Por Pr Silas Figueira
Texto base: 1 Coríntios 11.23-34
INTRODUÇÃO
As igrejas evangélicas
reconhecem duas ordenanças estabelecidas por Jesus Cristo e que devem ser
observadas por seu povo: o batismo e a Ceia do Senhor. Sendo que o batismo
representa a nova vida que alcançamos em Cristo, a ceia simboliza a morte do
Senhor.
O apóstolo Paulo, nesta
Primeira Carta aos Coríntios, tratou de maneira objetiva sobre a Ceia do
Senhor. Ela foi instituída pelo próprio Jesus na noite em que foi traído. Na
sexta-feira, chamada pelos católicos de “sexta-feira da Paixão”. Nessa noite o
Senhor foi preso e se deu por nós na cruz do calvário; mas no domingo de Páscoa
o nosso Senhor ressuscitou.
Somente aqueles que foram
remidos e lavados no sangue do Cordeiro e confessam o nome do Senhor Jesus
devem participar desse banquete da graça. Só aqueles que discernem o que Cristo
fez na cruz são chamados para participar desse memorial. A Ceia está centralizada
na morte expiatória de Cristo e no Seu sacrifício vicário. A cruz de Cristo e
não o egoísmo humano está no centro dessa celebração. O sangue de Cristo é o
selo da nova aliança. Por meio dele Deus perdoa os nossos pecados e nos salva
da ira vindoura [1].
Nesse texto nós
encontramos ensinamentos do seu verdadeiro significado.
1
– O QUE PAULO NOS FALA A RESPEITO DA CEIA (1Co 11.23-26).
O apóstolo Paulo nesse
texto ensina a igreja de Corinto o verdadeiro sentido da ceia, e mostra que a
ceia é mais que um momento de comunhão, ele mostra que a ceia é um momento de
celebração, pois o nosso Senhor não ficou no sepulcro, mas ressuscitou dentre
os mortos e vive para todo o sempre. Leon Morris diz que é praticamente certo
que esta epístola foi escrita antes de qualquer dos evangelhos, o que significa
que este é o mais antigo relato que temos da instituição da Santa Comunhão [2].
Esse texto nos ensina
algumas lições:
1º - Paulo mostra que a
ceia é uma revelação (1Co 11.23a). Paulo deixa claro que o
que ele está ensinando não é a sua própria opinião, mas Palavra revelada de
Deus. Não é um ensinamento humano, mas uma ordenação divina. Jesus na noite em
que foi traído deixou essa ordenança (Lc 22.17-20).
Alguns intérpretes
acreditam que o apóstolo Paulo recebeu essa revelação diretamente do Senhor e
não através dos outros apóstolos (cf. Gl 1.11,12). No entanto, a maioria dos
intérpretes entende que Paulo quis dizer que a ceia faz parte das tradições da
igreja e que essas tradições eram firmemente cridas como algo dado pelo próprio
Senhor Jesus; e então Paulo, na qualidade de apóstolo de Cristo, expressou
essas tradições com a sua autoridade apostólica [3].
Mas quanto a isso pouco
nos importa, pois uma coisa nós sabemos, essa palavra procede de Deus para nós.
O apóstolo recebeu do Senhor e nos
ensinou o que havia recebido dele, seja direta ou indiretamente. Isso nos
basta.
2º - Paulo mostra que a
ceia é um convite à comunhão com Cristo (1Co 11.23b). “Na noite em que foi traído”.
Nessa noite o Senhor Jesus estava reunido com seus apóstolos em comunhão com
eles. Por isso, nós precisamos entender que quando comemos o pão e bebemos o
cálice, o Senhor está nos convidando à sua mesa. Ele está nos chamando a
comunhão com ele e com nossos irmãos. Se os cristãos participam sem amar seus
irmãos, os membros da igreja, eles estão desonrando o próprio Senhor. Por essa
razão, precisamos aprender as palavras ditas pelo Senhor quando instituiu sua
Ceia [4].
