Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Jeremias 2.26-28
INTRODUÇÃO
Certa feita um professor perguntou
a um jovem oriental que estava completando seus estudos de pós-graduação nos
Estados Unidos qual era o seu projeto de pesquisa, e ele disse que era mostrar
que a América era politeísta. Isso soou como uma ofensa, e aquele professor fez
questão de mostrar como seu país tinha sido levantado com base nas Escrituras e
que toda a sua história estava ancorada nas leis de Deus. Mesmo assim, permitiu
que o jovem oriental, procedente de um país com práticas politeístas,
apresentasse seu estudo. Era um desafio que o professor tinha certeza de
vencer.
Após algum tempo, o jovem
voltou com seu projeto. Nele afirmava que a América do Norte só tinha um nome
para chamar seu Deus, mas servia a vários deuses. Dizia que os norte-americanos
cultuavam no domingo o Deus único, mas quando faziam negócios seguia leis que
contrariam as leis desse Deus. Nos ajuntamentos religiosos, só um Deus era
invocado, mas quando a questão era comércio internacional, as leis adotadas
eram contrárias às do Deus que invocavam. Cantavam a respeito de um Deus
amoroso e perdoador, mas quando tratavam com outros povos não era o amor e o
perdão que estabeleciam os parâmetros do relacionamento. Um só Deus chamado
pelo nome, mas muitos outros deuses eram obedecidos.
Para perguntar qual é o
seu deus, basta perguntar quais são os valores que guiam sua vida e quais os
critérios que você usa para tomar decisões. Assim você saberá se há um ou
vários deuses em sua vida.
JEREMIAS PROFETIZOU PARA
UMA NAÇÃO QUE NÃO OUVIA AO SENHOR
O ministério profético de
Jeremias foi dirigido ao Reino Sul (Judá), durante os últimos quarenta anos de
sua história (626-586 a.C.). Ele viveu para ser testemunha das invasões
babilônicas em Judá, que resultaram na destruição de Jerusalém e do templo.
Tudo isso ocorreu porque a nação não deu ouvidos a voz do Senhor por intermédio
do seu profeta (cf. Jr 6.8,10, 14,15, 22,23, 7.24). Jeremias testemunhou a
queda de Jerusalém, capital de Judá, esmagada sob as forças do exército
babilônico. Presenciou todos os horrores da guerra que proclamou, pois, parte
das suas profecias se cumpriram enquanto estava vivo.
JEREMIAS: UM PROFETA QUE
VIVIA O QUE PREGAVA.
A função de um profeta é
convocar as pessoas a viverem de forma certa – a serem fieis a Deus. Profecia é
muito mais que previsão de eventos futuros, é Deus chamando de volta para si os
que o rejeitaram. Porém, isso é mais do que apenas transmitir essa mensagem, é
necessário também vivê-la. O profeta deve ser aquilo que prega. Da mesma forma nós,
crentes em Jesus, temos a obrigação de viver o que pregamos principalmente os
pastores, pois são os primeiros a exortarem a igreja a ter uma vida com Deus e,
infelizmente, pelo que temos visto por aí, alguns são os últimos a tentarem por
em prática o que pregam. Abençoam as
famílias, mas são divorciados. Pregam fidelidade, mas são infiéis. Falam sobre
liberalidade, mas são apegados ao dinheiro. Dizem que tudo que fazem é para
glória de Deus, mas estão visando mesmo é a sua própria glória. Dizem que estão
à sombra da cruz, mas estão mesmo é a luz dos holofotes. Pregar é muito fácil,
difícil é ser como Jeremias, coerente com o que se está pregando. Em outras
palavras: falam em nome de Deus, mas na prática adoram outros deuses.
O profeta Jeremias no
texto que lemos chama a atenção do povo para um detalhe, eles estavam
depositando a sua fé em deuses fabricados por eles mesmos, mas quando a
situação complicava eles pediam socorro ao Senhor.
O capítulo 2 de Jeremias
nos mostra a infidelidade de Israel, mas esse texto tem muito a nos ensinar
hoje. Vejamos algumas lições que podemos tirar desse capítulo.
A
PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O SENHOR SEMPRE ENVIA OS SEUS PROFETAS PARA ALERTAR
O SEU POVO (Jr 2.1,2).
