terça-feira, 18 de junho de 2019

A Igreja Verdadeira


Por Pr. Roque Lopes de Carvalho Filho

Introdução

Com tantas igrejas existentes, cria-se uma dificuldade: Qual igreja seguir e em qual acreditar? Quem "pegar o bonde da salvação errado, vai desembarcar no céu errado"? Muitas têm características da igreja verdadeira, mas só com objetivo de atrair as pessoas. A igreja verdadeira não é caracterizada pela prática de expulsão de demônios ou pelo uso do nome de Jesus. Há igrejas que até usam o nome de Jesus, expelem demônios em seu nome, mas ele não as reconhece (Mateus 7.22-23). Há elementos fundamentais que não podem faltar a uma igreja verdadeira. Vejamos alguns.

Serve ao Deus verdadeiro

Os hindus creem em cerca de 300 milhões de deuses. Adoram macacos, elefantes, vacas, cobras e até ratos. Embora se creia na existência de muitos deuses, que elementos os tornam verdadeiros? O apóstolo Paulo disse aos coríntios:

"Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também" (I Coríntios 8.5-6 ACF1).

Não é somente a letra maiúscula que define um Deus verdadeiro, é a sua natureza (Gálatas 4.8). Um Deus verdadeiro não tem princípio nem fim (Gênesis 21.33). É o criador de todas as coisas (Salmo 102:25) (Isaías 44.24; 45.18). É único (Deuteronômio 6:4) (Isaías 44.6; 46.9). Ele sabe todas as coisas (Isaías 44.7-9). Ele não se deixa manipular através de imagens (Êxodo 20.3-5) (Salmo 115.3-10). Não é uma energia ou uma força impessoal, ele é uma pessoa e se comunica com seu povo (Gênesis 9.8;12:1) (2 Crônicas 7.14). Conhece profundamente o homem (Hebreus 4:13). Um "Deus conosco" (Mateus 1.23), presente entre o seu povo. Que se manifestou em carne, e se fez homem (João 1.14). Só restará um Deus no universo (Jeremias 10.11), o Deus que se manifestou a Israel (Deuteronômio 7.6), e que foi revelado por Jesus Cristo (João 17.3-6).

Tem a escritura verdadeira

Conta-se que o filósofo francês Voltaire (1694-1778) teria afirmado que a Bíblia, cem anos após a sua morte, seria um livro esquecido, ultrapassado, e empoeirado em todas as estantes em que estivesse. Antes que se completassem os cem anos de sua morte, na casa em que ele residia, abriu-se uma editora de Bíblias. Voltaire não conhecia a Bíblia, pois ela diz:

"Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão" (Mateus 24.35).

São palavras verdadeiras (João 17.17), de um Deus verdadeiro (I João 5.20). A Bíblia é divinamente inspirada (2 Timóteo 3.16-17) (2 Pedro 1.20-21). Ela mergulha profundamente dentro do homem com eficácia, discernindo todo o seu interior (Hebreus 4.12). Nela o homem deve meditar de dia e de noite (Josué 1:8) (Salmo 1.2).

Vale a pena ressaltar que alguns céticos, tentando denegrir as palavras da Bíblia, têm afirmado pejorativamente: "Lembrem-se, a Bíblia foi escrita por homens"! Citando as palavras do pastor Paulo Romero, respondemos: "E vocês queriam que fosse escrita por um cavalo?" Deus usou o que era mais óbvio, o homem, ser inteligente e capaz. E a escrita, comum a todos os povos, o meio prático de que sua Palavra passaria de geração a geração (Deuteronômio 6.6-9).