Na
noite em que foi traído o Senhor proclamou algo tremendo
para todos nós, a Sua salvação. Mesmo sabendo que Judas iria traí-lo, que Pedro
iria negá-lo, que os apóstolos fugiriam, o Senhor Jesus não deixou de amá-los.
Mesmo sabendo de tudo isso, a Nova Aliança foi estabelecida e a velha Aliança
foi rompida. Como Jesus mesmo disse: “Ninguém
tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo
15.13).
3º - Paulo mostra que a
ceia é um momento de darmos graças (1Co 11.24a).
E tendo dado graças. É do termo grego
que Paulo usou aqui, “eucharistesas”,
que se deriva nossa palavra “eucaristia”,
a qual se tornou um termo técnico para indicar a Ceia do Senhor [5]. Jesus deu
“graças” mesmo sabendo do que estava por vir. A algumas horas da sua morte na
rude cruz, o Senhor deu graças. Jesus fez uma oração de ação de graças, à mesa.
Quando Jesus vê toda a realidade de sua paixão e morte diante de si, ele
agradece. Não é lamento nem tampouco pesar pela despedida que preenchem seu
coração, e sim a gratidão [6]. Sermos gratos a Deus em todo o tempo é uma lição
que aprendemos aqui.
4º - Paulo mostra que os
elementos da ceia são símbolos do sacrifício de Cristo (1Co 11.24,25).
O pão simboliza o corpo do Senhor que foi pendurado na cruz calvário, e o
cálice o sangue de Cristo, a nova aliança que estava sendo inaugurada. Em seu
corpo pendurado na cruz, Jesus levou sobre si os nossos pecados e o seu sangue
derramado nos purifica de todo pecado (1Jo 1.7). A velha aliança estava sendo
quebrada e a nova aliança estava começando. Jesus era o nosso Cordeira Pascal
que foi entregue na cruz para nos reconciliar para sempre com o Pai.
“Este cálice é o novo
testamento do meu sangue”. Essa expressão dá à palavra sangue um sentido
espiritual mais profundo. O cálice representa a nova aliança que Jesus ratifica
com seu sangue. Quando Moisés confirmou o primeiro pacto no Monte Sinai, ele aspergiu
sangue sobre o povo e disse: “Este é o sangue da aliança que o Senhor fez com
vocês” (Êx 24.8; ver também Zc 9.11). Sangue animal foi aspergido para o
primeiro pacto. O sangue de Cristo, para o novo pacto [7].
Este sacrifício estava
sendo realizado por você e por mim: “Tomai,
comei; isto é o meu corpo que é partido por vós”. “Este cálice é o novo testamento do meu sangue”. Jesus deu o seu
corpo, toda a sua vida encarnada, por nós que cremos nEle.
Existem quatro maneiras
de interpretar a ceia, principalmente os seus elementos – o pão e o vinho. Nós
temos quatro interpretações:
1)
TRANSUBSTANCIAÇÃO – É a ideia de que os elementos, pão e
vinho, mudam de substância e se transformam em carne e sangue de Cristo na hora
da consagração dos elementos. É a posição do Catolicismo Romano.
2)
CONSUBSTANCIAÇÃO – É a posição de Lutero. É a ideia de que
Cristo está presente fisicamente nos elementos pão e vinho. Conhecida também
como empanação.
3)
MEMORIAL – É a posição de Zwuinglio. É a ideia de que a Ceia é
a apenas um memorial, ou seja, uma recordação da morte de Cristo – Igreja
Batista.
4)
MEIO DE GRAÇA – É a ideia de que Cristo está presente
espiritualmente na Ceia, como alimento para nossa alma. Esta é a posição da
Igreja Presbiteriana.
Temos também três tipos
de ceia: a restrita – somente para os
crentes em Jesus. A ultra restrita –
somente para os membros daquela denominação ou somente para os membros daquela
igreja. E a ceia livre – todos os
presentes podem participar, independentemente de serem crentes em Jesus ou
não.
5º - Paulo mostra que a
ceia deve ser realizada até a vinda do Senhor (1Co 11.26c).
