segunda-feira, 30 de novembro de 2009

show-gospel


No palco, o cantor de rap se esgoela: Vocês estão sentindo a presença de Deus? Então, digam amém!!. Ao meu lado, um casal de namorados (espero) desmentindo a mais famosa lei da física, além da presença de Deus, deve está sentindo outra coisa mais concreta. Este é o grande impasse da industria gospel: é show ou é louvor? É diversão ou é adoração? E uma atividade espiritual ou carnal? São compatíveis ou antagônicas? Poderiam ser simultâneas e harmônicas ou simultâneas e contraditórias?

Didaticamente, vamos tematizar estas possibilidades dentro das seguintes hipóteses: l. Não é diversão, é adoração; 2. Não é adoração, é diversão; 3. Teologia do igual mas separado ou junto mais diferente.

1. Não é diversão, é adoração.

Louvor pode muito bem ser sintetizado em alegria. Quem disse que louvor precisa ser chato, sombrio e sorumbático? Essa é a idéia da teologia carrancuda medieval, basta lembrar que, neste período, o riso era creditado como atividade de satanás. Louvor é a expressão da felicidade. Da felicidade não apenas física, passageira, temporal, mas plena. Ora, se posso – e devo – adorar a Deus com meu dinheiro, meus bens, meus dons, minha casa, enfim, minha vida, por que, então, não poderia adorá-lo com minha felicidade? Daí, que um show (pode-se questionar o termo, mas esse não é o momento da uma avaliação lingüística) além da possibilidade de louvar a Deus com minha voz, posso fazê-lo também com pescoço, braços, mãos, pernas, pés – enfim, com o corpo em sua totalidade. Aliás, o próprio espaço físico, antes ou depois usado para outros fins, neste momento se transforma em espaço sacro. Nisso, inclusive, estão todas as demandas acústicas, sonoras, estéticas, logísticas e, por que não, econômicas. Tudo, sem excluir nenhum aspecto, pode ser usado para a glória de Deus. Portanto, mesmo com a possibilidade de que em algum momento o show pareça apenas diversão, não é diversão, pois, a alegria é também para glória de Deus.

Ora, há quinhentos anos também não se podia combinar louvor com trabalho, mas Lutero e cia subverteram isso. A teologia reformada abençoa o trabalho – sim, o trabalho físico – do carpinteiro, ferreiro, soldado, tanto quanto o exercício litúrgico, sóbrio, compenetrado e sacro de um sacerdote diante de Deus. Não existe uma atividade presunçosamente espiritual, mais sagrada que outra, mas todas – todas mesmos – atividades devem ser feitas para a glória de Deus.

2. Não é adoração, é diversão.

Deus é espírito e sua adoração deve transcender ao tempo e ao espaço. Dançar, pular, bater palmas, assobiar, gritar, tudo isso se reporta a atividades do corpo dentro de uma espacialidade e uma temporalidade determinado. Deus não está limitado, o louvor, portanto, transcende a tudo isso.

Show diz respeito a um grupo em busca de recursos financeiros e diversos outros em busca de entretenimento. Junta-se, então, estas diferentes demandas, dá-se uma lubrificada gospel neste arremedo de culto, com algumas frases chavões, manifesta-se alguns chiliques espirituolóides e a galera se esbalda no trenzinho, na paquera, na dança, e, na falta de outro nome, chama-se isso de louvor!

Louvor nasce na quietude da alma reconhecendo sua finitude diante majestade e santidade de Deus; passa fundamentalmente por uma postura de arrependimento de pecados, confissão e quietude. Como, então, isso seria possível em um ambiente barulhento, cheios de refletores e com canhões de luz, estroboscópios, pessoas entrando e saindo, bebendo refrigerantes, dando gargalhadas, apreciando o visual incrementado uns dos outros e, sobretudo dançando, dançando muito. Isto pode ser diversão, entretenimento, hobby, atividade lúdica ou, dirão alguns, carnalidade, menos adoração.

3. Teologia do igual mais separado, junto mais diferente. Ou o samba do teólogo doido.

A despeito das posições anteriores antagônicas, simplistas e radicais poderia existir uma posição intermediária? Uma tentativa de conciliação entre adoração e diversão, dando uma seriedade na última e um pouco de leveza na primeira? Seria possível relativisar os pontos anteriores e conseguir um meio termo? Talvez. Quem quiser que tente. Mas, ao meu ver, ao se tentar fazer as duas coisas simultaneamente, conseguiu-se uma proeza: errar nas duas.

Simples, ao adorar se divertindo ou se divertir louvando, se piorou ambas. Faz-se um louvor avacalhado e uma diversão encabulada; um louvor artificial e uma diversão culpada. A dita adoração é comercial, pasteurizada, genérica e repetitiva do tipo: diga aleluia, bata palma para Jesus, dê um sorriso para seu vizinho, cumprimente o da esquerda, enfim, clichê. E é bom gritar desde o primeiro momento, pois o doublé de levita (sic) no palco, vai insistir perguntando se você está sentindo a presença de Deus. E você, compulsoriamente, terá de sentir, afinal, pagou o ingresso pra quê?

Adoração tem seu espaço, mas diversão também. Mas não precisamos viver patologicamente nessa ânsia de “louvar” em todas as atividades, pois devemos realizá-las naturalmente, como seres humanos normais, sem o ranço da religiosidade, até porque os propalados “louvorsões” são apenas exercício religioso mal feito para muitos, e lucro para poucos. Aliás, proliferou em nossa época uma imoralíssima indústria da “adora$ão”. O slogan é “uma geração de adoradores está nascendo”, e eu acrescento, uma geração de adoradores ávida por consumir. Afinal, se chegou ao cúmulo do cinismo em se produzir um cd com “As mais ungidas”. São mais ungidas por que vendem mais, ou vendem mais por que são mais ungidas? E, nós evangélicos, ainda temos o desplante de criticar a Igreja Católica por vender indulgências e os cultos afro por cobrarem por suas oferendas. O critério valorativo da industria do louvor é a caixa registradora.

A industria gospel tem vergonha de se assumir como entretenimento, daí a necessidade dessa pasteurizada na adoração. Por que crentes não podem se reunir para se divertir? Realizar reuniões simplesmente para conversar, brincar, desfrutar da leveza da vida? Ludicamente ouvir, ver, sentir, cheirar e comer sem culpa? Louvar a Deus pela vida sem chavões, esquemas, modelos, liturgias, obrigações, ranços. Maldosamente eu diria que o mercado gospel precisa dessa camuflagem para poder vender seus produtos para um curral domesticado. Vendendo o troço como “louvor” pode-se fazer um trabalho amador, cobrar qualquer preço, produzir qualquer ruindade, enfiar na goela da massa qualquer som, afinal basta uma letrinha falando de Jesus.

Convidado para uma festa de casamento, uma atividade pouco espiritual, Jesus não ficou neuroticamente procurando espiritualizar a falta de vinho, simplesmente foi lá e produziu mais. Ele não deveria ter usado seu tempo e seus dons apenas para louvor a Deus? Entre estragar a festa com a compulsória culpa religiosa, Jesus preferiu mais festa.

Em um show recente em SP aconteceu o seguinte: horário da programação 20 horas, a atração do show entrou no palco mais de 23 horas, som com problemas, anúncios mil, um revezamento de grupos e cantores para enrolação do público com imensos intervalos com vídeos clips. Além da aporrinhação forçosa dos cantores em exigirem que o público sentisse a presença de Deus, depois de horas de show-embromação, mais de uma hora de chuva no lado de fora, casa lotadíssima ainda com horário de encerramento do metrô se aproximando. Mas era para louvor de Deus – e benefício da conta dos produtores!

Enfim, não é louvor por causa da irreverência domesticada, da avacalhação festiva, da espiritualidade forçada, da artificialidade litúrgica, da sensualidade subjacente, mas também não é diversão por causa da pobreza amadora, da bandalheira irresponsável, da estética brega, do falso moralismo culposo. Não consegue agradar a Deus nem aos consumidores.

Então é uma espécie de vela para Deus e outra para o diabo? Não, neste caso, ambas as velas estavam apagadas.

Gedeon Freire de Alencar

Diretor pedagógico do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos, mestre em ciência da religião e autor do livro “Protestantismo Tupiniquim. Hipóteses sobre a (não) contribuição protestante à cultura brasileira”, Ed. Arte Editorial.

Fonte: JesusNuncaFoiGospel

A síndrome da prisão na existência




Por Pablo Massolar

Uma grande parcela dos presidiários, que ficam encarcerados por longos anos, apesar do grande desejo de liberdade, são acometidos de um mal chamado de “Síndrome do Medo da Liberdade”. Trata-se do pavor, às vezes irracional, de sair da “segurança” da cela. Alguns já estão tão acostumados ao convívio social dos amigos presidiários, das convenções, regras e códigos de conduta da prisão a que foram submetidos que a liberdade passa a se tornar uma ameaça ao invés de um prêmio, gerando transtornos emocionais sérios ao se aproximar o dia de sair da prisão.

É o medo de não ser aceito, medo de não encontrar abrigo, medo de cometer novamente algum tipo de crime, medo de morrer, etc.