Tem o Messias verdadeiro

Muitos homens têm vindo ao mundo afirmando que foram enviados por Deus ou foram tidos como deuses: Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio, reverendo Moon, Yuri Tais, e tantos outros. Dizem-se portadores de uma mensagem divina. São eles messias verdadeiros? O que dizem veio de um Deus verdadeiro? quais as credenciais de um verdadeiro messias? Vejamos algumas: O reconhecimento do próprio Deus (Mateus 3.17) (1 João 5:9), profecias se cumpriram a seu respeito (Isaías 7.14; 9:6; 11.1-5;53:1-7), a natureza de sua missão (Lucas 4.14-21), os poderes que possui (Lucas 7.12-15), a autoridade que tem (Mateus 7.29), a capacidade de aproximar o homem de Deus (João 1:29) (1 João 1.7), a capacidade de vencer a morte (Lucas 24:1-6), de perdoar pecados (Lucas 5.20), sua origem celestial (João 3.11-13).

Napoleão Bonaparte, francês que tentou conquistar o mundo, disse o seguinte sobre Jesus: "Eu tive um reino que desmoronou rapidamente. Onde estão os meus seguidores? Onde estão aqueles que vinham aprender as minhas palavras? Onde estão os impérios que se ergueram na humanidade: babilônios, assírios, gregos e romanos? Todos acabaram assim como o meu. Mas Jesus Cristo ergueu um reino que já dura quase dois mil anos, e não terá fim". Jesus dividiu a história, e sem ele a história é incompreensível. Ele é Senhor, Rei e Deus (Apocalipse 17:14) (Tito 2.13). O Messias verdadeiro traz em suas mãos as chagas deixadas pela cruz, na qual morreu para salvar todo aquele que nele crê (João 20.24-29) (Colossenses 2.13-17). Jesus Cristo é o Messias verdadeiro, todos os outros são falsos (Mateus 24.24). "Jesus não é maior do que Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio, Kardec, ou qualquer outro, Jesus é incomparável".

Tem a Mensagem verdadeira

Conta-se que um menino de cinco anos estava no gabinete de seu pai fazendo-lhe várias perguntas. O pai, não conseguindo trabalhar, pegou um mapa com todos os países do mundo e recortou-os um por um, pedindo ao menino que os levasse para seu quarto e os colocasse em ordem. Não demorou cinco minutos e o menino já estava de volta com o mapa montado. O pai, espantado com a rapidez do menino, perguntou-lhe como havia montado tão facilmente o mapa. O Menino respondeu: "Havia um homem desenhado do outro lado, do tamanho do mapa, depois que coloquei o homem em ordem, vi que tinha colocado o mundo também". Só há uma forma deste mundo se tornar melhor, é mudar o ser humano, e a Bíblia é o livro que tem esta proposta(João 2.25) (1 Coríntios 15.1-4). A mensagem verdadeira é baseada na graça de Deus, arrependimento de pecados, não em méritos humanos. (Atos 17.30) (Efésios 2.8-9). É uma mensagem de salvação e vida eterna (Atos 16.29-31) (João 3.16). Infelizmente esta mensagem tem sido distorcida, e muitas pessoas já não se aproximam mais de Jesus pela cruz (João 12.32-33), mas por interesses pessoais. Várias tendências teológicas têm surgido, distorcendo a verdadeira mensagem da salvação: unção do riso, vômito do Espírito, maldição hereditária, regressão, dente de ouro, teologia da prosperidade. Vale a pena ressaltar que para tudo se encontra uma passagem bíblica. O chavão é: "Está na Bíblia". Satanás usou esta técnica com Jesus quando lhe disse: "...lança-te daqui abaixo; porque está escrito..." (Mateus 4.6). E citou para Jesus o Salmo 91.11-12, para que Jesus se atirasse do pináculo do templo, afirmando que os anjos do Senhor não o deixariam cair. Jesus respondeu a Satanás: "Também está escrito: Não tentarás ao Senhor teu Deus" (Mateus 4.7). Jesus usou o texto de Deuteronômio 6.16 para mostrar a Satanás que não basta apenas usar da autoridade da Bíblia em textos isolados, ela é um todo, e interpreta-se a si mesma. Apesar de todas as circunstâncias a Bíblia continua e continuará sendo o único livro verdadeiro e digno de confiança.

