segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

CARACTERÍSTICAS DE UM VERDADEIRO CRISTÃO - Lucas 17.1-10

Por Pr Silas Figueira

Texto base: Lucas 17.1-10

INTRODUÇÃO

A estrutura da narrativa para esse capítulo continua sendo a viagem para Jerusalém: “A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela divisa entre Samaria e Galileia” (Lc 17.11). [1] Jesus entra em Samaria em Lc 9.51 e termina esse percurso com a entrada triunfal em Jerusalém (Lc 19.28ss). Como disse Eugene Peterson: “É ao viajar por Samaria, indo da Galileia para Jerusalém, que Jesus separa um tempo para contar histórias que preparam seus seguidores a trazer o comum da vida a uma percepção consciente e uma participação nessa vida do reino” [2]

Jesus tinha alertado aos seus discípulos a respeito do inferno, contando a parábola do rico e Lázaro, mostrando que, uma vez nesse lugar terrível, é impossível escapar (16.26-31). Agora, à medida que Jesus está com os discípulos, e dialogando com eles, o Senhor lhes traz três ensinamentos extremamente importantes a todos nós.

Vejamos esses ensinamentos.

UM VERDADEIRO CRISTÃO NÃO PODE SER PEDRA DE TROPEÇO PARA OS OUTROS (LC 17.1,2).

Jesus disse aos discípulos, não apenas aos doze discípulos, mas ao seu círculo mais amplo de seguidores. O assunto em questão tem uma grande aplicabilidade, mas tem uma relevância especial ao cristão que precisa de orientação em seu relacionamento e responsabilidade pelos seus semelhantes. [3]

Jesus nos traz três advertências em relação aos escândalos ou pedra de tropeço, como pode ser também traduzido.

Em primeiro lugar, a inevitabilidade dos escândalos (Lc 17.1). Na versão ACF diz que é “impossível” que não venham escândalos. Inevitável, impossível (Anendektos em grego), aparece somente aqui no Novo Testamento. [4]

E por que que é impossível que venham os escândalos? Porque vivemos em um mundo que jaz no maligno. Em um mundo corrupto. Um mundo imperfeito e caído.

Mas tem uma segunda pergunta que precisa ser respondida. Por quem vem os escândalos? Eles vêm dos religiosos. Os escândalos não vêm do mundo. Eles nascem dentro da igreja, no meio dos que se dizem cristãos. E, infelizmente, temos muitos exemplos atualmente. As redes sociais nos mostram todos os dias um novo escândalo em nosso meio.

Mas há uma terceira pergunta. O que é o “escândalo” que Jesus falou? A palavra grega scandala, traduzida aqui por “escândalos”, significa literalmente a lingueta de um alçapão que o faz fechar-se sobre a vítima. [5] Trata-se de um laço, uma armadilha, um tropeço colocado no caminho de alguém. Literalmente uma “pedra de tropeço”.

John C. Ryle diz que há os que professam ser crentes, mas fazem outros tropeçarem sempre que trazem descrédito ao seu cristianismo, por meio de sua inconsistência em palavras, temperamento e conduta. Nós o fazemos sempre que tomamos nosso cristianismo desagradável aos olhos do mundo, por nos comportarmos não de acordo com aquilo que professamos ser. O mundo talvez não entenda as doutrinas e os princípios dos crentes, mas está de olhos atentos àquilo que eles praticam. [6]

Em segundo lugar, a malignidade dos escândalos (Lc 17.1b). David A. Neale diz que a exclamação ouai (ai) nunca é usada para os que estão no aprisco em Lucas, somente aos que estão de fora. Ela é usada para os ricos, para os bem-alimentados e para os falsos profetas (Lc 6.24-26). Ela é usada para Corazim (Lc 10.13) e para os fariseus e advogados seis vezes (Lc 11.42-52). Ela também é usada uma vez para o traidor de Jesus (Lc 22.22). [7]

Essa expressão é usada deliberadamente para aquelas pessoas que aparentam ser uma coisa, mas na verdade são outras. Jesus está aqui alertando os seus discípulos para tomarem cuidado para não caírem no mesmo erro dos fariseus.

