quinta-feira, 22 de julho de 2010

Antidoto Anti-Arminianismo - Parte 1


Por Marcelo Lemos

Introdução

Preciso começar com um ou dois esclarecimentos necessários: não considero os Arminiamos como cristãos inferiores, e nem questiono se são salvos ou deixam de ser; todavia, creio ter razões bíblicas suficientes para rejeitar completamente seus pilares teológicos. E também não considero o Calvinismo como sendo “O Evangelho”, pois o Calvinismo não salva ninguém – só Cristo salva! Creio, porém, que o Calvinismo é a exposição mais bíblica, racional e cristocêntrica para a Mensagem do Evangelho.

O Calvinismo sempre desperta interesse. Se o leitor tiver por costume frequentar comunidades cristãs no Orkut, saberá que quase todos os dias tópicos sobre algum tema relacionado ao Calvinismo surge na grande rede. E, quase sempre, muitas pessoas falam muito sobre o Calvinismo, sem que conheçam de fato a matéria.

Também é de se notar que boa parte daqueles que pretendem refutar o Calvismo estão convencidos de que seus argumentos são sólidamente bíblicos e racionais. De certo modo, tem-se a impressão que aceitar as Doutrinas da Graça é coisa do passado, só possível hoje em algumas mentes retrogadas e pouco esclarecidas. É verdade, no entanto, que o Calvinismo tem ressurgido com grande força em nossos dias, pois muitos estudantes das Escrituras estão percebendo a fragilidade do Castelo Arminiano. Porém, nem todos conseguem perceber a irracionalidade do sistema de Jacob Arminius.

Não são apenas arminianos que desconhecem as fragilidades de seu sistema teológico, até mesmo muitos calvinistas bem-intencionados acabam “tímidos” diante deste ou daquele ataque da lógica arminiana. O desconhecimento arminiano e a timidez calvinista têm cura. Nesta pequena série de artigos tentaremos apresentar o antidoto!

Mesmo que eu quissesse não me seria possível esconder de onde tirei a inspiração para estes artigos. An Antidote Against Arminianism , escrito pelo Rev. Christopher Ness é, na minha opinião, um grande e fundamental clássico da literatura polêmica contra o Arminianismo. Porém, quem leu a obra de Ness, e a comparar com esta série de artigos, acabará constatanto que nossa dependencia dela reside quase que exclusivamente na semelhança do título.

PARTE I

Compreendendo a Soberania de Deus

Você não pode enfrentar o Arminianismo, ou livrar sua mente dele, caso não tenha uma noção correta sobre o ensino bíblico a respeito da Soberania de Deus. A seguir apresentamos algumas visões acerca do que significa existir um Deus Soberano; segue-se a isto uma apresentação das devidas análises teológicas.

  1. O Arminianismo e a Doutrina da Soberania de Deus:

O sistema teológico arminiano divide a Soberania de Deus em dois campos: o absoluto e o parcial. Não usam exatamente estes termos, preferem falar sobre Vontade Absoluta e Vontade Permissiva de Deus. Por Vontade Absoluta compreendem tudo o que Deus efetivamente fará, sem que nada possa alterar o curso da História. Por exemplo, a Segunda Vinda de Cristo. Ainda que os homens possam – segundo eles, claro! – apressar ou retardar o Retorno do Messias, ninguém jamais poderá impedir que Ele retorne um dia. Em questões assim, eles admitem, Deus é Absolutamente Soberano.

Sobre isto um arminiano escreve: “Como Criador, ele tem agido, em todas as coisas, de acordo com sua própria vontade soberana. A justiça não tem, não pode ter, qualquer espaço aqui, pois nada é devido ao que não tem nenhuma existência. Aqui, portanto, ele pode, no sentido mais absoluto, fazer o que quiser com o que é seu. Conseqüentemente, ele criou os céus e a terra, e tudo o que neles há, em todo aspecto concebível, “segundo o beneplácito de sua vontade”. (1)

Todavia, Deus não é absolutamente soberano quando o assunto é o homem. Neste caso, Deus limita-se a reagir as ações humanas. Por exemplo, ainda que Deus queira salvar João da Silva, ele não pode efetivamente fazer isto, a menos que João da Silva permita que Deus assim o faça. Ensinam os arminianos que Deus permite a João da Silva aceitar ou rejeitar a Salvação. Por isso, dão a esta doutrina o nome de Vontade Permissiva.