Tem um povo verdadeiro

Adolf Hitler quase destruiu o mundo porque achava que os alemães eram uma raça pura, superior e que só eles deveriam mandar e governar o planeta, mas os seus ideais não permaneceram. Os judeus foram considerados para Deus um povo especial, o qual ele escolheu para se manifestar (Deuteronômio 7.6). Hoje, o povo de Deus não é caracterizado pela raça, etnia, mas por ter nascido de novo (João 3.3-8). É um povo chamado e escolhido por Deus, mediante Jesus Cristo (Gálatas 3.28) (Romanos 9.21-25) (Romanos 9.27-33), que recebeu Jesus como Salvador, tornando-se filho de Deus (João 1:12). Esse povo busca as coisas de Deus (Colossenses 3.1-3) é templo do Deus verdadeiro (1 Coríntios 3.16), anda nos passos de seu Redentor(Colossenses 2.6-7), e espera a sua volta (Atos 1.11) (1 Tessalonicenses 4.16-17). Deus tem tolerado a maldade do mundo somente por causa deste povo (Mateus 24.22). É um povo selado pelo Deus verdadeiro (Efésios 1.13). É importante que se tenha em mente que a igreja é composta de pessoas imperfeitas: A igreja não é um museu para santos, mas um hospital para doentes. Jesus disse que não veio chamar justos ao arrependimento, mas pecadores (Mateus 9.12). Obviamente, espera-se que as pessoas que compõem a igreja sejam transformadas em seu viver, mas elas ainda não atingiram a perfeição.

Conta-se que uma irmã, insatisfeita com sua igreja, teria chegado para o seu pastor e lhe dito: "Estou à procura de uma igreja perfeita, com um pastor perfeito, diáconos perfeitos, ministro de música perfeito, regentes perfeitos, professores perfeitos, e membros perfeitos". O pastor lhe respondeu: "O dia em que irmã encontrar, por favor, não entre, senão a irmã vai estragá-la."

Conclusão

Alguém já disse: "Se a igreja não fosse de Deus os homens já teriam terminado com ela". Deus criou todas as coisas, e teve o bom gosto de criar tudo em ordem e perfeito. Mas o homem tem o poder de estragar tudo. A igreja foi criada por Jesus, que se entregou por ela (Efésios 5:25), ela é a noiva, bela, bonita e perfeita, e ele virá buscá-la (Apocalipse 19:7). Esta é a igreja verdadeira. Você é parte dela? Sua igreja tem estas marcas?

1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, exceto quando houver sido especificado em contrário.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

A Justificação pela Fé (Sobre a Dupla Imputação)


Por David S. Steele e Curtis C. Thomas 

A. O Significado de “Imputação”.

Imputar algo a uma pessoa significa pôr esse algo em sua conta (creditar) ou contá-la entre as coisas que lhe pertencem - ser-lhe creditado, e o que lhe é imputado passa a ser legalmente seu; é-lhe contado como sua possessão. Imputar significa contar, creditar, atribuir.

“Enquanto se faz referência ao significado de imputar, não importa quem é o que imputa, se é um homem (1 Sm 22:15) ou Deus mesmo, como vemos em Salmo 32:2; não importa o que é imputado, se uma boa ação para recompensa (Sm 106:30) ou uma ação má para castigo (Lv 17:4); e, finalmente, não importa se o imputado é algo que nos pertencia pessoalmente antes da imputação, como no caso citado anteriormente do Salmo 106:30, donde se imputa a Finéias sua própria boa ação, ou algo que não nos tem pertencido previamente, como é o caso em que Paulo pede a Filemom que uma dívida que não é sua pessoalmente, lhe seja colocada em sua conta (Fm 18). Em todos estes casos a ação de imputar é simplesmente colocar algo na conta de alguém. De forma que, quando Deus, no caso aqui, diz “imputar pecado” a alguém, o significado é que Deus considera o tal como pecador e em conseqüência, culpável e merecedor de castigo. Semelhantemente, a não imputação de pecado significa simplesmente não atribuir essa carga como base do castigo (Sl.32:2). Da mesma forma, quando Deus diz “Imputar justiça” a uma pessoa, o significado é que Deus considera judicialmente tal pessoa como justa e merecedora de todas as recompensas a que tem direito toda pessoa justa (Rm.4:6-11)”.