Wiersbe diz que afinal, somos todos pecadores, vivendo em um mundo pecaminoso. Mas devemos atentar para não ser motivo de tropeço para outros, pois é algo extremamente sério pecar contra outro cristão e tentá-lo ao pecado (Rm 14.13; 1Co 10.32; 1Jo 2.10). [8]

Em terceiro lugar, haverá uma severa punição aos que trazem escândalos (Lc 17.2). Jesus não nos diz qual será o destino de tal pessoa. O “ai” do versículo anterior mostra que não será agradável, e agora ficamos sabendo que seria melhor para ela ser afogada aqui e agora. [9]

William Hendriksen diz que:

A pedra de moinho de que Jesus fala é a pedra superior de duas pedras entre as quais o grão era moído. A referência não é ao moinho manual, mas à pedra muito mais pesada, que é movida por um jumento. No meio da pedra superior há um orifício por meio do qual se pode jogar o grão para que seja moído entre as duas pedras. A presença desse orifício explica a frase “uma pedra de moinho pendurada ao pescoço”. Ser lançado ao mar com uma pedra desse tipo em torno do pescoço, faz com que o afogamento seja duplamente garantido. Note “esses pequeninos”. Quão queridos são eles para o Salvador! [10] 

Os pequeninos que Jesus se referia não são apenas crianças, mas também a cristãos novos na fé aprendendo os caminhos do Senhor (Mt 18.1-6; Lc 10.21). Uma vez que Lucas 17.1-10 faz parte do contexto que começa em Lucas 15.1, pode ser que esses “pequeninos” incluíssem publicanos e pecadores que creram em Jesus Cristo. [11]

Fritz Rienecker diz que o ai proferido por Jesus contra todo aquele por meio do qual vêm os escândalos vale para os discípulos quando ação e omissão, discurso equivocado ou mau exemplo induzem outros a tropeçar. A palavra severa e altamente ponderável da pedra de moinho ilustra a grave culpa e punição para os escândalos. [12]

UM VERDADEIRO CRISTÃO ESTÁ SEMPRE PRONTO A PERDOAR (LC 17.3-6).

A oposição contra o pecado estabelecido no ponto anterior deve ser equilibrada por uma atitude gentil, ou seja, perdoar os pecadores que nos ofenderam. O cristão não deve pecar contra os outros, mas também não deve guardar rancor quando os outros pecarem contra nós (cf. Lc 11.4). Assim como é ruim que os discípulos incitem outros a pecarem, assim também seria ruim se eles não perdoassem quando outros pecam contra eles. [13]

Rienecker lembra que o contrário de “causar escândalo” é amar. Para não ser motivo de tropeço não apenas precisamos deixar de fazer algo, mas também fazer algo. Cumpre amar sem limites. [14] E a forma de demonstrar esse amor sem limites é através de um coração perdoador. Da mesma forma que é um terrível pecado ser uma pedra de tropeço às pessoas que se achegam a Cristo, também é um grave delito não perdoar as pessoas que pecam contra nós. [15]

Com isso em mente, podemos aprender lições preciosas aqui.

Em primeiro lugar, o perdão exige cautela (Lc 17.3a). A posição forte contra o pecado estabelecido no ponto anterior deve ser equilibrada por uma atitude gentil, mediante o perdão para com os pecadores. Cristãos não devem pecar contra os outros, mas eles também não devem guardar rancor quando os outros pecarem contra eles e, principalmente, se lhe pedirem perdão (cf. Lc 11.4).

Precisamos nos acautelar para não sermos arrogantes até mesmo na maneira de lidar com o perdão. A falta de humildade no trato ou a abordagem errada pode agravar o problema e aprofundar a ferida, em vez de trazer cura e libertação. [17]

 Em segundo lugar, o perdão exige o confronto (17.3b). O termo epitimo (grego), “confrontar” usado no texto original de Lucas ordena um punir ou repreender. [18] Mas com a intenção de que essa pessoa caia em si e se arrependa do pecado cometido. Tanto que há um processo para que tal advertência ocorra. Podemos ver esse processo em Mt 18.15-17: 

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano”.

O objetivo desse processo de quatro etapas é enfrentar e restaurar o pecador de modo a proteger a pureza da igreja. O primeiro passo é se opor ao comportamento do irmão pecador em privado. Se ele se recusar a se arrepender, devemos partir para a segunda etapa, que envolve confrontá-lo novamente com nada menos do que duas testemunhas presentes para confirmar sua resposta. Se ele novamente se recusar a se arrepender, o terceiro passo deve ser aplicado, que é informar a igreja, de modo que toda a irmandade possa confrontá-lo e chamá-lo carinhosamente ao arrependimento. O passo final para um pecador impenitente é colocá-lo para fora da igreja; tratá-lo como um dos párias da sociedade judaica, um “gentio e publicano” (cf. 1Co 5. 1-13; 2Co 13.1,2; 2Ts 3.14,15; Tt 3.10,11) ou um incrédulo, que ele demonstra ser.

