Por Pr. Silas Figueira
Texto Base: Lucas 1.1-4
INTRODUÇÃO
Quantos leem jornais ou assistem os noticiários na TV para
manterem-se bem informados. Que é muito válido. Mas, há um detalhe
que muitas vezes nós não nos damos conta: nem todas as notícias
que ouvimos são verdadeiras. Por que estamos falando isso? Porque,
infelizmente, muitos jornais não divulgam as notícias de forma
imparcial, mas geralmente, tentam esconder, ou manipulam a verdade. E
quando são processados por calúnia, eles se retratam colocando uma
pequena nota no jornal quase invisível.
Talvez você pergunte: “O que isso tem a ver com o texto que
estamos abordando?” E eu lhe respondo: Tudo!
Lucas quando escreveu seu Evangelho proporcionou um registro completo
e exato de “todas as coisas que Jesus começou a fazer e a
ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por
intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi
elevado às alturas” (At 1b-2).
Escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, a sua intenção
foi transmitir a Teófilo e a outros interessados a plena verdade
sobre o que já tinham sido oralmente inteirados (Lc 1.3-4). O
evangelho de Lucas é o mais longo, o mais profundo e o mais completo
dos quatro Evangelhos. Os escritos Lucas (Evangelho e Atos) se
estende por mais de 60 anos. Ele começa com o nascimento de João
Batista, e termina com a primeira prisão do apóstolo Paulo e do
ministério do evangelho em Roma. Ao todo, os escritos de Lucas
representam mais de um quarto do Novo Testamento.
Lucas, para escrever o seu Evangelho, fez uma “acurada
investigação de tudo desde a sua origem” (Lc 1.3), ou seja,
Lucas agiu como um jornalista sério e ético procurando narrar os
fatos ocorridos de forma imparcial. Como companheiro de Paulo, Lucas
provavelmente aproveitou os dois anos em que este ficou preso em
Cesareia, sob a égide dos governadores Félix e Festo (At 23-26),
para viajar pela Palestina e entrevistar muitos informantes que foram
testemunhas oculares no ministério de Jesus. A data mais provável
seja entre 58-60 d.C.
O jornalista Thomas Froese, numa entrevista a revista Ultimato, disse
que “os jornalistas são chamados a ser profetas, não para
prever o futuro, mas para dizer a verdade… Toda verdade é verdade
de Deus, e acredito que Deus sorri quando sabe que jornalistas estão
fazendo seu trabalho com integridade”. Foi exatamente isso que
Lucas fez, narrou os fatos a respeito de Jesus com integridade. O
termo íntegro quer dizer: reto, exemplar, completo, inatacável.
Lucas foi o único autor gentio de toda a Bíblia. Lucas era Sírio,
natural da Antioquia, segundo os pais da igreja Jerônimo e Eusébio.
Foi autor do evangelho que leva o seu nome e também do livro de
Atos. Em Colossenses 4.14 nos diz que ele era médico. Ele uniu-se ao
ministério de Paulo em Trôade (At 16.10, 20.5). Lucas era
historiador, médico e cooperador de Paulo na obra missionária. Ele
acompanhou Paulo até o seu martírio (2Tm 4.11). Ele serviu ao
Senhor sem distração, sem esposa e sem filhos. Morreu com a idade
de 84 anos, em Tebas, capital da Beócia, cheio do Espírito Santo.
Mas apesar de seu importante papel narrando a história e
disseminação das boas novas de salvação, Lucas permanece
praticamente desconhecido. Em nenhum lugar de seus escritos
inspirados ele se refere a si mesmo pelo nome, nem mesmo em Atos,
onde foi um dos companheiros de viagem de Paulo. De acordo com a
humilde anonimato de Lucas, o resto do Novo Testamento menciona o seu
nome apenas três vezes (Col. 4.14; 2 Tm 4.11; Filemon 24). Ele
estava contente em permanecer no fundo e permitir que a majestade de
Cristo, que permeia a sua escrita, devia ser o foco. A história
registrada com precisão por Lucas e sua teologia estabelecem a
compreensão dos seus leitores da vida do Senhor Jesus e Seu
ministério.
Mas quais as lições que podemos extrair desse texto inicial? Creio
que podemos destacar três pontos básicos:
1 – A MENSAGEM DO EVANGELHO É UM FATO COMPROVADO (Lc 1.1,2).
