Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Mateus 6.9-15
INTRODUÇÃO
Após Jesus ensinar aos
seus discípulos como eles deveriam orar, agora Ele lhes dá um modelo de oração.
Essa oração conhecida como “Pai Nosso”,
foi dada aos discípulos, não para ser memorizada ou recitada determinadas
vezes. Pelo contrário, Jesus lhes deu essa oração para evitar que eles usassem
de vãs repetições como os pagãos o faziam. Jesus não disse para eles orarem
usando aquelas palavras, mas como uma oração modelo. Em outras palavras o
Senhor estava dizendo assim: “orem dessa
forma” e não “orem com essas
palavras”.
Ainda a nível de
introdução devemos entender porque existe uma diferença entre a oração do “Pai
Nosso” aqui em Mateus com a ensinada em Lucas (11.1-4). Primeiro, a oração ensinada por Jesus em Mateus é anterior a de
Lucas. A de Mateus foi ensinada antes dele escolher os seus apóstolos, já a de
Lucas ela é proferida depois que Ele escolhe os apóstolos. Ela ocorre depois da
volta dos setenta que Ele havia enviado a ir por todas as aldeias pregar o
Evangelho do Reino (Lc 10.1-12, 17-20). Segundo,
a de Mateus é ensinada no chamado “Sermão do Monte”, já em Lucas ela é ensinada
depois que Jesus havia acabado de orar e os seus discípulos então lhe pedem
para os ensinarem a orar também, assim como João havia ensinado aos seus
discípulos. E há uma terceira razão,
todo ensinamento é uma repetição, ainda que não seja com as mesmas palavras a
oração ensinada em Lucas, mas a essência a mesma.
Há um outro detalhe a ser
observado antes de analisarmos o texto. Há seis petições que nos foram
apresentadas. As três primeiras – “santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” – dizem respeito a Deus e à Sua glória. E as demais petições referem-se a nós mesmos. Pode-se notar que essas três primeiras petições giram em torno das palavras “teu” ou “tua” e todas se referem a Deus [1].
Quais as lições que o
Senhor quer nos ensinar através dessa bendita oração?
A
PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O SENHOR TEM A PRIMAZIA NA ORAÇÃO (MT 6.9).
“Pai
nosso que estás nos céus”.
Antes de nós começarmos a
pensar em nós mesmos e em nossas próprias necessidades, antes de nossa
preocupação com o próximo, devemos começar engrandecendo aquele que tem todo
poder e autoridade. Devemos exaltar ao Senhor que é o criador de todas as
coisas. Devemos começar honrando ao Senhor em primeiro lugar.
Entenda uma coisa, não
importa quais sejam as condições e circunstâncias, não importa qual é o nosso
trabalho; não importa de maneira alguma, quais sejam os nossos desejos, o fato
é que jamais devemos começar pensando e nós mesmos, nunca devemos começar
apresentando as petições que nos dizem respeito [2].
Além de desrespeito é
falta de educação. Perante um juiz ou outra autoridade qualquer não nos
portamos assim; por que fazê-lo perante o Senhor nosso Deus?
Quando nos apresentarmos
perante o Senhor em oração o Senhor Jesus nos dá três orientações básicas:
1º - Antes de reconhecemos
a deidade de Deus, devemos reconhecer a Sua paternidade.
Por que isso? Porque eu devo vê-lo como na verdade ele é, um Pai Amoroso. Jesus
começa mostrando para os seus discípulos que há um Pai que nos ouve, ainda que
este esteja no céu. Como disse John Stott, ele não é um bicho-papão que nos deixa
aterrorizados com sua crueldade hedionda [...], mas ele preenche o ideal da
paternidade em seu cuidado amoroso por seus filhos [3].
No entanto, muitas
pessoas têm dificuldade de se relacionar com Deus como Pai, pois tem como
referencial um pai terreno que é ou foi, totalmente diferente do Pai que o
Senhor Jesus nos apresenta na Bíblia. Infelizmente, muitas pessoas conhecem
somente pais severos, cruéis, rudes, egocêntricos, cuidando muito pouco do
bem-estar dos filhos. Quem sabe ele fosse negligente, um bêbado, um toxicômano
ou algum outro tipo de pessoa corrompida que destruiu sua personalidade.
