sábado, 2 de dezembro de 2023

A PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR INFIEL - Lucas 16.1-13

Por Pr Silas Figueira

Texto base: Lucas 16.1-13

INTRODUÇÃO

A parábola do administrador injusto foi, em todas as épocas, uma das mais difíceis passagens do evangelho para os intérpretes. Os inimigos do cristianismo até mesmo utilizaram-na constantemente como arma de ataque para explicitar a falta de moral com que Jesus instrui seus ouvintes neste momento. [1] Kenneth Bailay disse que a aparente incongruência de uma história que louva um patife, tem sido um aparente embaraço para a igreja, pelo menos desde que Juliano, o Apóstata, usou está parábola para asseverar a inferioridade da fé cristã e de seu fundador. [2] Leon Morris nesta mesma linha de pensamento, diz que esta é notoriamente uma das mais difíceis de todas as parábolas quanto à sua interpretação. O problema que jaz à raiz é o elogio ao administrador, que é claramente desonesto [3].

Concordo com John Charles Ryle quando disse que “esta é uma passagem bastante difícil. [...] A deficiência não está nas Escrituras, e sim em nossa frágil capacidade de entender. Se não aprendermos qualquer outra lição desta passagem, aprendamos pelo menos a humildade”. E conclui seu pensamento dizendo: “o administrador é um exemplo a ser evitado e não um modelo a ser seguido”. [4]

Quais as lições que podemos extrair desse texto?

1 – NENHUM ERRO FICA OCULTO PARA SEMPRE (Lc 16.1-3).

Há uma frase que diz “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo”. Chegará uma hora em que o erro será desmascarado. Talvez nem todas as pessoas ficarão sabendo, mas de qualquer forma será desmascarado. Foi isso que ocorreu com o mordomo infiel.

Podemos destacar três lições aqui:

Em primeiro lugar, houve uma denúncia (Lc 16.1). O administrador foi acusado (diabolos em grego). O rico fazendeiro, que confiou a administração de seus negócios a seu mordomo, é informado de que este, no exercício de seu trabalho, estava defraudando os seus bens. [5] Um administrador (mordomo) era um servo de confiança, geralmente alguém nascido na residência, que era o chefe do gerenciamento e da distribuição das provisões dom lar. Essa pessoa provia comida a todos os outros servos, gerenciando, dessa forma, os recursos de seu mestre para o bem-estar dos outros. [6]

Wiersbe lembra que o mais importante para o mordomo é servir ao senhor fielmente (1Co 4.2). Ao ver as riquezas a seu redor, o mordomo deve lembrar que pertencem ao senhor e que não são propriedade particular dele, de modo que devem ser usadas de maneira a agradar e beneficiar o senhor. [7] Temos como exemplo José que foi mordomo na casa de Potifar (Gn 39.1-4).

Certamente foi aplicado nesta denúncia o que está registrado em Deuteronômio 19.15: “Uma só testemunha não é suficiente para condenar uma pessoa de algum crime ou delito. Qualquer acusação necessita ser confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas idôneas”.

Preste atenção: Testemunhas idôneas. Eu faço questão de destacar isto, porque muitas vezes algumas pessoas são caluniadas por pessoas de má índole.   

Em segundo lugar, houve um confronto (Lc 16.2). A natureza do seu cargo tornou fácil para ele desviar montantes para seus próprios propósitos. O senhor evidentemente pensou que a acusação era bem fundamentada, pois informou o mordomo que estava demitido e mandou-o preparar uma prestação final de contas. [8] Willian Hendriksen destaca que o administrador designado por ele não era um escravo, mas um homem livre. Por conseguinte, quando esse homem perde seu trabalho, o castigo que recebe não é o que se daria a um escravo. [9]

O confronto foi feito em cima de provas e não de boatos. Devemos tomar muito cuidado para não sairmos acusando pessoas sem provas e, principalmente, por ouvir falar. Nem sempre o que ouvimos é a verdade.

Em terceiro lugar, este homem enfrentou um dilema (Lc 16.3). Neste ínterim, o administrador teve tempo para excogitar um plano de ação. A perda da administração significava a perda do seu meio de vida. Pensou por momentos em trabalhar na terra, mas abandonou a ideia por causa das suas limitações físicas. Pensou em mendigar, mas ficou com vergonha (cf. Eclesiástico 40.28, “é melhor morrer do que mendigar”). [10]

Ele era, em termos contemporâneos, um trabalhador de colarinho branco, e não era capaz de árduo trabalho manual. Além disso, ele, sem dúvida, viu esse trabalho como abaixo de sua dignidade. A outra alternativa era igualmente inaceitável. Se o trabalho manual era abaixo dele, quanto mais teria sido uma vergonha mendigar? O futuro parecia sombrio, e ele não via saída de seu dilema.

