sábado, 21 de janeiro de 2012

Revista ISTOÉ exclui Silas Mafalaia da lista dos 100 mais influentes de 2012. É justo?



Por Cristiano Santana

A revista ISTOÉ publicou na edição do dia 20/01 uma listagem das 100 personalidades mais influentes de 2012 no Brasil e no mundo, classificada em sete categorias: estrelas, ídolos, ousados, discretos, polêmicos, revelações e inovadores.

Não demorou para surgirem protestos pela falta de menção do nome do pastor Silas Malafaia, afinal de contas, há pouco tempo ele teve o privilégio de conceder entrevista ao jornal The York Times, o que de certa forma demonstra a sua popularidade. A pergunta que surge naturalmente é a seguinte: foi justa a exclusão do Malafaia desta lista?

Acho que para acharmos uma resposta temos de assimilar, primeiramente, o significado da palavra "influente". O sentido mais simples que posso dar para "influente" seria "aquele que pelo seu prestígio tem a capacidade de influenciar o comportamento dos outros". A pessoa influente exterioriza conceitos, comportamentos, qualidades, etc. que de alguma forma operam uma mudança nos outros. O influente torna-se assim um padrão ao qual as pessoas tentam se amoldar, um modelo a ser imitado pelas virtudes que irradia. Agora que obtemos a definição, será que podemos classificar o pastor Silas Malafaia como uma personalidade influente?

Malafaia na minha opinião tem sido uma personalidade paradoxal. Se num momento ele se comporta como um verdeiro apologeta moderno, como no caso do combate à lei anti-homofobia, em outro momento ele demonstra comportamentos que não condizem com a ética e a ortodoxia cristã.

Digamos que no ambiente interno do evangelicalismo brasileiro ele adota posturas teológicas e éticas que são combatidas de forma veemente pelos próprios evangélicos tais como: a adesão à teologia da prosperidade, evidenciada pela campanha da semente de novecentos reais, o apoio a práticas de culto místicas, como o fenômeno do "cai-cai", etc.

De vez em quando ele também demonstra um certa falta de controle emocional ao interagir com repórteres e políticos. Em São Luis, Malafaia acabou trocando insultos com vereadores. Chamou um vereador de bandido e vagabundo e a câmara de vereadores de um poleiro de galinhas frouxas! Na própria entrevista do New York Times ele teria classificado a jornalista Eliane Brum como vagabunda.

Se considerarmos o fatos apresentados até agora, não há como considerar Silas Malafaia como alguém influente. Pelo contrário, o sentimento geral é que em certas situações ele acaba envergonhando os evangélicos com suas atitudes. Há quem diga que a sua popularidade é consequência apenas da sua constante aparição nas canais de TV, nada mais. Isso não significa necessariamente que ela seja uma personalidade influente.

Já na qualidade de representante da voz evangélica no Brasil, Silas desempenha um papel muito importante, principalmente na esfera legislativa. Ele tem combatido de forma incisiva todas as tentativas de aprovação de leis absurdamente imorais, como leis pró-aborto, a lei anti-homofobia, etc.

Vemos assim, que internamente à igreja, Malafaia luta para se tornar uma personalidade influente. Externamente, como voz representativa, ele de certa forma compensa aquilo que tem de negativo.

De qualquer forma, creio que a revista ISTOÉ não considerou a influência que Silas tem sobre os próprios evangélicos, mas sobre a sociedade em geral. O que pensa o cidadão comum quando alguém cita Silas Malafaia? A imagem que lhe vem à mente é a de um pastor magnata que de vez em quando comparece ao Congresso para participar de debates públicos, e nada mais.

Finalizando, as perguntas que podemos fazer são as seguintes: o que Malafaia tem feito que seja considerado relevante socialmente? Ele tem contribuído para mudar o comportamento das pessoas? Ele tem sido modelo de virtude ética e moral? Ele se posiciona na sociedade como alguém cujo padrão deva ser seguido? Enfim, ele é uma pessoa influente?

Peço ao leitor que reflita sobre essas perguntas e responda por si mesmo.

Fonte: Cristiano Santana

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