Casos assim,
infelizmente, são mais comuns que pensamos. E não estamos falando de pais
somente ímpios, mas de lares de pais crentes. Devido a isso, o nome pai, em vez
de apresentar uma riqueza de calor humano e recordações felizes, é
frequentemente associado com temor e repulsa, cólera e hostilidade e, às vezes,
até ódio e desprezo [4].
No entanto, não devemos
fazer essa associação com um pai terreno e falho, mas com o Pai criador que nos
ama, e que nunca nos deixará, ainda que muitas vezes nos parece que estar
distante de nós.
Isaías 49.15 nos mostra
como é grande amor de Deus por nós:
“Acaso,
pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se
compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele,
eu, todavia, não me esquecerei de ti”.
A opinião que Jesus tinha
de Deus como seu Pai não estava condicionada pelo seu relacionamento com José,
o carpinteiro de Nazaré, mas pela sua identidade pessoal com Deus Pai, desde as
eras da eternidade. Por isso, para que você seja curado dessa má impressão que
este termo pai traz ao seu coração, peça que o Senhor se revele a você como Ele
é, um Deus amoroso que enche o nosso coração de paz.
2º - Devemos entender que Ele é pessoal – Pai
nosso. Há, no entanto, um problema. Conforme João explica,
somente aqueles que recebem Jesus e creem em seu nome, têm o direito de se
referir a Ele como “Pai nosso” (Jo
1.12). Na verdade, Jesus deixou claro que havia apenas dois tipos de pessoas no
mundo: aqueles que se referiam a Satanás como “nosso pai”, e aqueles que
chamavam a Deus de “Pai nosso” (Jo 8.44-47). Não há outras opções [5].
3º - Em terceiro lugar
devemos reconhecer a sua grandeza. Ele não é somente bom,
Ele também é grande. As palavras “nos
céus” indicam não tanto o lugar de sua habitação como a autoridade e o
poder que tem na qualidade de criador e governador de todas as coisas. Assim
ele combina amor paternal com poder celestial; e o que o seu amor ordena, o seu
poder é capaz de realizar [6].
A
SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE AS TRÊS PRIMEIRAS PETIÇÕES DIZEM RESPEITO A
DEUS E A SUA GLÓRIA (Mt 6.9,10).
“Portanto,
vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
Como já falamos, o Senhor
sempre terá a primazia na vida do cristão. Os que são servos sempre se
preocupam em glorificar ao Senhor em todo tempo, principalmente na oração.
Antes de lhe apresentarmos os nossos pedidos lhe glorificamos o nome.
O propósito da oração é
em primeiro lugar glorificar o nome do nosso Deus. Se tal coisa não ocorre, nós
estamos orando errado e estamos glorificando o nosso nome. Se a primazia não
for o Senhor estamos sendo idólatras. Em outras palavras, devemos buscar em
primeiro lugar as coisas espirituais e depois as coisas materiais.
Vejamos as três petições
em relação a Deus.
1º - Santificado seja o
teu nome. Santificado quer dizer venerado ou
honrado, considerado santo. Está em foco a honra de Deus entre os homens e
entre os seres angelicais. Veja por exemplo Isaías 6.1-5.
Na presença de Deus
Todo-Poderoso, Isaías ficou completamente cônscio das suas imperfeiçoes. A
pessoa, o poder e a pureza do Santo o tornaram inteiramente ciente da sua
própria corrupção. É na pureza intensa e brilhante da pessoa de Deus que as
nossas fraquezas e imperfeições aparecem da pior maneira possível. Quanto mais
nos aproximamos dele, tanto mais claramente sentimos os nossos próprios pecados.
E é somente assim que descobriremos quanto necessitamos de nos purificar das
nossas imperfeições [7].
O Nome significa tudo
quanto está envolvido na Pessoa de Deus, tudo quanto nos foi revelado a Seu
respeito.
Por isso que o Senhor se
revelou aos filhos de Israel sob diversos nomes. Ele usou certos vocábulos para
indicar a sua pessoa (El ou Elohim),
que apontam para o seu poder, para sua força.
O Nome – o nome de Deus –
significa o título, a pessoa, o poder, a autoridade, o caráter e a própria reputação
de Deus. Entenda uma coisa, tão grande era o respeito do antigo povo hebreu
pelo nome de Deus que nem mesmo ousavam pronunciá-lo nem tentavam pô-lo em
língua humana. Era representado pelas letras Y H W H. Mais tarde, foram
aumentadas para YAWEH, que em nossas traduções é SENHOR.