Quando Lucas diz a expressão “empreenderam” mostra que os
autores anteriores não registram todos os ocorridos a respeito de
Jesus. Por essa razão Lucas não envia simplesmente um dos escritos
mais antigos a Teófilo, mas empenha-se pessoalmente em anotar a
trajetória de vida de Jesus, a fim de proporcionar a seu eminente
amigo um conhecimento plenamente autêntico (confiável) daqueles
episódios históricos e de fatos não registrados ou de detalhes que
ele observou que faltaram.
Uma grande parte do Evangelho de Lucas é único no gênero. Sua
história relacionada com os acontecimentos em torno do nascimento de
Cristo difere de Mateus no ponto de vista e em alguns detalhes. Ele
seleciona mais parábolas de Jesus do que Mateus e Marcos, e destaca
mais a personalidade dos caracteres de sua narrativa. Na história da
Ressurreição ele introduz a caminhada a Emaús, que nenhum dos
outros Evangelhos dão de maneira completa.
A palavra “entre nós” é a mesma de João 1.14 (E o
Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e
vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de
graça e de verdade), com a única diferença de que lá João
fala como testemunha ocular, ao passo que aqui Lucas fala como alguém
que recebeu das testemunhas oculares e originárias a notícia dos
acontecimentos ocorridos.
Quando Lucas resolveu escrever o seu Evangelho ele deixou claro duas
coisas:
1o – Lucas não estava
escrevendo algo inédito (Lc.1.1). O Evangelho de Marcos e,
provavelmente o de Mateus, já existiam quando Lucas fez a sua
“acurada investigação de tudo desde a sua origem”. É
muito significativo que Lucas não se conformasse com as outras
histórias de Cristo. Teve que escrever a própria. A verdadeira
religião não é uma coisa de segunda mão, uma história repetida,
é um descobrimento pessoal.
Lucas, assim como os crentes da cidade de Bereia, queriam saber se o
que estava sendo falado era de fato assim. Outra coisa, o Evangelho
de Marcos era um evangelho que não entrava nos pormenores do
nascimento de Jesus, assim como Mateus também não escreveu outras
histórias que circulavam em sua época, e para um historiador era
algo que provavelmente o incomodava. Em outras palavras, Lucas queria
enxergar mais longe para ter um discernimento mais apurado dos fatos.
Esse exemplo serve para todos nós
hoje. Não podemos ficar no campo raso do conhecimento. Se há
possibilidade de crescermos no conhecimento do nosso Senhor Jesus
Cristo devemos buscar isto com afinco. Como nos fala Pedro: “Antes
crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus
Cristo” (2 Pedro 3.18).
2o – Lucas procurou as
fontes primárias para escrever seu Evangelho (Lc 1.2). Os
que… foram deles testemunhas oculares… e ministros da
palavra. Os que… foram deles testemunhas oculares,
implica em que os informantes de Lucas viram Jesus em pessoa e por
causa de seu compromisso com Ele tornaram-se ministros da palavra.
Lucas procura as fontes primárias para confirmar o que estavam
falando a respeito de Jesus. Havia essa possibilidade e ele a buscou.
Isso é uma grande lição para nós também, quantas pessoas falam
do que ouviram sem procurar se informar dos fatos. Quantas crentes
estão pregando heresias das mais variadas simplesmente porque
repetem o que outros falam, mas não vão até a Bíblia para
confirmar se o que se está se falando tem base bíblica. Muitos
fazem “teologia” em cima de um texto sem analisar o seu contexto
e outros textos paralelos.
Há muitos pregadores que não fazem uma exegese (tirar do
texto o que o texto diz), mas fazem uma eisegese (colocam no
texto o que o texto não diz). Com isso, os eisegetas falam das suas
ideias e não a verdade revelada. Vou lhe dar dois exemplos:
Primeiro exemplo: Quantos pregadores dizem que não se deve
tocar no ungido do Senhor e nem nos seus profetas. Quando eles falam
isso eles estão se referindo aos pastores e líderes eclesiásticos.