Jesus está relatando a vida do homem natural, do não regenerado. Esse homem tem medo das consequências do seu erro, mas não teve nenhum temor na hora de roubar o seu senhor. Pessoas assim estão em nosso meio. Parecem honestas, até a hora que são desmascaradas. E esse tipo de gente está em todas as esferas da sociedade, desde as grandes corporações, até no meio religioso.

Há uma cena no filme “Corajosos” [11] muito interessante. Fala a respeito de CARÁTER E INTEGRIDADE. Javier Martinez é latino e trabalha em uma empresa, e eles fazem um teste para contratar um novo supervisor. Chegaria 17 engradados, mas o chefe queria que colocasse 16 somente no relatório. Javier Martinez vai para casa e pensa sobre o assunto. A esposa diz que precisa muito do dinheiro e talvez não seja errado. Mas Javier decidi fazer a coisa certa. Ele agradece o emprego, mas diz que não pode fazer o que ele pediu. Seria uma desonra para Deus e sua família. Ele ganhou o cargo pois o chefe buscava alguém que pudesse confiar. Ele recebe o elogio: parabéns pela sua integridade. O outro funcionário diz: “Depois de 6 candidatos eu estava ficando desanimado”.

Essa é a atitude de um verdadeiro cristão e não a atitude do mordomo infiel. Citando mais uma vez John C. Ryle: “o administrador é um exemplo a ser evitado e não um modelo a ser seguido”. [12]

2 – O MORDOMO TOMA UMA DECISÃO OUSADA (Lc 16.4-7).

Lucas mostra vividamente os esforços tanto físicos como mentais do administrador para garantir o seu futuro. [13] O homem decidiu usar as poucas horas que lhe restavam no escritório para ganhar a amizade de alguns devedores do seu patrão, de forma que após a sua demissão tivesse amigos que o acolhessem. [14]

Em primeiro lugar, ele teve um lampejo de como resolver o seu problema (Lc 16.4-7). Depois de ponderar várias possibilidades, o homem encontrou uma saída para garantir sua segurança no futuro. Chamou os devedores e deu a eles um desconto generoso em sua dívida. A parábola apenas menciona dois devedores como símbolo do que ele fez com os demais. Ao primeiro, que devia cem cados de azeite, ou seja, 4 mil litros, ele deu um desconto de 50% e baixou a dívida para 50%. Ao segundo, que devia cem coros de trigo, ou seja, 4 mil litros, deu um desconto de 20% e baixou para 80%. [15]

Mesmo que foi desonesto em diminuir o valor dos débitos daqueles que deviam a seu senhor, com certeza, ao agir dessa maneira, conquistou muitos amigos. Agindo com impiedade, pensou no futuro. Demonstrando ignomínia em suas providências, fez o bem a si mesmo. Não ficou parado, em indolência, vendo-se levado à pobreza, sem lutar contra isso. Maquinou, planejou e com ousadia executou seus planos. O resultado seria que, ao ser mandado embora daquele emprego, teria outro já garantido. [16]

Craig A. Evans destaca que o ex-mordomo, abrindo mão de suas comissões que lhe eram devidas, contempla agora um futuro menos trevoso, mais promissor. Se entendermos a parábola dessa maneira, tornar-se-á muito mais fácil entender a razão por que Jesus viu na ação do mordomo infiel um exemplo a ser imitado por seus discípulos. Esses, à semelhança do mordomo infiel, deveriam reconhecer a vantagem de abrir mão de um pouco agora, para que um dia, no futuro, se possa ganhar muito mais. [17]

William Hendriksen nos chama a atenção para o fato de que os devedores, provavelmente, pensaram que o administrador convencera o proprietário a fazer a redução das contas. A redução da conta - às vezes devido a condições desfavoráveis do clima que afetavam as colheitas - era algo comum. [18]

Craig S. Keener destaca a esperteza desse administrador, dizendo que todas as trocas de valores requeriam somente pequenas marcas nos papéis, feitas pelos próprios clientes (para não incriminar o administrador, não mais autorizado). [19]

Em segundo lugar, também somos mordomos nosso tempo (Ef 5.15-17). Wiersbe destaca que:

A expressão “remir o tempo” é um termo comercial, que significa “adquirir oportunidades”. O tempo é a eternidade, transformada em pequenas porções de minutos preciosos e confiada a nós. Pode ser usada com sabedoria ou com negligência. A principal lição dessa narrativa é que o mordomo, por mais desonesto que tenha sido, usou a oportunidade com sabedoria e se preparou para o futuro. Para ele, a vida deixou de ser “divertimento” e se tornou um “investimento”.

