quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre o Divórcio


Por Natan de Oliveira


O texto abaixo não tem o objetivo de julgar ninguém. As reflexões que aqui faço, tem por objetivo principal de serem cartas a serem lidas pelos meus filhos e descendentes no futuro, quando eu já não mais estiver por aqui, e eles desejarem me conhecer. Mas também é um alerta para todos os que são jovens e que pretendem se casar.

Casamento é coisa séria e pode trazer grandes alegrias e uma vida inesquecível, como também pode tornar a vida de uma pessoa insuportável. Os itens abaixo são as minhas impressões do que a escritura fala a respeito do divórcio.

Agradeço a alguns amigos que leram o texto e me sugeriram correções. Uma vez que o casamento cristão é na maioria absoluta dos casos, uma decisão para a vida toda, então é bom saber de antemão (antes de se casar) o que a Lei de Deus fala sobre o assunto.

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1. Antes de tudo é preciso saber que Deus odeia o divórcio em qualquer situação.

"E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o SENHOR um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis." Malaquias 2.14-16

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2. Devido a dureza do coração humano, em situações extremamente excepcionais, é possível apartar, mas sem direito a novo casamento. Caso não goste de ficar sozinho(a), tem o direito de reconciliar.

"Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher." 1 Coríntios 7.10-11

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3. É possível apartar quando o cônjuge descrente não quer mais.

"Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz." 1 Coríntios 7.15

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4. No caso do item (3), o cristão não está liberado para novo casamento uma vez que o Senhor Jesus diz expressamente que só existe uma exceção para novo casamento que é a infidelidade, assim o fim da servidão diz respeito a estar unido ao cônjuge, mas o crente ainda está impedido para novo casamento pela condição de impossibilidade delimitada pelo Senhor Jesus (não houve infidelidade, houve abandono no lar). Neste caso então o cristão abandonado fique sem casar, e aguarde até que se configure a infidelidade por parte do descrente que se apartou por iniciativa própria. Uma vez ele sendo infiel, então está livre para casar novamente.

"Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]." Mateus 19.9
"Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher." 1 Coríntios 7.10-11

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5. Novo casamento em caso de morte para o crente, somente se no Senhor (com outro crente). Por analogia, o novo casamento no caso do item (4) também só seria possível se no Senhor.

"A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor." 1 Coríntios 7.39
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?" 2 Coríntios 6.14

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6. "Repudiar" pode nos termos do item (2), mas não tem direito de casar novamente. "Repudiar" no caso de ser a vítima da infidelidade é possível, e a vítima está livre para novo casamento. Se o autor da infidelidade está livre para casar novamente, não sei dizer. Não estou falando de não crentes que estão nesta situação por ignorância da lei de Deus, falo de cristãos que sabem o ensino correto e foram já avisados da impossibilidade de novo casamento. Neste caso, para o autor da infidelidade, eu diria que “talvez” seja possível novo casamento somente após genuíno arrependimento, mas não tenho certeza. Cada um dará conta de si diante de Deus. O melhor caminho é buscar o perdão da vítima e a reconciliação. Caso a reconciliação não for possível então que fique sem casar.

"Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]." Mateus 19.9
"... (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido).... 1 Coríntios 7.11

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7. O cônjuge crente casado com um "crente" irrecuperável pode rotulá-lo como "gentio" e aplicar o item (2) (mesmo que o “irrecuperável” ainda queira permanecer junto) ou aplicar os itens (3) e (4) apartando-se caso o "irrecuperável" não deseje mais. Note-se que o novo casamento não é automaticamente liberado nestes casos, mas segue-se os itens (2), (3) e (4) conforme descritos anteriormente.

"E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano." Mateus 18.17
"Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz." 1 Coríntios 7.15

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8. Não crentes que se convertem, e já estão enrolados no segundo ou posterior casamento, tudo é zerado e a sua união de então passa a valer no Senhor uma vez que os casamentos anteriores já não existem mais, pois foram desfeitos pelo adultério em tempos de ignorância da lei de Deus.

"Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado. É assim que ordeno em todas as igrejas. Foi alguém chamado, estando circunciso? Não desfaça a circuncisão. Foi alguém chamado, estando incircunciso? Não se faça circuncidar. A circuncisão, em si, não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus. Cada um permaneça na vocação em que foi chamado. Foste chamado, sendo escravo? Não te preocupes com isso; mas, se ainda podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade." 1 Coríntios 7.17-21

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9. Adultério sem volta, casal que compreende que está em adultério depois de ministrada a Palavra (Exemplo: Cristãos que por ignorância ou ensino errado, se separaram e casaram novamente mesmo depois de cristãos): Neste caso devem se arrepender, e continuar a partir daí (serão perdoados e terão suas atuais uniões validadas).

"E agora, irmãos, eu sei que o fizeste por ignorância..." Atos 3.17
"Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam" Atos 17.30

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10. Nas outras hipóteses, aplica-se a proibição do divórcio.

"E ele lhes disse: Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério." Marcos 10.11-12
"Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias." Romanos 7.1-3

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11. Não há que se falar ou invocar os textos do Velho Testamento que permitiram o divórcio, pois Jesus sobre este assunto, nos deu novo mandamento que substituiu aqueles antigos, quando diz:

“Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. EU, PORÉM, VOS DIGO que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” Mateus 5.31-32.

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Diante disto... pense bem antes de casar.

Cada caso é um caso, mas eu pessoalmente recomendo que namorem mais de um ano.
Um casal precisa brigar “feio” pelo menos uma vez antes do casamento, para que cada um tenha a oportunidade de observar e analisar o outro para vendo-o nos seus piores “dias” ponderar se irá suportá-lo depois de casado, onde muitos desentendimentos virão.

Nunca case baseado apenas na paixão do namoro, e por isto é bom esperar mais de um ano antes de casar. Afinal a paixão dura 4 ou 6 meses, e depois ela naturalmente esfria.

O amor do casal não é amor-paixão, mas é amor-razão.
O amor do casal é um amor que se renuncia em função da felicidade do outro, e isto racionalmente.

O melhor caminho é esperar no Senhor.

No tempo certo ele oportunizará as circunstâncias necessárias para que você conheça quem deva ou não (caso seja da vontade de Deus que você fique solteiro).

Se tudo der certo, poderás dizer como muitos:

“Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis. O coração do seu marido está nela confiado,..” Provérbios 31.10-11

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Blog do autor: Reflexões Reformadas

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