seus homens, quebrou a lei cerimonial lhes dando pães da proposição que era só
permitido aos sacerdotes comerem. Jesus não usou texto fora de contexto, mas
usou esse episódio para mostrar o quanto o Senhor é misericordioso e não um
legalista.
“Vocês ainda não
leram?” É como se quisesse dizer: “Vocês se
orgulham de ser o próprio povo que defende a lei, e seus escribas se consideram
tão bem versados nela que podem ensinar a outros; não obstante, vocês mesmos
ignoram o fato de que ainda essa mesma lei permitia que suas restrições
cerimoniais fossem passadas por alto em caso de necessidade?” [9]. A melhor maneira de adorar a Deus é
ajudando as pessoas. O dia de descanso nunca é tão sagrado como quando é
usado para prestar ajuda aos necessitados.
3º - O exercício da
misericórdia é mais importante do que a oferta de sacrifícios (Mt 12.7).
“Mas, se vós soubésseis o que significa:
Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes”. Mais
uma vez o Senhor repreende os fariseus por seu fracasso em entender as
Escrituras e, dessa vez, ele cita Oséias 6.6. Jesus mostra para os fariseus que
é sempre certo mostrar misericórdia antes de observar preceitos da lei.
Esse foi o entendimento
que o Senhor deixou e que Tiago em sua carta mostra de forma prática quando
diz:
“Meus
irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras?
Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem
falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos,
e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que
proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si
mesma” (Tg 2.14-17).
Esse era precisamente o
problema com esses fariseus: eram destituídos de compaixão. Não eram amantes da
bondade. Portanto, a fome que afligia os discípulos de Jesus não podia acender
nos corações de seus críticos qualquer sentimento de ternura ou solicitude para
socorrê-los. Ao contrário, só sabiam condenar os discípulos.
Uma
observação: A lei do sábado foi imposta para impor limites as pessoas, para
evitar abusos, não para ser algo para ser aplicado como uma tirania.
O sábado era dia de repouso e não dia de trabalho como nos dias anteriores.
Quando Israel voltou do cativeiro passaram a quebrar a ordem do Senhor e
Neemias teve que lhes corrigir esse erro:
“Naqueles
dias vi em Judá os que pisavam lagares ao sábado e traziam feixes que
carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos, e toda a espécie
de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles no dia em que vendiam mantimentos. Também
habitavam em Jerusalém tírios que traziam peixe e toda a mercadoria, que vendiam no sábado aos filhos de
Judá, e em Jerusalém. E contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é
este que fazeis, profanando o dia de sábado? Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe o nosso Deus
todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais o
ardor de sua ira sobre Israel, profanando o sábado”
(Ne 13.15-18).
Observe o que nos diz
2Cr 36.20,21:
“Os
que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram
seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia; para que se
cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, até que a terra se
agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os
setenta anos se cumpriram”.
Entre o tempo de Moisés
e o início do cativeiro, houve (cerca de) 70 ocasiões em que a Lei do ano
sabático Levítico 25.3-5 havia sido
violada. Cerca de 490 anos.
“Seis
anos semearás o teu campo, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus
frutos. Porém, no sétimo ano, haverá sábado de descanso solene para a terra, um
sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. O que
nascer de si mesmo na tua seara não segarás e as uvas da tua vinha não podada
não colherás; ano de descanso solene será para a terra”.
Veja o que o Senhor nos
fala:
“Inútil
vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim
dá ele aos seus amados o sono” (Salmos 127.2).
“Por
isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de
comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis
de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o
vestuário? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos,
ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram.
Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas,
buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas” (Mateus 6:25,31-33).
Esse é o ponto de
equilíbrio. Trabalhar, descansar e confiar no Senhor que irá suprir todas as
nossas necessidades!
4º - O Soberano Senhor,
inclusive do sábado, é o Filho do homem (Lc 6.5).
Em Mateus 12.6 o Senhor diz: “Pois eu vos
digo que está aqui quem é maior do que o templo”. O Senhor está deixando
claro para os fariseus que Ele tinha autoridade, pois ele era maior que o
templo e Senhor do sábado.