Como cristãos, também somos mordomos das habilidades e dos dons que Deus nos deu (1Pe 4.10), e devemos usá-los para servir aos semelhantes. O ladrão diz: “o que é seu é meu, dê-me cá!” O egoísta diz: “o que é meu, é meu, fico com tudo!”, mas o cristão deve dizer: “o que é meu é uma dádiva de Deus, vou compartilhá-la!”. Somos mordomos e devemos usar nossas habilidades para ganhar os perdidos, encorajar outros cristãos e suprir as necessidades dos aflitos.

Por fim, o povo de Deus é mordomo do evangelho (1Ts 2.4). Deus confiou-nos o tesouro de sua verdade (2Co 4.7), e é preciso guardar esse tesouro (1Tm 6.20) e investi-lo na vida de outros (2Tm 2.2). O inimigo deseja roubar esse tesouro da igreja (Jd 3, 4), que, portanto, precisa manter-se vigilante e ter coragem.

Assim como o mordomo da história, um dia teremos de prestar contas da forma de administrar nossos bens (Rm 14.10-12; 2Co 5.10). Quem tiver sido fiel receberá elogios e recompensas do Senhor (Mt 25.21; 1Co 4.5); mas quem tiver sido infiel será salvo e entrará no céu, mas perderá as bênçãos (1Co 3.13-15). [20]

3 – O SENHOR ELOGIA A ESPERTEZA DO ADMINISTRADOR (Lc 16.8).

O procedimento do administrador não visava permanecer oculto ao patrão. Isso não teria acrescentado nada ao seu intuito. Este fato precisaria vir a público durante o acerto de contas ligado à entrega do cargo, por meio dos documentos de débito alterados. Sob essa premissa é que se noticia na parábola o louvor do patrão. O senhor, que elogia o administrador, certamente não é Jesus, mas o patrão do administrador, mencionado em Lc 16.3,5. Sem as palavras de elogio do rico latifundiário faltaria a característica principal da parábola. [21]

 Com isso em mente, podemos destacar algumas lições aqui.

Em primeiro lugar, o senhor admira a sagacidade do mordomo. E preciso ressaltar que o senhor louvou o administrador (agora despedido), não por ser tão desonesto, mas por ser tão astuto, tão sagaz, tão esperto. Em outros termos, por preparar “seu ninho”, por preocupar-se em ver abastecidas suas necessidades materiais por um longo tempo no futuro, talvez pelo resto de sua vida. [22]

Em segundo lugar, devemos ser mais atentos ao lidar com as pessoas. Jesus mesmo nos alertou quando disse: “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10.16).

Charles L. Childers diz que o senhor que elogiou o mordomo na história era o dono dos bens na história, é claro, e não Jesus. Embora o homem rico tivesse sido roubado, ele admirou esta demonstração incomum de prudência, de lidar com o dinheiro para fazer amigos. [23] Isso mostra que os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz. Ou seja, se os filhos da luz usassem a mesma destreza para as coisas certas que os filhos do mundo usam para as coisas erradas, o reino de Deus avançaria com muito mais vigor. [24]

4 – O CONSELHO DE JESUS AOS DISCÍPULOS (Lc 16.9).

Jesus não está dizendo que devamos ter a mente mundana ou ser desonestos. Está afirmando o fato óbvio de que nas questões do mundo os mundanos com frequência demonstram mais sagacidade ou astúcia do que os filhos de Deus demonstram nos assuntos que afetam sua salvação eterna. [25]

Com isso em mente, podemos destacar algumas lições.

