terça-feira, 10 de agosto de 2010

Livres dos desejos do pecado



Por D. M. Lloyd-Jones

(Desejar justiça) significa desejo de ser livre do pecado, porque o pecado nos separa de Deus. Positivamente, pois, significa desejo de ser reto para com Deus. . . Toda a dificul¬dade do mundo de hoje se deve ao fato de que o homem não é reto para com Deus, pois é porque ele não é reto para com Deus que anda por caminhos errados em tudo mais. . . Aquele que tem fome e sede de justiça percebe que o pecado e a rebelião o separaram da face de Deus e anela retornar àquele antigo relacionamento. . .

Mas também significa, necessariamente, o desejo de ficar livre do poder do pecado. . . O homem a quem estamos considerando. . . chegou a perceber que o mundo em que ele vive é controlado pelo pecado e por Satanás. . . Ele entende que «o deus deste mundo» o vem cegando. . . Quer libertar-se desse poder que o arrasta para baixo, a despeito dos esforços dele (ver Romanos 7). Quer ficar livre do poder, da tirania e da servidão do pecado. . .

Mas a coisa vai mais longe ainda. Significa o desejo de ficar livre do próprio desejo do pecado, pois vemos que aquele que verdadeiramente se examina a si próprio, à luz das Escrituras, não só descobre que está na escravidão do pecado; ainda mais horrível é o fato de que ele gosta do pecado, ele o deseja. Mesmo depois de ter entendido que é errado, ele o quer. Mas agora, o homem que tem fome e sede de justiça é aquele que quer desfazer-se daquele desejo do pecado, não somente exterior, mas também interiormente. . . O pecado é algo que polui a própria essência do nosso ser e da nossa natureza. Quem é cristão quer ficar livre disso tudo. . . Ter fome e sede de justiça é desejar libertar-se do ego, em todas as suas horríveis manifestações, em todas as suas formas. . . aquele que tem fome e sede de justiça. . . quer emancipar-se da preocupação egocêntrica, em todas as suas formas e medidas.

Studies in the Sermon on the Mount, p. 77.-9-


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