A Ceia do Senhor foi instituída para que a igreja pudesse recordar
continuamente o sacrifício vicário de Cristo na cruz em seu favor. Todas as
vezes que celebramos a Ceia do Senhor, estamos proclamando que o corpo de
Cristo foi partido (pendurado na cruz), e dado por nós e seu sangue foi vertido
como símbolo da nova aliança, sangue este que nos purifica de todo o pecado. A
morte de Cristo é o eixo central do evangelho. Fomos reconciliados com Deus
pela morte de Cristo. É pela sua morte que temos vida. Devemos anunciar a sua
morte até que ele venha em glória.
João Calvino diz que a
Ceia foi instituída com este propósito, a saber: para que Cristo nos lembre do
benefício de sua morte, e nós, de nossa parte, possamos reconhecê-la diante dos
homens [8]. Por isso, não participar da Ceia do Senhor é desobediência e um
pecado visto que a ceia é uma ordenança.
2
– OS PERIGOS EM RELAÇÃO À CEIA DO SENHOR (1Co 11.27-32).
Apesar de cremos que a
ceia seja um memorial, nem por isso deve-se participar dela de forma indigna.
Jesus se faz presente em nossas vidas e no culto que celebramos a Ele. Por
isso, não devemos negligenciar as ordenanças bíblicas e as orientações que
Paulo dá em relação a ceia.
1ª – Em primeiro lugar, não
devemos participar indignamente (1Co 11.27).
Leon Morris diz que ninguém jamais pode se considerar digno da bondade de
Cristo para conosco [9]. Aquele que pensa que é digno da bondade de Cristo não
entendeu o seu estado pecaminoso. Não entendeu que foi devido ao seu pecado que
Jesus morreu na cruz. Mas há um segundo problema, é achar que nunca é digno de
participar da ceia. Quem pensa assim também não entendeu que a razão de participarmos
dela, que é exatamente porque Jesus já pagou um alto preço por nós e, devido a
isso, somos dignos de estar participando de sua mesa.
Participar indignamente deve
ser entendido segundo o contexto de 1Co 11.17-22. Paulo quis dizer que a
decência comum deve ser observada; não pode haver qualquer das desordens de
glutonaria, de embriaguez, de egoísmo, de degradação a outros, de contendas
entre os crentes, de grupos facciosos, etc., todas essas práticas atuavam como
elementos perturbadores da igreja de Corinto, que profanavam sua observância da
Ceia do Senhor [10]. Participar da Ceia indignamente é assentar-se à mesa de
forma leviana e irrefletida.
Participar da ceia do
Senhor indignamente é não entender o que Jesus fez por nós na cruz. É não
entender o significado do pão e do cálice. É não perceber que aquele pedaço de
pão representa o corpo do nosso Senhor que foi pendurado no madeiro por nós, levando
sobre si os nossos pecados. Ele se fez maldito em nosso lugar (Gl 3.13; Cl
2.14). É não entender que o cálice representa o seu sangue inocente que foi
derramado para nos purificar de todo o pecado. Éramos escravos do pecado, mas
mediante o seu sangue fomos libertos.
Um exemplo do que estamos
falando, quando alguém pisa ou queima a bandeira do nosso país, essa pessoa não
está desonrando um pedaço de pano, mas está desonrando o país que ela representa.
E caso você não saiba, isso é crime. Quando participamos da ceia indignamente
estamos desonrando o nosso Salvador. E isso é pecado.
2º - Em segundo lugar, as
consequências de participarmos da ceia indignamente (1Co 11.27-30).
Participar da ceia não nos trará nenhuma bênção especial. Não seremos mais
santos ou iremos alcançar a salvação por causa disso. Os que participam da ceia
já estão debaixo da bênção do Senhor (Ef 1.3). No entanto, se participarmos
dela de forma indigna traremos castigo para nossas vidas. O apóstolo Paulo
enumera algumas dessas consequências.
1
– Será culpado do corpo e do sangue do Senhor (1Co 11.27c).
A versão ARA traz a palavra réu. Em
outras palavras, “será culpado de”, presumivelmente como participante na causa
da morte de Cristo, ou antes, “será culpado de profanar o corpo”, etc. Isso
torna o indivíduo culpado de “violar” ou de “pecar contra” o corpo e o sangue
de Cristo [11]. Ser réu do corpo e do sangue de Cristo Jesus é um pecado gravíssimo.