Leon Morris diz que não podemos ser indiferentes diante do mal, mas isto não significa que guardaremos ressentimentos. Se quem transgrediu se arrepender, o crente deve perdoar-lhe. [19] O processo deve ser o que o Senhor nos orientou: se houver pecado, deve haver repreensão, se houve arrependimento, deve haver o perdão.

Jesus disse que, se o nosso irmão pecar contra nós, devemos repreendê-lo; se ele se arrepender, devemos perdoá-lo. O silêncio, portanto, não é sinônimo de perdão. O tempo não atenua a dor nem cura a ferida. O confronto é o caminho da restauração. Não é sensato adiar a solução de um problema interpessoal. Não devemos subestimar o poder da mágoa. A única maneira de estancar esse fluxo venenoso é pelo confronto que desemboca no arrependimento e no perdão. [20]

Em terceiro lugar, o perdão deve ser sem limites (Lc 17.4). Quando Jesus fala de sete vezes no dia não quer dizer, naturalmente, que uma oitava ofensa não será perdoada (cf. Mt 18.21-22). Está dizendo que o perdão deve ser habitual. [21]

John C. Ryle lembra que existem poucos deveres cristãos sobre os quais o Novo Testamento fala tão frequente e severamente quanto o dever de perdoar ofensas. Ocupa um lugar proeminente na oração do Pai Nosso. A única confissão que fazemos em toda a oração é a de que “perdoamos aos nossos” os que transgridam contra nós. Esse é um teste para verificarmos se nós mesmos fomos perdoados. [22]

Corroborando com esse argumento, James R. Edwards diz que na segunda petição do Pai Nosso: “Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem” (Lc 11.4), os leitores são lembrados que o cristão deve perdoar os outros. [23]

Em quarto lugar, o perdão vem de um coração transformado (Lc 17.5,6). Aparentemente os apóstolos pensam que muita fé é necessária para perdoar assim. Dizem, portanto, aumenta-nos a fé. [24] MacArthur diz que os apóstolos se sentiram insuficientes diante do elevado padrão que Jesus definia para eles [25]

“Aumenta-nos a fé!” – Isso foi uma admissão humilde e honesta de fraqueza da parte deles para o ensinamento de Jesus. Eles não estavam negando que não possuíam fé, mas duvidavam que era suficientemente forte para agir conforme o ensino de Jesus. Tanto que o verbo grego traduzido “aumenta” significa: “adicionar a”, “suplemento”, “desenvolver” ou “crescer”. O que Jesus exigiu neste contexto lhes parecia ser um padrão impossível de ser alcançado. Além de disso, era completamente o contrário do que eles tinham sido ensinados pelos líderes religiosos (Mt 5.43-48).

A crise dos apóstolos é também a nossa crise, porque o perdão não é algo natural, requer força do alto. Nossa natureza caída clama por retaliação e vingança. Porém, recebemos um novo coração, uma nova mente, uma nova vida. Agora, o Espírito de Deus habita em nós e podemos, pela força do Onipotente, exercitar o perdão. Contudo, esse exercício só é possível quando o próprio Senhor aumenta a nossa fé. O que não podemos fazer por nós, podemos fazê-lo pela força que vem do alto. [26]

Wiersbe destaca que os cristãos maduros sabem que o perdão não é uma simples troca de palavras, como duas crianças que brigam e depois pedem desculpas uma para outra sem grandes considerações. O verdadeiro perdão inclui dor; alguém foi ferido, e há um preço a ser pago para que a ferida cicatrize. O amor motiva-nos a perdoar, mas a fé ativa o perdão, de modo que Deus a utilize para trazer bênçãos à vida de seu povo. [27]

Somente através da fé alcançaremos o que é humanamente impossível fazer (Lc 17.6). A resposta de Jesus tira deles o conceito de maior ou menor em termos de fé, para o de uma fé genuína. Se há fé real, então os efeitos se seguirão. [28] À medida que praticamos a fé, ela irá crescer tornando-se, como o grão de mostarda, uma grande árvore. Ou seja, a fé praticada cresce. Desenvolve a ponto de fazer diferença na vida de outras pessoas. Assim como a mostarda se torna árvore e aninha os pássaros, a fé desenvolvida acolhe os que precisam de alento.