B. A Base da Justificação.

A dupla imputação de pecado e justiça (referidos a Cristo e ao crente) forma a base da justificação.

1. Os pecados dos crentes foram imputados a Cristo - por isto Ele sofreu e morreu na cruz (1 Pd 2:24; II. Co 5:21). Cristo foi feito legalmente responsável pelos pecados do crente, e sofreu o justo castigo que a este correspondia. Ao morrer no lugar do crente, Cristo satisfez as demandas da justiça e o libertou para sempre de toda possibilidade de condenação ou castigo. Quando os pecados do crente foram imputados a Cristo, o ato de imputação não fez a Cristo pecador ou contaminou Sua natureza -tampouco, de modo algum afetou Seu caráter; este ato só tornou Cristo o responsável legal de tais pecados. A imputação não troca a natureza de nada; somente afeta a posição legal da pessoa.

2. Jesus Cristo viveu uma vida perfeita - guardou completamente a lei de Deus. A justiça pessoal que Cristo obteve durante Sua vida na terra é imputada ao pecador no momento em que este crê. A justiça de Cristo é outorgada ao crente; e Deus o vê como se ele mesmo houvesse feito todo o bem que Cristo fez. A obediência de Cristo, Seus méritos, Sua justiça pessoal é imputada (atribuída) ao crente. Isto de modo algum troca a natureza do crente (como também a imputação de pecados a Cristo não muda a Sua natureza); somente muda a posição legal do crente diante de Deus.

C. O Meio da justificação.

O meio pelo qual o pecador recebe os benefícios da obra salvadora de Cristo (Sua vida sem pecado e Seu sacrifício), é a fé n’Ele. Ninguém pode ser justificado senão pela fé; no entanto, ninguém é justificado sobre a sua fé. A fé, em si mesma, não salva o pecador; porém o leva a Cristo, o qual é quem, de fato, salva; portanto, a fé, conquanto seja um meio necessário para a justificação, não é em si mesma a causa ou a base da justificação. “Paulo disse que os crentes são justificados dia pisteos (Rm.3:25), pistei (Rm.3:28) e ekpisteos (Rm.3:30). O dativo e a preposição dia, representam a fé como meio instrumental pelos quais Cristo e Sua justiça são imputados; a preposição ek mostra que a fé ocasiona, e logicamente precede, nossa justificação pessoal. Paulo nunca disse, e sem dúvida negaria, que os crentes são justificados dia pistin, ou seja, por causa de sua fé. Se a fé fosse a base da justificação, a fé seria, com efeito, uma obra meritória; e a mensagem do evangelho seria, depois de tudo, meramente uma nova versão da justificação por obras, doutrina considerada por Paulo como irreconciliável com a graça, e destrutiva espiritualmente (Compare Rm 4:4; 11:6; Gl .4:21-5:1 2). Paulo considera a fé, não como a causa da justificação, mas como a mão vazia, estendida, que recebe a justiça ao receber a Cristo”.

D. A distinção entre justiça “imputada” e justiça “pessoal”.

Devemos ter o cuidado de não confundir a justiça imputada (a qual recebemos pela fé e que é a única base de justificação) com os atos pessoais de justiça (santidade), realizados pelos crentes como resultado da obra do Espírito Santo em seus corações. Hodge disse:

A justiça pela qual somos justificados, não é algo feito por nós nem nada que tenhamos forjado em nós mesmos, mas algo feito por nós e a nós imputado. É a obra de Cristo, o que Ele fez e sofreu para satisfazer as demandas da lei (...) não é nada que tenhamos criado ou forjado em nós ou algo inerente em nós. Por isso dizemos que Cristo é nossa justiça; que somos justificados por Seu sangue, Sua morte, Sua obediência; somos justos nEle e somos justificados por Ele, ou em Seu nome. A justiça de Deus, revelada no Evangelho e pela qual somos constituídos justos é, portanto, a justiça perfeita de Cristo, a qual cumpre completamente todos os requisitos da lei a que os homens estão obrigados e que todos os homens tem quebrado”.