Você só tem dois lados para estar em
relação ao sangue. Você está debaixo dos benefícios do sangue ou está do lado
daqueles que levaram Jesus para a cruz e o mataram. Você é assassino de Cristo
ou é beneficiário do sangue de Cristo. Participar indignamente da Ceia e ser
réu do corpo e do sangue de Cristo; é estar na mesma posição de Anás, Caifás,
Pilatos e os soldados romanos que pregaram Jesus na cruz. Assim, só existem
duas possibilidades: Você está debaixo dos benefícios do sangue de Cristo ou é
réu do corpo e do sangue do Senhor [12]. David Prior diz que quando Paulo fala
de alguém que come o pão e bebe o cálice indignamente, tornando-se réu do corpo
e do sangue de Cristo, ele está dizendo que nos tornamos culpados de derramar o
sangue de Cristo; isto é, nos colocamos, não do lado dos que estão participando
dos benefícios de sua paixão, mas do lado dos que foram culpados por sua crucificação
[13].
2
– Come para sua própria condenação (1Co 11.29,30).
A versão ARA diz que come e bebe juízo
para si. Uma pessoa que participa da ceia sem discernir a sua forma correta
come e bebe juízo para si mesmo. A palavra grega aqui usada para juízo ou condenação é krima, aqui tem a ideia de castigo para
o crente em Jesus, não de condenação eterna (Rm 8.1), é uma correção
pedagógica. Há uma grande diferença no uso da palavra condenação que Paulo usa no v. 29, aqui ele usa a palavra krima no grego (julgamento) e katakrima (condenado) no versículo v. 32.
A palavra krima refere-se a
disciplina dos salvos e katakrima
refere-se à condenação dos perdidos (para
não sermos condenados com o mundo).
O versículo 30 nos fala
de punições temporais e não eternas. Punições que vem sobre a vida do crente
que é leviano em relação a ceia. Naturalmente, Paulo não quis dar a entender
que “todas as enfermidades” são motivadas por algum pecado, porquanto ele mesmo
sofria de um “espinho na carne”, tendo recebido a revelação que esse espinho
lhe fora dado a fim de conservá-lo humilde, para que pudesse aprender melhor a
confiar na graça de Deus em favor dele (2Co 12.7). Na verdade, a enfermidade
física pode ter certo efeito disciplinador (Hb 12.5-7). E essa disciplina não
significa necessária e especificamente que ela tenha sido motivada por algum
pecado cometido [14].
João Calvino diz que não
se pode afirmar se nesse tempo alguma praga os atormentava, ou se eram afligidos
por outros gêneros de enfermidades. Seja como for, deduzimos do que Paulo diz
que o Senhor havia enviado algum tipo de açoite para discipliná-los [15]. Paulo
enumera três as punições que vieram sobre a igreja de Corinto: fraqueza, doença
e morte física. Werner de Boor diz que pelo fato de que na
celebração indigna da ceia se trata de comer e beber, a culpa também tem um
efeito físico, em fraqueza e enfermidade, sim, ela até leva a falecimentos.
Mais uma vez fica claro todo o realismo na compreensão paulina da santa ceia
[16].
3
– Não discernindo o corpo do Senhor (1Co 11.29c).
Paulo está falando de dois corpos aqui. O primeiro corpo é o corpo físico de
Cristo. E o corpo que foi moído e traspassado na cruz. Contudo, há outro corpo
que precisa ser discernido. E o corpo místico de Cristo. Qual é o corpo místico
de Cristo? A Igreja! Quando você vem para a Ceia, mas, despreza o seu irmão,
fazendo acepção de pessoas, ou nutrindo mágoa em seu coração, você está participando
da Ceia sem discernir o corpo. E se você participa da Ceia sem discernir o corpo,
você está participando de forma indigna [17].
Essa palavra de Paulo tem
um paralelo com o Salmo 133 que nos diz: “Oh!
quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso
sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla
das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes
de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.
