Por Pr. Silas Figueira
INTRODUÇÃO
Texto base: Malaquias 3.6-12
O livro do profeta Malaquias
foi escrito num período de grande crise espiritual em Israel. O povo
havia voltado do cativeiro babilônico, no entanto, eles ainda não
haviam aprendido nada com este cativeiro. Apesar de o Senhor ter
colocado à frente deles líderes como Zorobabel, Esdras e Neemias e
ter levantado profetas para motivá-los, o povo e os seus líderes
continuavam em total descaso para com Deus e o culto que lhe era
devido. Os tempos mudaram, mas o coração do povo não.
Sabemos que Malaquias foi um
profeta pós-exílio e muitos o colocam num período entre a ausência
de Neemias (doze anos), ou até mesmo depois de Neemias, tendo em
vista que ele trata dos mesmos problemas que Neemias enfrentou quando
ao seu retorno da Pérsia: sacerdócio corrompido, retenção dos
dízimos e casamento misto.
Apesar de o templo estar
reconstruído, o culto, entretanto, estava sendo oferecido com total
desleixo. Havia frieza espiritual por parte do povo e, pior, dos
sacerdotes. Estes eram somente profissionais no seu ofício e o povo
somente religiosos. Infelizmente, nada diferente dos dias de hoje.
Warren W. Wiersbe conta uma
história a respeito de uma senhora que havia repreendido o seu
pastor por fazer uma série se sermões sobre “Os pecados dos
santos”.
- Afinal – argumentou ela –,
os pecados dos cristãos são diferentes dos pecados de outras
pessoas.
-Sem dúvida – disse o
pastor. - São piores.
São piores porque, quando os
cristãos pecam, não apenas transgridem a lei de Deus, mas também
entristecem o coração do Senhor [1].
O livro de Malaquias descreve
alguns pecados que são comuns nos dias de hoje e que tem sido
negligenciado por muitos cristãos: casamentos mistos com pagãos, a
contaminação do sacerdócio, opressão dos pobres, descaso para com
a religião (religiosidade morta), e por fim a negligência para com
os dízimos e as ofertas.
De todos os pecados citados
por Malaquias somente os dízimos, principalmente estes, são os mais
questionados nos dias de hoje. Para muitos essa exigência ficou no
Antigo Testamento, hoje, segundo eles, estamos debaixo da graça e
isso não é mais necessário. Não há mais sacerdócio hoje e muito
menos templo como havia antigamente. O Novo Testamento não fala
sobre esse assunto. Enfim, não faltam argumentos para não se
entregar o dízimo.
Mas é sobre este assunto que
eu quero tratar com você. Vamos analisar o que a Bíblia tem a nos
falar sobre esse assunto tão polêmico em nossos dias.
Antes de entrarmos
propriamente no assunto “dízimo”, é necessário entendermos o
que estava se passando naquela época e que é um reflexo da igreja
atual.
Quais a lições que
aprendemos aqui:
1 – EM PRIMEIRO LUGAR,
DEVEMOS ENTENDER QUE DEUS É IMUTÁVEL (Ml 3.6).
A imutabilidade de Deus nos dá
garantia de que aquilo que Ele prometeu irá se cumprir, mas também
é um alerta em relação a aquilo que Ele exige do seu povo continua
inalterado. Como nos fala Tiago 1.17: “Toda
a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança” (ACF),
ou
“sombra de
variação” (ARA).
Por isso que, apesar de o
Senhor ser provocado até ao limite, não se torna menos
misericordioso [2]. A imutabilidade de Deus foi a causa do povo de
Israel não ter sido consumido porque havia uma aliança entre Deus e
Israel. Mas em que consistia essa aliança? Os termos da aliança
eram estes: se o povo obedecesse a Deus, este o abençoaria; mas, se
o povo desobedecesse a ele, seria castigado. E através da Lei dada
por meio de Moisés o povo firmou essa aliança.
Em Deuteronômio 28 vemos as
consequências da obediência – as bênçãos, e as consequências
da desobediência – as maldições. E no capítulo 29 temos a
renovação da aliança.