Eles tiram essa expressão da Bíblia, mas a utilizam fora de
contexto. Pois o texto não fala a respeito disso. Observe o texto em
Salmos 105.8-15. Ali o texto está fazendo referência a
aliança que o Senhor fez com Abraão, Isaque e Jacó. O Senhor os
chama de Seus ungidos e de Seus profetas. No entanto, muitos líderes
aplicam esse texto para si mesmos.
Segundo exemplo: Em Mateus 19.23; Marcos 10.23 e Lucas 18.24,
no término da história do jovem rico, Jesus diz: “Quão
dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!”.
Passa acrescentar: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo
de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus”.
Frequentemente se diz que havia uma porta em Jerusalém chamada
“Fundo de Agulha”, pela qual os camelos somente poderiam
atravessar de joelhos, e com muita dificuldade. O problema desta
exegese, no entanto, é que simplesmente não é verdadeira. Nunca
houve semelhante porta em Jerusalém, em qualquer período da sua
história. No entanto, quantas pessoas repetem essa história sem
procurar se informar dos fatos! E outro detalhe, se era possível um
camelo passar por essa tal porta, então o que Jesus estava falando
era falso, ou seja, quem conta essa história está fazendo uma
eisegese do texto!
2 – ESSAS VERDADES FORAM REGISTRADAS ATRAVÉS DE MUITA PESQUISA
(Lc 1.3).
Esse versículo 3 forma a frase
principal. Por meio da
expressão em bom grego “igualmente a mim me pareceu
bem”, Lucas aponta para a
resolução de tornar-se um historiógrafo da história de Jesus! Na
expressão “desde sua origem”
(anothen
= de cima para baixo) Lucas parece comparar-se com um peregrino que
tenta avançar até a nascente do rio para depois percorrer todo o
curso posterior do rio.
O Evangelho de Lucas foi escrito para um homem chamado Teófilo
(Amigo de Deus). Ele é chamado de “excelentíssimo
Teófilo”, tratamento que geralmente se dava aos altos
funcionários do governo romano (At 23.26, 24.3 e 26.25). Sem dúvida
Lucas o escreveu para contar mais a respeito de Jesus a uma pessoa
muito interessada; e teve êxito em dar a Teófilo um quadro que deve
ter aproximado seu coração ainda mais ao Jesus do qual tinha
ouvido.
Através desse texto podemos destacar alguns pontos importantes:
1o –
A inspiração divina não anula a ação
humana. Como
nos fala Pedro em sua segunda carta:
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é
de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida
por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo”
(2Pe 1.20,21).
Aí surge a pegunta: qual livro é o mais inspirado, o Evangelho de
Lucas ou o Apocalipse? Um foi fruto de pesquisa e o outro foi
recebido diretamente de Deus.
Ninguém pode negar que o Evangelho de Lucas é um documento
inspirado, entretanto, Lucas começa afirmando que é o produto da
mais cuidadosa investigação histórica (havendo-me já informado
minuciosamente de tudo desde o princípio). A inspiração de
Deus não chega ao homem que espera sentado, de braços cruzados, com
a mente ociosa, e sim à mente que pensa, busca e investiga. A
verdadeira inspiração chega quando a mente que busca se encontra
com o Espírito revelador de Deus. A palavra de Deus é dada, mas ao
homem que a busca. “Procurem e acharão”.
Lucas foi assistido pelo Espírito Santo para escrever o seu
Evangelho. Evangelho este que mostra a perfeita humanidade de Cristo.
Seu Evangelho é o mais abrangente sobre a vida e o ministério de
Jesus.
Muitas pessoas para justificarem que não há necessidade de se
estudar, principalmente a Palavra de Deus, repetem esse texto:
“porque a letra mata, mas o Espírito vivifica”
(2Co 3.6).
Isso não significa que o estudo das Sagradas Escrituras mata o
espírito do estudante e nem que pelo estudo se diminui a ação do
Espírito de Deus nele. Alguns ousam afirmar que esse verso indique
que devemos agir na “liberdade” total, sem estudos mais
sistemáticos da Bíblia, pois estudar a “letra” equivaleria a
matar o espírito. Isso vai totalmente contra o que disse Jesus e
Paulo, que mandaram examinar as Escrituras com zelo (João 5.39; Atos
17.11).