Uma pequena fé no grande Deus é capaz de desarraigar árvores robustas, cujas raízes estão entrelaçadas e aprofundadas na terra, e lançá-las ao mar. As raízes da amoreira ficavam na terra durante 600 anos, de modo que a remoção dela seria muito difícil. Portanto, o que Jesus está dizendo é que nada é impossível à fé. A fé genuína pode realizar aquilo que a experiência, a razão e a probabilidade negariam. [29]

Champlin destaca que em Mateus diz “montanha” (Mt 17.20), ao invés de mostarda, como o objeto que poderia ser lançado ao mar, mediante a operação de uma fé poderosa. Jesus não estava convocando os crentes a se tornarem mágicos, conjuradores ou outros tipos de operadores de milagres ou de místicos; pelo contrário, convoca-os para serem heróis da fé, como aqueles que são ilustrados no décimo primeiro capítulo da epístola aos Hebreus. [30]

Corroborando com esse pensamento, Leon Morris diz que Jesus não está sugerindo que Seus seguidores se ocupem de coisas sem razão de ser, tais como transferir uma árvore para o mar. Está dizendo que nada é impossível à fé: “a fé genuína pode realizar aquilo que a experiência, a razão e a probabilidade negariam, se for exercida dentro da vontade de Deus”. [31]

Jesus usa essa ilustração radical para mostrar que, pela fé, podemos fazer coisas humanamente improváveis e impossíveis, como perdoar ilimitadamente. [32] 

UM VERDADEIRO CRISTÃO NÃO BUSCA RECONHECIMENTO (Lc 17.7-10). 

Muitas vezes alegou-se que essa parábola não tem nenhuma relação com o texto anterior. No entanto, uma apreciação minuciosa dos quatro discursos doutrinários do Senhor revela que essa parábola forma uma boa conclusão do todo. [33]

Champlin lembra que Jesus extraía seu material ilustrativo da vida diária na Palestina, tencionando mostrar como o elemento do dever, no serviço cristão, precisa ser reconhecido; e também que o melhor serviço, prestado segundo os ditames do dever, não pode ser considerado como uma grande demonstração da grandeza do próprio servo. [34]

Com isso em mente, podemos tirar algumas lições aqui.

Em primeiro lugar, o perigo do orgulho espiritual (Lc 17.7-9). A intenção de Jesus é mostrar a necessidade de sermos pessoas perdoadoras, cheias de fé, a ponto de não guardarmos mágoas, mantendo puro o coração; mas nos alerta para o perigo que tudo isso pode levar: “orgulho espiritual”. Alguém já disse certa feita: “Tem gente que é tão humilde, mas tão humilde, que tem orgulho de ser humilde”. Corremos o risco de cairmos nesta armadilha.   

A parábola lembra os ouvintes de Jesus de que não é porque o servo trabalha o dia inteiro no campo que terá o direito de comer antes do Mestre. Ainda é parte da sua tarefa servir a refeição do Mestre no final do dia, antes que se sirva. Ele é um servo e, como tal, não tem direitos. Ele pertence ao seu senhor, e as suas tarefas foram determinadas pelo seu senhor. Quando ele as tiver cumprido, terá feito apenas o seu trabalho; o mérito só existirá quando o servo fizer mais do que aquilo que era a sua obrigação. [35]

 Os escribas e fariseus que eram obcecados por serem homenageados. Em Mateus 23.5-7 Jesus disse-lhes: “fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi” (cf. Lc 20.46,47).

John C. Ryle disse que Jesus deu um poderoso golpe em nossa justiça própria.

Naturalmente, todos nós somos orgulhosos e cheios de justiça própria. Pensamos de maneira elevada a respeito de nós mesmos, de nossos merecimentos e de nosso caráter, mais do que realmente temos o direito de fazê-lo. Esta é uma doença sutil que se manifesta de muitas maneiras diferentes. Muitos podem detectá-la nas outras pessoas; poucos admitirão sua presença em si mesmos. [36]

Jesus contou esta parábola como uma advertência contra o orgulho espiritual, para que não nos esqueçamos de que tudo o que temos e fazemos é somente pela graça de Deus.

Em segundo lugar, a cura do orgulho espiritual é a humildade (Lc 17.10). Como seus servos, devemos ter cuidado para não ter uma atitude incorreta com respeito a nossas obrigações. Há dois extremos a evitar: o primeiro é simplesmente cumprir o dever, como escravos que trabalham só por obrigação; o segundo é cumprir o dever por esperar alguma recompensa. [37] Concordo com Leon Morris quando disse que nosso melhor serviço não nos dá qualquer direito sobre Deus (cf. 1Co 9.16). Na melhor das hipóteses, fizemos apenas o que devíamos fazer. [38]

A frase final da parábola: “Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer” esmaga toda a suposição de mérito pelo agir do servo. Cumpre notar que não é Jesus ou o Senhor na parábola que avalia os servos como servos inúteis, mas que essas palavras representam um testemunho dos próprios servos a respeito de si mesmos. Ainda que de resto Jesus chame seus discípulos “amigos” (Jo 15.14s), eles não obstante permanecem na humilde posição de servo diante de seu Senhor. [39]

Em terceiro lugar, a cura do orgulho espiritual e a gratidão. Devemos servir ao Senhor que deu sua vida pelos servos, ao Senhor que serve a seus servos e lava os pés dos seus servos, que se fez servo e o menor dos servos, para dar sua vida pelos servos. Devemos servir a Cristo não com a mentalidade de escravo, apenas com o senso de dever, mas com profunda gratidão e amor. [40] Fritz Rienecker diz que a ideia básica desta parábola é que todo recurso, toda confiança e todo apoio na realização própria são condenados. Tudo é pura graça. [41]

Servir ao Senhor deve ser um deleite, e não uma obrigação pesada. O cristão deve dizer como Davi: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu...” (Sl 40.8). 

CONCLUSÃO

Vimos nesse texto três características básicas de um servo de Cristo: ele não é pedra de tropeço na vida das outras pessoas, ele está sempre pronto a perdoar o irmão arrependido e, por fim, ele não busca reconhecimento próprio.

Creio que se colocarmos em prática esses ensinamentos faremos uma grande diferença na igreja, na sociedade, em nós mesmos. Em tempos em que mais se busca é reconhecimento, onde se pratica a retaliação e temos visto tanto escândalos em nosso meio, creio que esses ensinamentos são de extrema importância hoje na igreja.

Pense nisso!

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Bibliografia:

1 – Neale, David A. Lucas, 9 – 24, Novo Comentário Beacon, Ed. Central Gospel, Rio de Janeiro, RJ, 2015, p. 191.

2 – Peterson, Eugene H. A Linguagem de Deus, Ed. Mundo Cristão, São Paulo, SP, 2011, p. 23.

3 – Childers, Charles L. Comentário Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 461

4 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 602.

5 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 240.

6 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 275.

7 – Neale, David A. Lucas, 9 – 24, Novo Comentário Beacon, Ed. Central Gospel, Rio de Janeiro, RJ, 2015, p. 192.

8 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 315.

9 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 240.

10 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 350.

11 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 315.

12 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 350.

13 – Hendriksen, William. Lucas, vol. 2, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, p. 350.

14 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 351.

15 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 495.

16 – Ibidem, p. 495.

17 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 351.

18 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 240.

19 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 495.

20 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 241.

21 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 276.

22 – Edwards, James R. O Comentário de Lucas, Ed. Shedd, Sto Amaro, SP, 2019, p. 605.

23 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 241.

24 – MacArthur, John. Comentário Bíblico MacArthur, Gênesis a Apocalipse, Ed. Thomas Nelson, Rio de Janeiro, 2019, p. 1276.

25 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 496.

26 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 316.

27 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 241.

28 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 496.

29 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 166.

30 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 241.

31 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 497.

32 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 353.

33 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, Lucas, Vol. 2, Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2005, p. 166.

34 – Childers, Charles L. Comentário Bíblico Beacon, Lucas, vol. 6, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2006, p. 465.

35 – Ryle, J. C. Meditações no Evangelho de Lucas, Ed. FIEL, São José dos Campos, SP, 2002, p. 278.

36 – Wiersbe, Warren W. Lucas, Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Ed. Geográfica, Santo André, SP, 2007, p. 316.

37 – Morris, Leon L. Lucas, Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1986, p. 241.

38 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 354.

39 – Lopes, Hernandes Dias. Lucas, Jesus o homem perfeito, Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2017, p. 498.

40 – Rienecker, Fritz. O Evangelho de Lucas, Comentário Esperança, Ed. Evangélica Esperança, Curitiba, PA, 2005, p. 354.