O que acontece é que nem sempre a prisão é física. As cadeias podem ser de ordem emocionais e até mesmo espirituais. São presos em si mesmos aqueles que tem medo de viver o novo, arriscar-se, experimentar a vida e se fazer percebido não pelos outros, mas por si mesmo, por sua própria vida, vivida em abundante liberdade. Projetos são travados, sonhos são interrompidos, decisões são adiadas porque, na maioria das vezes, temos medo de tomar decisões para sermos livres.

Algumas pessoas já sofreram tanto, estão a tanto tempo acorrentadas aos medos das traições do passado, das mágoas e das feridas que aqueles ao seu redor lhe causaram, que elas acabam construindo e somatizando muros emocionais e existenciais, prisões e grades para elas mesmas, para que ninguém de fora consiga penetrar suas masmorras de defesas e lhe causar mais dor. Tais pessoas colocam seus corações em verdadeiras gaiolas e não conseguem ter coragem de tirá-lo de lá.

Estas prisões tem nome e são geralmente conhecidas pela sensação de que não se conseguirá ser plenamente feliz na liberdade. Algumas pessoas vivem, de fato, presas ao medo de ser feliz, pois acham que experimentar felicidade é arriscado demais e podem acabar sofrendo alguma outra frustração ou falta. Acabam não se entregando inteiramente aos relacionamentos e compromissos por medo de abrirem a guarda e serem machucados e abandonados novamente. Eu já presenciei gente que não gargalhava porque tinha aquilo como prenúncio de algo ruim, uma espécie de “maldição” imposta pela vida, ou seja lá o que for, que infligia àquela pessoa um alto preço de tristeza algum tempo depois por cada vez que ela se permitia ser momentaneamente feliz. Então, para tal pessoa, era menos doloroso viver a monotonia da vida, do que a frustração provocada pela remoção da felicidade.

Entretanto, foi para a liberdade que Cristo nos chamou, a começar pela liberdade que vem pela verdade. Sim a verdade liberta! Mas quem tem medo da verdade não conseguirá ser livre de verdade.

A verdade é o caminho para a liberdade na vida e pela vida. Quem diz a verdade e vive por ela aprende a não temer mais nada. Quem perde o medo das conseqüências da verdade terá a liberdade de olhar nos olhos de qualquer um na existência e ter plena consciência de fazer a escolha correta sempre.

Não há como a vida em liberdade não ser um risco, somos alvo das coisas boas e das ruins também. Mas o apóstolo Paulo, no início da era cristã aprendeu a enfrentar qualquer situação, tanto de falta e escassez, como de abundância. Ele descobriu Aquele em quem ele podia todas as coisas, não na sua própria força em particular, mas na força, no dinamismo, Daquele que o fortalecia em todas as circunstâncias. Até mesmo preso, Paulo experimentou a liberdade que nenhuma cadeia no mundo consegue prender.

Nossa libertação vem daquele que não conhece cadeia, aqui ou no por vir, que impeça Seu poder de libertar a quem quiser. Ele é aquele que tem o nome pronunciável até mesmo pelos mudos, Sua voz pode ser ouvida por surdos e sua glória percebida por quem não possui olhos neste mundo. Antes que houvesse dia ou trevas, antes da própria existência, antes das coisas que não eram virem a existir, Ele é o que sempre foi e sempre será. Seu poder está para além da quantificação, seus dias são incontáveis e inumeráveis. Defini-lo é tolice, segurá-lo loucura, contê-lo impossível. Dar-lhe um só nome é reduzi-lo.

Senhor é o Seu nome, Imutável, Eterno, Rei da Glória. Ele é o que não conhece limites. Poderes e governos nada são diante do Ingovernável. Nele está a plenitude das plenitudes. Justo, Conselheiro, Amigo e Fiel.

Toda grandeza é como um nada, uma poeira diante Dele.

O Deus que liberta em plenitude te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Fonte: Ovelha Magra

A respeito da ética


Por Ed René Kivitz

Deixa de ser bobo, todo mundo faz. Esta é a frase mais usada para justificar o comportamento ilícito. Dentro dela estão embutidas práticas como a do médico que solicita um “por fora” argumentando que a remuneração do plano de saúde não é satisfatória; do empresário que molha a mão do pessoal que libera carga na alfândega; do pai de família que trabalha sem carteira assinada e do empregador que contrata o pai de família; do vendedor que dá uma comissão ao comprador para fechar negócio; do comerciante que compra nota fria para tributar menos ou sonegar; do consumidor que compra produto pirateado porque senão não poderia comprar; da sacoleira que trabalha no mercado informal para sustentar quatro filhos; e assim por diante, numa lista de comportamentos interminável assimilados como “naturais” neste mercado selvagem.

O cenário comporta múltiplas abordagens, e qualquer um que acredite estar diante de um problema de fácil solução certamente está fazendo uma análise simplista. Por exemplo, basta lembrar que o comportamento ilícito tem suas variáveis. Pelo menos duas, para ser simples sem ser superficial. A primeira diz respeito aos agentes. A segunda, aos eventos. Quanto aos agentes, os não éticos podem ser divididos entre os que fazem por estilo de vida, como os criminosos que montam uma estrutura de mercado e governo paralelos; e os que fazem por necessidade, como os que se colocam à beira da calçada e estão mais para sobreviventes do que para imorais. Já em relação aos eventos, devemos admitir que há distinção entre a transgressão como recurso emergencial, como a do camarada que aceita ser achacado pela autoridade que criou a dificuldade para vender a facilidade, e a transgressão como meio de vida, como a da autoridade que vive criando dificuldade. De minha parte, embora coloque tudo no pacote do fracasso ético, aceito dialogar com quem acredita que “uma coisa é coisa e outra coisa é outra coisa”.

Ética, moral e lei

Na busca de caminhos para o comportamento ético, podemos entrar pela porta das definições elementares. Devemos, por exemplo, fazer distinção entre ética e moral. O Frei Leonardo Boff ilumina nossa caminhada dizendo que “Ethos, ética, na língua grega designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda. A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político... Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que chamamos de ética”.

Moral identifica um modo de agir humano, regido por normas e valores, por hábitos e costumes. A moral se relaciona com o comportamento prático do homem. Ética é uma reflexão teórica que analisa, critica ou legitima os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral.

. Ética é princípio; moral são aspectos de condutas específicas;

. Ética é permanente; moral é temporal;

. Ética é universal; moral é cultural;

. Ética é teoria; moral é prática.

As leis estão no campo da moral, e devem ser avaliadas a partir de seus pressupostos éticos. Para que você entenda melhor, a afirmação de que todos os seres humanos são iguais perante Deus é uma afirmação ética, um princípio universal, e a lei que considera crime a segregação racial é uma aplicação moral, bem como a lei que condena a escravidão.

A ética deve ser, portanto, aplicada moralmente através dos códigos legais. As leis são instrumentos de regulamentação social. De acordo com Clive Staples Lewis, teólogo inglês, Sas leis são necessárias, pelo menos por três razões. Em primeiro lugar, para promover uma arrumação e harmonização no interior de cada ser humano em particular. Depois, para promover a justiça e a harmonia entre os seres humanos. Finalmente, com o objetivo geral da vida humana como um todo, com o fim para o qual o homem foi criado, que se consolida na possibilidade de um mundo justo e fraterno habitado por seres humanos plenamente realizados, o que muitos de nós chamaríamos céu ou paraíso.

Em termos práticos, Lewis está dizendo que “a lei protege a pessoa”, e por isso o Ministério da Saúde obriga advertências nos produtos tóxicos como fumo e álcool. Além disso, “a lei promove a justiça”, o que justifica a tributação como instrumento de distribuição de renda. Por fim, a lei viabiliza a utopia, que se expressa, por exemplo, na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Cristianismo: ética, moral e consciência

É certo que o Cristianismo possui suas premissas éticas (grade de valores) que determinam sua moral (leis, mandamentos e costumes). Mas também é certo que a proposta do Cristianismo não é um chamado para que se viva em obediência a leis e mandamentos morais. O Cristianismo convida a uma nova consciência, isto é, desafia cada ser humano a interpretar a lei (moral) à luz da ética.

É fácil de explicar as razões deste desafio à consciência. Tenho basicamente quatro justificativas. Em primeiro lugar, todos sabemos que nem tudo o que é legal é ético, isto é, nem sempre a observância da lei é o melhor caminho para a realização do ideal ético e promoção da justiça. O aborto, a eutanásia e a pena de morte podem se tornar legais, mas ainda assim continuarão a suscitar discussões éticas.

A segunda justificativa da valorização da consciência acima da lei, é que a lei não é suficientemente abrangente. Uma vez que o ser humano é um universo infinito, também as relações entre seres humanos será um universo infinito. A lei nunca será abrangente o suficiente para promover a justiça em todos os espectros possíveis da complexidade das relações humanas. Cada sociedade vai desenvolver seus códigos morais em razão da necessidade da sobrevivência e da convivência. O Dr. Drauzio Varella discute bem essa questão em seu livro Carandiru, que retrata o dia-a-dia daquele que foi o maior complexo penitenciário da América Latina.

Um terceiro argumento está baseado no fato de que a lei se flexibiliza diante da ética. A lei, que em tese é rígida em sua norma, se submete à ética, que é dinâmica em sua hierarquia de valores. Por esta razão é que o sujeito que rouba para dar de comer aos filhos pode ser absolvido pelo tribunal: a vida é um valor maior que o direito à propriedade. Acredito que foi isso o que Jesus tentou ensinar ao afirmar que “o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”, isto é, a lei deve estar a favor da vida.