Foi esta aliança feita que o
povo de Israel estava quebrando, e, devido a isso, estavam colhendo
os frutos amargos dela proveniente.
O Rev. Hernandes Dias Lopes
comentando sobre este texto nos mostra três verdades importantes em
relação a Sua aliança com Seu povo [3]:
1o
– Em
primeiro lugar, Deus é imutável em seu ser.
Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por
baixas. Em outras palavras: Deus não é bipolar. Nele não há
sombra de variação (Tg 1.17).
2o
– Em
segundo lugar, Deus, é imutável em relação à Sua aliança
conosco.
Deus é leal ao compromisso que assume. Por isso que ainda que
sejamos infiéis, Deus é permanece fiel (2Tm 2.13).
3o
– Em
terceiro lugar, a imutabilidade de Deus é a nossa segurança.
A imutabilidade de Deus é a causa de nós não sermos destruídos.
Se Deus nos tratasse segundo os nossos pecados, estaríamos
arruinados.
Se Deus não muda, isso
deveria ser motivo para o povo temer ainda mais a Deus, no entanto,
eles estavam vivendo em um total desleixo e apatia espiritual. A
nação não estava temendo a Deus. Achavam que Deus era como eles e
que faria vista grossa ao pecado. Assim como o antigo Israel estava
cego em relação a Deus e a sua imutabilidade, a igreja de hoje
também passa pelo mesmo problema. Passam-se os anos, mas os pecados
continuam os mesmos.
O SENHOR através de Malaquias
continua a chamar a atenção ao pecado do povo e nos serve de alerta
hoje. Como disse Paulo em sua primeira carta aos Coríntios 10.6:
“Essas
coisas ocorreram como exemplos para nós, para que não cobicemos
coisas más, como eles fizeram”.
Da mesma forma o relato do
livro de Malaquias no serve de alerta hoje.
2 –
EM SEGUNDA LUGAR, O SENHOR FAZ UM CONVITE AO ARREPENDIMENTO (Ml 3.7).
Devido
à aliança quebrada, não havia como o Senhor abençoar de forma
plena o Seu povo. A bênção e a maldição são uma via de mão
dupla. O povo queria as bênçãos do Senhor, mas não queriam
compromisso em cumprir integralmente a Lei por Ele estabelecida,
devido a isso, o Senhor retinha as bênçãos sobre eles.
Como
nos fala Oseias 4.9:
“Como é o povo, assim é o sacerdote”,
assim se encontrava a nação desviada de Deus.
No entanto, vemos nesse texto
o Senhor mais uma vez usando de misericórdia com Seu povo. O Senhor
estende a Sua mão em direção ao povo e os convida ao
arrependimento. Champlin diz que a idolatria – adultério –
apostasia começou cedo na história de Israel e persistiu por longo
tempo. Na geração de Malaquias, aquele povo se tornou perito em
pecar e debochar, imitando as corrupções antigas da nação,
misturando múltiplos pecados pagãos. Há muito a Lei de Moisés
tinha deixado de ser o guia […]. Portanto, eram necessário o
arrependimento decisivo e a volta para YAHWEH [4].
O Rev. Hernandes Dias Lopes
nos fala a respeito de quatro verdades fundamentais nesse convite
gracioso de Deus [5]:
1o
–
Em primeiro lugar, a paciência perseverante do restaurador
(Ml 3.7a). A geração de Malaquias estava no mesmo curso de desvio e
desobediência dos seus pais. O que não é diferente dos dias de
hoje onde encontramos uma igreja longe de Deus, mas vemos a Sua mão
estendida para esta mesma igreja.
2o
–
Em segundo lugar, o profundo anseio do restaurador.
“Tornai-vos para mim…” (Ml 3.7). “Voltem para mim...”
(NVI). Deus não quer apenas uma volta a determinados ritos sagrados,
a uma religiosidade formal. Ele quer comunhão, relacionamento. Por
isso essa palavra. Não é diferente hoje, o cristianismo é mais que
uma religião de credos, é comunhão com uma pessoa, com a Pessoa
bendita de Deus. É um relacionamento vivo com um Deus vivo.
3o
– Em
terceiro lugar, a dinâmica relacional do restaurador (Ml
3.7b). Quando nos voltamos para Deus com nosso coração arrependido,
nós o encontramos de braços abertos para nos receber de volta.
Assim como o pai do filho pródigo fez com seu filho que retornou
para casa arrependido.
O que lemos aqui em Malaquias
é o que vemos hoje através da pessoa de Jesus Cristo que pagou um
alto preço por nós para nos reconciliar com o Pai. Como lemos em
2Co 5.19:
“Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando
os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”.
4o
–
Em
quarto lugar, a insensibilidade espiritual dos que são chamados à
restauração (Ml
3.7c). Pior que o pecado é a insensibilidade a ele. Pior que a
transgressão é a falta de consciência dela. A cauterização e o
anestesiamento da consciência são estágios mais avançados da
decadência espiritual.
Hoje estamos vendo o mesmo
ocorrendo em muitas igrejas. Vemos uma liderança entorpecida pelo
pecado e fazendo olhos e ouvidos de mercador diante do pecado nas
igrejas que lideram.
3
– A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI É QUE O HOMEM PODE ROUBAR A
DEUS (Ml 3.8,9).
O
pecado que encabeça a lista é seu roubo a Deus. Eles roubaram a
Deus, não trazendo [os dízimos e] as ofertas exigidas por Moisés,
substituindo-os por animais defeituosos; também não trouxeram as
ofertas necessárias para o sustento do ministério e do culto no
templo. Foram ladrões das coisas divinas, um crime agravado [6].
Estavam como Acã roubando as coisas consagradas a Deus e trazendo
sobre si e seus familiares a maldição.
Quando olhamos para esse texto
que nos fala a respeito do dízimo, muitas pessoas pensam que esse
texto ficou reservado ao Antigo Testamento. Muitas dessas pessoas
pensam assim porque há em nossos dias líderes (não poucos), que
destorcem a Palavra de Deus e fazem do dízimo um patuá. Uma forma
de espantar toda e qualquer ação de Satanás sobre nossas vidas.
Quais são os erros mais
frequentes que vemos em muitos ministérios em relação aos dízimos
e as ofertas? Erros esses que trazem grandes escândalos em nosso
meio:
1 – A manipulação de
pastores para arrecadar dinheiro.
Usam texto fora de contexto para manipular os incautos. E muitos
desses líderes acumulam riquezas através de seus “ministérios”.
E são esses que mais aparecem na mídia.
2 – Usam a oferta e o
dízimo como barganha.
Esses falsos pastores fazem com que as pessoas acreditem que a
entrega dos seus dízimos e de suas ofertas vai fazer com que os
ofertantes fiquem ricos, alcancem sucesso e tenha excelente saúde. E
ainda dizem que quanto mais contribuírem mais receberão. Como se
Deus fosse obrigado a cumprir uma palavra que não disse. Usando
texto fora de seu contexto, na verdade estão gerando ganância no
coração das pessoas. Eles centralizam no homem o culto e ensinam
que essa entrega é uma aposta segura e um grande sucesso financeiro.
Claro que existe a lei da
semeadura. Seríamos desleais com a Palavra de Deus que nos mostra
claramente esta lei (2C 9.6-10; Pv 11.17,24,25,19.17; At 20.25; Gl
6.9,10). O que estamos falando aqui não é o dar e receber como nos
diz esses textos, mas a motivação dessa entrega. No entanto, as
pessoas que estão indo nesses lugares onde destorcem a Palavra, não
estão entregando as suas ofertas e seus dízimos como culto a Deus,
mas como barganha. Negociata. Um “toma lá dá cá”.
3 – O falso ensina da
teologia da prosperidade.
Em muitos púlpitos o verdadeiro evangelho já não existe a muito
tempo. Foi substituído pelo evangelho da prosperidade que promete um
paraíso aqui na terra. Como um certo “pastor” disse que Deus
havia lhe revelado em oração pela madrugada que Jó passou por tudo
que passou porque ele não era dizimista [7], ou seja, segundo esse
indivíduo, Jó estaria blindado contra todo e qualquer mal se fosse
dizimista e ofertante.
4 – O mercadejamento
da Palavra de Deus.
São os famosos cachês para os pregadores e cantores. Pessoas que
querem ser tratados como astros e estrelas, ícones. Gente que acende
os holofotes para si mesmos. Com isso Cristo e sua Palavra ficam em
último plano, quando ficam em algum lugar na vida e nas palavras
dessas pessoas.
Poderíamos
citar muito mais coisas, mas creio que o que foi dito aqui já é o
suficiente para entendermos o porquê de tantos escândalos em nosso
meio em relação aos dízimos e as ofertas.
4
– A QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI É QUE ESTAMOS ROUBANDO A DEUS
RETENDO OS NOSSOS DÍZIMOS E AS NOSSAS OFERTAS (Ml 3.8,9).
As
necessidades dos sacerdotes e levitas eram supridas pelos sacrifícios
e também pelos dízimos e ofertas levados ao templo pelo povo. A
palavra “dízimo” vem do termo hebraico
maaser
e do grego
dexatem que
quer dizer “dez”. O dízimo é 10% dos grãos, dos frutos, dos
animais ou do dinheiro de uma pessoa (Lv 27.30-34; Ne 13.5). Havia no
templo depósitos especiais para guardar grãos, frutos e dinheiro
que o povo levava para o Senhor em obediência a sua lei. Se as
pessoas não quisessem carregar produtos pesados, podiam convertê-los
em dinheiro, mas deviam acrescentar 20% só para certificar-se de que
não estavam lucrando nem roubando a Deus (Lv 27.31) [8].
Dízimos e ofertas do
tempo da graça.
Muitas pessoas dizem que não são dizimistas porque o dízimo faz
parte da lei cerimonial, e esta foi abolida na cruz.
De todas as críticas feitas à
doutrina do dízimo, talvez esta seja a mais frequente. Se esta
prática era para o Antigo Pacto, logo estou desobrigado de tal coisa
hoje. No entanto, esta prática do dízimo está presente em toda a
Bíblia.
A entrega do dízimo no
Antigo Testamento era um gesto de adoração a Deus que vinha antes
da Lei.
Esse gesto vinha desde a ocasião em que Abrão deu o dízimo a
Melquisedeque, reconhecendo que este sacerdote era o representante do
Deus Altíssimo (Gn 14.20; Hb 7.1-10. Jacó fez um voto ao Senhor de
que daria o dízimo o Gn 28.18-22), de modo que esta prática é
antes da Lei de Moisés. Posteriormente, o dízimo foi incorporado
oficialmente à Lei como parte da adoração a Deus.
A entrega do dízimo
está presente em toda a Bíblia.
Está presente nos livros da lei (Nm 18.21-32), nos Livros Históricos
(Ne 13.10-14), nos livros poéticos (Pv 3.9,10) e nos livros
proféticos (Ml 3.8-12). No Novo Testamento está presente nos
Evangelhos (Mt 23.23) como nas Epístolas (Hb 7.1-19; 1Co 9.11-14).
Preste atenção no texto de
1Co 9.11-14 onde Paulo deixa claro que no ministério de hoje, na
vigência da Nova Aliança, os que pregam o evangelho (pastores,
missionários), devem viver do ministério.
Embora a ordem levítica tenha
cessado com o advento da Nova Aliança (Hb 7.18), os dízimos não
cessaram, porque Abraão, como pai da fé, entregou o dízimo a
Melquisedeque, um tipo de Cristo (Hb 7.17).
O Senhor não precisa de
nada, pois todas as coisas lhe pertencem (Sl 50.9-15; At 17.25).
A entrega do dízimo não é porque o Senhor necessita de alguma
coisa, mas é um sinal de obediência a Sua Palavra. Pois como disse
o Senhor Jesus:
“Não
ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem,
e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde
nem a traça nem a
ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde
estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt
6.19-21).
Não quero dizer aqui que
devemos entregar tudo que temos a igreja, mas devemos ser fiéis a
Deus e sempre confiar que quem nos sustenta é o Senhor. Que o melhor
investimento que podemos fazer é em Seu reino.
O apóstolo Paulo ensina que a
contribuição deve ser pela graça (1Co 16.1,2; 2Co 9.7), de acordo
com a renda de cada um, que certamente vai além dos 10%. Deveria ser
entregue com alegria e não por constrangimento. E como já falamos,
nem muito menos por barganha.
Se no tempo da Antiga Aliança
se entregava a décima parte, hoje muito mais, no tempo da graça, na
Nova Aliança. Reconhecendo o sacrifício de Jesus na cruz e a
necessidade de que esse Evangelho chegue ao maior número possível
de pessoas, vendo a necessidade da igreja local e emprenho dos
líderes em pregar um Evangelho cristocêntrico. Devemos assim
investir parte dos nossos ganhos reconhecendo esse ministério e em
obediência a ordem do Senhor.
Em
outras palavras, se os cristãos acreditam que, se os antigos fiéis
sob a antiga aliança davam o dízimo, então como os cristãos sob a
nova aliança podem começar com qualquer quantia abaixo disso? [9].
É
preciso deixar claro que o dízimo não é uma questão somente
financeira.
Trata-se do reconhecimento de que tudo o que existe é de Deus. Não
trouxemos nada para este mundo nem para dele levaremos (1Tm 6.7).
Somos apenas mordomos de Deus e, no exercício dessa mordomia,
devemos ser achados fiéis (1Co 4.2). O dízimo é um sinal de
fidelidade a Deus e confiança em sua providência. A entrega dos
dízimos é uma ordenança divina. Não temos licença para retê-lo,
subtrai-lo nem administrá-lo (Ml 3.8-10).
Malaquias
deixa claro que quem não entregava o dízimo estava roubando três
vezes [10]:
1o
– Estavam roubando de Deus (Ml 3.7,8).
As necessidades dos sacerdotes e levitas eram supridas pelos
sacrifícios e também pelos dízimos, e estes eram representantes
legais de Deus aqui na terra.
2o
– Estavam roubando a si mesmos (Ml 3.9-11).
Sempre que roubamos de Deus, também roubamos de nós mesmos. Preste
atenção, se o Senhor nos incentiva a contribuir não será lógico
que Ele nos dará condições para contribuir?
Por isso que quando não contribuímos nós atraímos dificuldades
para nós e para os outros.
a)
Privamo-nos
das bênçãos espirituais que sempre acompanham a obediência e a
contribuição fiel (2Co 9.6-15).
Se nós não confiamos que Deus cuida de nós, então qualquer coisa
em que confiamos se mostrará inútil.
b)
O
dinheiro que pertence a Deus nunca fica conosco (Ag 1.6).
Só quem é dizimista fiel sabe do quanto esse dinheiro que fica em
nossas mãos rende. Não falo por ouvir falar, mas por experiência.
3o
– Estavam roubando dos outros (Ml 3.12).
Como as nações ao redor saberiam o quanto Deus estava abençoando
Israel? Através das bênçãos derramadas sobre a nação. Mas se
eles eram infiéis o Senhor não tinha como abençoá-los. Diante
disso os povos ao redor não poderiam ver sobre eles as bênçãos de
Deus e também não poderiam confiar no Deus que eles diziam que
havia feito grandes coisas por eles. Era uma coisa lógica. O mesmo
ocorre com cada um de nós hoje. Observe a vida de uma pessoa que é
fiel a Deus e uma que não é. E não falo pelos bens que uma e a
outra possui, mas pelas bênçãos espirituais que brotam em
abundância sobre a vida da pessoa. Se você não crê observe.
5
– QUINTA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI SÃO AS CONSEQUÊNCIAS
ESPIRITUAIS (Ml 3.9-11).
Há
pessoas que ensinam ou que aprenderam que o devorador é um demônio,
mas, na verdade, o Senhor está falando de gafanhotos, não de
demônios, que devoravam a plantação dos israelitas. Mas quem tem
todo poder e autoridade sobre todas as coisas é o nosso Deus.
Vemos
isto claramente descrito no livro de Jonas quando o Senhor usa a
natureza para ensinar grandes lições ao seu servo – a chuva, o
grande peixe, a planta que cresce e depois é morta por um verme, o
vento – tudo está debaixo da autoridade do nosso Deus. Até os
gafanhotos que Joel descreve em seu livro (Joel 1.4,2.25).
“O
que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que
deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o
devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor. Restituir-vos-ei os anos
que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo
cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros”
(ARA).
Não
quero dizer com isso que os fiéis nos dízimos não passarão por
dificuldades e que não ficarão doentes. Longe disso. Eu quero dizer
que o Senhor guarda e sustenta os seus servos e os acompanha nas suas
tribulações. Como disse Paulo em sua segunda carta a Timóteo
4.16-18:
“Na
minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar; todos me
abandonaram. Que isso não lhes seja cobrado. Mas o Senhor permaneceu
ao meu lado e me deu forças, para que por mim a mensagem fosse
plenamente proclamada, e todos os gentios a ouvissem. E eu fui
libertado da boca do leão. O Senhor me livrará de toda obra maligna
e me levará a salvo para o seu Reino celestial. A ele seja a glória
para todo o sempre. Amém”
(NVI).
Quando não somos fiéis
duas coisas ocorrerão, segundo o texto de Malaquias:
a) O Senhor reterá as
suas bênçãos (Ml 3.9).
Observe que o Senhor diz que devido à infidelidade do povo eles
estavam sendo amaldiçoados. Não é o Senhor que amaldiçoa, mas Ele
deixa de abençoar. A desobediência sempre desemboca em maldição.
Isso é muito sério.
b) O devorador pode ser
tudo aquilo que subtrai nossos bens.
Quando retemos o que pertence a Deus, o devorador come o que
deveríamos entregar no altar do Senhor. Isso é fé, não lógica.
Quando
somos fiéis duas coisas ocorrerão:
c) As bênçãos que
acompanham a restauração que o Senhor realiza (Ml 3.10-12).
O Senhor diz que irá nos abrir as janelas do céu. Todas as ricas
bênçãos procede somente de Deus. Isso significa fartura em nossa
vida. A Bíblia nos fala que o que plantamos colhemos, então, pela
lógica da fé, iremos colher abundante colheita espiritual que se
tornarão bênçãos materiais (Lc 6.38).
d) E teremos uma vida
feliz (Ml 3.12).
Essas são algumas bênçãos que acompanham o servo fiel. Nos
faltaria tempo para descrever todas que acompanham aqueles que temem
e obedecem ao Senhor.
O que você planta você
colhe. Isso é uma lei espiritual.
Pense Nisso!
Fonte:
1 – Wiersbe, Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo, Proféticos vol. 4, p. 591.
2 – Champlin, R. N. O Antigo
Testamento Interpretado, Versículo por Versículo, vol. 5, p. 3710.
3 – Lopes, Hernandes Dias.
Malaquias, a igreja no tribunal de Deus, p. 90.
4 – Champlin, R. N. O Antigo
Testamento Interpretado, Versículo por Versículo, vol. 5, p. 3710.
5 – Lopes, Hernandes Dias.
Malaquias, a igreja no tribunal de Deus, p. 91,92.
6 – Champlin, R. N. O Antigo
Testamento Interpretado, Versículo por Versículo, vol. 5, p. 3711.
7 – Silveira, Jerônimo
Onofre da. Os Exterminadores de Riquezas.
8 – Wiersbe, Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo, Proféticos vol. 4, p. 602.
9 – Wiersbe, Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo, Proféticos vol. 4, p. 602.
10 – Wiersbe, Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo, Proféticos vol. 4, p. 603.
https://exemplobereano.blogspot.com/2019/06/dizimos-mensagens-que-geralmente-nao.html
ResponderExcluirBom, acho que realmente o dízimo hoje não existe e PONTO.
ResponderExcluirSeria bem, mais bem mais fácil um pastor dizer que como Paulo disse, o cristão tem que ser generoso. 10% é uma coisa medíocre...