Por Pr Silas Figueira
Texto base: Lucas 17.11-19
INTRODUÇÃO
“E aconteceu que, indo ele
a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galileia” (Lc 17.11). Charles L. Childers destaca que Esta é uma
nota editorial usada por Lucas para lembrar os seus leitores de que a viagem
para Jerusalém ainda continuava; um fato que o leitor poderia facilmente
esquecer em meio ao grande número de feitos e palavras de Jesus que Lucas está
relatando. [1] Rienecker também destaca que o fato de o evangelista relatar que
Jesus circulara entre a Samaria e a Galileia significa que durante a
peregrinação ele se deteve por certo tempo na divisa entre as duas regiões. A
passagem por essa área de fronteira torna compreensível que entre os dez
leprosos houvesse nove judeus e um samaritano. [2]
Charles H. Spurgeon disse
que “a desgraça aglomera muitos companheiros estranhos”, [3] tendo em vista que judeus e samaritanos não
se davam bem (conf. Jo 4.9). No entanto, todos eles eram páreas da sociedade,
independe de ser judeu ou samaritano. Todos eles dependiam da misericórdia de
muitos e eram rejeitados por todos.
William Hendriksen diz que
os dez leprosos eram de nacionalidade mista (vs. 16, 18); isso não constitui um
fenômeno estranho onde duas províncias se encontram. Além disso, a miséria
gosta de companhia, e quando alguém é afetado pela lepra, a nacionalidade deixa
de ser uma barreira para a comunhão: os judeus e os samaritanos se unem. [4]
Wiersbe diz que os
acontecimentos de João 11 ocorreram entre Lucas 17.10 e 11, enquanto Jesus se
dirigia a Jerusalém. Na fronteira entre a Samaria e a Judéia, Jesus curou dez
leprosos de uma só vez, milagre ainda mais significativo pelo fato de incluir
um samaritano (ver Lc 10.30-37).
[5] Nessa mesma linha de pensamento, Leon
Morris citando Arndt, diz que Jesus foi para uma cidade chamada Efraim depois
de ressuscitar Lázaro, (Jo 11.54), sendo que esta cidade fica 32 km ao norte de
Jerusalém. Sugere que quando a Páscoa se aproximava, Jesus continuou indo na
direção norte para juntar-Se aos peregrinos galileus que subiam a Jerusalém, e
que foi naquela época e local que este incidente ocorreu. [6]
Com isso em mente, podemos destacar algumas lições através desse texto.
1 – PRIMEIRAMENTE DEVEMOS DESTACAR O QUE É LEPRA.
“Lepra” se referia a
várias doenças de pele, as quais hoje já têm outros nomes e tratamentos. A
maioria delas era contagiosa por isso os doentes deviam ficar isolados da
comunidade e da religião, devido a isso, eles não podiam frequentar nem
sinagogas e nem o templo.
O que é a lepra – doença
de Hansen. Essa doença é causada pela bactéria Mycobacteruim leprae, descoberto
pelo cientista norueguês Gerhard Henrick Armauer Hansen (1841–1912). É uma
doença infecciosa crônica causada por um bacilo que gravita nos nervos
periféricos e nas áreas mais frescas do corpo. A pele, como a região mais
fresca do corpo, é usualmente afetada primeiro e de forma mais relevante pela
lepra. As partes afetadas ficam insensíveis e, devido a isso, muitas feridas
não são tratadas. Suas condições são discutidas em dois extensos capítulos de
Levítico 13 – 14 que parecem um manual antigo de dermatologia. O termo tsaraath
cobre outras doenças de pele além da hanseníase, incluindo feridas purulenta
(Lv 13.18), queimadura (Lv 13,24), coceira, frieira e problema no couro
cabeludo. Naquela época, a lepra abrangia alergias de pele em geral, das quais
os rabinos tinham relacionado 72, tanto de curáveis quanto incuráveis. [7]
Sabe-se hoje que a lepra (hanseníase) não é altamente contagiosa, uma vez que 90 a 95 por cento da raça humana está imune a ela. Exatamente como a doença é transmitida não se sabe ao certo, mas as pessoas que vivem em contato próximo com pessoas com hanseníase não tratada tinham um risco maior de se infectar.