Sem o discernimento do
Corpo de Cristo não pode haver o derramar da graça mediante o Espírito Santo e,
logicamente, não pode ter bênção e nem vida.
3
– COMO DEVEMOS PARTICIPAR DA CEIA (1Co 11.28,33).
Esses versículos nos
ensinam verdades fundamentais para participarmos da ceia.
1º - Para participar da
ceia deve-se fazer um autoexame (1Co 11.28a).
Os que participarão da ceia devem examinar-se a si mesmo. Olhar para dentro de
si, vasculhar o seu coração e mente. Werner de Boor
diz que a verdadeira – dignidade para a mesa do Senhor Jesus reside unicamente
na minha – indignidade real e por mim mesmo confirmada [18]. O texto nos diz
para olharmos para nós mesmos e participarmos da ceia, e não olharmos para a
vida do irmão ao lado. Tem gente que deixa de participar da ceia porque fica
bisbilhotando a vida alheia. Você não é o juiz do seu irmão. Em vez de examinar
e julgar a vida alheia; examine-se a si mesmo e julgue-se a si mesmo.
Investigue o seu coração. Analise a sua vida.
2º - Depois do autoexame
coma do pão e beba do cálice (1Co 11.28b). E digno observar
que Paulo diz: Examine-se o homem a si mesmo e coma. Paulo não diz: Examine-se
o homem e deixe de comer. Você não deve fugir da Ceia por causa do pecado, mas
fugir do pecado por causa da Ceia. A Ceia é um instrumento de restauração. A
Ceia é um tempo de cura, de reconciliação e restauração. A Ceia é o momento em
que devemos aguçar os sentidos da nossa alma para examinar-nos e nos voltarmos
para o Senhor. Na Ceia devemos correr do pecado para Deus e não de Deus para o
pecado. A ordem de Paulo é: Examine-se e coma! [19]. Amém?
3º - Esperar uns pelos
outros (1Co 11.33). Essa palavra é usada aqui em
sentido literal. É como se Paulo tivesse escrito: “Esperai até todos terem
chegado, antes de iniciardes a festa”. A Ceia do Senhor tem por propósito
fomentar o companheirismo espiritual, não tendo por finalidade principal
satisfazer a necessidade que o corpo tem de alimentos. Se porventura algum
crente está com fome, pode comer em sua própria casa [20]. Entendendo aqui que
a ceia na igreja primitiva era uma festa com muito alimento. Devido a isso
Paulo chama a atenção da igreja de Corinto, pois alguns que não tinham o que
comer passam fome na ceia (1Co 11.21,22).
4º - Paulo mostra que
quando participamos da ceia devemos olhar para quatro direções.
Warren Wiersbe destaca quatro pontos que Paulo ensinou sobre a Ceia, e que
devemos ainda hoje observar sempre que nos reunirmos para a Ceia do Senhor:
devemos olhar para trás, para a frente, para dentro e ao redor [21].
a) Devemos olhar para
trás (1Co 11.24,26a). Quando
você participa da Ceia, você deve olhar para trás, para a cruz de Cristo
(11.26). Jesus está ordenando que a igreja se lembre não dos Seus milagres,
mas da Sua morte. Devemos olhar para trás e nos lembrar por que Cristo morreu,
como Cristo morreu, por quem Cristo morreu. Cristo é o centro da Ceia. A Ceia é
uma pregação dramatizada do calvário [22].
Devemos lembrar o fato de
Jesus haver morrido, pois sua morte faz parte da mensagem do evangelho: “Cristo
morreu [...] foi sepultado” (1Co 15.3,4). Não é a vida de Cristo nem seus
ensinamentos que salvam os pecadores, mas sua morte. Portanto, devemos nos
lembrar do motivo dele ter morrido: Cristo morreu por nossos pecados; foi nosso
substituto (Is 53.6; 1 Pe 2.24), quitando uma dívida que jamais poderíamos
pagar [23].