O Senhor sempre levantará
profetas em todo o tempo para alertar ao seu povo. Sejam pessoas com grande
conhecimento como foi o apóstolo Paulo, sejam pessoas simples como foi o
apóstolo Pedro, mas o Senhor nunca deixará de alertar o Seu povo. No caso de
Jeremias há algo interessante, ele era da linhagem sacerdotal (Jr 1.1). Ele um
sacerdote separado por Deus para ser profeta (Jr 1.4,5).
Com isso em mente eu
entendo três coisas:
1º - Se o Senhor nos
envia os Seus profetas em todo tempo, então somos indesculpáveis em não ouvi-los
(Jr 2.4-6). O Senhor levantou o profeta Jeremias
antes da queda de Jerusalém. Antes de Judá ser invadida pelos babilônicos, no
entanto a nação não quis dar ouvidos a voz do Senhor através de seus profetas.
Observe que o Senhor
questiona o porquê de eles terem se afastado dEle. Não havia motivo; muito pelo
contrário, o Senhor os guiou a uma terra que manava leite e mel como havia
prometido aos seus pais (Jr 2.2).
Hoje não é diferente. O
Senhor tem levantado seus profetas para trazerem uma mensagem de alerta ao seu
povo, mas infelizmente, as pessoas preferem dar ouvidos aos falsos profetas que
lhes profetizam vida abundante, mas sem nenhum compromisso com o Senhor. Gente
que vive na prática do pecado, mas os falsos profetas lhes dizem que são santos
de Deus. Gente que anda longe da verdade do Evangelho, mas dão crédito as
mentiras dos falsos profetas.
O que temos visto hoje
são falsos profetas que levam as pessoas a gargalharem e não chorarem diante de
seus pecados. Falsos profetas que profetizam só vitória e não mostram as
pessoas os seus fracassos e as suas misérias espirituais. Com essas mensagens a
igreja atual está igual a igreja de Laodicéia que se via rica e autossuficiente,
no entanto ela estava desgraçada, miserável, pobre, cega e nua (Ap 2.17).
2ª – Por não ouvirmos os
Seus profetas sofreremos consequências amargas (Jr 2.19).
Entenda uma coisa meu irmão e minha irmã, o Senhor está falando aqui em
consequência do pecado. Observe bem o texto! Senhor não tem compromisso com
quem não tem compromisso com Ele.
É muito fácil culpar o
Senhor pelas lutas e adversidades que enfrentamos, mas o quanto é difícil
assumir os nossos pecados! Poucos são os que agem como Davi fez no Salmo 51
onde ele lamenta, não nas as consequências do pecado, mas o seu pecado. Quem diz
que segue ao Senhor e não o ouve sofrerá consequências amargas em suas vidas.
Eu não me refiro ao ímpio, mas as pessoas que estão dentro de nossas igrejas e
que dizem ser suas servas.
O Senhor Jesus deixou
isso bem claro no Sermão no Monte quando disse:
“E
aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem
insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda”
(Mateus 7.26,27).
3º - Por não ouvirmos os
Seus profetas seremos corrigidos pelo Senhor (Jr 2.30).
Enquanto o Senhor corrigia o erro do povo e dos seus líderes, eles mataram os
profetas que o Senhor havia enviado. Sem nenhuma misericórdia calaram os
profetas do Senhor.
Hoje o mesmo está
ocorrendo. Há pessoas preferem ficar no erro do que ouvir a correção através da
boca dos profetas que o Senhor tem levantado nas igrejas. Tais profetas não são
bem-vindos. Aí quando vem as consequências se fazem de vítimas, não assumindo
os seus erros.
Quando, em 1921,
perguntado pelo rabino H. Goldstein, de Nova York, se acreditava em Deus, o
físico Albert Einstein respondeu: “Acredito
no deus de Espinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que
existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens”.
Baruch de Espinoza (24 de
novembro de 1632, Amsterdã — 21 de fevereiro de 1677, Haia) foi um dos grandes
racionalistas e filósofos do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna,
juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos
Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o
fundador do criticismo bíblico moderno.
Veja o que este Espinoza
falou: “Para de ficar lendo supostas
escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num
amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho…
Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais
me dizer como fazer meu trabalho?