Então, quando Deus salva alguém, segundo os arminianos, Ele não está fazendo isso apenas porque quis assim fazer; ou seja, “segundo o beneplácito de sua vontade”, mas sim, porque o homem aceitou (permitiu) que Deus o salvasse: “Sempre que, por essa razão, Deus age como Governador, como galardoador ou castigador, ele não mais age como um mero Soberano, unicamente por sua própria vontade e prazer, mas age como um Juiz imparcial, guiado em todas as coisas por invariável justiça”. Deus quis salvar este homem? Sim! Mas sua vontade não é decisiva, antes, limita-se a reagir a ação do homem. Portanto, a vontade do homem é decisiva e soberana, a vontade de Deus torna-se apenas reativa – deixando a salvação de ser um ato Soberano da Graça de Deus.

Não é possível compreender adequadamente o arminianismo se não nos damos conta da dicotomia existente em sua doutrina sobre a Soberania de Deus: “Então, que estas duas idéias de Deus Criador, o soberano Criador, e Deus Governador, o justo Governador, sejam sempre mantidas separadas. Vamos distingui-las uma da outra com o maior cuidado. Dessa forma daremos a Deus toda a glória de sua graça soberana, sem pôr em dúvida sua inviolável justiça”.

O Deus pincelado na Teologia Arminiana é um “Deus Limitado”; ao menos no que diz respeito a salvação dos homens. Ao relacionar-se com o Universo, a vontade deste Deus é completamente absoluta, mas não é assim quando este Deus se relaciona com o homem. Esta não-soberania da vontade de Deus ao tratar com o homem é expressamente declarada em outro lugar do mesmo portal teologico supra citado:

Deus é condicionado pelo fato que há almas humanas. Não é detrativo à Sua infinita soberania dizer que Ele é condicionado em Suas relações com os homens , pela vontade do homem . É uma condição que Ele escolheu colocar sobre Si mesmo quando criou os homens como seres morais livres. Ele certamente é um juiz indicado quanto a se ou não tal condição avilta Sua soberania…. Deus age onipotentemente mas sempre dentro de limites que preservam a liberdade moral e a responsabilidade do homem.” (The Person and Work of Jesus Christ, pp. 130-131, 157). (2)

“Deus controla a natureza de acordo com leis. Mas o homem está em um nível superior . Deus Se limitou em Seus métodos com seres livres…. Deus é limitado pela liberdade humana . Novamente, Deus é limitado em Seus métodos pelo pecado humano …. Deus deve reduzir Sua própria ação ao mínimo a fim de que não imponha Sua vontade . Concluímos, então, que Deus é limitado pela liberdade e pelo pecado humano para o método da eleição, e que ao executar Seu propósito, Ele deve, por causa destas limitações, trabalhar gradualmente e por meio de agentes humanos.” (The Christian Religion in Its Doctrinal Expression, pp. 268, 348, 349)

“Deus… pode prever como os homens agirão sem eficientemente decretar como eles agirão. Deus não é limitado na execução de Seus planos, exceto quando se limitou pelas escolhas do homem. … Deus estabeleceu certos limites gerais dentro dos quais Seu universo deve operar. Dentro desses limites Ele deu ao homem liberdade para agir.” (Lectures in Systematic Theology, pp. 346, 396).

Observe que para o arminianismo Deus pode até “prever” o que os homens farão, (com o Evangelho, por exemplo), mas isso não quer dizer que Ele tenha decretado as ações humanas. Sendo assim, Ele não decidiu quantas pessoas vão ser salvas, nem quantas vão ser condenadas. Isso pode parecer um boa idéia, não é mesmo? Errado! É um idéia aterradora, pois se Deus não decidiu quantas pessoas serão salvas, implica que Seu Plano não era infalível, uma vez estar limitado a vontade soberana dos homens. Infelizmente nem todos conseguem captar esta consequência lógica do pensamento arminiano; isto se deve a um desrespeito as regras da lógica: Se todos os homens podem ser salvos, segundo sua própria decisão, implica igualmente que todos podem ser condenados, segundo sua própria decisão – o que, por conseguinte, implica que o Plano de Deus jamais foi infalível, e só produz bons resultados porque o homem tem decidido cooperar com a Vontade do Senhor.

Eis, portanto, algumas das implicações do conceito arminiano sobre “Soberania de Deus”.

  1. O Teísmo Aberto e a Doutrina da Soberania de Deus

Apesar do Arminianismo, na prática, acabar anulando a Soberania de Deus na salvação humana, ele assim o faz de modo não-proposital; com efeito, o arminiano fará tudo para salvar a Soberania de Deus, mesmo quando, na prática, está negando que Deus seja soberano. Sim, tal atitude é irracional e revela a inconsistência de seu sistema de teologia, porém, permite que os arminianos continuem postos ao lado da ortodoxia evangélica, ainda que de modo precário. Eu os acusaria de erro, de inconsistência, de irracionalidade, mas não de heresia de perdição, como é o caso do Teísmo Aberto.

[Em todo o caso, torna-se heresia de perdição aquele arminianismo que se transforma em religião de obras, legalista.]

Mas, que há de tão pernicioso do Teísmo Aberto? Enquanto o arminianismo é inconsistente em sua defesa da Soberania de Deus (afirmando-a, e negando-a), o Teísmo Aberto, por sua vez, simplesmente rompe todas as barreiras teológicas, e declara: “Deus não é soberano!”. De certo modo, o Teísmo Aberto diz as mesmas coisas que o Arminianismo, porém, sem nenhuma preocupação em defender a Soberania de Deus.

Augustus Nicodemos Lopes, teólogo presbiteriano, aponta seis implicações trágicas da Teísmo Aberto:

1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.

2. Deus não é soberano. Só pode haver real relacionamento entre Deus e suas criaturas se estas tiverem, de fato, capacidade e liberdade para cooperarem ou contrariarem os desígnios últimos de Deus. Deus abriu mão de sua soberania para que isto ocorresse. Portanto, ele é incapaz de realizar tudo o que deseja, como impedir tragédias e erradicar o mal. Contudo, ele acaba se adequando às decisões humanas e, ao final, vai obter seus objetivos eternos, pois redesenha a história de acordo com estas decisões.

3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. O futuro é determinado pela combinação do que Deus e suas criaturas decidem fazer. Neste sentido, o futuro inexiste, pois os seres humanos são absolutamente livres para decidir o que quiserem e Deus não sabe antecipadamente que decisão uma determinada pessoa haverá de tomar num determinado momento.

4. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.

5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimento e de erros em seus conselhos e orientações. Em seu relacionamento com o homem, seus planos podem ser frustrados. Ele se frustra e expressa esta frustração quando os seres humanos não fazem o que ele gostaria.

6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas criaturas, ao reagir a elas. Os textos bíblicos que falam do arrependimento de Deus não devem ser interpretados de forma figurada. Eles expressam o que realmente acontece com Deus. (3)

Numa análise detalhada se constatará que o Teísmo Aberto diz exatamente as mesmas coisas que o Arminianismo. Todavia, a maioria dos arminianos não faz idéia de que seu sistema teólogico leva inevitavelmente a estas mesmas negações da Soberania de Deus. Apesar de sua teologia negar que Deus seja soberano, os arminianos creem – a seu modo – que Deus seja soberano sobre tudo e todos. Já os “relacionais” – teísmo aberto – declaram: “Deus soberano? Não!”.

3. O Ensino Bíblico Sobre a Soberania de Deus

Em comum, arminianos e teístas abertos acreditam que Deus tem sua vontade limitada pela vontade dos seres humanos. Para ambos, ainda que Deus deseje muito uma coisa, apenas poderá levar a cabo seu Plano, caso a criatura lhe permita tal façanha. Mas, segundo as Escrituras, Deus é soberano sobre tudo e todos. Ele é soberano sobre toda a criação do Universo, e é igualmente soberano sobre os seres morais que criou.

Interessante que num dos artigos arminianos que citamos na primeira seção, procura-se fazer uma distinção entre a soberania de Deus sobre a criação inanimada, e sua soberania sobre as criaturas morais. Ali o arminiamo escreveu: “Como Criador, ele tem agido, em todas as coisas, de acordo com sua própria vontade soberana. A justiça não tem, não pode ter, qualquer espaço aqui, pois nada é devido ao que não tem nenhuma existência. Aqui, portanto, ele pode, no sentido mais absoluto, fazer o que quiser com o que é seu. Conseqüentemente, ele criou os céus e a terra, e tudo o que neles há, em todo aspecto concebível, “segundo o beneplácito de sua vontade”.

Ou seja, Deus fez o que bem quis com os seres inamimados, e isso implica que suas ações são “segundo o beneplácito de sua vontade”. Em outras palavras, ele fez aquilo que lhe foi agradável, sem depender em nada do ser criado. Portanto, o arminiano sentencia: “Aqui, portanto, ele pode, no sentido mais absoluto, fazer o que quiser com o que é seu”. Mas, quando o ser criado é o homem, então Deus já não pode fazer o que bem entende. Ele precisa respeitar a vontade do homem, e submeter Sua propria vontade aos caprichos da criatura. Assim fala o Arminianismo (e, como vimos, também o Teísmo Aberto).

A Bíblia nega tal diferenciação. Segundo as Escrituras Deus é Soberano. Ponto final. E sobre o destino dos homens? Aqui pemanece Ele igualmente soberano. A Bíblia diz que:

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçäos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundaçäo do mundo, para que fóssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoçäo por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” - Efésios 1.3-5.

Por qual razão Deus elege alguém? Por qual razão ele predestina o futuro de alguém? A Bíblia diz que foi “segundo o beneplácito de sua vontade!”. Não é interessante que os arminianos aceitem que Deus possa agir “segundo o beneplácito de sua vontade”, desde que tal afirmação não esteja relacionada ao destino eterno dos homens? Mas, é justamente isto que a Bíblia ensina: “… nos abençoou… nos elegeu n’Ele antes da fundação do mundo… e nos predestinou… segundo o beneplácito de sua vontade!”. Onde está, ó arminiano, sua tão desejada distinção na Soberania de Deus?

“A tendência atual é de deixar de lado doutrinas de Soberania Divina e Predestinação, de modo a obter espaço para a autocracia da vontade humana. O orgulho e a presunção do homem, de um lado, e a sua ignorância e depravação do outro, levam-no a excluir Deus e a exaltar-se a si próprio tanto quanto ele é capaz; e estas duas tendências combinadas afastam a maioria da raça humana para longe do Calvinismo.”Loraine Boettner

Que ensina o Calvinismo? Ensinamos que Deus é o Governante Supremo da História, e que Seu Eterno Plano não está a mercê de qualquer outro ser que não Ele mesmo. Este, cremos, é ensino claro das Escrituras:

Daniel 4:35: “…ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”.

Jeremias 32:17: “Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!”.

Mateus 28:18: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra”.

Efésios 1:22: “E sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja”.

Efésios 1:11: “nEle, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade”.

Isaías 14:24,27: “- O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?”.

Isaías 46:9 – 11: “- Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade; chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei”.

Gênesis 18:14: “Há, porventura, alguma coisa difícil ao Senhor?…”.

Jó 42:2: “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido”.

Salmo 115:3: “Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz”.

Salmo 135:6: “Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos”.

Isaías 55:11: “Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”.

Romanos 9:20,21: “ Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?”.

As Escrituras acima questionam: “Há, porventura, alguma coisa difícil ao Senhor?”. A isto muitos respondem: Deus é limitado pela vontade humana! O Espírito Santo está lutando com homens, querendo salvá-los; mas Ele não poder realizar sua vontade, a menos que o homem permita! Por outro lado, no Calvinismo afirmamos que se alguém morrer sem salvação é porque Deus não quis salvar tal pessoa, pois “tudo o que o Senhor deseja ele o faz!” (Salmo 135.6). Um Deus que não pode fazer aquilo que deseja não está presente nas Escrituras.

De fato, o Deus revelado nas Escrituras jamais pode ser frustrado em seus planos e desejos; sua soberania estende-se até aos menores detalhes da História:

Salmo 139:16: “Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles”.

Tiago 1:17: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.

Números 23:19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?”.

Provérbios 16:33: “A sorte se lança no regaço; mas do Senhor procede toda a disposição dela”.

Jó 36:32: “Cobre as mãos com o relâmpago, e dá-lhe ordem para que fira o alvo”.

Isaías 45:7: “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas”.

Amós 3:6: “…Sucederá qualquer mal à cidade, sem que o Senhor o tenha feito?”

Atos 3:18: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado que o seu Cristo havia de padecer”.

Romanos 8:28: “E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.

Deus é soberano, ou nâo? É a esta questão básica que o estudante deve responder ao lidar com o dilema a respeito da soberania de Deus. Calvinismo é ensinar que Deus salva homens de seus pecados. Arminianismo é ensinar que o homem salva a si mesmo, ao aceitar a ajuda oferecida por Cristo. Calvinismo é ensinar que Deus tem um plano eterno e infalível. Arminianismo é ensinar que Deus sonha com o melhor, e espera que o homem não fruste seus planos…

Que Deus as Sagradas Letras retratam?

Continua…

REFERÊNCIAS:

  1. http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=373:consideracoes-sobre-a-soberania-de-deus&catid=101:john-wesley-as-obras-de-john-wesley-vol6-
  2. http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&task=view&id=223&Itemid=35
  3. http://www.monergismo.com/textos/presciencia/augustus_teologia_relacional.htm

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