b) Devemos olhar para a
frente (1Co 11.26). Quando participa da Ceia, você não
olha somente para trás, mas também para a frente. Paulo diz: “Porque, todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (11.26). A Ceia nos
aponta para a segunda vinda de Cristo,
quando Ele vier buscar a Sua Igreja.
c) Devemos olhar para
dentro (1Co 11.28). Quando você celebra a Ceia, não
somente olha para trás e para a frente, mas também olha para dentro. Investigue
o seu coração. Analise a sua vida. E digno observar que Paulo diz: Examine-se o
homem a si mesmo e coma.
d) Devemos olhar ao redor
(1Co 11.33,34). Quando você participa da Ceia, você olha
ao redor (11.33,34). Paulo está orientando os crentes a esperarem uns pelos
outros para uma verdadeira comunhão. E caso alguém tenha que se reconciliar com
algum faça e procure ter paz com todos os irmãos.
CONCLUSÃO
A ceia é algo que vai
muito além de comer o pão e beber o cálice. A ceia é nos lembrarmos da morte de
Cristo e reconhecermos o que Ele fez por nós na cruz. Não devemos participar da
ceia com partidarismo e ódio no coração, mas buscar estar em paz com os nossos
irmãos. É fugir do pecado para os braços de Deus.
Pense Nisso!
Bibliografia
1 – Lopes, Hernandes
Dias. 1 Coríntios, como resolver conflitos na Igreja, Editora Hagnos, São
Paulo, SP, 2008, p. 216.
2 – Morris, Leon. 1
Coríntios, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São
Paulo, SP, 3ª ed., 1986, p. 128.
3 – Champlin, R. N. O
Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, 1 Coríntios, vol. 4, Ed.
Hagnos, São Paulo, SP, 2002, p. 180.
4 – Kistemaker, Simon J.
Comentário de 1 Coríntios, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2003, p. 546.
5 – Champlin, R. N. O
Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, 1 Coríntios, vol. 4, Ed.
Hagnos, São Paulo, SP, 2002, p. 180.
6 – Boor, Werner de.
Cartas aos Coríntios, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba,
PA, 2004, p. 93.
7 – Kistemaker, Simon J.
Comentário de 1 Coríntios, São Paulo, SP, Ed. Cultura Cristã, 2003, p. 552.
8 – Calvino, João. 1
Coríntios, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2015, p. 415.
9 – Morris, Leon. 1
Coríntios, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo,
SP, 3ª ed., 1986, p. 131.
10 – Champlin, R. N. O
Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, 1 Coríntios, vol. 4, Ed.
Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 183.
11 – Ibidem, p. 183.
12 – Lopes, Hernandes
Dias. 1 Coríntios, como resolver conflitos na Igreja, Editora Hagnos, São
Paulo, SP, 2008, p. 218.
13 – Prior, David. A
Mensagem de 1 Coríntios, Ed. ABU, São Paulo, SP, 1993, p. 202.
14 – Champlin, R. N. O
Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, 1 Coríntios, vol. 4, Ed.
Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 185.
15 – Calvino, João. 1
Coríntios, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2015, p. 421.
16 – Boor, Werner de.
Cartas aos Coríntios, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba,
PA, 2004, p. 95.
17 – Lopes, Hernandes
Dias. 1 Coríntios, como resolver conflitos na Igreja, Editora Hagnos, São Paulo,
SP, 2008, p. 219.
18 – Boor, Werner de.
Cartas aos Coríntios, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba,
PA, 2004, p. 94.
19 – Lopes, Hernandes
Dias. 1 Coríntios, como resolver conflitos na Igreja, Editora Hagnos, São
Paulo, SP, 2008, p. 215.
20 – Champlin, R. N. O
Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, 1 Coríntios, vol. 4, Ed.
Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 186.
21 – Wiersbe, Warren W. 1
Coríntios, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica,
Santo André, SP, 2007, p. 792,793.
22 – Lopes, Hernandes
Dias. 1 Coríntios, como resolver conflitos na Igreja, Editora Hagnos, São
Paulo, SP, 2008, p. 215.
23 – Wiersbe, Warren W. 1
Coríntios, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica,
Santo André, SP, 2007, p. 792.
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