Finalmente, a lei é reguladora dos fatos sociais, e nesse caso, não havendo o fato que a justifica, a lei perde seu sentido. Quem ficaria parado de madrugada numa rua deserta só porque o sinal está fechado? O policial que lavrasse uma multa por avanço de sinal às duas da madrugada numa rua deserta estaria cumprindo a lei? Novamente voltamos ao paradoxo entre o sábado e o homem.

Fica claro, portanto, que somente o tolo obedece sempre, e somente o sábio é capaz de desobedecer a lei sem transgredir a ética. Poucos são os capazes de andar na ilegalidade sem cair na imoralidade. E isso faz do Direito uma ciência extraordinária e bela, pois visa a justiça, acima da lei. Está explicado porque o Cristianismo, em vez de apresentar um novo código moral, faz um convite desafiador à nova consciência.

Princípios éticos à luz do Cristianismo

Em relação à questão da vida profissional e das relações no mercado, posso dar exemplos de princípios éticos derivados dos valores cristãos. falando de resultados, o Cristianismo, por exemplo, é diferente do Pragmatismo. O Pragmatismo diz que o que dá certo é certo, enquanto o Cristianismo diz que o que é certo vale mais do que o que dá certo. Isto é, nem tudo que dá certo é certo. Algumas coisas, inclusive, nós fazemos sabendo que resultarão em prejuízo para nós – darão “errado” – mas preservarão nossa dignidade e honra, isto é, a nossos valores éticos. O caráter sempre vale mais do que os resultados.

Falando de gente, as pessoas sempre valem mais do que os papéis que desempenham: o faxineiro é tão digno quanto o presidente da corporação. Os relacionamentos sempre valem mais do que os negócios. A fraternidade está acima do lucro. A solidariedade está acima das posses.

Falando de dinheiro, a justiça vale mais do que a prosperidade, e o bem comum vale mais do que a riqueza pessoal. O bem estar individual não pode existir às custas da indiferença social. Lembre da figura do vampiro que suga o sangue de todo mundo até sobrar apenas o sangue dele: o genocídio é uma espécie de suicídio. Riqueza sustentável é riqueza compartilhada. Dinheiro vivo é dinheiro circulando, repartido, distribuído.

Caminhos pessoais

Alguém já disse que a melhor maneira de mudar o mundo é fazer um circulo ao redor de si mesmo e começar as mudanças a partir do lado de dentro do círculo. Os alemães dizem que devemos pensar globalmente e agir localmente, o que deve ter dado origem ao seu provérbio que diz que “em pequenas vilas, pequenas pessoas estão fazendo pequenas coisas que estão mudando o mundo”. Nesse caso, mesmo sabendo que esta questão não será equacionada sem a mobilização social e as transformações estruturais promovidas pela ação política, sugiro alguns compromissos pessoais-individuais.

#1 Jamais negocie os valores arraigados em sua consciência. Caráter não tem preço. É melhor dormir mal porque falta cama, do que dormir mal porque a consciência pesa. As pessoas que me procuram à guisa de dilemas éticos geralmente estão em defesa de seu padrão de vida, em vez de em luta pela sobrevivência. O problema de muita gente não é a impossibilidade de fazer o que é certo, mas a dificuldade ou recusa em assumir o ônus do que é certo. Muito raramente me deparo com pessoas que não sabem o que fazer. Geralmente encontro pessoas que não têm coragem de fazer o que sabem que devem fazer.

. É melhor ter pouco com o temor de Deus do que grande riqueza com inquietação. (Provérbios 15.16)

. É melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça. (Provérbios 16 .8)

. Melhor é um pedaço de pão seco com paz e tranqüilidade do que uma casa onde há banquetes, e muitas brigas. (Provérbios 17.1)

. Melhor é ser pobre do que mentiroso. (Provérbios 19.22)

. Melhor é o pobre íntegro em sua conduta do que o rico perverso em seus caminhos. (Provérbios 28.6)

#2 Faça distinção entre a prática eventual do ilícito e o estilo de vida ilícito. A Bíblia também recomenda: “Não seja excessivamente justo nem demasiadamente sábio; por que destruir-se a si mesmo? Não seja demasiadamente ímpio e não seja tolo; por que morrer antes do tempo? É bom reter uma coisa e não abrir mão da outra, pois quem teme a Deus evitará ambos os extremos” (Eclesiastes 7.16-18). Não encaro isso como “licença para ser imoral de vez em quando”, mas como recomendação da sabedoria para julgar e discernir a partir de uma hierarquia de valores.

#3 Pratique a “ética temporal ascendente”. Este é um conceito muito interessante desenvolvido por Lourenço Stelio Rega, em seu livro Dando um jeito no jeitinho (Editora Mundo Cristão). Este princípio foi utilizado, por exemplo, pelo apóstolo Paulo, que não se posicionou claramente contra a poligamia, mas exigiu dos líderes cristãos que “fossem maridos de uma só mulher”. Naquele contexto social, a transição brusca da poligamia para a monogamia implicaria a condenação de muitas mulheres, que não possuíam quaisquer direitos legais, à miséria e à prostituição. Por isso, mesmo sendo a monogamia o ideal moral cristão, o apóstolo soube conviver com a poligamia o tempo necessário para promover a transição, de modo a evitar maiores complicações sociais.

#4 Participe dos processos de transformações sociais. A mobilização da população é o instrumento de transformação social em um estado de direito. O regime democrático implica mais do que o voto, na verdade, exige que o voto seja precedido pelo esclarecimento e sucedido pelo acompanhamento dos eleitos. A militância, geralmente associada à política partidária, deve ser encarada em seu espectro mais amplo, que inclui a sociedade civil em todas as suas dimensões de representatividade. Cumpra seu papel como cidadão. Comprometa-se com uma causa. Assuma uma postura. Associe-se com pessoas e organizações que trabalham para o bem comum. Incentive a solidariedade. Seja um doador. Faça trabalho voluntário. Divulgue boas notícias. Denuncie. Assine listas. Candidate-se. Proteste. Faça campanha. Não se omita. Faça alguma coisa. E se for o caso, chame sua turma e levante uma bandeira.

Conclusão

Geralmente se ouve que as pessoas se perguntam se vale à pena ser honesto. A profecia de Rui Barbosa se cumpriu: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” Mas receio que a questão seja um pouco pior: as pessoas já não se perguntam se a honestidade vale a pena, mas sim se a honestidade é possível.

Mas não perdi a fé. Não perdi a esperança. Não deixei de acreditar na dignidade do ser humano. Aprendi que o mundo está dividido em três grupos de pessoas. Os otimistas ingênuos. Os pessimistas frustrados. E os realistas engajados. Espero somar entre os que estão de mãos arregaçadas.

Fonte: Konzept

sábado, 28 de novembro de 2009

Brasil Laico – A grande mentira

Por João A. de Souza Filho

As autoridades brasileiras enfrentam um grande dilema quando precisam separar o religioso do secular, e, nesse afã de legislar as questões étnicas, religiosas e culturais costumam se perder. Sim, porque as etnias possuem culturas religiosas e culturais; e estas, geralmente são culturas advindas de crenças e práticas religiosas .

Os constituintes de 1988 tentaram separar a igreja do Estado, mas, enraizada na cultura brasileira, a igreja – e me refiro à igreja católica apostólica romana – continua a gozar de privilégios únicos na nação. Agora um projeto que entrou em regime de urgência favorece a igreja de Roma em todos os setores da sociedade brasileira. Confesso que não tive acesso ao teor do projeto.

Existem perguntas que precisam ser respondidas: Quem mantém a iluminação das catedrais, a reforma de templos católicos históricos e outros benefícios? E as grandes instituições de caráter filantrópico que não fazem filantropia, como Universidades e hospitais que não mais atendem ao pobre e ao necessitado, mas que continuam isentas de impostos? E ouvi dizer que em algumas cidades o imposto de transmissão ITBI vai para os cofres da igreja!

Um véu de mistério encobre essas e outras questões. Quem fiscaliza a grande quantidade de dinheiro que é recolhido ou ofertado pelo povo nas grandes festas das padroeiras? E onde é aplicado o dinheiro? E o lucro dos objetos religiosos vendidos em Aparecida do Norte?

Recolhem-se os impostos devidos ao Estado? São questões que não incomodam a sociedade brasileira, porque o Estado laico fecha os olhos em tudo o que se refere aos católicos romanos, mas os mantêm bem abertos quando se trata da igreja evangélica.

É aqui que o Brasil mente pra si mesmo. Não somos um Estado laico, mas católico romano. Constitucionalmente o Estado é laico, na prática é católico romano. Haja vista o envolvimento dos governos sempre que um Papa visita o país. Quem arca com as despesas?

Ora, que se use um mesmo peso e uma só medida para todas as religiões e igrejas, porque o Estado é laico, não religioso.

Existe um rumor de que os templos católicos sejam extensão da Sé de Roma, uma espécie de consulado, e que, portanto, são invioláveis. Ora, não sei se isto é verdade – que me respondam com documentos comprobatórios os que desse tema sabem – porque se o for, então não podem recolher ofertas nem dízimos, por se tratarem de consulados. Mas, é aqui que as autoridades se perdem, porque Roma tem um poder religioso, social e político sobre as nações do mundo, e consegue, pelo que se vê, manter as benesses político-sociais de que precisa.

