quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Divórcio: liberdade ou prisão?


Por Hernandes Dias Lopes

O divórcio está na moda. A sociedade moderna tem sacudido de si o jugo das Escrituras para viver o permissivismo de uma cultura humanista. Muitos casais com a esperança morta, com os sonhos sepultados, feridos pela infidelidade, secos pela ausência do amor buscam a fuga do casamento no divórcio. Mas, será que o divórcio é a solução? Ele é uma saída legítima e sancionada por Deus para aqueles que não querem mais viver debaixo da aliança do casamento?

Quando os fariseus tentaram experimentar Jesus, perguntando-lhe se era lícito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo (Mt 19.3), Jesus levou-os de volta para as Escrituras (Mt 19.4-6). Antes de discutir sobre divórcio, devemos debruçar-nos sobre o que a Bíblia ensina sobre casamento. Para Deus o casamento é heterosexual, monogâmico, monossomático e indissolúvel. Jesus afirmou que nenhum homem (advogado, juiz, pastor, sacerdote) tem autoridade para separar o que Deus uniu. O casamento é uma instituição divina e universal. Mesmo que os cônjuges não tenham consultado a Deus para se casar, quando a aliança é feita, quando o casamento é realizado, Deus ratifica aquela aliança. Por isso, o divórcio é condenado por Deus em todo o tempo, em toda cultura, na vida de todas as pessoas. Deus odeia o divórcio (Ml 2.16). Quando os fariseus retrucaram, perguntando a Jesus porque Moisés, então, mandou dar carta de divórcio, Jesus como sumo intérprete das Escrituras, declarou peremptoriamente que Moisés nunca mandou divorciar. Mas, por causa da dureza de coração, ele permitiu. Entretanto, não foi assim desde o princípio (Mt 19.7-8). Jesus está deixando claro que o divórcio nunca foi ordenança nem propósito de Deus. Só aqueles que endurecem o coração e recusam-se a obedecer a Palavra de Deus e a exercitar o perdão partem para esse expediente inglório.

Jesus deixa claro que as relações sexuais ilícitas, a infidelidade conjugal, é a razão que pode justificar o divórcio e um novo casamento (Mt 19.9). O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, aponta a outra cláusula exceptiva para o divórcio, que é o abandono irremediável (I Co 7.15). O cônjuge traído e abandonado é quem pode divorciar-se e contrair novo casamento e não o cônjuge infiel e trânsfuga. Fora deste padrão escriturístico, divórcio e novo casamento constitui-se em adultério, visto que aos olhos do Senhor o primeiro casamento não foi ainda desfeito, mesmo que o juiz já tenha assinado a carta de divórcio. Nenhuma autoridade na terra tem competência para desfazer o que Deus uniu. Deus não faz concessão, ele não diminui a exigência dos seus preceitos para atender aos reclamos de uma sociedade permissiva (Mt 19.10,11). O divórcio fora da permissão da Palavra, mesmo que sancionada pela lei dos homens e aprovada pela opinião popular é pecado diante de Deus (Mc 10.11-12), é prisão e não liberdade. Não podemos nos conformar com o que o mundo aprova. Para nós, povo remido pelo Senhor, a Bíblia precisa ser sempre, nosso único referencial, nossa única regra de fé e prática. É tempo de tocarmos a trombeta em Sião! É hora de ouvirmos a voz de Deus e avisarmos àqueles que querem sair pela porta dos fundos do divórcio, que essa porta vai desembocar numa prisão tormentosa e não num horizonte espaço de liberdade.

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