2 – ESSES HOMENS CRIAM QUE
JESUS PODERIA CURÁ-LOS (Lc 17.12-14).
Matthew Henry lembra que a lepra era uma doença que os judeus supunham ser infligida como castigo por algum pecado específico, e supunham ser, mais do que as outras doenças, uma marca do desprazer de Deus. [8] Embora, houvesse alguns casos no Antigo Testamento em que algumas pessoas ficaram leprosas por causa do pecado cometido. Temos como exemplo o caso de Miriã (Nm 12); Geazi (2Rs 5.25-27); o rei Uzias (2Cr 26.16-23). Esses ocorridos foram consistentes para a crença judaica tradicional que o sofrimento era o julgamento de Deus por causa do pecado (Jo 9.1-3).
No entanto, esse ocorrido aqui uma demonstração impressionante da bondade divina, de Sua ternura, compaixão e misericórdia, bem como o poder divino de Cristo para curar muitas doenças incuráveis e restaurá-los à saúde integral. Portanto, Cristo, que veio para tirar o pecado, e desviar a ira de Deus, tomou o cuidado especial de curar os leprosos que se aproximaram dEle em seu caminho.
É também uma história de gratidão, adoração e salvação, e, ao mesmo tempo, um conto de ingratidão chocante. É a história não só de dez leprosos que foram curados fisicamente, mas também de um homem que foi curado espiritualmente e eternamente.
Destaquemos algumas lições nesse texto.
Em primeiro lugar, esses leprosos clamam pela misericórdia de Jesus (Lc 17.13). Esses homens clamaram de longe. Champlin destaca que o limite legal de separação entre os leprosos e uma pessoa sã era de cem passos, e é bem provável que tivessem observado esse limite. [9]
Eles não pedem para ser purificados;
clamam apenas por compaixão. Jesus, em resposta, apenas ordena que eles vão e
se mostrem aos sacerdotes. Isso era o que a lei exigia. Só os sacerdotes,
autoridades sanitárias e inspetoras de saúde, podiam diagnosticar a lepra ou
declarar uma pessoa curada da lepra. Jesus não tocou neles como fez com o homem
tomado de lepra (Lc 5.12-16), nem mesmo declarou que eles estavam limpos.
Apenas os enviou aos sacerdotes. [10]
Em segundo lugar, eles obedeceram a
ordem de Jesus (Lc 17.14). A instrução do Senhor de mostrarem-se aos
sacerdotes estava associada a promessa de que ao chegar até os sacerdotes
estariam libertos de seu mal. A obediência à ordem recebida confirma a
confiança deles na promessa implícita. A execução da instrução do Senhor foi
recompensada, pois eles foram purificados tão logo se puseram a caminho dos
sacerdotes.
A razão de Jesus falar em “sacerdotes”
no plural, talvez seja que judeus e samaritanos tivessem sacerdotes diferentes.
Quaisquer samaritanos entre os leprosos se apresentariam aos sacerdotes no
monte Gerezim, e os judeus entre eles (caso houvesse algum) se apresentariam
aos sacerdotes no templo em Jerusalém. [11] Conforme a lei, um leproso livre de
seu sofrimento tinha de apresentar-se ao sacerdote, para que este o declarasse
puro, a fim de voltar a ser acolhido na comunhão teocrática do povo.
Devemos entender aqui que a cura para
as nossas mazelas espirituais ocorre quando obedecemos a Cristo. Outra coisa, é
durante o percurso da nossa caminhada com o Senhor que somos purificados. A
salvação é imediata, a santificação é um processo de vida com Deus. À medida
que andamos com Deus, o Senhor vai nos purificando de nossos maus hábitos. Vai
remodelando o nosso caráter. Mas isso é um processo da caminhada com Ele. Este
processo pode ser até imediato, mas, geralmente, é longo e doloroso. Exige
renúncia, abnegação, perseverança, liberação de perdão. O crescimento
espiritual e a cura da alma são um processo paulatino.