Separar o religioso, isto é, a igreja do laicato é tarefa hercúlea. Porque este é o Brasil indecifrável, místico, em que fé e política, ação social e ideologias se mesclam e se enraízam formando uma nova cultura. Num país em que o religioso e o secular vivem lado a lado – nem sempre harmoniosamente – desde os tempos do império, é preciso coragem para legislar e separar a religião do Estado.

Existe ainda muito preconceito contra tudo o que não se afirma como católico romano. Ou estou errado ao fazer este juízo?

Ora, num Estado laico não se pode manter símbolos religiosos em locais públicos, é o que afirma o Ministério Público Federal de São Paulo. Reagindo contra a ação pública que o MPF ajuizou em São Paulo, o Ministro Gilmar Mendes do Supremo reagiu com ironia: “Tomara que mandem retirar o Cristo Redentor”.

A questão não é a presença de símbolos religiosos – esses fazem parte da cultura ocidental cristã. A Cruz e o crucifixo são os símbolos mais vistos nas repartições públicas, nas escolas, nos tribunais de justiça, e olhando-se pela ótica positiva estão ali para lembrar que um homem fez a diferença dois mil anos atrás, morrendo a favor dos pecados da humanidade. A partir dessa leitura, esses símbolos são bons.

Por outro lado, deve-se respeitar os que nesses símbolos não acreditam, e, sendo laico, o Estado deveria retirá-los das repartições públicas! Um Estado deve ser imparcial e respeitar todas as crenças sem favorecer a estes ou aqueles. Assim, as estátuas religiosas dos católicos e das religiões afro-brasileiras, e também os monumentos à Bíblia deveriam ser retirados dos locais públicos. Em certo sentido, os espaços públicos, como praças, praias, entradas de cidades e montes ficariam mais natural sem esses monumentos religiosos. O Cristo Redentor no Rio deveria acolher ao seu lado outras representações religiosas.

Não seria isso, no entanto, uma afronta à espiritualidade do povo? Pois, procedendo assim, negaremos nossa herança cristã. Pedi a um amigo, bispo de uma igreja, que me desse sua opinião, já que ele exerce alta função em defesa das leis. E ele me disse:

“Estado laico é aquele que não toma partido em matéria de religião, isto é, não favorece religião alguma. O objetivo da regra não é proteger o Estado e sim a liberdade de culto. Impede-se que o Estado restrinja a liberdade de culto, seja perseguindo, seja favorecendo excessivamente certa confissão religiosa. Os símbolos são expressão de cultura e não ofendem o Estado laico. Nem os feriados, ou o Cristo Redentor, e nem a estátua de Têmis nas portas dos Tribunais”.

“A constituição americana foi a primeira a dispor sobre a matéria e diz o seguinte: "O Congresso não aprovará nenhuma lei relativa ao estabelecimento de religião ou que proíba seu livre exercício". Esse é o espírito da regra, proteger a liberdade de culto. Não visa a dar ao Estado uma faceta exclusivamente secularizada, despida absolutamente de suas raízes religiosas. Os símbolos, ainda que católicos, são cristãos e, a meu ver, nos interessam, pois mantém viva a lembrança que a nossa herança, inclusive quanto ao modelo de Estado, é cristã. Idéias como a democracia, dignidade da pessoa humana, solidariedade, etc., obviamente possuem fontes cristãs, e assinalar isso simbolicamente não implica qualquer prejuízo à regra do Estado laico.”

Falou. E eu acrescento:

O que não deve ocorrer num Estado laico são os benefícios do Estado à igreja de Roma em detrimento das demais. Em inaugurações públicas lá está o bispo diocesano, ou o padre da paróquia representando Roma, e por que não se convidam os líderes de outros grupos sejam estes evangélicos ou não? Os direitos devem ser estendidos a todas as religiões, sim, até àquelas de que não gostamos. O Estado que se diz laico, não poderia beneficiar este ou aquele grupo. Ou beneficia a todos, ou não leva ninguém para a inauguração. Se um bispo católico romano é convidado, todos os líderes que representam outras religiões daquela região devem ser convidados também.

As religiões têm seus símbolos religiosos. A cruz faz parte do cristianismo, assim como a espada e a meia-lua fazem parte da cultura islâmica e o martelo e a foice da religião comunista.

É bom que este tema seja levantado num momento em que o projeto de lei 1736/2009 estará sendo apreciado e votado pelo plenário.

No jornal Estado de São Paulo (11/08/2009) Gilmar Mendes declarou: “Se aprofundarmos essa discussão e formos radicais, vamos rever o calendário? Nós estamos agora no ano de 2009, que significa 2009 anos depois de Cristo. Vamos colocar isso em xeque? O próprio calendário, o sábado, o domingo, será revisto? A Páscoa, o Natal?”, questionou. “Muito daquilo que se diz que é algo religioso, uma expressão de símbolo religioso, na verdade é uma expressão da civilização ocidental cristã”, opinou.

Tem razão, neste ponto, o ministro, porque o calendário, os domingos, o Natal e a Páscoa têm origem na cristandade.

Mas, senhor ministro, se vivêssemos num Estado laico, como os ateus querem que vivamos, desapareceriam todos os feriados religiosos da nação, como o Natal, a Páscoa, o 2 de Novembro, o 12 de Outubro e outras datas em que se cultuam os santos católicos. É bom e ruim. Bom, porque prevaleceria o bom senso, e os verdadeiramente cristãos não precisariam se submeter a tais feriados. Ruim, porque seria a negação de uma cultura cristã, seja católica ou protestante.

Já pensou nisso? É aqui que o Estado deveria agir como laico – mas, a grande mentira é que se defende um Estado laico à parte do que é religioso, enquanto o próprio Estado continua a ser bem religioso – e a favor dos católicos romanos.

O Brasil deve ser laico sem favorecer a católicos, protestantes, budistas ou a quem quer que seja. O Brasil laico de hoje é uma farsa, uma grande mentira a céu-aberto.

É de se pensar.

Fonte: Pr. João A. de Souza Filho

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

6 Coisas que Não Te Impedirão de ir Para o Inferno

Por Bruno Domingues

Em dias de pregação de um falso evangelho onde , infelizmente, grande parte daqueles que se dizem cristãos estão sendo persuadidos por falsos mestres a crerem que da forma como servem a Cristo estão garantindo sua salvação, dias onde os homems querem salvar a si mesmos, dias onde o evangelho verdadeiro já não se é pregado e muito menos praticado no meio dito evangélico, senti a necessidade de publicar em meu blog um de meus semões que tenho pregado em algumas tribunas onde sou convidado a falar.

O que é o inferno e porque as pessoas temem ir para lá?…porque pouco se é pregado sobre ele?..quem o criou?… e quem será lançado neste lugar de tormento? A princípio para falarmos sobre esse assunto é necessário termos em mente que este lugar (o inferno)é real, e não é fruto de uma mente humana muito criativa, primeiro porque a doutrina do inferno é biblica(Sl 9.17)e segundo porque Jesus falou sobre ele( Mt 5.22) Esse já deveria ser um argumento esmagador contra aqueles que acreditam em um Deus que “ama” a todos ao ponto de não ter coragem de condená-los por toda a eternidade. Sim!!! o Homem longe de Cristo já está condenado!(Jo 3.18)

Em segundo lugar é importante sabermos que todo homem que vem a este mundo já está perfeitamente destinado ao inferno, a não ser que Cristo se compadeça dele e o salve! Essa é a doutrina da Depravação Total, ou seja, todo homem nasce completamente inimigo de Deus e sob sua fúria!..pode imaginar ser alvo das flechas venenosas da ira de Deus? Nem mesmo todo os exércitos desse mundo unidos se comparariam a tamanha destruição que a cólera de Deus pode provocar, agora imagine essa ira sobre uma unica pessoa,…..VOCÊ! Todo homem nasce imundo e cheirando mal as narinas de Deus, se não fosse assim não seria necessário Deus em Cristo ter morrido em nosso lugar, poderia ter sido qualquer outro, mas qualquer principiante em teologia sabe que o homem nasce com uma tatuagem em sua alma conhecida como “Pecado” que afasta o melhor homem desde mundo, tonando-o vil e podre aos olhos do Criador! Era isso que Paulo dizia aos irmãos romanos (Rm 3.1-20)

Terceiro, o inferno não é um lugar distante de Deus, essa idéia é uma idéia anti-biblica, o inferno é a consumação da ira de Deus…pois todos sabem que o diabo e ninguém nesse universo tem o poder de Criar qualquer coisa imaterial a não ser o Deus que é o Arquiteto do universo!!..logo, o inferno foi criado pelo próprio Deus para consumar sua ira sobre auqueles a quem Ele odeia!

Quarto, o Deus Soberano não sentirá nenhum tipo de arrependimento ao lançar alguns no inferno, essa falsa segurança de que Deus não terá coragem de o tal fazê-lo é oriunda do próprio Satanás que quer enganar os homens para que vivam no pecado e no engano de suas mentes corrompidas. Deus se sentirá realizado quando condenar os impios, porque a biblia diz que esses eram seus inimigos!!.. e estavam debaixo de sua ira!…acreditem os senhores ou não mas Deus os odiava!!(Rm 9.22)

Agora, após essas breves considerações, passarei a desmistificar algumas coisas nas quais alguns têm se “agarrado” para assim tentar aliviar suas consciências podres por saberem que estão desagradando ao Senhor dos Senhores….e por certo, nos corações dos eleitos de Deus, minhas palavras serão como bálsamo em feridas não cicatrizadas, proporcionando segurança em Cristo e certeza de sua eleição incondicional!

1-Obras. As obras têm sido o pricipal argumento daqueles que querem fugir da condenação do inferno. Acham que por fazerem coisas boas estão agradando a Deus, mas sabemos que qualquer obra longe de Cristo não possui valor algum muito menos salvifico, pois a Lei (obras) existiu justamente para isso, para anular todos os méritos humanos, provar para a humanidade que por nós mesmos estavamos completamente impossibilitados de aplacar a ira de Deus, ou seja, ninguém pode agradar a Deus pelo que faz, mas Crer é a unica forma de satisfazê-lo.(Ef 2.5-9)Não somos salvos pelas boas obras, mas sim para andarmos em boas obras as quais Deus de antemão preparou para que andassemos nelas. Se obras pudessaem salvar alguém, então também não seria necessário Cristo ter morrido por nós, bastaria comprarmos nossas salvação com nossa bondade!!!…Idiotice, Tolice!! Isso é impossivel!!!…estamos longe de conseguirmos agradar a Deus pelo que fazemos, pois se fizermos tudo que nos for mandado, ainda somos inúteis diante da Grandeza de Deus, somente se Cristo estiver em nós é que podemos ser salvos!!

2-Religião- Esse também tem sido uma grande desculpa para os ímpios enganarem a si mesmos com relação a sua eternidade, infelizmente muitos estão dentro do sistema religioso e estão longe de serem salvos…me escute por favor!!…seu Dizimo não pode te salvar!…seus comparecimentos nos ensaios da mocidade não pode salvá-lo!!..sua saia, seu terno..nada disso pode salvá-lo!…somente Cristo pode fazer isso!…Deus está vomitando o sistema religioso atual!…acham que porque alguém levanta a mão em culto de domingo e lhes dão o número de seu telefone e endereço para visita já podem dizer que ganharam uma alma para Cristo….. isso é mentira! Eu tenho odiado com todas as minhas forças a religião contemporânea, porque estão enganando as pessoas com relação a sua salvação! Veja a postagem que precede essa e verá porque a sua religião não pode salvá-lo e porque você deveria odiá-la também! A religião tem sido a entidade que mais afasta o homem de Deus, pois lhe dá uma falsa segurança quando na verdade o lança com impetuosidade o condenando ao inferno!

3-Dons Espirituais- O erro com relação aos dons também tem sido muito presente no Cristianismo atual, principalmente em meio aos pentecostais que facilmente são ludibriados com esse argumento satânico!…Muitos acham que porque falam em linguas estranhas e profetizam estão em paz e de bem com Deus, se esquecem que Paulo quando foi se referir a igreja de Corinto os chamou de Carnais (e todos nós sabemos que carnal não entra no céu ok?) mesmo os irmãos daquela igreja desfrutando dos nove dons do Espírito! Alguns acham que depois de pecarem é só dobrar seus joelhos e falar em linguas e este será o sinal da aprovação de Deus…MENTIRA, MENTIRA E MENTIRA!!..se você pensa assim está profundamente enganado! Está indo para o inferno com suas linguas estranhas meu querido leitor! Outros julgam a espiritualidade dos outros pelo uso demasiado dos dons..pois quanto mais ele revela mais ele é homem de Deus, quanto mais ele profetiza, mais ele é usado por Deus! TOMEMOS CUIDADO!!! MUITOS NAQUELE DIA DIRÃO: SENHOR, SENHOR NO TEU NOME NÓS PROFETIZAMOS, NO TEU NOME EXPULSAMOS DEMÔNIOS E CRISTO DIRÁ: NUNCA VOS CONHECI; APARTAI-VOS DE MIM, VÓS QUE PRATICAIS A INIQUIDADE.

4-Justiça- Outro engano ensinado pelos leigos é que o homem pode ser salvo se ele for justo, é um tipo de pseudo-santidade. Bom, acho que todo evangélico já encontrou um desses por ai, eles dizem: Eu não mato, não roubo, não adultéro e etc… Eles acham que isso pode salvá-los, mas como eu disse a princípio, mesmo que o homem pareça bonzinho, ele é IMUNDO, TOLO E INIMIGO DE DEUS..LOGO, ALVO DE SUA IMENSURÁVEL IRA!..Não há bondade alguma no homem, pois a bíblia diz que não há ninguém que faça o bem, não há um justo se quer e Isaias continua dizendo: Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam.(Is 64.6)

5-Crer na existência de Deus- Tiago afirma: Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.(Tg 2.19) Perceba como acreditar na existência de Deus não é suficiente para a salvação, pois isso até o demônio pode fazer! É necessário uma fé salvadora, a mesma que Paulo falou aos efésios como citado acima, aquela que é dom gratuito de Deus para nossa salvação em Cristo! Se acreditar em Deus fosse suficiente, então toda a humanidade praticamente seria salva, pois até os ditos ateus em si mesmo acreditam em Deus, se fazendo de tolos para granjear algum alívio de consciência e isso também nos faria ter que acreditar que o universalismo é bíblico e todos nós sabemos que muitos são chamados, mas poucos escolhidos…Ore para que Deus deposite essa fé em seu coração, pois se não considere-se reprovado!

6-Outros caminhos-Existe um ditado maligno por ai que diz que todos os caminhos levam a Deus, o que é uma grande mentira, pois a bíblia diz que há caminhos que para o homem parecem direitos, mas no final são caminhos de morte (Pv 16.25) e a bíblia também afirma que os caminhos do Senhor não são os nossos caminhos (Is 55.8-9)Só há um caminho que nos leve a Deus e seu nome é Jesus! Pois Ele mesmo afirmou: Eu sou O caminho a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai a não ser por mim!( Jo 14.6)Percebam que Jesus disse no singular, ou seja, O caminho e não os caminhos não é?….Logo, tentar enganar a si mesmo arrumando subterfúgios para se salvar é tolice,você estará na verdade condenando-se mais e mais, pois quem é sujo, suje-se mais ainda!

Soli Deo Gloria

Fonte: blog Vox Dei Via: Olhar Reformado

Adoração a Marca de uma Igreja Saudável


Por: Rubens Muzio

A igreja é uma comunidade escolhida e chamada para adorar a Deus. Em Apocalipse 4:9-12, os vinte e quatro anciãos "se prostram diante daquele que está assentado no trono e adoram aquele que vive para todo o sempre. Eles lançam as suas coroas diante do trono, e dizem: 'Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a gloria, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas'". A palavra grega empregada em Apocalipse 4 é proskuneo e denota o ato de inclinar-se ou prostrar-se em inferioridade, submissão e profunda reverência. A Igreja, enquanto estiver aqui na terra, é chamada por Deus a adorá-Lo, a unir-se aos anjos e aos santos na festa gloriosa (Hb 12:22-29).

Isso segue sua rica e vasta herança judaica. Lembremos que Moisés havia pedido ao faraó que liberasse o povo para que eles pudessem adorar ao seu Deus (Ex 5:1). É importante que esta ligação entre o Israel histórico e o novo Israel (igreja) de Deus seja estabelecida. Robert L. Saucy escreve:

Adoração é central na existência da igreja. As palavras do apóstolo Paulo de que Deus escolheu e predestinou como filhos, por meio de Jesus Cristo, "para o louvor da glória de sua graça (Ef 1:4-6), sugerem que o propósito último da igreja seja a adoração daquele que a chamou à existência. Pedro, da mesma forma, chama a igreja de sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo" (1Pe 2.5). Esta adoração envolve proclamação das "grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1Pe 2.9) (Saucy, ano, pág).


Mas o que significa adorar?
Recentemente, a adoração tem sido reduzida simplesmente a um período de hinos ou cânticos. Encontramos impressos nos programas de igrejas, por exemplo: Adoração (25 minutos – cânticos espirituais, coreografias, bandas), anúncios, a mensagem, etc. Uma das melhores definições encontra-se nos escritos de William Temple. "Adoração é uma consciência clara de sua santidade, nutrição da mente pela sua verdade, purificação da imaginação pela sua beleza, abertura do coração ao seu amor e submissão da vontade ao seu propósito. Toda esta junção acima da adoração é a maior das expressões de qual somos capazes" (William Temple, ano e pág). O que mais me impressiona nela é sua integralidade, sua totalidade. Na sua conversa com a mulher ao lado do poço, Jesus falou do dia em que a adoração não seria mais em um lugar específico com todos os seus rituais, mas seria realizada "em espírito e em verdade" (Jo 4:24). Adoração toca e transforma nosso relacionamento com Deus de forma integral, em suas várias dimensões: pensamentos, sentimentos, inclinações do coração, escolhas, vontade, e desejos. É submissão de toda a nossa natureza, de toda a nossa essência a Deus. A adoração exige um compromisso de fé e de total entrega de si mesmo para Deus.