Para
de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem
te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para
de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de
paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de
incoerências, de livre-arbítrio.
Como
posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como
posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
Crês
que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se
comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?”
Esse é o deus que está em
muitos púlpitos hoje, um deus que é puro amor; mas amor que não corrige não é
amor. O deus de muitos púlpitos hoje relativisa a Bíblia, não vê necessidade de
arrependimento e muito menos fala em pecado e consequência do pecado. No entanto
prega uma salvação universal e que o inferno é ideia de homens.
Entenda uma coisa, o
Senhor castiga a quem ama e isso é bíblico, o que não é bíblico é dizer que o
Senhor não castiga ninguém, pois Deus é amor. Veja o que nos diz a Bíblia:
“Filho
meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque
o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer
bem”
(Provérbios 3.11,12).
“E
já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu,
não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores
repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe
por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que
filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos
são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos”
(Hebreus 12.5-8).
A
SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE MUITAS PESSOAS SÃO INFIÉIS A DEUS DIZENDO SER SUAS
SERVAS (Jr 2.7-13).
O povo contaminou a terra
que o Senhor os havia dado. Agiram com infidelidade e ingratidão manchando o
Nome do Senhor. Eles contaminaram a boa terra com suas corrupções morais e
idolatrias. Os próprios sacerdotes deixaram de buscar ao Senhor, apesar dos
privilégios que tinham de serem separados para o ministério.
O profeta questiona se
eles conheciam alguma outra nação que houvesse feito o que eles fizeram. Olhe
as nações ao redor e diga qual delas deixou de servir aos seus deuses, ainda
que não fossem deuses? No entanto, Judá o havia deixado.
Como a infidelidade se
revela?
1º - Não reconhecendo o
seu benfeitor (Jr 2.7,8,11,12). A infidelidade se
revela na ingratidão. Apesar de todos os benefícios recebidos do Senhor, Judá
se voltou para outros deuses. A apostasia de Judá alarmou até os céus. Israel
tornou-se uma nação apóstata. Observe que os que eram responsáveis em ensinar a
Lei desconheciam ao Senhor e os profetas se tornaram profetas de Baal.
Quando olhamos para
determinados grupos religiosos hoje – leia-se igreja evangélica – o que temos
visto é uma verdadeira apostasia. No momento em que se troca o Evangelho puro e
simples por outro evangelho que não é evangelho (Gl 1.6,7), onde o foco está
nas bênçãos e não no abençoador; onde no púlpito há barganha em vez do
Evangelho de Cristo, isso não passa de apostasia e ingratidão, pois as pessoas
não reconhecem o Senhor e nem lhe dão a devida glória.
O que aconteceu com Judá
é a mesma coisa que está ocorrendo hoje em muitas igrejas.
2º - Achando que são
autossuficientes (Jr 2.13). O povo cometeu duas
maldades, deixaram a Fonte de Água Viva e foram cavar cisternas que não retém
as águas. Passaram a se ver autossuficientes, se viam como pessoas que não
precisavam mais do Senhor. Deixaram de buscar ao Senhor para se satisfazerem em
outros deuses.
Por isso que o Senhor
Jesus em João 7.37-39 disse:
“Se
alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura,
rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que
haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora
dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”.
Muitas pessoas hoje não
estão bebendo da Água da Vida, mas estão bebendo água que muitas igrejas andam
vendendo por aí, dizendo que são águas milagrosas. Águas do rio Jordão, como se
a água de lá operasse milagres. Isso não passa de idolatria, de cisternas rotas
que não retém a verdadeira Água que mata a sede espiritual.
Só há uma maneira do
homem ser saciado de sua sede espiritual, ela só pode ser saciada no Senhor.
Como disse Davi no Salmo 42.1,2:
“Assim
como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por
ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me
apresentarei ante a face de Deus?”
3º - Não se vendo
culpados dos seus pecados (Jr 2.31-35). A nação havia se
afastado completamente do Senhor e se via como inocente. Viviam na prática do
pecado e se achavam a mais pura das nações.
Eles estavam com as
vestes sujas de sangue de inocentes, sangue dos profetas, mas em hipótese
alguma conseguiam ver os seus pecados. E o Senhor mostra que eles não faziam
questão nenhuma esconder tal ato, estava à vista de todos (Jr 2.34).