A base da justificação é A OBRA DE CRISTO, e O MEIO da justificação é a FÉ EM CRISTO.
Extraído do Livro “Romanos, um bosquejo explicativo”

Fonte: Jornal “OS PURITANOS” - Via: Monergismo

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Criação: O Fracasso Evangelical


Por P. Andrew Sandlin

Se você se pergunta por que tantos evangelicais estão se rendendo ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo ou a “atração” homossexual, “barrigas de aluguel”, “fluidez de gênero” e transgenerismo, parte da culpa está no DNA do próprio evangelicalismo. Os evangelicais defendem o evangelho bíblico, as boas novas de que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou dos mortos para que os pecadores pudessem ser salvos. Essa é a sua especialidade paradigmática e devemos agradecer a Deus de eles terem grande sucesso em promovê-la nos últimos dois séculos.

A marginalização criacional

Mas com essa especialização veio a marginalização de outras partes da Bíblia, a saber, a criação. Não é que os evangelicais neguem a criação. Eles frequentemente são os primeiros a defender a criação em seis dias de 24h e um dilúvio global. Todavia, eles tendem a não integrar a criação à sua cosmovisão. Pior: eles não entendem que a criação é o fundamento do evangelho. Isso é muito fácil de se provar, se você parar para pensar. O evangelho oferece a salvação dos pecados, mas o que é pecado? É uma violação da lei de Deus (1Jo 3.4). Mas como essa violação aconteceu? Ela aconteceu como resultado da distorção humana da criação. Os capítulos 1 e 2 de Gênesis expõem as leis ou normas criacionais. Elas incluem a distinção Criador-criatura, a humanidade feita à imagem de Deus, a distinção entre homem e mulher nessa imagem divina única, o imperativo da procriação, o mandato cultural, o Sábado e a bondade da própria criação. Podemos chamar isso do sistema operacional da criação. É assim que Deus montou o cosmos para funcionar.

E é justamente dentro desse sistema operacional que o software do evangelho funciona. O pecado introduziu um vírus nesse sistema operacional. O objetivo do evangelho é eliminar a esse vírus cada vez mais. O vírus não oblitera o sistema operacional, mas o danifica. O evangelho é a missão de Deus para caçar e eliminar o vírus.

Os evangélicos tendem, todavia, a internalizar, privatizar e gnosticizar o evangelho. O evangelho trata principalmente sobre conseguir que pecadores sejam perdoados por Deus e comungar com ele e levá-lo para o céu. É compreensível que, nessa linha de pensamento, tratar do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo possa ser algo periférico que tire a atenção da igreja do evangelho.Enfrentar barrigas de aluguel, armazenamento de óvulos fecundados e trans-humanismo (como o Center of Bioethics and Culture faz) é na melhor das hipóteses uma causa secundária e, na pior, uma distração da missão da igreja.

Mas se entendermos que o objetivo do evangelho é a restauração da ordem criacional de Deus, aumentar a aderência a suas normas criacionais, não só para a sua glória, mas para o nosso deleite, reconheceremos que essas tarefas e muitas outras estão bem detnro da estrutura do evangelho bíblico.

O Mediador da criação

Uma falha teológica fundamental está na raiz desse evangelho truncado. Os evangélicos modernos sabem que Jesus é o mediador da redenção, mas eles parecem menos interessados em vê-lo como o mediador da criação. Mas a Bíblia claramente ensina que ele é ambos. Veja o que Paulo escreve em Colossenses 1.13-20:

Ele [Deus o Pai] nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados [aqui temos Jesus como mediador da redenção]. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste [aqui temos Jesus como mediador da criação]. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.