Martinho Lutero disse de maneira tão simples que o propósito definitivo do louvor é que o povo "se reúna para ouvir e discutir a Palavra de Deus e então louve a Deus com canções e orações". Assim, a adoração é uma dualidade: revelação e resposta (White, 2000, p. 23). Clowney identifica três marcas da verdadeira adoração: "pregação", "oração" e "cântico" (Cloney, p. 129 – 136). Uma adoração significativa inclui a pregação da Palavra, oração – individual e coletiva - canções de louvor e adoração e a entrega de dízimos e ofertas. As Escrituras não dão uma definição exata de adoração, mas o significado pode ser determinado a partir dos termos empregados e de passagens que descrevem seu caráter. Na verdade, a essência da adoração pode ser resumida como "a entrega completa de si mesmo a Deus nas ações e atitudes da vida" (Rm 12:1,2). Irineu nos diz que "a glória de Deus é um ser humano completamente vivo. Nada glorifica Deus mais do que uma pessoa santificada; nada é mais eficiente para tornar uma pessoa santa do que o desejo de adorar a Deus" (Whyte, 2000, p. 24).

Entretanto, a adoração vem de Deus e retorna para Ele. A sua glória, amor e beleza levam Seu povo a dar-Lhe louvor. "Os céus declaram a glória de Deus" (Sl 19:1). Em adoração, entramos conscientemente na presença do Santo e Poderoso Deus. Ele e somente Ele é o único objeto da nossa adoração. Os serafins declaravam "Santo, santo, santo é o Senhor todo-poderoso", com asas cobrindo as suas faces (Is 6:1-3). Ele proíbe o seu povo de adorar ídolos (Dt 4:23-24) porque os adoradores de ídolos fazem todo o tipo de coisas repugnantes que o Senhor odeia, como queimar seus filhos e filhas no fogo em sacrifícios aos seus deuses. Apliquem-se a fazer tudo o que eu os ordeno; não acrescentem nem tirem coisa alguma (Dt 12:30-32), escreveu Moisés. Adoração começa com temor e reverência por parte do adorador por causa de quem Deus realmente é! Só Ele é digno. Ele é santo. Ele está presente na adoração, que começa com a contrição do coração antes de explodir em louvor. Durante a adoração, o foco é a nossa colocação diante da presença do Deus Santo. Temos uma visão da santidade de Deus e somos capacitados a ver o mundo através dos Seus olhos e a sentir compaixão pela humanidade decaída. Nossas posições e posses, ações e realizações não importam. Formas e estilos tornam-se secundários. Na adoração, é necessário haver formas equilibradas, porque Deus é o Deus da ordem e da liberdade, pois onde está o Espírito, ali há liberdade. Quanto à forma, é possível ser tão inflexível que a adoração se torne insípida. Quanto à liberdade, é possível haver confusão. Tanto a forma quanto a liberdade estão sujeitas à verdade de Deus.

Devido às particularidades das culturas e às preferências humanas, os padrões de adoração irão variar. A igreja não deve cair na armadilha da uniformidade. Ela deve permitir liberdade de espírito e mutualidade de respeito no que se refere à adoração. No entanto, ela também deve evitar as tendências narcisistas, intimistas, subjetivas e a horizontalização. Numa época da igreja eletrônica, shows da fé, coreografias high tech, modelos judaizantes, unções criativas de animais, forte entusiasmo e cânticos centrados no eu, devemos lembrar que a Confissão de Westminster oferece um bom princípio, especificamente para a adoração:

O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é limitado pela sua própria vontade, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções do homem, ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (Confissão de Fé de Westminster, XXI.1.).

Na adoração, o povo de Deus declara a sua própria história sagrada. Através da adoração os cristãos vivem a sua história sagrada e comemoram os eventos de salvação na história. Nestes momentos, "o próprio Cristo está presente e atua através da igreja, a sua eclesia, enquanto ela atua com ele" (Whyte, 2000, p. 25). O que Cristo fez no passado "é dado novamente ao adorador para que ele experimente e se aproprie disto no presente. É uma forma de se viver com o Senhor. A igreja apresenta o que Cristo fez através da revivificação que a congregação adoradora faz destes eventos." (Whyte, 2000, p. 25). Ao fazer assim, a igreja preserva a história de Deus e a coloca na memória da próxima geração. Através da adoração, indivíduos são moldados e tomam a forma de um determinado povo – o povo do reino – que é chamado e equipado para manifestar a vida dentro da esfera do governo gracioso e libertador de Deus.

A Bíblia diz que o povo não deve se apresentar diante de Deus com suas mãos vazias. Eles devem ofertar do seu tempo – naquele que é o primeiro dia da semana. Jesus "no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume" (Lc 4:16). O contexto sugere que "ele participava da adoração ali" (Kuiper, p. 346). O escritor de Hebreus advertia os seus leitores a que não deixassem de reunir-se em assembléia (Hb 10:25). Os cristãos devem ofertar de suas energias, tempo, dons, talentos, etc. O povo é chamado para celebrar a Deus e a sua nova vida Nele. Eles devem relembrar com gratidão que é Deus quem concede todas as coisas das quais desfrutam. Como povo de Deus, eles são parceiros de Deus na execução da Sua missão no mundo. Os crentes devem ofertar dos seus talentos, o seu melhor para o Senhor.

Fonte: Sepal

Um evangelho digno de morrermos por ele


Por Charles Spurgeon

Extraído de um sermão pregado na manhã de 12 de agosto de 1883.

“Para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (Atos 20.24)

Paulo disse que, em comparação com o seu grande propósito de pregar o evangelho, não considerava sua vida preciosa para si mesmo; mas temos certeza de que Paulo valorizava a sua própria vida. Como todo homem, ele tinha amor pela vida e sabia que sua própria vida era importante para a igreja e a causa de Cristo. Certa vez Paulo disse: “Por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne” (Fp 1.24). Ele não estava cansado da vida, nem era uma pessoa tola que tratava a vida como fosse algo que podia lançar fora nos esportes. Paulo valorizava a vida, visto que valorizava o tempo, que constitui a vida, e usava de modo prático cada dia e hora, “remindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.16). Apesar disso, Paulo falou aos presbíteros da igreja de Éfeso que não considerava a sua vida preciosa, em comparação com o dar testemunho do evangelho da graça de Deus.

De acordo com o versículo que ora consideramos, o apóstolo considerava a vida como uma carreira que tinha de realizar. Ora, quanto mais rapidamente corrermos, tanto melhor será a carreira. Com certeza, a extensão não é o alvo desejado. O único pensamento de um corredor é como ele pode alcançar mais rapidamente a marca de chegada. Ele menospreza o solo; não se preocupa com o percurso, exceto com o fato de que aquele é o caminho pelo qual ele tem de correr para atingir seu objetivo. A vida de Paulo era assim. Todo o vigor de seu espírito estava concentrado na busca de um único objetivo, ou seja, dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E a vida que Paulo tinha aqui embaixo era valorizada por ele somente como meio para atingir seu objetivo.

Paulo também considerava o evangelho e seu ministério de testemunhá-lo como um depósito sagrado que lhe fora confiado pelo próprio Senhor. Paulo via a si mesmo como aquele a quem o evangelho fora confiado (cf. 1 Ts 2.4) e resolvera ser fiel, embora isso lhe custasse a vida. Diante dos olhos de sua mente, Paulo via o Senhor tomando em suas mãos traspassadas o cofre precioso que continha a jóia celestial da graça de Deus e dizendo-lhe: “Eu o redimi com meu sangue, eu o chamei por meu nome; agora confio esta coisa preciosa às suas mãos, para que você cuide dela e guarde-a até com o seu próprio sangue. Eu o comissiono a ir por todos os lugares, com meu substituto, para fazer conhecido a cada pessoa, debaixo do céu, o evangelho da graça de Deus”.

Todos os crentes ocupam um lugar semelhante ao de Paulo. Nenhum de nós é chamado ao apostolado, nem todos somos chamados à pregação pública da Palavra de Deus. No entanto, somos todos encarregados de sermos ousados em favor da verdade, na terra, e de batalharmos diligentemente pela fé que uma vez foi entregue aos santos. Oh! que façamos isso no mesmo espírito do apóstolo dos gentios! Como crentes, somos chamados a algum tipo de ministério. Isso deve fazer de nossa vida uma carreira e uma causa que nos levem a considerar-nos guardiões do evangelho, assim como um soldado que porta as insígnias de um regimento se considera obrigado a sacrificar tudo em favor de sua preservação.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Por que muitos pregadores e cantores estão priorizando as teorias de Augusto Cury?


Folheie um livro de autoajuda do respeitado psiquiatra, cientista e autor de best-sellers Augusto Cury e você descobrirá de onde vem a inspiração para mensagens da moda, pregadas ou cantadas, como “Ouse sonhar”, “Seja um sonhador”, “Sonhador não morre”, “Não desista dos seus sonhos”, etc.


Segundo as teorias do acadêmico Augusto Cury, um sonhador não precisa de Deus, necessariamente. Basta sonhar. “Se os seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.11). Ou seja, tudo gira em torno da capacidade de sonhar.

A Palavra do Senhor, entretanto, mostra que a vontade de Deus está acima dos nossos sonhos, ainda que não seja pecado ter projetos e desejos. José, que é um dos personagens mais citados pelos pregadores de autoajuda, nunca sonhou — de olhos abertos — que seria o governador do Egito, mas recebeu Ajuda do Alto, sendo conduzido a tal posição.