O
nome YAWEH quer dizer “Auto Existente”. No Antigo Testamento, o
Senhor se descreveu a Si mesmo através do seu nome: Yahweh-jireh – o Senhor proverá; Yahweh-rapha – o Senhor cura; Yahweh-nissi
– o Senhor é a nossa bandeira; Yahweh-shalom
– o Senhor é a nossa paz; Yahweh-ra-ah
– o Senhor é o nosso pastor; Yahweh-tsidkenu
– o Senhor é a nossa justiça; e ainda Yahweh-shammah
– o Senhor está presente. Ao lermos a antigo Testamento no original, vemos
que todos esses nomes de Deus foram usados com certa frequência [8].
O Nome do Senhor deve ser
honrado em todo tempo, mas infelizmente, este tem sido tripudiado em muitos
lugares, inclusive dentro de lugares que Seu Nome deveria ser honrado – dentro
de muitas igrejas.
Por isso que o Senhor
Jesus disse que nós deveríamos brilhar neste mundo de tal maneira que o Nome do
Pai seria glorificado através de nosso testemunho. Veja:
“Assim
brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt
5.16).
2º - Venha o teu reino.
Foi exatamente o Reino de Deus que o Senhor Jesus veio implantar na terra, não
de forma literal, mas no coração dos seus discípulos. A Igreja Católica a
interpreta fazendo da Igreja Romana um reino particular. Jesus em momento algum
veio para inaugurar uma instituição religiosa. Longe disso.
Veja o que o Senhor Jesus
falou para os fariseus sobre a vinda do Reino de Deus:
“Interrogado
pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não
vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está!
Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17.20,21 –
ARA).
Quando o Jesus veio a
este mundo Ele veio para inaugurar este Reino, que é o Evangelho sendo
amplamente espalhado em toda a terra. É este Reino sendo instalado dentro dos
corações das pessoas; gente que antes era serva de Satanás, mas agora
convertidas ao Senhor. Como disse Paulo aos Colossenses 1.13,14:
“Ele
nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do
seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados”.
E podemos ir um pouco
além. Quando eu oro “venha o teu Reino”, estou desejoso de renunciar ao governo
da minha própria vontade, abstenho-me de tomar as minhas próprias decisões, a
fim de permitir que o Senhor, pelo Seu Espírito decida o que eu deva fazer.
É o Senhor reinando de
forma plena no meio da Sua Igreja.
3º - Faça-se a tua
vontade, assim na terra como no céu. Quando eu oro dizendo
para Deus que seja feita a Sua vontade tanto na terra quanto no céu, eu estou
abrindo mão da minha vontade em detrimento da dEle. Ou seja, a minha vontade
não prevalece, mas a do Pai, e esta é, pura, perfeita e agradável (Rm12.2).
E temos como exemplo o
próprio Senhor Jesus que disse que veio ao mundo não para fazer a Sua vontade,
mas a vontade do Pai (Jo 6.38):
“Porque
eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade
daquele que me enviou”.
Mas sozinhos não
conseguimos colocar em prática o que o Senhor deseja de nós. Não podemos viver
um Evangelho só de palavras, mas, acima de tudo, de ação. Por isso que no final
do Sermão do Monte o Senhor Jesus disse para os seus discípulos:
“Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz
a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21 – ARA).
Por isso que o apóstolo
Paulo em Filipenses 2.13:
“Porque
Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade”.
Como disse John Stott:
“Na contracultura cristã nossa prioridade máxima não está no nosso nome, no
nosso reino ou na nossa vontade, mas em Deus” [9].
A
TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE AS ÚLTIMAS TRÊS PETIÇÕES SE REFEREM A NÓS
MESMOS (Mt 6.11-13).
Nesta segunda metade da
oração do Pai-Nosso, o adjetivo possessivo passa de “teu” para “nosso”, quando
passamos das coisas divinas para as nossas próprias. Tendo expressado nossa
ardente preocupação com a Sua glória, expressamos agora nossa humilde
dependência da sua graça [10].
Vejamos as três petições
em relação a nós:
1º - Primeiro, o Senhor
aborda uma necessidade presente - O pão nosso de cada dia dá-nos hoje (Mt 6.11).
Nosso Senhor passa agora a considerar as nossas necessidades, e, como é
evidente, a primeira coisa que se faz mister é que sejamos capazes de continuar
a nossa existência física neste mundo.