Muitas pessoas querem a cura para suas
mazelas, mas poucas pessoas querem obedecer ao que Jesus lhes ordena. Querem a
cura, mas não estão dispostas a seguir a orientação de Jesus.
Jesus lhes disse para irem e se
apresentarem aos sacerdotes. Seria o mesmo que ir à igreja hoje e se apresentar
perante um pastor. Tem gente que vai dizer que assim eles não querem. Que isso
é fazer proselitismo. Que para alcançar a cura não é necessário frequentar uma
igreja. Que ele já tem a sua religião. Que Deus está em todos os lugares...
Essa foi uma ordem simples, que haveria muita relutância hoje.
3 – SOMENTE O SAMARITANO VOLTA PARA AGRADECER A CURA ALCANÇADA (Lc 17.15,16).
E um deles... voltou glorificando a Deus (Lc 15,16). Este homem estava plenamente consciente do milagre que lhe foi concedido, e se sentia profundamente grato pela cura. Ele expressou a sua gratidão com grande emoção e em voz alta. E este era samaritano. Isto não era o que um judeu teria esperado de um samaritano. Os discípulos puderam aprender uma lição através desta experiência: a gratidão e a bondade são o resultado do caráter de cada pessoa; estas qualidades não estão ligadas à raça e nem à nacionalidade. [12]
Com isso em mente, podemos destacar algumas lições.
Em primeiro lugar, nem todos são
gratos a Deus pelas bênçãos recebidas. Seria de esperar que os dez homens
corressem de volta para Jesus, a fim de agradecer a ele por essa nova chance de
viver, mas somente um deles voltou... e nem sequer era um dos judeus. Deveriam
ter ficado extremamente gratos pela providência de Deus em levar Jesus até
aquela região, pelo amor de Jesus que o havia compelido a lhes dar atenção e
pela graça e pelo poder de Deus, que realizaram sua cura. Deveriam ter
improvisado um coral masculino e, juntos, entoado o Salmo 103! [13] Mas não foi
isso o que ocorreu.
Como disse Charles H. Spurgeon: “É
triste ver que, sendo Deus inteiramente bondade, o homem é totalmente ingratidão!”
[14]
Se diante de um milagre como este
somente uma pessoa volta para agradecer, imagine, então, diante dos milagres
diários que o Senhor nos proporciona? Das misericórdias de Deus derramadas
sobre nós todos os dias? Vida, saúde, visão, audição, amor no lar, as nossas
amizades... se diante do milagre da cura da lepra houve um
agradecimento de 1 para 9, diante desses outros milagres não há agradecimento.
É algo raro também!
Martin Rinkhart escreveu o hino “Demos graças ao nosso Senhor” durante a Guerra dos Trinta Anos*, num período em que seus deveres como pastor eram extremamente árduos. Numa única semana, chegou a realizar trinta funerais, inclusive o de sua esposa; no entanto, escreveu as palavras tão belas desse hino como uma oração de agradecimento para sua família fazer antes das refeições. Apesar da guerra e da peste negra a seu redor, bem como da tristeza profunda em seu ser, Rinkhart foi capaz de agradecer ao Senhor de coração. [15]
Em segundo lugar, os dez leprosos
rogam pela cura, mas somente um deles volta louvando a Deus. A quantidade
dos que pedem oração é superiormente maior dos que voltam para louvar a Deus
pelas bênçãos alcançadas. Charles H. Spurgeon diz que a oração não é um
exercício tão celestial quanto o louvor; a oração é para o tempo, mas o louvor
é para a eternidade. [16] Por isso que vemos tantas pessoas pedindo oração, mas
poucas louvando a Deus.
Em terceiro lugar, existem muito mais pessoas que creem, dos que voltam para louvar a Deus. Existem pessoas que depositam uma fé inabalável em Deus e em Seu agir em suas vidas; e muitas dessas pessoas alcançam a bênção desejada, no entanto, são poucas pessoas que retornam para louvar a Deus pelo bem alcançado.
Pessoas assim querem as bênçãos de Deus, mas não querem se comprometer com Ele. Querem ser beneficiadas, mas não estão dispostas a deixar a vida de pecado e abraçar uma vida santa que glorifica a Deus. Querem as bênçãos do Senhor, mas não o Senhor da bênção!
Em quarto lugar, existem pessoas
que nem diante da morte oram. Qualquer pessoa que estivesse com lepra na
época de Jesus estava carregando um atestado de óbito, ainda que estivesse
ainda vivo. Um leproso era um morto vivo.
Estes dez leprosos viram a
oportunidade de cura, ou, de voltar à vida, e não perderam a oportunidade de
rogar pela cura a Jesus. Ainda que o pedido deles fosse por misericórdia. No
entanto, como podemos explicar que muitos não oram de maneira alguma? Pergunta
John C. Ryle. Que se contentam em repetir fórmulas de oração, mas nunca oram
com todo o seu coração? O que podemos dizer sobre homens e mulheres que estão
às portas da morte, cujas almas podem se perder ou ser salvas, e que sabem tão
pouco da oração genuína, sistemática e de coração? Resta-nos uma resposta curta
e simples. A maior parte da humanidade não possui qualquer senso de pecado.
[17]
4 – AS CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA GRATIDÃO (Lc 17.15-19).
Enquanto os dez iniciavam sua jornada ramo aos sacerdotes, uma corrente de saúde e vigor começou a percorrer cada tecido do corpo deles. Foram completamente curados e tomaram consciência disso. Mas, de repente, um dos dez – somente um – deu meia-volta e voltou a Jesus. [18] Champlin diz que o ex-leproso samaritano, agora curado, porquanto nenhuma bactéria poderia jamais resistir ao poder da palavra de Deus, voltou a Jesus. É bem provável que ele não se tivesse afastado muito de onde se achara, e assim o ex-leproso pôde encontrá-lo com relativa facilidade. [19] A simples ação desse samaritano demonstra o caráter da gratidão de do louvor.
Com isso em mente, podemos destacar
algumas lições.
Em primeiro lugar, a verdadeira
gratidão é marcada pela individualidade (Lc 17.15a,17). Eram dez os
curados, mas somente este homem, e este era samaritano, volta para agradecer.
Spurgeon diz que você pode pecar em grupo, ir para o inferno com ele; mas
quando obtiver a salvação, chegará a Jesus sozinho. [20] Uma pessoa
verdadeiramente grata a Deus, não se deixará influenciar pela frieza das outras
pessoas. De imediato, esse samaritano, deixou os nove seguirem o seu caminho,
mas retorna para agradecer a Jesus.
Anthony Lee Ash destaca que os
leprosos judeus podem ter ficado contentes ao ver o samaritano voltar, desde
que a sua doença comum não mais os unia. Do mesmo modo como aconteceu com o bom
samaritano (Lc 10.29-37), o comportamento de um estrangeiro envergonhou os
judeus, que poderiam ter pensado, como povo escolhido de Deus, que a cura lhes
era devida (cf. vs. 7-10). [21]
Os leprosos nove judeus estavam em uma
região que, predominantemente, era samaritana, devido a isso, eles se juntaram
a esse samaritano, mas quando se viram livres da doença, provavelmente, se
viram livre do samaritano. Enquanto poderiam desfrutar de algum bem que este
homem poderia lhes dar, estavam com ele, mas quando se viram livres do seu mal
o deixaram. Hoje, isso continua acontecendo. Tem gente que só está ao nosso
lado “enquanto bem servimos”.
Em segundo lugar, a verdadeira
adoração é marcada pela prontidão (Lc 17.15). Observe que este samaritano
volta imediatamente. Ele não voltou depois que se apresentou aos sacerdotes.
Ele não deixou para o dia seguinte. Para outra ocasião. Se deixasse para
agradecer depois, talvez não encontrasse mais Jesus. Ele voltou enquanto era
tempo. Uma coisa é certa: “quem não agradece imediatamente, não agradecerá
depois”.
Em terceiro lugar, a verdadeira
adoração é marcada pela espiritualidade (Lc 17.15,16). Este samaritano
quando viu que estava curado voltou glorificando a Deus. Ele reconheceu a
misericórdia de Deus sobre sua vida. Antes de se apresentar aos sacerdotes, ele
se apresenta ao Sumo Sacerdote Jesus. Ele caiu com o rosto aos pés de Jesus em
adoração. Essa foi uma afirmação da divindade de Cristo. Desde o Antigo
Testamento foi ensinado que só Deus deve ser adorado (Êx 20.3-5; 34.14; Dt
5.7-9), mas esse samaritano reconhece a divindade de Jesus. James R. Edwards
destaca que a glorificação e reverência caracteristicamente prestadas a Deus
aqui são prestadas a Jesus __ e por um não israelita que era um
leproso, estrangeiro e samaritano. [22]
Em quarto lugar, a verdadeira
adoração é marcada pela intensidade (Lc 17.15c). Este indivíduo volta à
Cristo aos gritos de louvor. Se este homem era tradicional, virou um
pentecostal na hora da cura. Se antes era a voz de dez leprosos gritando por
misericórdia, agora, era voz de um único homem louvando a Deus pela cura. E,
provavelmente, gritando muito mais alto que antes, junto dos outros nove.
5 – A BÊNÇÃO MAIOR ALCANÇADA (Lc 17.16-19).
Até este ponto, os dez homens tinham agido em uníssono. Todos tinham implorado a Jesus para curá-los; todos tinham obedecido Sua ordem e começaram seu caminho para se encontrarem com os sacerdotes; no percurso todos ficaram curados. Nesse ponto, a uniformidade foi quebrada quando um deles, cheio de alegria, espanto, admiração, quando viu que havia sido curado, voltou em direção a Jesus.
Exatamente aqui há uma linha divisória
entre receber uma bênção de Deus e alcançar a bênção plena de Deus.
Com isso em mente, podemos destacar
duas coisas.
Em primeiro lugar, Jesus censura os
outros nove por não terem voltado também (Lc 17.16-18). Observe a pergunta
de Jesus: “Não foram dez os limpos? E
onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar
glória a Deus senão este estrangeiro? Diante da
pergunta de Jesus, o pobre homem curado, diante dos seus pés, não tem palavras
para dizer contra os nove, por estar demasiadamente ocupado com a adoração
pessoal. [23]
A pergunta de Jesus constitui um
resumo de um dos mais importantes temas de Lucas-Atos. Foram os samaritanos, os
gentios, os párias da sociedade e pecadores que reagiram entusiasticamente à
oferta das Boas Novas. Diferentemente dos religiosos e dos orgulhosos, que
presumiam que sua piedade lhes garantia a salvação, os desprezados e pecadores
nunca presumem que já estão salvos (v. 18:9-14) e ansiosamente aceitam o
convite gracioso de Deus (v. 14:15-24). [24]
Em segundo lugar, por ter voltado,
o samaritano alcança a bênção suprema da salvação (Lc 17.19). Nove homens
contentaram-se apenas com a cura física e seguiram seu caminho. Apenas um
voltou para agradecer e, ao voltar, recebeu a maior de todas as curas, a cura
espiritual. Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. A cura é uma bênção
temporal, mas a salvação é uma bênção eterna. [25]
Fritz Rienecker diz que ao se prostrar
diante do Redentor, o samaritano entregou-se como oferta de gratidão: sou teu,
quero que disponhas de mim. Jesus lhe assegura: “Tua fé te salvou”. [26]
Champlin também destaca que diferentemente dos outros nove ex-leprosos, esse
homem não foi curado apenas fisicamente. Sua alma também foi curada. Recebeu
purificação espiritual, e ficou realmente são em toda a sua personalidade. [27]
David Neale ressalta o fato de só o
samaritano sair daquele encontro curado pela fé. Os excluídos são convidados a
entrar, enquanto os incluídos falham em demonstrar gratidão. [28] Warren
Wiersbe é oportuno quando escreve: “Os nove amigos do samaritano foram
declarados cerimonialmente puros pelo sacerdote, mas ele foi declarado salvo
pelo Filho de Deus”. [29]
CONCLUSÃ
Esse texto é uma lição para todos nós. Sermos gratos a Deus pelas bênçãos recebidas, pois, independentemente da bênção, ela é um milagre em nossas vidas. Seja a cura de um mal incurável, seja o pão de cada dia. Seja grato.
Vivemos um período em que a ingratidão faz tem se tornado algo corriqueiro. Poucos são capazes de reconhecer o que o próximo fez de bom, e serem gratos por isso. Não são gratos aos pais, não são gratos aos amigos, não são gratos a Deus.
Não são gratos, mas são extremamente ingratos. Muitos são até muito religiosos como os nove ex-leprosos que compareceram perante os sacerdotes, mas não são capazes de retornarem à presença de Jesus e o adorar e agradecer.
Pense nisso!
Nota – *A Guerra dos Trinta Anos representou um conjunto de conflitos, de caráter político e religioso, desenvolvidos entre diversos países da Europa (França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Alemanha, Dinamarca, Países Baixos, Áustria, Suécia), durante os anos de 1618 e 1648.
Bibliografia:
1 – Childers, Charles L. Comentário Bíblico
Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 463.
2 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas,
Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 355.
3 – Spurgeon, Charles H. Os Milagres de
Jesus, Ed. Shedd, São Paulo, SP, 2011, p. 110.
4 – Hendriksen,
William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 334.
5 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo
Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP,
2007, p. 317.
6 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e
Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 242.
7 – Edwards, James R. O Comentário de
Lucas, Santo Amaro, SP, Ed. Sheed, 2019, p. 222.
8 – Henry, Matthew.
Comentário Bíblico Novo Testamento Mateus a João, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ,
2008, p. 673.
9 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado,
versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p.
167.
10 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o
homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 498.
11 – Edwards, James R. O Comentário de
Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 612.
12 – Childers, Charles L. Comentário
Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 463.
13 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo
Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP,
2007, p. 317.
14 – Spurgeon, Charles H. Os Milagres de
Jesus, Ed. Shedd, São Paulo, SP, 2011, p. 110.
15 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo
Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP,
2007, p. 317.
16 – Spurgeon, Charles H. Os Milagres de
Jesus, Ed. Shedd, São Paulo, SP, 2011, p. 111.
17 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de
Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 280.
18 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed.
Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 355.
19 – Champlin, R. N. O Novo Testamento
Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo,
SP, 2005, p. 168.
20 – Spurgeon, Charles H. Os Milagres de
Jesus, Ed. Shedd, São Paulo, SP, 2011, p. 113.
21 – Ash, Anthony Lee. O Evangelho Segundo
Lucas, Ed. Vida Cristã, São Paulo, SP, 1980, p. 255.
22 – Edwards, James R. O Comentário de
Lucas, Santo Amaro, SP, Ed. Sheed, 2019, p. 614.
23 – Spurgeon, Charles H. Os Milagres de
Jesus, Ed. Shedd, São Paulo, SP, 2011, p. 115.
24 – Evans, Craig A. O Novo Comentário Bíblico
Contemporâneo, Lucas, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1996, p. 292.
25 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o
homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 500.
26 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas,
Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 357.
27 – Champlin, R. N. O Novo Testamento
Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo,
SP, 2005, p. 168.
28 – Neale, David A. Lucas, 9 – 24, Novo Comentário Beacon, Ed. Central Gospel, Rio de Janeiro, RJ, 2015, p. 198.
29 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 318.
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