“Nunca desista dos seus sonhos”, diz Cury. Mas isso não vale para o salvo. Se for preciso desistir de projetos, ainda que sejam bons, a fim de agradar a Deus, devemos fazer isso. Davi e Paulo, por exemplo, abandonaram seus excelentes sonhos (planos), para cumprir a prioritária vontade do Senhor (2 Sm 7; At 16.6-10). Afinal, “Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR, a resposta da boca” (Pv 16.1).

É claro que podemos sonhar de olhos abertos! Mas sabemos que o nosso Deus pode nos abençoar além do que sonhamos. Não é isso que está escrito em Efésios 3.20? “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”.

As teorias de Augusto Cury fundamentam-se na valorização das potencialidades humanas, e não na dependência do poder de Deus (1 Pe 5.6; 2 Co 4.7). Veja: “Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhãs não terão orvalho, sua emoção não terá romances” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.11).

Na verdade, os sintomas enumerados por Cury são de pessoas que não têm a certeza da salvação através de Jesus Cristo! Afinal, foi Ele mesmo, o Senhor, quem falou: “sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5). Sem Ele, os melhores sonhos são insuficientes para nos tornar feliz.

Cury também afirma: “A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos transforma milionários em mendigos. A presença de sonhos faz de idosos, jovens, e a ausência de sonhos faz dos jovens, idosos” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.12). Será que os milhões de miseráveis, que vivem sobretudo no continente africano, não sonham?

O aludido cientista ignora que o que pode fazer uma pessoa verdadeiramente feliz é o Senhor Jesus habitando a sua vida (Jo 14.23). “Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.12).

É claro que a uma pessoa que não conhece o Senhor Jesus as teorias de Augusto Cury parecerão um achado, uma grande descoberta. Mas não se justifica o fato de os pregadores e cantores (e seus compositores) — que se dizem seguidores do Senhor Jesus — abraçarem a autoajuda, ignorando que, para o salvo, a Ajuda do Alto é muito mais valiosa e prioritária. Não sabem eles que é o Senhor quem renova as nossas forças (Is 40.38-40) e dirige os nossos passos (Sl 37.23), ao contrário do que afirma Cury?

Por que vários pregadores e cantores insistem trocar a Ajuda do Alto pela autoajuda? Das duas, uma: ou eles ainda não entenderam o que é o evangelho (e, nesse caso, são eles salvos, verdadeiramente?); ou estão enganando o povo de Deus por causa da avareza (2 Pe 2.1-3). Afinal, a autoajuda é imediatista, antropocêntrica, e seus conceitos, agradáveis aos ouvidos (2 Tm 4.1-5).

É triste, mas as principais celebridades evangélicas — pregadores e cantores — não querem saber da cruz de Cristo e seus auspiciosos e maravilhosos efeitos. Preferem o jargão da autoajuda, que gira em torno de sonhos que jamais vão morrer, mudança de história, vitória com sabor de mel ante a vergonha dos desafetos, etc.

Não há dúvidas de que a maioria das pessoas valoriza mais bordões da moda, como “Acredite nos seus sonhos”, do que esta verdade eterna: “Entregue o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37.5). Mas não nos esqueçamos do que está escrito em Tito 2.1: “Tu, porém, fala o que convém a sã doutrina”.

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi


Deus Sempre Responde à Oração?


Por A. W. Tozer

Contrariamente à opinião popular, o cultivo de uma psicologia da crença acrítica não é um bem incondicional e se levado longe demais, pode tornar-se positivamente um mal: O mundo inteiro caiu estupidamente nas arapucas do diabo, e a arapuca mais mortal é a religiosa. O erro nunca parece tão inocente como quando se acha no santuário.

Um campo em que armadilhas aparentemente inofensivas, mas de fato mortais, aparecem em grande profusão é o da oração. As doces noções sobre oração existentes são tantas que não caberiam num volumoso livro, todas elas erradas e sumamente prejudiciais às almas dos homens.

Penso agora numa dessas falsas noções que se acha muitas vezes em locais aprazíveis, em sorridente consórcio com outras noções de inquestionável ortodoxia. É a de que Deus sempre responde à oração. Este erro aparece entre os santos como uma espécie de terapia filosófica para todos os fins, para impedir que algum cristão decepcionado sofra um choque forte demais quando se evidencia que as suas expectativas, calcadas na oração, não se estão cumprindo. Dá-se a explicação de que Deus sempre responde à oração, seja dizendo Sim, seja dizendo Não, ou substituindo o favor desejado por alguma outra coisa.

Ora, seria difícil inventar um artifício mais bonito que esse para salvar a situação do suplicante cujos pedidos foram negados por sua desobediência. Assim, quando uma oração não é respondida, ele só tem de sorrir vivamente e explicar: “Deus disse Não”. Isso tudo é muito cômodo. Sua hesitante fé é salva de confusão e permite que sua consciência minta tranqüilamente. Mas eu pergunto se isso é honesto.

Para receber-se resposta à oração, como a Bíblia emprega o termo e como historicamente os cristãos o tem entendido, dois elementos precisam estar presentes: (1) Um claro pedido feito a Deus, de um favor específico. (2) Uma clara concessão desse favor, feita por Deus, em resposta ao pedido. É preciso que não haja nenhum desvio semântico, nenhuma troca de rótulos, nenhuma alteração do mapa durante a viagem empreendida para ajudar o embaraçado turista a encontrar-se a si mesmo.

Quando nós dirigimos a Deus a petição de que Ele modifique a situação em que nos achamos, isto é, de que Ele responda a oração, precisamos preencher duas condições: (1) Devemos orar segundo a vontade de Deus e (2) devemos estar naquilo que os cristãos à moda antiga muitas vezes chamam de “território da oração”; isto é, devemos estar vivendo de modo agradável a Deus.

É vão pedir a Deus que aja de maneira contrária aos Seus propósitos revelados. Para orar com confiança, o peticionário deve assegurar-se de que a súplica se enquadra na livre vontade de Deus quanto ao Seu povo.

A segunda condição também é de vital importância. Deus não se pôs na obrigação de acatar pedidos de cristãos mundanos, carnais ou desobedientes. Ele só ouve e responde às orações dos que andam em Suas veredas. “Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável… Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (1 João 3:21, 22; João 15:7).

Deus deseja que oremos e deseja responder às nossas orações, mas Ele faz o nosso uso da oração como privilégio, fundir-se com o Seu uso da oração como disciplina. Para recebermos respostas à oração precisamos cumprir os termos de Deus. Se negligenciarmos os Seus mandamentos, as nossas petições não serão levadas em consideração. Ele somente alterará situações à solicitação de almas obedientes e humildes. O sofisma, Deus-sempre-responde-às-orações, deixa sem disciplina o homem que ora. Pelo exercício desta peça de lisonjeiro casuísmo, ele ignora a necessidade de viver sóbria, justa e piedosamente neste mundo, e de fato entende a peremptória recusa de Deus a responder sua oração como sendo a própria resposta. É natural que tal homem não cresça em santidade; que nunca aprenda a lutar e a esperar; que nunca saiba o que é ser corrigido; que nunca ouça a voz de Deus, convocando-o para ir avante; que nunca chegue ao ponto em que estaria moral e espiritualmente apto para ter respondidas as suas orações. Sua filosofia errônea o arruinou.

Por isso exponho a má teologia em que se firma a sua má filosofia. O homem que a aceita nunca sabe onde está; nunca sabe se tem a verdadeira fé ou não, pois, se o seu pedido não é atendido, ele evita a conclusão certa com o artifício de declarar que Deus fez girar a coisa toda e lhe deu outra coisa. Ele não se sujeitará a atirar num alvo, de modo que não se sabe se é bom ou mau atirador.

De certas pessoas Tiago diz claramente: “… pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” Dessa breve sentença podemos aprender que Deus rechaça alguns pedidos porque aqueles que os fazem não são moralmente dignos de receber a resposta. Mas isto nada significa para aquele que foi seduzido pela crença em que Deus sempre responde à oração. Quando um homem desses pede e não recebe, faz um passe de mágica e identifica a resposta com alguma outra coisa. A uma coisa ele se apega com grande tenacidade: Deus nunca manda ninguém embora, mas invariavelmente atende todos os pedidos.

A verdade é que Deus sempre responde à oração que se harmoniza com a Sua vontade revelada nas Escrituras, contanto que aquele que ora seja obediente e confiante. Além disto, não nos atrevemos a ir.

A.W.Tozer.

Extraído: Homem – Habitação de Deus – A. W. Tozer – Editora Mundo Cristão.

Fonte: Blog Fé Reformada

Somos gratos pela dor?



“Quem não foi ferido, zomba de cicatrizes”. (William Shakespeare)

Poucos são os que têm coragem de aprender com a dor. A sociedade moderna conspira contra qualquer tipo de dor. Ao menor sinal dela, temos um impressionante número de remédios para silenciá-la. Falta-nos o aprendizado que vem do gemido. Duas guerras mundiais, imagens bizarras, grotescas, doenças como “heranças” de nossas peripécias científicas, e, mesmo assim, ainda não paramos para ouvir os alarmes dessa professora do existir.

As lições da dor são as mais incríveis e intensas. Com a crise, aprendemos a dolorosa lição do limite: não somos perfeitos! Temos a consciência de que não é o fato de cobrar de mim o desempenho industrial de uma máquina que me transformará num ser robotizado. Preciso aprender a escutar o grito abafado do meu corpo clamando por uma noite de sono, um abraço ou um pedaço de pão.

Com a dor, aprendemos a amarga lição da decepção: nem todo mundo é digno de minha confiança. Serei traído – se não pelos outros, por mim mesmo – terei sempre de lembrar do conselho de Sócrates: “sê fiel a ti mesmo, e não poderás ser falso com ninguém”. Decepções ensinam a preservação dos que merecem um lugar em meu carinho. Ensinam que preciso fazer uma leitura humana que vá além das faces propostas, configuradas e belas. Ensinam o quanto é preciso um amigo.

Com a dor, aprendemos a sagrada libertação das verdades da alma: os grandes poetas, artistas, músicos, libertavam-se em tempos de crise. Atormentados pela dor produziram pérolas da interioridade artística. Poesias tinham como matéria-prima as lágrimas e os olhos vermelhos. Pinturas e esculturas nasceram após noites monstruosas de delírio e solidão. Músicas esplêndidas surgiram de soluços inexprimíveis. Ideias fascinantes foram produtos de indivíduos à beira de um colapso nervoso. A lagarta precede a borboleta fascinante.

Águias que voam também precisam pousar. Quando assimilamos as lições magníficas da dor, entendemos o chão do pouso não mais como o terreno frio das prostrações e frustrações, mas como o lugar maravilhoso do descanso. Em cada novo bater de asas, incríveis sensações. Novos horizontes se abrem para os que entendem que voar é sempre arriscado. Mas também é apaixonante!

Revolucionar a dor é sorrir do próprio fracasso. É enxugar as lágrimas, respirar fundo. Levantar-se do chão da inércia. Dizer a si mesmo que a história se faz caminhando, cruz-ando fronteiras. É torcer o pescoço da melancolia. Espancar a autocomiseração. É compreender o jogo da vida – e surpreendê-la. Poder dominar as garras da angústia e entoar o hino dos humanos.

Depois das tempestades, o ar é mais puro. Depois da longa noite, a manhã invade o calendário. Depois da dor, o abraço quente da certeza feliz de que é bom começar de novo. Agradeça às suas dores, pois, em cada uma delas, somos vence-dores! “A dor é a marca da mortalidade”.

(Dr. Paul Brand)

Até mais...

Alan Brizotti

Sou Contra o "Avivamento"


Avivamento. Como se tem falado disso nos últimos anos no Brasil. Uma bela palavra, mas que com o uso banalizado tem corrido o risco de se perder o seu sentido original. É interessante que no EUA antigamente era comum se usar este termo para referir-se a uma espécie de cruzada evangelística, que em alguns contextos eclesiásticos era chamado de avivamento (Revival) .

Este costume gerou algumas situações pitorescas, como estas citadas por Stott, quando um pastor disse a um outro colega: -“ Na semana passada tivemos um avivamento aqui na igreja, mas ninguém foi avivado”. Ou como a daquela igreja que colocou uma placa na porta da frente dizendo: “Todas as quartas avivamento aqui”.

Será que esta experiência não tem se repetido também aqui entre nós? Por isso afirmo que sou contra o “avivamento”, mas não o avivamento que desce do céu, que se manifesta pela vontade soberana de Deus e impacta integralmente as vidas por ele tocadas. Listo abaixo algumas características do tipo de “avivamento’ diante do qual sou radicalmente contra.

Sou contra um “avivamento” sem conversão genuína.

Avivamento de verdade produz conversões, e geralmente estas ocorrem em massa, mas são conversões reais, reveladas em vidas radicalmente transformadas pelo poder de Deus. Ateus, blasfemadores, religiosos formais e inconversos, em fim, em toda classe de pecadores, almas são colhidas e o reino de Deus é ampliado de verdade.

Não ocorre apenas uma mudança de pasto ou redil onde ovelhas de uma comunidade migram para outras e apenas isso. Avivamento não e apenas arrumação de gente, mas acréscimo verdadeiro ao reino através de novas almas convertidas.Avivamento sem mudança de vida não é avivamento é só agitação humana ou engano demoníaco.

Sou contra um “avivamento” sem angústia pessoal pelo próprio pecado e o da sociedade.

Avivamento genuíno produz angústia, um santa angústia em relação ao seu próprio pecado e o da sociedade em que estamos inseridos. Não há como se falar em um real avivamento se isso não acontece. Se este pretenso avivamento produz apenas cristãos ávidos (ou avivados) por consumir, adquirir e sentir, pode ocorrer tudo ai, menos um avivamento bíblico.Sem arrependimento e quebrantamento por pecados pessoais e coletivos não se pode falar em um verdadeiro avivamento.

Sou contra um “avivamento” sem o florescimento da misericórdia e do amor.

Um avivamento genuíno é uma obra de Deus e onde Deus age há amor e misericórdia envolvidos de alguma forma. Como falar que vidas estão sendo renovadas em seu relacionamento com Deus e em sua jornada com Cristo pelo poder do Espírito se não há nessas vidas e comunidades uma expressão visível do manifestar do amor, da graça e da misericórdia do Deus que estamos declarando estar mais perto de nós neste tempo de avivamento? É uma pecaminosa contradição.Por isso reafirmo não acredito em avivamento sem amor e misericórdia manifestos.

Sou contra um “avivamento” sem um renovado interesse pelas Escrituras.

Avivamento sem Bíblia é tudo menos avivamento espiritual, pois a Bíblia é o norteador, o referencial que nos aponta a direção divina que permeia toda a sua ação entre nós. Sem este referencial ficamos ao sabor de nossas próprias experiências, sentimentos e perspectivas, o que se tratando de algo tão fundamental torna-se bastante perigoso. Um verdadeiro avivamento aproxima mais o povo à Bíblia, leva o povo de volta as Escrituras. Por isso reafirmo um avivamento sem Bíblia é espúrio, irreal e perigoso.

Sou contra um “avivamento” sem um impacto verdadeiro na sociedade.

Um avivamento que não transcenda para a sociedade extramuros da igreja não pode ter o selo de um avivamento genuíno. Quando Deus opera na vida do seu povo isso chega a sociedade de forma viva, intensa e relevante. Por isso falar de um avivamento que ocorre em um gueto e ali permanece não é o que Deus nos mostra nas Escrituras e na história da igreja.Nações já foram impactadas pelo mover de Deus no meio do seu povo e isso sim precisa ocorrer novamente, pois um avivamento que não influencie de verdade a sociedade em que estamos inseridos não é avivamento bíblico.

Sou contra um “avivamento” sem busca de santidade ética, pessoal e coletiva.

Avivamento verdadeiro gera santidade verdadeira. É triste constatar que em muitos meios onde se propaga o tema do avivamento vemos muitos atos antiéticos sendo corriqueiros e o que é ainda pior, não sendo reconhecidos como tal. Sem a manifestação de uma santidade ética tanto pessoal como coletiva não se pode falar na manifestação de um avivamento verdadeiro. Sempre que Deus opera com profundidade na vida do seu povo seu povo volta-se em santidade a presença do Senhor e isso se torna um marco pessoal e coletivo. Um avivamento que não demonstre este tipo de santidade integral não pode ser chamado de avivamento.

Sou contra um “avivamento” que não conduz ninguém a maturidade.

Avivamento que não conduz a maturidade é algo estranho, pois se pensarmos no avivamento como um agir do Senhor, este naturalmente deverá nos conduzir a um processo de aprofundamento de nosso entendimento da vida a partir da perspectiva de Deus. Se isso não ocorre não há avivamento, pois Deus não vai trabalhar para nos tornar infantilizados e superficiais.

Avivamento que só produz criancices e esquisitice vazia é incongruente com o caráter e o agir do Senhor, ainda que o agir do Senhor muitas vezes fuja do lugar comum e do convencional.Torna-se mais maduro envolve conhecer melhor a Deus, e se um pretenso avivamento não produz isso não pode ser conhecido como tal.

Sou contra um “avivamento” sem vida.

Este é o contra-censo dos contra-sensos, pois como falar de um avivamento ou reavivamento que é exatamente o infundir de uma nova vida no coração e na alma do povo do Senhor se essa nova vida não é demonstrada de forma alguma, ou se apenas o emocionismo e as palavras de ordens superficiais, mas de grande impacto emocional regem este chamado avivamento.

Avivamento real traz nova vida, novo brilho, um novo frescor é como se a vida nova dos céus estivesse sendo infundida novamente em corpos inertes. Não é algo superficial é algo que marca para sempre a vida daqueles que podem passar por esta experiência, cuja história nunca mais será a mesma depois de viverem um verdadeiro avivamento. Avivamento sem vida é um arremedo para não dizer uma triste piada.

Concluindo, temos de desejar, clamar e até esperar, se aprouver a Deus, que ele derrame sobre nós uma verdadeira “chuva” que regue os campos secos dos corações frios e insensíveis de cristãos e não cristãos, que traga o mover soberano de Deus na forma de um avivamento genuíno com todos os verdadeiros frutos a ele relacionados.

Mas temos de ser sóbrios, temos de resistir e rejeitar os avivamentos banalizados, os avivamentos distorcidos, os avivamentos de mentira, os avivamentos que não alcançam a família, o trabalho, a sociedade em todas as suas dimensões e as relações intra e inter pessoais. Sou contra o avivamento que não aviva ninguém. Sou contra o avivamento se este tipo de engano for assim denominado.

Ednilson Correia de Abreu

Pastor da PIB em Ecoporanga-ES