O pecado, em determinados
lugares que dizem buscar ao Senhor, é tão visível quanto no antigo Israel. Há
um ajuntamento religioso, mas não para cultuar ao Senhor, mas para cultuarem a
outros deuses, embora tenha o nome de igreja. E isso vai da igreja inclusiva,
passando pela igreja da prosperidade, percorrendo pelas correntezas da teologia
integral e desembocando na teologia liberal e se banhando no teísmo aberto. Nem
podemos chamar isso de água, mas de lamaçal do pecado.
Isso tudo só gera uma
igreja sem sentimento de culpa, pois o deus deles é literalmente o deus do
Espinoza, como falamos há pouco.
Contra isso o Senhor já
havia falado através da boca do profeta Isaías 1.2-16.
A
TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE QUANDO NÃO DAMOS OUVIDOS AOS PROFETAS DE DEUS,
AUTOMATICAMENTE NOS TORNAMOS INFIÉIS E POR FIM, FABRICAMOS OS NOSSOS PRÓPRIOS
DEUSES (Jr 2.26-28).
Assim como o ladrão
quando é pego no ato do roubo passa vergonha, da mesma forma Israel passaria
vergonha na hora da tribulação, pois os seus numerosos deuses que eles haviam
criado não os poderia livrar.
Quando fabricamos os
nossos próprios deuses cometemos três erros crassos:
1º - Quando fabricamos os
nossos próprios deuses nós passamos a desacreditar da Verdade que liberta para
darmos ouvidos a mentira que escraviza (Jr 2.14).
Como disse Jesus: “E conhecereis a verdade
e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). A verdade libertadora é a revelação
plena de Deus através da Sua Palavra no coração do homem. Quando fabricamos os
nossos próprios deuses deixamos Deus de lado e passamos a seguir pelos nossos
próprios caminhos.
Nietzche estava certo
quando disse: “logo que Deus fosse
declarado morto, uma “chuva de deuses” se seguiria, e cada pessoa adoraria o
deus da sua escolha”.
Quando construímos uma
ideia sobre Deus a partir da nossa imaginação, essa idolatria do coração é tão
ruim quanto a idolatria das mãos. O profeta Ezequiel proferiu uma mensagem
penetrante para esse tipo de idolatria: “Então
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, estes homens
levantaram os seus ídolos nos seus corações, e o tropeço da sua maldade puseram
diante da sua face” (Ezequiel 14.2,3).
Não é de admirar que
Calvino tenha dito que a humanidade é uma fábrica de ídolos.
Por isso que Israel
fabricou o bezerro de ouro, eles buscavam um “deus” mais presente e mais real.
Um deus que pudesse carregar e tocar – um deus segundo a vontade deles. Só que
esse deus escraviza e não liberta.
2º - Todos nós precisamos
de um deus, seja fabricado por nós mesmos seja o Deus verdadeiro.
O homem é um ser espiritual e por isso somos dependentes de um ser divino para
depositarmos a nossa confiança.
Como disse Davi no Salmo
20.7:
“Uns
confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor
nosso Deus”.
Quando não confiamos
plenamente no Senhor fabricaremos os nossos próprios deuses. Vejamos alguns
deuses que muitas pessoas têm depositado a sua confiança. No deus de sua
preferência:
a)
O deus da saúde e da riqueza. Esse deus não se
encontra na Bíblia, mas está em muitos púlpitos por aí. Esse é o deus do
capitalismo, o deus do consumismo. É o deus do Ocidente, mas que não pode ser
pregado em lugares onde o cristianismo é perseguido, como por exemplo em países
muçulmanos, ou países de extrema pobreza.
b)
O deus das minhas necessidades emocionais. É o deus que não
questiona as minhas ações, que não me julga como pecador. É o deus que me leva
à felicidade não importa o caminho que percorro. Como disse alguém: “Antes o homem vivia para glorificar a Deus;
hoje, Deus vive para servir ao homem”.
c)
O deus do meu sexo. É o deus da teologia inclusiva. É o deus que não vê com maus olhos o tipo de
vida sexual que levo. É o deus da sexualidade anti-bíblica. É o deus que serve
à causa feminista e o homossexualismo.
Há outros, mas esses são
os principais. E há um detalhe muito importante, todos eles estão em vários
púlpitos de muitas igrejas espalhadas em nossos arraiais.
3º - O deus fabricado é
um deus antropocêntrico. Isso é tão lógico que não havia
necessidade de citar, mas estamos citando para reforçar o que estamos falando
até aqui. Esse deus é o deus do prazer do homem. É o deus que vive para
glorificar o homem. É o deus que não dá vida eterna, mas faz o céu na terra
para o homem, ou pelo menos ele pensa que é o céu.
Esse não é o deus
bíblico, mas é o deus de muitos pastores. É o deus de muitos “evangélicos”. É o
deus que não exige santidade, mas exige sacrifício material – é a fogueira tal,
é a oferta especial, é o trízimo, é o poder do dinheiro comprando as bênçãos
desse deus que se vê “obrigado” a abençoar quem assim procede. Esse é o deus
gospel.
A
QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE PRECISAMOS VIGIAR PARA NÃO CAIRMOS NO MESMO ERRO
QUE JUDÁ CAIU (Jr 2.32).
Judá se esqueceu do
Senhor. Judá se envolveu com outros deuses que não eram deuses. Judá
entristeceu ao Senhor com essa atitude. Não é possível uma noiva se esquecer
dos seus paramentos e muito menos do seu noivo, no entanto Judá se esqueceu do
Senhor.
Para que isso não ocorra
conosco e venhamos a nos desviar do nosso compromisso com o nosso Deus e
criarmos os nossos deuses, devemos ter muito cuidado e ter três profundas
convicções como disse Erwin Lutzer [1]:
1º – Primeiramente,
devemos obter conhecimento de Deus apenas a partir da Bíblia e não a partir de
nossas experiências e preferências pessoais.
A Bíblia é o nosso manual de regra, de fé e prática e não as minhas emoções. As
minhas experiências não podem ditar a minha conduta e sim a Palavra. Corremos o
risco de fabricarmos um Deus a partir de nossas experiências no momento que eu
deixo a Bíblia de lado e passo a servir ao Senhor pelo o que eu sinto e não pelo
o que a Bíblia diz.
2º –
A segunda convicção é que, quanto mais claramente virmos a Deus, mais
claramente veremos a nós mesmos. Calvino estava certo
quando disse que nenhum homem pode conhecer a si mesmo sem que primeiramente
conheça a Deus. Na presença de Deus nós nos vemos como na realidade somos. A
glória de Deus revela o nosso caráter e é como um espelho diante de nós (Is
6.5).
Quanto mais conhecemos a
Deus estaremos mais bem preparados para ordenar a nossa vida de acordo com os
valores eternos.
3º – Em terceiro lugar,
quanto melhor conhecemos a Deus, mais intensamente o adoraremos.
Quando Jó perdeu tudo que possuía, inclusive os filhos, Jó ainda não tinha o
pleno conhecimento de Deus e, mesmo assim, não pecou. Mas quando o Senhor se
revelou a ele, Jó se arrependeu e se abominou no pó e na cinza (Jó 42.6).
Quanto mais conhecemos a
Deus, mais nós nos afastamos dos deuses fabricados pela mente humana. Queremos
o Deus que se revelou na Palavra e não o Deus de nossas experiências. Se Jó se
deixasse levar pelas experiências, provavelmente, teria deixado de adorar a
Deus, mas por não se deixar levar por elas o Senhor se revelou de forma plena
diante dele. Então ele pôde dizer: “Antes
eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42.5).
CONCLUSÃO
Esse texto de Jeremias é
um alerta para todos nós. É um alerta para tomarmos cuidado para não cairmos no
mesmo erro que Judá caiu de fabricar seus próprios deuses segundo a sua
vontade, deixando de adorar e servir o verdadeiro Senhor que os libertou e lhes
deu a sua terra. De nos esquecermos do nosso Senhor para servir os deuses da
nossa preferência e experiência, os deuses da nossa vontade.
Pense nisso!
Fonte:
1 – Lutzer, Erwin. 10
Mentiras Sobre Deus. Ed. Vida, São Paulo, SP, 2001: p. 11-13.
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