Agora,
devemos pedir que o Senhor supra as nossas necessidades diárias e não a nossa
ganância insaciável [11]. E o que mais tem ocorrido hoje é
que as pessoas vão para as igrejas não para pedirem o pão diário, mas para que
os seus caprichos sejam saciados. Que as suas ganâncias sejam supridas e que as
suas vontades prevaleçam.
Muitas pessoas vão para
determinadas igrejas pedirem, pois esse é o ensinamento de tais igrejas também,
que a vontade delas seja feita na terra dando ordens aos céus.
Quando Jesus falou do pão
diário, provavelmente estava em sua mente o maná que descia todos os dias no
deserto para suprir a fome do povo. Em outras palavras, tudo quando devemos
pedir é aquilo que é o suficiente ou necessário para cada dia. Essa é uma
oração que alude às nossas necessidades. O pão é o sustento da vida; mas não devemos limitar essa petição somente às questões alimentares. Ela tem o propósito de abarcar todas as nossas necessidades materiais, tudo quanto se faz mister para a vida do ser humano neste mundo [12].
Mas entenda uma coisa, o
pão diário procede de Deus para as nossas vidas, mas ele vem do fruto do nosso
trabalho. Tanto que o apóstolo Paulo escrevendo aos Tessalonicenses diz que “se alguém não quer trabalhar, também não
coma” (2Ts 3.10).
No Salmo 128.2 nos diz: “Do trabalho de tuas mãos comerás”.
Repetindo: “O pão é o
sustento da vida; mas não devemos limitar essa petição somente às questões
alimentares. Ela tem o propósito de abarcar todas as nossas necessidades
materiais, tudo quanto se faz mister para a vida do ser humano neste mundo”.
2º - Segundo, o Senhor
aborda um pecado passado - e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos
perdoado aos nossos devedores (Mt 6.12,14,15).
O perdão é tão indispensável à vida e à saúde da alma como o alimento para o
corpo. O pecado é comparado a uma “dívida”, porque merece castigo. Mas quando
Deus perdoa o pecado, Ele cancela a penalidade e anula a acusação que há contra
nós. No entanto, o Senhor perdoa somente o arrependido, e uma das principais
evidências do verdadeiro arrependimento é um espírito perdoador. Quando nossos
olhos são abertos para vermos a enormidade de nossa ofensa cometida contra
Deus, as injúrias dos outros contra nós parecem, comparativamente, muitíssimo
insignificantes. Se, por outro lado, temos uma visão exagerada das ofensas dos
outros, é uma prova de que diminuímos muito a nossa própria [13].
Veja por exemplo a
parábola do credor incompassivo em Mateus 18.23-35.
Apenas para colocar as coisas
em perspectiva e entendermos o que Jesus estava querendo dizer: O valor total
de impostos que o império Romano esperava arrecadar todos os anos de Herodes
era de 900 talentos. Isto incluía os impostos coletados nas províncias da
Judéia, Samaria, Idumeia, Galileia, Peréia, Batanéia, Traconites e Auranitis.
Dez mil talentos
equivalem a 350.000 quilos de prata. O que o Senhor quer dizer é que: essa
dívida seria impossível de ser paga. No entanto ela foi perdoada, mas esse
credor perdoado não perdoou uma pequena dívida que alguém tinha para com ele.
Ou seja, ele era uma pessoa ingrata e que não alcançou o que o Rei fez por ele.
Há muitas pessoas assim hoje em nossas igrejas.
Sem perdão não há como
manter o relacionamento nem com Deus e nem com as pessoas ao nosso redor.
3º - Terceiro, o Senhor
aborda os pecados futuros - e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do
mal (Mt 6.13). Uma pessoa que entende o que é o perdão
recebido por Deus pede ao Senhor que o livre das tentações futuras.
O Senhor Jesus nos
orienta a pedirmos proteção moral e espiritual, rogando ao Pai que nos livre
das ciladas do diabo, do laço do passarinheiro e dos ardis da tentação do
maligno. O cristão reconhece a sua fraqueza, sabedor da facilidade com que cede
diante das tentações do mundo, da carne e do diabo. O cristão ora, portanto,
para ser liberto de todas elas [14].
Assim como o tentador
agiu com os nossos primeiros pais, devemos ter em mente que com cada um de nós
não será diferente. Se ele teve a ousadia de tentar o nosso Senhor no deserto,
quanto mais a cada um de nós.
Preste bem atenção no que
nos diz Tiago a respeito da tentação:
“Bem-aventurado
o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido
aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado
pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois
de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a
morte” (Tg 1.12-15 – ARA).