Jesus
acaba de declarar seus discípulos “inocentes”. De fato
estavam destituídos de culpa com respeito à acusação dos fariseus pronunciada
contra eles, porque, ao colherem e (depois de debulharem o grão) comerem esse
alimento, estavam fazendo o que Jesus lhes permitia e queria que fizessem.
Estavam reconhecendo o senhorio de Jesus acima do senhorio dos fariseus e suas
tradições muitas vezes tolas [10].
Jesus deixa claro que o
legalismo é um caldo mortífero que envenena, asfixia e mata as pessoas, mas o
governo de Cristo traz liberdade e alegria [11].
3
– O “SÁBADO CRISTÃO”, DIA DE
CELEBRARMOS A DEUS.
Embora existam opiniões
diferentes sobre se os cristãos devem guardar ou não o sábado, a Bíblia diz que
não estamos mais debaixo da Lei, mas debaixo da graça (Rm 6.14). Assim, o domingo
não é o sábado cristão, com uma lista de coisas que podemos ou não podemos
fazer (Rm 14.5; Gl 4.10; Cl 2.16-17). No entanto, ao mesmo tempo há princípio
nas Leis do sábado no Antigo Testamento que podemos e devemos aplicar hoje.
Para os cristãos, o Dia
do Senhor não é um dia de regras humanas (Cl 2.16) para alcançar a salvação (Gl
4.9-10). Pelo contrário, é o Dia do Senhor (Ap 1.10), o dia para celebrar a
ressurreição de Jesus Cristo (Jo 20.1, 19) e a vinda do Espírito Santo (At
2.1). É um tempo de renovação (Êx 20.8-11), bênção (Mt 12.9-14) e alegria (Is
58.13).
John Murray afirma
corretamente que “... o Shabbath [...]
não deve ser definido em termos de cessação das atividades, mas cessação do
tipo de atividade que fazia parte do trabalho nos outros seis dias”. Domingo
é um bom dia para investir tempo com outros crentes e tempo com o Senhor nos
horários que estávamos ocupados durante a semana, no trabalho.
CONCLUSÃO
O legalismo mata a
graça e destrói a alegria de viver a liberdade que o Senhor nos trouxe em
Cristo Jesus. O legalismo escraviza e transforma as pessoas em vigilantes dos
pecados alheios. O legalismo transforma as pessoas em juiz e carrasco ao mesmo
tempo; o legalismo condena e mata sem misericórdia.
Foi assim no tempo de
Jesus e dos apóstolos, tem sido assim nos dias de hoje. Devemos ser livres e
sermos servos obedientes, sem sermos escravos do legalismo. O ponto de
equilíbrio deve ser buscado e aplicado a nossas vidas, só assim viveremos a
graça de Deus que o Senhor veio nos trazer.
Pense nisso!
Bibliografia
1 – Hendriksen, William.
Mateus, vol. 2, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2001, p. 11.
2 – Edwards, James R. O
Comentário de Marcos, Santo Amaro, SP, Ed. Sheed, 2018, p. 130.
3 – Edwards, James R. O
Comentário de Lucas, Santo Amaro, SP, Ed. Sheed, 2019, p. 243.
4 – Lopes, Hernandes
Dias. Marcos, O Evangelho dos Milagres, São Paulo, Editora Hagnos, 2006, p.
148.
5 – Pohl, Adolf. O
Evangelho de Marcos, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, 1998, p.
76.
6 – Immich, Vera Maria.
Meditação do evangelho: Jesus é o Senhor do Sábado. https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/jesus-e-o-senhor-do-sabado/
Acessado em 23/12/2020.
7 – Rienecker, Fritz. O
Evangelho de Mateus, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, 1998, p.
133.
8 – Wiersbe, Warren W.
Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, 2012,
p. 246.
9 – Wiersbe, Warren W.
Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, 2012,
p. 231.
10 – Hendriksen,
William. Mateus, vol. 2, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2001, p. 17.
11 – Lopes, Hernandes
Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, São Paulo: Editora Hagnos, 2017, p. 166.
Nenhum comentário:
Postar um comentário