Para Paulo, a mediação de Jesus tanto na criação quanto na redenção integra ambas para transmitir a plenitude de Deus para e dentro do cosmos. O Jesus que morreu na rude cruz é o mesmo Jesus que moldou as leis do universo e sustenta a sua existência. 

Porque os evangélicos abraçaram uma visão truncada da Bíblia, porque eles enfatizaram o evangelho (numa construção mais estrita) como tudo que importa, eles estiveram dispostos a sacrificar as verdades criacionais mais fundamentais em que o verdadeiro evangelho está fundamentado. Eles não planejavam fazer isso. E se alguém tivesse lhes dito há 20 anos que eles um dia endossariam ou se renderiam a “fluidez de gênero” ou “‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo”, eles dariam risada. Mas a sua preocupação com uma parte vital da Bíblia e a relativa negligência de outras partes vitais pavimentou o caminho para essas mudanças indiscriminadas. As sementes do comprometimento atual estavam ali desde o princípio. A negligência não foi intencional, mas foi negligência mesmo assim e agora estamos pagando um preço alto por ela.

A solução para essa negligência é um retorno a uma visão robusta e completa da criação e das normas criacionais. Vamos pregar o antigo evangelho da rude cruz de Jesus e o mais antigo ainda do senhorio criacional. 

Traduzido por Guilherme Cordeiro.

Fonte: Monergismo

domingo, 2 de junho de 2019

O Esquerdismo é anticristão.


Por Josemar Bessa

Cristãos tem sido massacrados sistematicamente, e respondendo ao massacre de centenas de cristãos durante os ataques da Páscoa essa semana por terroristas islâmicos, vários proeminentes políticos democratas esquerdistas escolheram emitir declarações que omitem qualquer menção direta da identidade de fé das vítimas, ou seja, cristãos.

Obama disse o seguinte: "Os ataques aos turistas e adoradores da Páscoa no Sri Lanka são um ataque à humanidade. Em um dia dedicado ao amor, à redenção e à renovação, oramos pelas vítimas e permanecemos com o povo do Sri Lanka".

Hillary Clinton seguiu literalmente o mesmo roteiro: "Neste fim de semana sagrado para muitas religiões, devemos nos unir contra o ódio e a violência. Estou orando por todos os afetados pelos terríveis ataques de hoje aos turistas e adoradores da Páscoa no Sri Lanka."

Vários outros democratas ( Esquerdistas ) se apegaram a essa mesma frase - "adoradores da Páscoa". Se apenas um deles tivesse seguido esse caminho, talvez pudesse ser uma forma estranha de descrever o massacre aos cristãos neste Domingo de Páscoa. Mas é simplesmente impossível acreditar que vários democratas significativos ( os mais importantes - líderes ) pensariam independentemente e inocentemente em se referir às vítimas cristãs de maneira indireta e obscura – e não falando sobre atentado terrorista contra cristãos.

Eu sou cristão a vida toda, e o termo "adoradores da Páscoa", ou algo parecido, é algo totalmente estranho , mas de repente, virou expressão comum - “por pura coincidência” - na boca de todos os líderes esquerdistas na América. Judeus comemoram a páscoa, é óbvio, mas a grande maioria no mundo dos que celebram a páscoa são cristãos e o ataque foi feito em igrejas cristãs... ataques feitos por muçulmanos.

Imagine um atentado contra muçulmanos em que as pessoa se referissem simplesmente como ataques aos “observadores do Ramadã” – esse termos vago. Isso nunca acontece ou aconteceu. O temor vago nesse caso do ataque na Páscoa é totalmente proposital e geral nos líderes esquerdistas Democratas. Eles simplesmente não podem dizer ataque e massacre contra cristãos por serem cristãos. Por que ser tão vago sobre quem sofreu o ataque a não ser que haja um motivo para não reconhecer explicitamente o grupo atacado e vítima da barbárie em questão?

É a mesma razão pela qual você não verá, os ataques sem fim a cristãos na África, por exemplo, serem rotulados de cristofobia... mas qualquer coisa facilmente ser marcada e rotulada como islamofobia.