A tentação é uma
oportunidade de fazer algo bom de maneira errada, fora da vontade de Deus. Por
isso precisamos pedir ao Senhor que nos ajude a vencer as tentações.
CONCLUSÃO
Como vimos, a oração do “Pai
Nosso” não é uma reza, mas um modelo de como devemos orar todos os dias. Reconhecendo
em primeiro lugar a soberania do nosso Deus e engrandecendo o Seu Nome. Reconhecendo
que Ele é o nosso Pai, que a Sua vontade deve prevalecer e que a nossa deve
estar atrelada a dEle. Só assim, poderemos colocar os nossos pedidos diante do
Senhor, reconhecendo o Seu terno cuidado para com cada um de nós.
Mas não podemos nos
esquecer de que devemos estar com o nosso coração perdoador, pois se não, fica
inviável o Senhor nos ouvir. Como podemos pedir perdão, se nós mesmos não
queremos lutar para perdoar os nossos devedores? Por isso eu entendo que orar é
mais que falar com Deus, orar é se abrir para que o Senhor contemple o nosso
coração e nos ajude a vencer os nossos desejos e pecados que nos afastam de sua
presença.
Orar é saber que podemos
entrar na sala do trono de Deus e sermos atendidos por Ele. É entrar em Sua
presença e recebermos a devida orientação para vivermos de forma a glorificar o
seu Nome em nossas vidas em todo o tempo. Por isso ore. Mas ore como o Senhor
nos ensinou aqui.
Pense nisso!
Fonte:
1 – Lloyd-Jones, D. Martyn. Estudos no Sermão do Monte. Editora Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 343.
2 – Ibid, p: 344.
3 – Sttot, John. A Mensagem do Sermão do Monte. Editora ABU, São Paulo, SP; 1986: p. 149.
4 – Keller, W. Phillip. Orando Diariamente o Pai-Nosso. Editora Vida, São Paulo, SP; p. 14.
5 – Hanegraaff, Hank. A Oração de Jesus. Editora CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2002; p: 42.
6 – Sttot, John. A Mensagem do Sermão do Monte. Editora ABU, São Paulo, SP, 1986: p. 149.
7 – Keller, W. Phillip. Orando Diariamente o Pai-Nosso. Editora Vida, São Paulo, SP; p. 67.
8 – Lloyd-Jones, D. Martyn. Estudos no Sermão do Monte. Editora Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 345.
9 – Sttot, John. A Mensagem do Sermão do Monte. Editora ABU, São Paulo, SP, 1986: p. 152.
10 – Ibid, p. 152.
11 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017; p. 355.
12 – Lloyd-Jones, D. Martyn. Estudos no Sermão do Monte. Editora Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 355.
13 – Sttot, John. A Mensagem do Sermão do Monte. Editora ABU, São Paulo, SP, 1986: p. 155.
14 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário. Edições Vida Nova e Ed. Mundo Cristão, São Paulo, SP, 1986: p. 184.
Muito bom
ResponderExcluirOlá, Pastor, apenas uma observação, a oração de Mateus foi proferida também depois da seleção dos apóstolos! Mateus 5:18 - Jesus seleciona os discípulos, Mateus 6:9 Jesus ora o pai nosso!
ResponderExcluirGraça e paz Jeferson.
ExcluirA escolha dos apóstolos no livro Mateus é indefinida. Nós encontramos a relaçao completa no caítulo 10; se observar no capítulo 8 de Mateus do vers. 9-13 Mateus ainda não havia sido chamado para seguir Jesus.
A escolha dos discípulos no capítulo 4.18 é para segui-lo, ou seja, para ser um de seus discípulos, não para ser apóstolo. Em Lucas 6.12-19 é que temos o relato de como isso ocorreu. Observe Lucas 5 que Jesus chama Pedro para ser um de seus discípulos mas a escolha para ser apóstolo só ocorre no capítulo 6.
São esses detalhes que muitas vezes nos passam despercebidos.
Obrigado pelo comentário.
Que Deus o abençoe!
Pr Silas Figueira
obrigado pelo estudo ... Deus o abençoe
ResponderExcluirEu que agradeço o comentário. Que Deus te abençoe 🙏
ResponderExcluirExcelente estudo amado, muito edificante. Shalon. Jorge Luiz.
ResponderExcluirGraça e paz Jorge.
ExcluirFico feliz em saber que esta palavra o tenha abençoado.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira