Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Mateus 15.29-31
INTRODUÇÃO
Jesus
está região de Tiro e Sidom e expulsa o demônio da filha da mulher
grega de origem siro fenícia (Mc 7.24-30), depois Jesus deixou Tiro
e Sidom e se dirigiu à região de Decápolis – dez cidades
predominantemente gentílicas que constituíam uma confederação com
autorização dos romanos. Chegando lá, Jesus cura um homem que era
surdo e gago (Mc 7.31-37), e o Senhor lhe proíbe de falar o que Ele
lhe havia feito (Mc 7.35, 36), no entanto, o homem não obedeceu. Ao
que parece, a notícia se espalhou e uma grande multidão se reuniu
para ser curada também.
Muitas
pessoas perguntam: por que Jesus não cura hoje como curou no
passado, assim como foi no tempo dos apóstolos? Para responder a
essa pergunta creio que seja melhor nós olharmos para aqueles dias e
observar que muitos dos milagres foram realizados porque a ciência
não estava tão avançada como nos dias de hoje; muitas doenças que
antes gerava paralisia ou até mesmo a morte foram erradicadas, como
por exemplo a paralisia infantil.
Não estou querendo com isso
dizer que o Senhor não cure hoje, estou dizendo que o que antes era
necessário uma intervenção através de um milagre, hoje, pelo
avanço da ciência, muitos desses males já não existem mais, ou
estão sob controle. Mas quando há necessidade do milagre o Senhor,
pela misericórdia e graça, intervém na vida de muitos.
Esse texto nos mostra como que
aquelas multidões receberam do Senhor o milagre que tanto
necessitavam. E o método não mudou de lá pra cá, pois onde há a
necessidade da intervenção divina o Senhor age pela sua
misericórdia.
Mas por que o milagre ocorreu?
EM PRIMEIRO LUGAR, ELES FORAM
ATÉ ONDE JESUS ESTAVA (Mt 15.29, 30a).
Observe
que as multidões foram até onde Jesus estava em busca do milagre
que tanto desejavam. Eles tinham uma necessidade e devido a isso
romperam as barreiras da distância, do tempo, do cansaço, para
encontrar em Jesus o refrigério que tanto necessitavam.
Agora, observe alguns detalhes:
a) Jesus nem sempre está nos
lugares que queremos que Ele esteja.
Há muitas pessoas hoje querendo o milagre, no entanto, estão indo
aos lugares dos mais diversos, menos onde Jesus está. Jesus não
está nos lugares que queremos que ele esteja, Ele
está onde muitas pessoas não querem estar,
ou seja, Jesus se revela no Evangelho e através da Sua Igreja.
Há muitas pessoas iguais a
Zaqueu, querem ver Jesus subindo em árvore. Fazem os mais estranhos
sacrifícios para ver Jesus, fazem trabalhos em encruzilhadas, andam
quilômetros a pé, levam objetos consagrados para casa. Mas o
necessário não fazem, ir onde Jesus está.
b) O texto nos diz que Jesus
subiu a um monte (Mt 15.29).
Ele não estava no nível do mar, Ele estava acima dele. Nós não
vamos encontrar Jesus no nosso nível de entendimento, Ele sempre
estará acima dele. Veja o que o Senhor nos fala em Isaías 55:8, 9:
“Porque
os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus
são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais
altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do
que os vossos pensamentos”.
Esse é outro problema que
enfrentamos, pensar que Jesus está dentro do nosso raciocínio
humano e caído, dentro da nossa lógica. O agir de Deus vai muito
além, como lemos em Jeremias 29.11:
“Porque
eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor;
pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”.
Agora como conciliar isso na hora
da crise? Como conciliar as promessas do Pai e as adversidades que
enfrentamos? Pela fé. Esse é o único meio de enfrentarmos as
crises que vem sobre nós. É exatamente isso que o autor de Hebreus
nos diz:
“Ora,
sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele
que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador
dos que o buscam”
(Hebreus 11.6).
c)
Jesus está assentado em lugares altos.
Isso quer dizer que Ele está acima das nossas crises, dos nossos
problemas, acima daquilo que nos sufoca a alma. Ele vê as nossas
dores, as nossas aflições porque Ele está acima delas.
Isaías
quando entra no templo no ano da morte do rei Uzias, ele pensou que
com a morte do rei o povo estivesse desamparado, mas o Senhor lhe
revela que aquele que reina pelos séculos dos séculos estava
reinando em Judá e em sua história. Aquilo que para Isaías era o
fim, o Senhor lhe mostra que era apenas o começo.
“No
ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado
sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o
templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com
duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com
duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo
é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”
(Isaías 6.1-3).
O
Senhor está no controle da história universal, mas também está no
controle da nossa história. Nada acontece em nossa vida sem que o
Senhor não saiba e não intervenha.
Há
situações nas quais Deus intervém e realiza o que chamamos de
milagre.
Há
situações nas quais Deus não intervém ou aparentemente não
intervém.
Talvez
nos ajude superar a dificuldade ao considerar o sentido de “vontade
de Deus”
que nos é revelado no Novo Testamento:
A
VONTADE DETERMINATIVA
Existe
a vontade determinativa (ou decisória) de Deus e pode ser traduzida
também como “plano
de Deus”
ou “decisão”,
como em Atos 2.23 (“A este que vos foi entregue pelo determinado
conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes
pelas mãos de injustos”), Atos 4.28 (“Para fazerem tudo o que a
tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se
havia de fazer”) e em Tiago 1.18 (“Por Sua decisão Ele nos gerou
pela palavra da verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos
de tudo o que Ele criou”), entre outros.
VONTADE
DIRETIVA
– Essa vontade determinativa é, por vezes, diretiva, através
da qual Deus guia as nossas vidas.
Ele lança mão de nós para que Sua vontade determinativa se cumpra.
Foi Sua vontade determinativa, por exemplo, salvar o Eunuco etíope.
Para realizar esta vontade, Ele enviou o evangelista Filipe ao seu
encontro (Atos 8.26).
VONTADE
IMPLÍCITA
– Ela se dá nas leis naturais. Deus decidiu que o mundo (logo, as
nossas vidas) seria governado por leis, leis morais (sei que não
posso matar ou mentir, certo que matar ou mentir tem consequências
para a minha vida e as vidas dos outros) e leis naturais, conhecidas
pelas ciências. Podemos dizer que essas leis põem em prática a
vontade determinativa de Deus – graça comum.
VONTADE
PRESCRITIVA (BULA MÉDICA)
Trata-se
do desejo de Deus para o ser humano, como na oração do “Pai
nosso”: Seja feita a tua vontade (Mateus 6.10). É
da vontade de Deus que todos vivamos de modo justo. Por isto Ele
deixa Suas instruções na Bíblia.
Nela Ele nos lega o que é justo e certo para a vida individual e
coletiva. Somos chamados a viver segundo estas regras.
A
VONTADE PERMISSIVA
Para
os que creem, uma das soluções teológicas para enfrentar o
dificílimo problema do mal, vivenciado como sofrimento, é a chamada
“vontade permissiva” de Deus.
Deus
permite que vivamos como queremos viver, dentro ou fora das
instruções que nos deixou.
Deus permite que exploremos a terra como queremos, em lugar de cuidar
dela. Deus permite que as consequências de nossas ações nos
alcancem, a nós e a outros. Deus não deseja que o mal aconteça,
mas permite que ele se dê. A vontade permissiva de Deus é,
portanto, uma vontade indireta (Brumadinho e Mariana).
Leríamos
melhor a Bíblia se não confundíssemos as coisas.
O fato de um mal ter ocorrido e estar narrado na Bíblia não quer
dizer que Deus o aprove. De igual modo, viveríamos melhor se
prestássemos mais atenção à palavra de Deus para obedecê-la. É
mais cômodo agir irresponsavelmente e pôr na conta da vontade
permissiva de Deus do que assumirmos as nossas responsabilidades. A
graça de Deus não pode ser uma avenida larga e longa para a prática
dos nossos pecados. Temos que assumir as nossas responsabilidades.
EM
SEGUNDO LUGAR, ELES TRAZIAM OS SEUS PROBLEMAS E LANÇAVAM AOS PÉS DE
JESUS (Mt 15.30).
Podemos
ter um problema, isso é o que mais ocorre, mas o que eu faço com
ele é uma decisão minha. Há muitas pessoas que se acostumam com os
seus problemas e ainda dizem que é a cruz que devem carregar, outros
utilizam dos seus problemas para se beneficiarem – há pessoas que
não querem ser curadas se não serão cortadas do INSS. Tem louco
pra tudo!
No
entanto, há pessoas que querem se desvencilhar dos seus problemas.
Querem a todo custo se livrar deles, é o caso dessas multidões que
foram até onde Jesus estava.
a)
Para receber o milagre de Jesus tem que se admitir que temos um
problema.
Essa é a grande questão que muitos têm dificuldade – o problema
é sempre do outro. O aleijado é o outro, o cego é o outro, o manco
é o outro, e assim por diante. O outro, sempre o outro!
Tem
gente que se vê mais perfeita que Jesus!
Para
sermos curados devemos olhar para dentro de nós e admitirmos que
estamos precisando da intervenção divina. Devemos fazer como fez a
mulher que tinha um fluxo de sangue, ela sabia que tinha uma
enfermidade e se prontificou a buscar em Jesus a solução do seu
problema (Mc 5.25-29).
A
cura começa quando nos vemos dependentes da intervenção divina
para os nossos problemas.
Devemos
agir como a mulher que perdeu a sua dracma e a procurou
diligentemente:
“Ou
qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não
acende a
candeia,
e varre a
casa,
e busca
com diligência até a achar?”
(Lucas 15.8)
b)
Para que o milagre aconteça devemos deixar tudo aos pés de Jesus
(Mt 15.30).
Talvez esse seja a maior dificuldade que enfrentamos. Deixar para
Deus tratar o problema: “Toma, é teu, faça-se como Tu queres!”.
Quem em sã consciência está disposto a tomar uma atitude assim?
Deixar
significa que não vamos mais tomar conta, vigiar, cobrar do outro.
Deixar aos pés de Jesus é descansar no cuidado dele e na hora dele.
É não ficar cobrando do outro o milagre que estamos esperando em
Jesus. Afinal de contas nós entregamos para Deus ou não entregamos?
Imagine
se as pessoas que foram até Jesus levando os seus doentes voltassem
para casa carregando-os de volta antes de Jesus os curar? E se Jesus
não cura e resolve matar a pessoa? É isso que passa na mente de
muitas pessoas, principalmente pais que têm seus filhos doentes.
Muitos têm medo que o Senhor leve seus filhos e não os cure. Por
isso que quando oram não os entregam para Deus, não deixam aos pés
de Jesus, até levam, mas os trazem de volta antes do milagre.
c)
Para que o milagre aconteça devemos aproveitar as oportunidades.
Jesus estava em um dos montes em Decápolis, as pessoas souberam que
Jesus estava lá, e correram para receber dele a cura. Muitas pessoas
deixam de receber o milagre porque deixam a oportunidade passar. E
sempre dão uma desculpa dizendo: Jesus está longe, tem que subir
até o monte, ele não podia ficar no pé do monte? Com Deus não há
facilidade! Como na vida também não.
A
Bíblia nos deixa isso de forma muito clara: “Chegai-vos
a Deus, e ele se chegará a vós” (Tiago
48).
Muitas
pessoas oram querendo o milagre, mas não fazem a sua parte. Tem
muita gente que quer um emprego público, mas não estudam para as
provas, ou, muitas vezes, não tem formação acadêmica para exercer
aquela função que desejam. Há empregos que exige nível superior,
e outros um outro idioma.
Muitas
vezes o milagre que queremos virá através de uma cirurgia, de uma
quimioterapia, de um remédio.
Bartimeu
é um excelente exemplo de uma pessoa que aproveitou a oportunidade
para ser curado de sua cegueira (Mc 10.46-52). Aquela era a última
vez que Jesus passaria em Jericó. Dali Jesus estava indo para
Jerusalém e iria ser morto na cruz.
EM
TERCEIRO LUGAR, O QUE OCORRE QUANDO JESUS INTERVÉM (Mt 15.31).
Observe
que as multidões se maravilharam com o que viram. Essas pessoas eram
gentias, não eram judias. É impressionante ver o contraste entre os
gentios e os líderes judeus que conheciam as Escrituras do Antigo
Testamento. Os gentios glorificaram ao Deus de Israel, mas os líderes
judeus disseram que Jesus estava operando em conjunto com Satanás
(Mt 12.22-24). Os milagres de Jesus não levaram as cidades de Israel
ao arrependimento (Mt 11.20-24), mas os gentios creram nele. Os
milagres de Jesus deveriam ter convencido os judeus de que ele era o
Messias (Is 29.18, 19, 35.4-6; Mt 11.1-6). Ele se admirou com a fé
do soldado gentio e da mulher cananeia, e também se espantou com a
incredulidade do seu povo (Mc 6.6).
Mas
o que aconteceu com aquelas multidões o Senhor quer realizar hoje em
nossas vidas. Ele não mudou, como nos fala o autor de Hebreus:
“Jesus
Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb
13.8).
Quando
deixamos aos pés do Senhor os nossos problemas veja o que acontece,
observe o versículo 31:
“De
tal sorte, que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os
aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o
Deus de Israel”.
a)
Os mudos a falar –
Uma pessoa muda é alguém que não escuta, ou que tem dificuldade na
sua audição. Se há algo que o Senhor restaura primeiro é a
audição, do contrário, a pessoa continuará sem falar. O Senhor
Jesus ainda hoje cura os surdos. Eu trabalhei em uma congregação em
Parada Modelo onde havia uma criança surda, a medida que a criança
frequentava com os pais os cultos ela passou a ouvir e a falar
normalmente.
Veja
o que nos fala Marcos
7.31-35:
“E
ele, tornando a sair dos termos de Tiro e de Sidom, foi até ao mar
da Galileia, pelos confins de Decápolis. E trouxeram-lhe um surdo,
que falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele.
E, tirando-o à parte, de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos
ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua. E, levantando os olhos ao
céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te. E logo se abriram
os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava
perfeitamente”.
Num
relacionamento interpessoal se alguém não escuta, automaticamente
não falará. Essa é uma das dificuldades em muitos casamentos hoje.
As pessoas não escutam umas as outras. Falam e falam, mas ninguém
se escuta.
Na
família os pais falam e os filhos não ouvem. Na igreja o pastor
fala, mas muitos membros não dão atenção ao que está sendo dito.
Já nos fala um ditado antigo: “Quem não houve conselho ouve: Ah
coitado!”.
Jesus
quer curar exatamente essa surdez interpessoal para que possamos
ouvir uns aos outros. No entanto, mais que curar a surdez
interpessoal, o Senhor precisa curar a nossa surdez espiritual; só
assim poderemos ouvir o que o Senhor tem a nos falar e poderemos
falar das suas maravilhas e sermos restaurados da nossa surdez
espiritual e interpessoal também.
O
jovem Samuel estava dormindo quando ouviu o Senhor lhe chamando, mas
ele não identificou a voz pensando que era o sacerdote Eli que o
chamava. Há muitas pessoas assim em nossas igrejas hoje, estão na
Casa de Deus, mas não conseguem identificar a voz de Deus e a voz
dos homens.
“Então
veio o Senhor, e pôs-se ali, e chamou como das outras vezes: Samuel,
Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve”
(1 Samuel 3.10).
Provavelmente
Samuel estava em tordo dos seus 12 anos quando o Senhor o chama.
Quem
não ouve a voz de Deus e a discerne é levado por por todo vento de
doutrinas.
b)
Os aleijados sãos –
Os aleijados são pessoas que têm alguma deficiência em seus
corpos, sejam elas visíveis aos nossos olhos ou não. E, geralmente,
tentamos esconder o nosso aleijo. Não queremos ser alvo dos olhares
de curiosos e muito menos sermos zombados.
O
homem da mão mirrada tinha a sua mão direita defeituosa (Lc 6.1),
Jesus o chama para ficar no meio da sinagoga, pede que ele estenda a
mão e ela ficou restaurada.
Para
que o Senhor nos cure de nosso aleijo devemos nos expôr diante do
Senhor. Não é escondendo a deficiência que enganaremos ao nosso
Deus, podemos enganar os homens.
Assim
como existem deficiências físicas, existem também deficiências
emocionais. Assim como o Senhor curou as físicas e consequentemente
as emocionais, pois uma estava ligada a outra, da mesma forma o
Senhor quer curar os nossos aleijos emocionais hoje também.
Todos
nós temos as nossas deficiências. Umas mais aparentes, outras nem
tanto. Mas todas elas nós tentamos mascarar para que ninguém as
perceba, e se perceberem, que não seja tão feia aos olhos dos
outros.
Há
em nossas igrejas muitas pessoas traumatizadas, doentes
emocionalmente, aleijadas da alma. Gente que tem tatuagem na alma.
Tatuagem da dor do abandono, das suas fobias, dos traumas da
infância, dos abusos sofridos. Gente que precisa vir para o meio e
permitir que o Senhor trate dos seus traumas, dos seus medos, dos
seus aleijos. Tudo isso deve ser colocado diante do Senhor!
c)
Os coxos a andar –
Coxo é alguém que coxeia (manca) temporária ou permanentemente,
que apresenta uma extremidade mais curta que a outra ou a que falta
uma perna ou pé.
Diante
dessa descrição podemos entender que o Senhor curou os coxos que
mancavam, que não andavam, mas também pessoas que não tinham nem
perna e nem pé. O milagre vai além do nosso entendimento. O texto
diz que Jesus curou a todos!
O
Senhor hoje, assim como curou esses coxos, pode curar o nosso andar
vacilante, nos ajudar a deixarmos as nossas mancadas que prejudicam
os outros e a nossa vida com Deus. Ele pode fazer crescer aquilo que
nos falta. Naquilo que estamos amputados.
Para
andarmos direito na presença de Deus e dos homens temos que ter uma
intervenção divina. É impossível para o homem natural andar
assim.
O
Senhor faz crescer dentro de nós o amor, a alegria, a paz de
espírito, o prazer de estarmos na companhia dEle e dos nossos
familiares. O Senhor traz equilíbrio em nossos caminhos.
d)
Os cegos a ver –
Não saber por onde vai e nem poder identificar o lugar que se
encontra creio que seja extremante difícil. Identificar as pessoas
somente pela voz, ou quem sabe, pelo tato.
Como
vemos em Gênesis, Rebeca e Jacó enganando Isaque: Gênesis
27.21-23.
Tudo
isso é muito difícil de explicar devido ao fato de enxergarmos. Mas
quantas pessoas vivem em total escuridão. Uma coisa é nascer cego,
outra é perder a visão, que particularmente, eu creio que seja
muito pior.
Mas
pior que a cegueira dos olhos físicos, a pior cegueira é a
espiritual. Há muitas pessoas que veem a luz natural, mas estão
enxergando a glória de Deus. Outros veem extremamente bem, mas estão
cegos espiritualmente.
Em
2 Co 4.4 o apóstolo Paulo nos fala que o
deus deste século segou o entendimento dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é
a imagem de Deus.
Satanás
vai fazer de tudo para que os homens continuem cegos. Ele fará de
tudo para manter os seres humanos na total escuridão espiritual,
para que a glória de Cristo que resplandece no evangelho não abra o
entendimento espiritual das pessoas. Ou então que fiquem satisfeitos
em ver de forma embaçada.
Observe
esse episódio que Marcos registra:
“E
chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o
tocasse. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e,
cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via
alguma coisa. E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois
os vejo como árvores que andam. Depois disto, tornou a pôr-lhe as
mãos sobre os olhos, e o fez olhar para cima: e ele ficou
restaurado, e viu a todos claramente”
(Marcos 8.22-25).
Há
muitas pessoas dentro de nossas igrejas assim, veem, mas não
conseguem identificar as pessoas. São crentes que não vê o irmão
como irmão, mas como árvores que andam. Tem o olhar preconceituoso.
Veem o “negro bom”, no sentido comportamental como se este
tivesse uma alma branca, como se alma tivesse cor.
Julgam
tudo pela aparência e não com o reto juízo. Gente se veem
superiores as demais pessoas só porque tem mais recurso financeiro
que os outros. Gente de nariz em pé. Gente que precisar olhar para
cima para terem seus olhos espirituais totalmente restaurados.
Mas
estes “cegos” estão como a igreja de Laodiceia:
“Como
dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não
sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te
enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a
vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para
que vejas” (Apocalipse
3.17,18).
Esse
conselho do Senhor é para você e para mim. Corremos o risco de
perdermos a visão e não vermos de forma clara as coisas ao nosso
redor, e por isso julgamos as coisas de forma errada e pensamos que
somos melhores que os nossos irmãos.
CONCLUSÃO
Jesus
ainda hoje cura, liberta e traz esperança para o coração aflito.
Por isso, esse texto que acabamos de analisar é tão atual quanto
foi em sua época. Não duvide do milagre, creia que o que é
impossível para o nós sempre será possível para o nosso Deus.
O
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e
eternamente! Amém?
Pense
nisso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário