Por Pr Silas Figueira
Texto Base: Lucas 6-17-19
INTRODUÇÃO
Depois de Jesus ter
passado a noite em oração, pela manhã escolheu entre os discípulos os doze
apóstolos. Após a escolha dos apóstolos Jesus parou em uma planície a fim de
ensinar as multidões que o acompanhavam.
Em Lucas este sermão se
trata de uma versão resumida do que chamamos de “Sermão do Monte” (Mt 5-7). O
fato de Mateus situá-lo em um monte (Mt 5.1), enquanto Lucas fala de “um lugar
plano” (Lc 6.17), não representa um problema, pois o termo grego traduzido por
“lugar plano” pode significar um “platô numa região montanhosa”.
Nessa planície o Senhor
Jesus começa a ensinar aos seus ouvintes os valores do Reino, mostrando que
esses valores eram contrários aquilo que o mundo ensinava e vivia. Jesus mostra
que o que o mundo chama de felicidade, no Reino de Deus não é. Jesus mostra que
a felicidade não é uma utopia, mas algo factível, concreto, tangível, ao nosso
alcance. A boa notícia é que a felicidade não é algo que compramos com nosso
dinheiro, mas um presente que recebemos de Deus. O dinheiro pode dar-nos uma
casa, mas não um lar; pode dar-nos conforto, mas não saúde; pode dar-nos
companhia, mas não amizade verdadeira; pode dar-nos um rico funeral, mas não a
vida eterna; pode dar-nos aventuras, mas não a felicidade verdadeira [1].
Como disse John
MacArthur: “O negócio de Jesus é a
felicidade” [2].
Mas quais as lições que
podemos tirar desse texto?
OS
OUVINTES NO SERMÃO DO MONTE (Lc. 6.17-19).
Lucas nos conta que
Jesus está acompanhado por muitos discípulos seus, mas também por grande
multidão do povo. Alguns que ainda não tinham pleiteado sua lealdade a Jesus
foram atraídos por relatos acerca do Seu ensino e queriam ouvir mais. Alguns
queriam cura. Vieram de grandes distâncias, de Jerusalém, e de Tiro e Sidom, no
norte distante. Os enfermos foram curados, e Lucas menciona especialmente os
atormentados de espíritos imundos. Jesus curava a todos [3]. Todos procuravam
tocá-lo, porque dele saía poder. Jesus passa a noite em oração, em profunda
comunhão com o Pai. Quando Ele desce do monte Jesus estava tomado pela glória
de Deus.
Jesus havia descido com
os doze apóstolos e Ele para em uma planície ao pé do monte. Por isso a
pregação proferida aqui é muitas vezes chamada de “Sermão da Planície”, quanto que em Mateus é conhecida como “Sermão do Monte”.
Quem são esses ouvintes
que estão acompanhando Jesus?
1º - Podemos Distinguir
três tipos de ouvintes: os doze apóstolos; o grande grupo de seus discípulos e
uma grande multidão popular [4].
a) Os apóstolos
representam as colunas e os sustentáculos da igreja de Jesus.
Os apóstolos foram os mensageiros escolhidos pelo Senhor para pregar o Evangelho.
Eles estavam apenas começando a sua formação formal como a primeira geração de
arautos do evangelho. São eles que darão continuidade ao ministério de Jesus.
Os ensinamentos que aprenderam com Jesus e as revelações do Espírito Santo
serão o fundamento da Igreja (At 2.42; Ef 2.20).
b) O segundo grupo
representa a igreja de Jesus. Mais precisamente seus
diversos membros (tanto a Igreja invisível – corpo de Cristo, quanto a igreja
local). Lucas diz que era “um grande
número de seus discípulos”. Os discípulos eram uma variedade de pessoas que
eram seguidores regulares de Jesus. Muitos desses discípulos eram pessoas que o
acompanhavam desde a Galileia.
Eles estavam em vários
níveis de compreensão e empenho, mas todos consideravam Jesus um mestre.
Alguns, como o tempo provaria, eram seguidores genuínos; mais, ao que parece, muitos
não foram e acabariam por abandoná-lo (cf. João 6.66).
Assim como a igreja
local hoje. Há muitas pessoas compromissadas com o Evangelho, outros estão
compromissadas com o ativismo e outros ficam na igreja enquanto não ouvem nada
que os desagrade.
c) O terceiro grupo
simboliza a humanidade. São pessoas que podem ser
chamadas de “amigos do evangelho”,
gente que acompanha Jesus de longe, mas sem compromisso com Ele. Pessoas que
buscam os benefícios de Jesus, mas não querem ser seus discípulos. São os que
Lucas chama de “grande multidão de povo
de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os
quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, como
também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados” (Lc 6.17,18).
Gente que no lugar da fé estava a curiosidade e os interesses pessoais. Não
diferente de hoje.
2º - Todas essas
pessoas tinham ido a Jesus com um propósito duplo: ouvir a Jesus, e serem
curados de suas doenças.
a)
Para ouvir – Seu desejo de ouvir a
mensagem de seus próprios lábios não foi desapontado, porque foi para eles,
nessa grande ocasião, que Jesus pronunciou as palavras que iriam sobreviver
para sempre, ou seja, iriam ser repetidas muitas vezes ao longo dos séculos e
em muitos idiomas e dialetos pelo mundo todo.
b)
Para serem curados – Note bem com quanto cuidado Lucas faz
distinção entre os obviamente “enfermos” que eram curados de suas enfermidades
e os “atribulados” que eram libertados dos espíritos “imundos”, ou seja,
espíritos maus. Lucas mostra que haviam pessoas com doenças físicas e também doenças
causada por demônios. Todas Jesus curou.
Além do mais, é preciso
ter em mente que para o coração terno e amoroso de Jesus, as pessoas não eram
meramente “casos”. Cada ser humano era objeto de um tratamento especial,
adequado para ele e somente para ele. O coração compassivo do Salvador entrou
nas circunstâncias de cada pessoa de forma plena [5]. A graça comum é vista
aqui agindo nas pessoas as curando e as libertando.
Assim como o Senhor
manifestou sua graça e misericórdia para essa multidão que o procurava, hoje o
Senhor olha para nós individualmente e manifesta Sua graça e misericórdia da
mesma forma.
3º - Podemos destacar
três verdades significativas que surgem a partir desta breve, mas importante
passagem.
a)
O ensinamento de Jesus incomparável. O poder milagroso
para curar, e controle absoluto do reino de Satanás e suas hostes demoníacas
provam conclusivamente que Ele é Deus.
b)
O Senhor em Seu ministério terreno oferece uma pré-visualização do céu.
Em que lugar de suprema alegria e felicidade, os remidos vão ver a Deus
face-a-face e conhecê-Lo em toda a extensão (1Co 13.12)? Toda a doença,
deficiência, morte, sofrimento, tristeza e dor será banido para sempre (Is
25.8; Ap 21. 4). Satanás e os demônios serão permanentemente presos no inferno
(Mt 25.41; Ap 20.10), e não mais capaz de afligir ou seduzir o povo de Deus. Ali
na presença de Jesus a multidão estava tendo parte desse deslumbre.
c)
A forma como Jesus se manifesta o Seu poder revelou Sua compaixão.
Ele poderia ter demonstrado seu poder divino através da realização de qualquer
tipo de ato milagroso. Mas Jesus escolheu para fazer coisas benéficas aos
pecadores oprimidos pelo sofrimento.
No livro de Atos 10.38 lemos:
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o
Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os
oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”.
CONCLUSÃO
As multidões que
acompanhavam Jesus foram abençoadas por Ele com curas, libertação e ouvindo a
Sua palavra. Foram dias que o Senhor manifestou um vislumbre do céu entre eles.
Hoje, mediante a Sua Palavra, temos a promessa de que um dia Ele voltará para
nos trazer a restauração de todas as coisas. Mas enquanto esse dia não vem,
nós, seus servos, somos alimentados pela Sua Palavra que se revela nas
Escrituras e nos é aplicada ao coração mediante a ação do Espírito Santo.
O Senhor não mudou. Assim
como abençoou no passado, Ele nos abençoa hoje. Onde for necessário o milagre
Ele irá realizar, onde houver necessidade de libertação Ele irá libertar e onde
houver pessoas disposta a ouvi-lo Ele irá falar ao coração.
O Senhor é livre para
agir segundo a Sua vontade. Foi assim no passado, continua sendo assim hoje.
Pense nisso!
Bibliografia
1 – Lopes, Hernandes
Dias. A Felicidade ao Seu Alcance – uma exposição das bem-aventuranças, Ed.
Hagnos, São Paulo, SP, 2008, p. 10.
2 – MacArthur, John. O
Caminho da Felicidade, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001, p. 13.
3 – Morris, L. Leon.
Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São
Paulo, SP, 1986, p. 120.
4 – Rienecker Fritz. O
Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba,
PA, 2005. p. 99.
5 – Hendriksen,
William. Lucas, vol. 1, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2003, p. 453.
Este é um dos melhores blog que já entrei, que expõe a palavra de Deus de forma maravilhosa, Deus continue te abençoando 👏🙌🙌
ResponderExcluirMuito obrigado. Fico feliz em saber que naquilo que temos investido nosso tempo, de alguma forma, o tem abençoado.
ExcluirTentamos fazer o melhor pelo bem do Reino.
Que Deus te abençoe!
Pr. Silas Figueira
Gostaria de ouvir a pregação Lucas 6 até o versículo 38
ResponderExcluirTem essa mensagem escrita aqui no blog.
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