A letra é uma referência clara de Paulo a Lei de Moisés. Em
2 Coríntios 3.6 Paulo chama a Lei de Moisés de “letra”, no
verso 7, chama de “ministério da morte” e no verso 9 de
“ministério da condenação”. Com todos esses adjetivos Paulo
estava demonstrando em seu argumento que a Lei (Antigo Testamento)
tem seu valor (observe que Paulo fala também da glória da Lei –
v.7 – ainda que seja uma glória que já não resplandece –
v.10), mas não era a prática dos preceitos [desta Lei] que traria a
vida eterna as pessoas. Algo muito defendido pelos judeus que não
aceitavam a Cristo e impunham a obediência a Lei como uma forma de
salvação.
Texto fora de contexto é pretexto para heresia, ou melhor, para não
se estudar as Escrituras!
2o – Lucas escreveu
seu Evangelho aos gentios: Teófilo era um gentio, assim como
Lucas, e Lucas escreveu de tal forma que não há no seu Evangelho
nada que um gentio não possa captar ou compreender. Observe alguns
detalhes interessantes:
(a) Lucas começa situar os fatos dando a data do reinado do
imperador romano e do governador. A data romana aparece em primeiro
lugar (Lc 3.1,2). (b) Diferente de Mateus, ele não está
interessado na vida de Cristo como cumprimento da profecia judaica.
(c) Muito poucas vezes cita o Antigo Testamento. (d)
Costuma dar o equivalente grego de palavras hebraicas, para que um
grego possa entendê-las. Simão o cananeu se converte em Simão o
zelote (comp. Lucas 6.15 e Mateus 10.4). Em Lucas o Calvário não é
designado por seu nome hebreu, Gólgota, mas sim pelo grego Kranion.
Ambos significam lugar da caveira. Nunca utiliza o termo Rabi para
Jesus, e sim o grego Mestre. (e) Quando traça a ascendência
de Jesus, não se remonta a Abraão, o fundador da raça judaica,
como o faz Mateus, e sim a Adão, o fundador da raça humana (comp.
Mateus 1.2 e Lucas 3.38). Justamente por esta razão o Evangelho de
Lucas é o mais fácil de ler. Ele escreveu não para os judeus, e
sim para gente muito parecida conosco.
Com isso aprendemos que devemos contextualizar a Palavra de Deus de
tal forma que as pessoas entendam o que está sendo pregado. Se
estamos entre eruditos podemos usar palavras mais rebuscadas que lhe
não serão complicadas, mas quando estamos lidando com pessoas mais
humildes devemos mudar o linguajar para que eles alcancem o que se
está dizendo. Jesus quando estava com pescadores usava ilustrações
que retratavam as suas realidades. Ele falava em rede, pesca, peixe,
mar. Quando estava entre pessoas que plantavam ou cuidavam de
rebanhos Ele falava em semente, semeador, ovelha, lobo, pastor e
mercenário. Jesus sempre contextualizou a Sua mensagem.
3 – A FÉ CRISTÃ PROCEDE DO VERDADEIRO CONHECIMENTO (Lc 1.4).
Teófilo já havia sido instruído a respeito de algumas coisas sobre
Jesus. Mas alguns acham que o ensino tinha sido pouco claro ou
incompleto e Lucas queria que ele soubesse exatamente a verdade. A
palavra traduzida “tenhas
plena certeza”
significa ter
conhecimento perfeito.
Lucas apresentou a Teófilo e a todos os outros
que iriam ler seu relato uma compreensão precisa, exata e completa
do Evangelho e da vida de Cristo. Se Teófilo era um incrédulo
interessado ou um novo crente não sabemos. Em ambos os casos, Lucas
usa de intensa pesquisa e escrita detalhada revelando a imensidão do
seu coração de pastor. Ele se importava o suficiente sobre a alma
de Teófilo.
Com isso em mente, podemos destacar duas coisas:
1o – A fé cristã
precisa estar firmada em plena certeza. No tempo de Lucas
muitas histórias a respeito de Jesus estavam sendo contadas, no
entanto, nem todas elas eram verdadeiras. Devido a isso que Lucas
pesquisa de forma minuciosa a respeito da vida e ministério de Jesus
para deixar Teófilo bem informado a respeito do que havia ouvido
sobre Jesus.