Em primeiro lugar, devemos usar as oportunidades com sabedoria (Lc 16.9). Um dia desses, a vida terminará, e não será mais possível ganhar nem gastar dinheiro. Assim, enquanto há oportunidade, deve-se investir o dinheiro em “fazer amigos” para o Senhor. Isso quer dizer ganhar para Cristo pessoas que, um dia, nos receberão de braços abertos no céu. Mais cedo ou mais tarde, a vida e os recursos terminarão, de modo que convém usá-los com sabedoria. É triste ver como a riqueza de Deus está sendo desperdiçada por cristãos que vivem como se Jesus jamais tivesse morrido e como se o julgamento jamais fosse chegar. [26]

Craig A. Evans é enfático em dizer que enquanto os seguidores de Jesus estiverem na terra, deverão fazer uso dos recursos deste mundo, para que se mantenham a si mesmos e à obra da igreja. Todavia, quando estes recursos se exaurirem e a obra daquela vida terminar, os seguidores de Cristo podem esperar ser recebidos num lar eterno, não temporário, um lar cujos recursos são infinitos. [27]

Em segundo lugar, Jesus alerta para o bom uso do dinheiro. Jesus conhece o poder maligno no dinheiro, mas os servos de Deus devem usá-lo, para o reino de Deus. Eles o usam com prudência, e é apropriado fazer amigos com o seu uso. [28]

Matthew Henry destaca algo muito interessante quando diz que: 

As coisas deste mundo são as riquezas da injustiça, ou a falsa riqueza, não só por serem frequentemente conseguidas através de fraudes e injustiças, mas porque aqueles que confiam nelas em busca de satisfação e felicidade certamente serão enganados; pois as riquezas são coisas perecíveis, e desapontarão aqueles que depositarem nelas as suas expectativas.

Embora não possamos confiar nestas riquezas de injustiça quando se trata de nossa felicidade, elas podem e devem ser usadas em subserviência à nossa busca daquilo que é a nossa felicidade. Embora não possamos encontrar a verdadeira satisfação nelas, podemos fazer amigos com elas, não por meio de compra ou mérito, mas por recomendação. Dessa forma podemos fazer de Deus e de Cristo nossos amigos através delas, fazer dos anjos e dos santos nossos amigos, e fazer dos pobres nossos amigos. Isto é algo muito desejável: sermos favorecidos na prestação de contas e no estado futuro. [29] 

A herança do passado deve ser usada com sabedoria no presente, a fim de garantir dividendos espirituais no futuro. Todos devemos ter o desejo de chegar ao céu e de encontrar pessoas que creram em Cristo porque investimos na pregação do evangelho ao redor do mundo, começando em casa. [30]

5 – JESUS FAZ UM ALERTA A RESPEITO DA FIDELIDADE (Lc 16.10-13).

Estas palavras de Jesus indicam claramente que ele não aprovava e nem sequer justificava a desonestidade e a infidelidade do mordomo da parábola. [31] A fidelidade não é acidental: surge daquilo que um homem é de fio a pavio. O que o homem faz com as pequenas coisas da vida, faz também nas coisas grandes. Sua fidelidade ou sua desonestidade aparece a cada passo. A vida é uma unidade. [32]

Com isso em mente, podemos aprender algumas lições aqui.

Em primeiro lugar, quem não é fiel no pouco não o será no muito (Lc 16.10). Alguns afirmam que se tivessem mais dinheiro eles dariam mais. Mas a verdade é que as circunstâncias não determinam a nossa fidelidade. Alguns, como a viúva pobre, descrito em Lucas 21.1-4, não tinha praticamente nada para dar, e, no entanto, deu tudo; outros que têm tudo, não dão nada. A questão não é financeira, mas a integridade e o caráter espiritual. Aqueles que são fiéis com o pouco que eles têm, serão fiéis se tiverem muito; aqueles que são injustos, orgulhosos, indulgentes no uso do pouco, serão também se tiverem muito. O fator determinante não é o quanto as pessoas possuem, mas o quão forte é a sua fidelidade para com Deus.

Champlin diz que “o pouco”, no que devemos ser fiéis, é uma alusão ao dinheiro e outras questões afins, mas também tem aplicação espiritual. A fidelidade depende não da quantia que é entregue a alguém, mas do senso de responsabilidade. Aquele que sente isso no pouco, também o sentirá no muito, e vice-versa. [33]

Em segundo lugar, o que está em jogo aqui é o nosso caráter (Lc 16.11,12). O caráter não é determinado por algo externo a si mesmo, como uma recompensa, mas é uma disposição única e consciente, independentemente de recompensa. [34] Leon Morris diz que Jesus contrasta as riquezas de origem injusta, as terrestres, com a verdadeira riqueza, a riqueza celestial que somente Deus pode dar. De acordo com o princípio definido no versículo anterior, o homem que emprega seu dinheiro da maneira errada revela-se indigno de tratar de coisas mais importantes. Não deve ficar surpreendido se Deus as afasta dele. [35]