Tanto Hillary Clinton quanto Obama reagiram a um ataque há algumas semanas na Nova Zelândia de forma totalmente diferente. O que eles disseram?

Obama disse: "Michelle e eu enviamos nossas condolências ao povo da Nova Zelândia. Sofremos com vocês e a COMUNIDADE MUÇULMANA. Todos nós devemos nos opor ao ódio em todas as suas formas". Aqui é Comunidade Muçulmana e não “celebradores do Ramadã”. Mas para eles é impensável falar sobre um ataque a cristãos só porque são cristãos.

Clinton disse: "Meu coração está partido pela Nova Zelândia e pela COMUNIDADE MUÇULMANA global. Devemos continuar a combater a perpetuação e a normalização da ISLAMOFOBIA e do racismo em todas as suas formas. Os terroristas supremacistas brancos devem ser condenados pelos líderes em todos os lugares. Seu ódio mortal deve ser detido." Aqui ela fala em Comunidade Muçulmana e Islamofobia. Não é nada vago, difuso ou confuso. É claro e direto.

Só hipócritas poderiam deixar de notar o grande contraste entre essas declarações quando agora, 300 cristãos foram massacrados no Domingo de Páscoa. Eles não são “Cristãos”, são “adoradores da páscoa”. No que aconteceu na Nova Zelândia eles falam sobre Terrorismo, Islamofobia, supremacistas brancos... Era de se esperar que agora falassem no Massacre de Cristãos, Terroristas Islâmicos e Cristofobia. Mas não...

Os cristãos são o grupo mais perseguido do planeta. Em uma base mensal, centenas de cristãos são assassinadas por sua fé, milhares estão trancados na prisão sem justa causa, e dezenas de igrejas são queimadas ou vandalizadas na Europa, América e em todo mundo. De fato, a coisa mais chocante sobre a tragédia dessa Páscoa é quão rotineira ela tem se tornado. Foi apenas há dois anos que mais de cem cristãos foram mortos em explosões nos cultos do Domingo de Ramos no Egito. Muitos cristãos em várias partes do mundo sabem que estão com suas vidas em risco quando se reúnem para culto e adoração. Há um massacre sistêmico de cristãos acontecendo agora na África. Este é o fato - os cristãos não são apenas um grupo que sofre violência, mas os mais vitimizados no mundo pela violência e terrorismo – isto é extraordinariamente inconveniente para os esquerdistas, que estruturaram toda a sua agenda em torno de sua narrativa de vitimização – mas também em torno de ser anti-cristã. Ao contar, minorias raciais, mulheres, homossexuais e muçulmanos como vítimas, enquanto os homens ( brancos ) e cristãos como os maus. Os malvados da história... opressores... Essa dicotomia seria descontroladamente desequilibrada e desarticulada se os cristãos fossem admitidos na coluna das maiores vítimas de violência e atrocidades no mundo - especialmente porque são frequentemente vítimas de terroristas muçulmanos.

Então, o esquerdismo nas grandes mídias, nos seus maiores representantes e líderes políticos na América, Europa... ignoram o genocídio dos cristãos. E sempre que podem – países e agendas da ONU - promulgam políticas que tornam as coisas piores. E quando são forçados a olhar um massacre contra cristãos como esse de Domingo, tornam tudo vago com frases “adoradores da Páscoa”... deixando bem claro a sua hipocrisia ilimitada. Sistematicamente cristãos são decapitados, explodidos, assassinados de todas as formas possíveis pelo terrorismo islâmico. Mas você nunca verá esse massacre constante de cristãos sendo rotulados pelo esquerdismo pelo que ele é. Porque sendo o que são, os esquerdistas, na verdade não se importam. Os cristãos são “os maus” e não vítimas para o esquerdismo. E como eles não se importam, o esquerdismo olha para o massacre cristão como olham para o massacre de crianças abortadas... usam termos vagos, porque no fundo, acham pouco.

Fonte: Josemar Bessa