A única base para a fé cristã encontra-se nos fatos acontecidos e
revelados a nós na Bíblia. Para nós cristãos não há outro
livro. Ela é a fonte da nossa fé e prática. Nós não podemos ser
levados por vento de doutrinas que torcem a verdade das Escrituras,
como nos fala Paulo:
“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e
a doutrinas de demônios”. (1
Timóteo 4.1)
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que
há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que
pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá
tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão
nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às
fábulas”. (2 Timóteo 4.1-4)
Devemos estar vigilantes para não sermos levados por fontes
secundárias que dizem estar no mesmo pé de igualdade da Bíblia.
Como vemos nas revelações de Ellen White, Joseph Smith, Charles
Taze Russell, e tantos outros.
2o – A
fé cristã precisa estar firmada em plena instrução.
Jesus antes de ser recebido aos céus deu essa ordem aos seus
discípulos: “Portanto
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;
e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém”.
(Mt 28.19,20)
Teófilo havia sido instruído por alguém. A ordem de Jesus estava
sendo cumprida e havia chegado até Teófilo. Ele havia sido
instruído (katecheo) em
grego. De onde procede a palavra catequese, catequizar. Que é um
termo católico que quer dizer “instruir nos princípios
de matéria religiosa”.
Nós como cristãos não podemos de deixar de instruir os novos
convertidos e muito menos deixar de aprender as verdades eternas. A
Bíblia é um poço sem fim. Quanto mais estudamos, mais descobrimos
que temos mais a aprender. Existem verdades básicas, mas até mesmo
estas precisam ser repassadas em nossas mentes sempre.
CONCLUSÃO
Lucas, para escrever o seu Evangelho, fez uma “acurada
investigação de tudo desde a sua origem” (Lc 1.3), isso nos
serve de exemplo para que sejamos também zelosos ao anunciarmos o
Evangelho. Nós não podemos falar do que achamos que seja o
Evangelho, ou do que gostaríamos que ele fosse, mas devemos falar o
que ele é de verdade. Pois, assim como Paulo, pesa sobre nós essa
mesma responsabilidade (1Co 9.16).
Em meio a tanta relatividade em nossos púlpitos devemos pregar a
verdade que liberta; a verdade que transforma; a verdade gera vida,
para que se cumpra na vida dos nossos ouvintes o que aconteceu na
casa de Zaqueu e possamos falar como Jesus falou: “Hoje veio
salvação a esta casa” (Lc 19.9). Mas para que isso ocorra não
podemos negociar a mensagem que nos foi imposta.
Por isso devemos ser como Lucas fazer uma “acurada investigação
de tudo desde a sua origem”, para falarmos com intrepidez o que
nos é revelado nas Escrituras. O Evangelho revelado é a palavra de
Deus lida, estudada e vivida e, acima de tudo, aplicada aos nossos
corações pelo Espírito Santo.
Pense nisso!
Bibliografia:
1 – Barclay, William.
Comentário do Novo Testamento, Lucas.
2 – Champlin, R. N. O Novo
Testamento Interpretado, versículo por versículo, volume 2, Lucas e
João. Editora Candeia, São Paulo, SP, 1995.
3 – Davidson, F. O Novo
Comentário da Bíblia, volume 2. Edições Vida Nova, São Paulo,
SP, 1987.
4 – Fee, Gordon D. e Stuart,
Douglas. Entendes o Que Lês? Edições Vida Nova, São Paulo, SP,
1986.
5 – Keener, Craig S.
Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento. Edições
Vida Nova, São Paulo, SP, 2017.
6 – Lopes, Hernandes Dias.
Lucas, Jesus, o homem perfeito. Comentário Expositivo Hagnos.
Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017.
7 – MacArthur, John.
Comentário do Novo Testamento, Lucas.
8 – Manual Bíblico SBB.
Barueri, SP, 3a
edição, 2018.
9 – Mears, Henriqueta C.
Estudo Panorâmico da Bíblia. Editora Vida, São Paulo, SP, 15a
impressão, 2003.
10 – Morris, Leon L. Lucas,
Introdução e Comentário. Edições Vida Nova e Mundo Cristão, São
Paulo, SP, 1986.
11 – Rienecker, Fritz.
Evangelho de Lucas, Comentário Esperança. Editora Esperança,
Curitiba, PR, 2005.
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