Concordo com Wierbe quando diz que os infiéis no uso do dinheiro também se mostram infiéis no uso das “verdadeiras riquezas” do reino de Deus. Não é possível ser ortodoxos na teologia e, ao mesmo tempo, heréticos no uso dos recursos financeiros. [36] Quem não consegue ser fiel com o alheio, ou seja, com os bens materiais, que são temporais e não nos pertencem, uma vez que nada trouxemos para este mundo e nada dele levaremos, não pode receber as verdadeiras riquezas, que são espirituais e eternas. [37]

Em terceiro lugar, Jesus mostra que é impossível servir a dois senhores (Lc 16.13). É imediatamente evidente que Jesus aqui está reiterando as palavras que usou no Sermão do Monte (Mt 6.24). E por que não? Um dito tão precioso é digno de repetição. Além disso, a passagem se harmoniza nitidamente com o contexto em ambos os lugares. Simplesmente significa que é psicologicamente impossível que alguém dê sua sincera devoção a dois senhores. O objeto da devoção será ou Deus ou mamom. Não pode ser ambos. [38]

Jesus refere-se aqui a servir como um escravo. Os escravos, ao contrário dos trabalhadores modernos, não tinham a opção de trabalhar em um segundo emprego, para uma segunda entidade patronal. Eles eram propriedade de um senhor que tinha o controle singular e absoluto sobre eles. Esse tipo de serviço exclusivo não poderia ser prestado a dois senhores ao mesmo tempo.

Da mesma forma, uma pessoa não pode ser, ao mesmo tempo, escravo de Deus e das riquezas materiais. Eles não podem ser corregentes no mesmo coração, pois onde as riquezas manter o domínio do coração, Deus perdeu a sua autoridade. Aqueles que amam o dinheiro vai desprezar e se ressente do que Deus exige deles a respeito dele. Mas aqueles que o amam a Deus vai escolher honrá-lo por não fazer da riqueza terrena seu mestre. Em vez de usá-la para satisfazer egoisticamente seus desejos, eles vão procurar gerir o dinheiro que o Senhor confiou a eles, para a salvação das almas para a glória de Deus.

CONCLUSÃO 

David A. Neale destaca que integridade e lealdade a Deus são questões que estão no coração do uso da riqueza na vida dos crentes. A lealdade é primariamente uma questão de relacionamento. Quando a lealdade é dedicada aos bens materiais, o relacionamento fiel a Deus é subvertido. Até comparar o serviço ao dinheiro como serviço a Deus enfatiza o poder ofuscante do materialismo. O seu poder é tão grande que os bens materiais conseguem competir com os afetos da pessoa, e até com respeito à grandeza de Deus, assim como aconteceu com o filho pródigo e com o administrador desonesto. [39] Assim aconteceu com Judas Iscariotes que estava ali ouvindo todos esses ensinamentos do Senhor Jesus.

Isso serve de alerta para todos nós!

Pense nisso!

Bibliografia:

1 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 331.

2 – Bailey, Kenneth. As Parábolas de Lucas, Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1985, p. 199.

3 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 231.

4 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 267.

5 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 474.

6 – MacArthur, John. Comentário John MacArthur, Gênesis a Apocalipse, Ed. Thomas Nelson, Rio de janeiro, RJ, 2019, p. 1273.

7 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo An-dré, SP, 2007, p. 309.

8 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 232.

9 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 315.

10 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 232.

11 – CORAJOSOS. Direção: Alex Kendrick. Produção de Sherwood Pictures. Estados Unidos:  2011.

12 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 267.

13 – Ash, Anthony Lee. O Evangelho Segundo Lucas, Ed. Vida Cristã, São Paulo, SP, 1980, p. 243.

14 – Childers, Charles L. Comentário Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 457.

15 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 475.

16 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 267.

17 – Evans, Craig A. O Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Lucas, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1996, p. 272.

18 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 317.

19 – Keener, Craig S. Coemntário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo testamento, Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 2017, p. 262

20 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 310.

21 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 336.

22 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 318.

23 – Childers, Charles L. Comentário Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 457.

24 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 476.

25 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 318.

26 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 310.

27 – Evans, Craig A. O Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Lucas, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1996, p. 273.

28 – Robertson, A. T. Comentário de Lucas, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2013, p. 290.

29 – Henry, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento Mateus a João, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2008, p. 662.

30 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 311.

31 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 321.

32 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 235.

33 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 160.

34 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 581.

35 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 235.

36 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo An-dré, SP, 2007, p. 311.

37 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 478.

38 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 322.

39 – Neale, David A. Lucas, 9 – 24, Novo Comentário Beacon, Ed. Central Gospel, Rio de Janeiro, RJ, 2015, p. 182. 

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