quarta-feira, 11 de maio de 2011

Quando a Nudez é Inconveniente


Pensamentos sobre o negociar o uso do sexo

Por John Piper

Jonathan Edwards disse que crentes piedosos podem sentir a perversidade de um ato, antes de poderem explicar por que esse ato é um mal. Existe um senso espiritual de que algo é errado; de que não é conveniente em um mundo permeado com Deus. Efésios 5.3 declara que algumas coisas são inconvenientes aos santos. Conveniência nem sempre é fácil de justificar com argumentos. Você pode discernir coisas convenientes, antes de poder defendê-las; e isso é bom, porque temos de fazer centenas de escolhas todos os dias e contamos com pouco tempo para reflexão demorada.

De tempos em tempos, precisamos parar e apresentar uma explicação racional e bíblica para a inconveniência de alguma coisa. Há alguns anos, cheguei a esse ponto quando, semana após semana, um jornal trazia, em sua segunda página, a foto de uma mulher escassamente vestida, num anúncio de roupas íntimas. Escrevi uma carta aos editores apresentando nove razões por que eles deviam parar de usar esse tipo de publicidade. Talvez minhas reflexões ajudarão o leitor a lidar com as centenas de abusos do excelente dom da sexualidade, para a nossa cultura. Eis o que escrevi:

Sou assinante deste jornal há quatorze anos, e estou escrevendo para expressar a convicção de que os anúncios sexualmente explícitos, que sempre aparecem no primeiro caderno do jornal, são crescentemente ofensivos e socialmente irresponsáveis. A eficácia de atrair a atenção das pessoas, usando a foto de uma mulher com roupas íntimas não justifica os anúncios. Os efeitos perniciosos do uso errado e mercenário do corpo feminino não são insignificantes. Os danos que tenho em mente são descritos nas seguintes convicções.

1. Esta mulher não poderia andar em público vestida dessa maneira sem ficar envergonhada ou ser mentalmente corrompida. Entretanto, vocês a expuseram até aos olhos daqueles que, dentre nós, sentem vergonha por ela.

2. Este retrato de uma mulher vestida com roupas íntimas, sentada à mesa com uma xícara de chá, leva os homens a pensarem nas mulheres não como pessoas, mas principalmente nos corpos delas. Estimula os rapazes a pensarem demoradamente sobre o corpo despido de mulheres e, deste modo, inutiliza a capacidade dos rapazes em lidarem com as mulheres como pessoas dignas. Eu tenho quatro filhos.

3. O anúncio estimula um desejo sexual que, em milhares de homens, não tem satisfação legítima ou saudável no casamento. Em outras palavras, o anúncio alimenta uma luxúria corporativa e comunitária que não produz qualquer bom fruto fora do casamento e sim, de fato, muitos males.

4. O anúncio cauteriza as sensibilidades, de modo que mais e mais ofensas contra o bom senso parecem aceitáveis, e isso significa o colapso de preciosos e delicados aspectos da personalidade e dos relacionamentos.

5. O anúncio faz que milhares de mulheres avaliem subconscientemente sua atratividade e valor pelo padrão de modelos incomuns e fora da realidade, levando-as a uma preocupação doentia e desestimulante com a aparência externa.

6. O anúncio alimenta as fantasias impuras de homens comuns, alojando uma imagem sexual em sua mente durante todo o dia, e isso pode lhes roubar a habilidade de pensarem nas coisas mais importantes e mais nobres.

7. O anúncio justifica a inclinação masculina de mentalmente despir as mulheres, por lembrar aos homens o que veriam se as despissem, e sugere que existem mulheres que desejam estar assim despidas publicamente. Este lembrete e sugestão apóia hábitos e estereótipos que enfraquecem a virtude pessoal e prejudicam relacionamentos decentes.

8. O anúncio encoraja as moças a pôr excessiva ênfase em seu corpo e na maneira como serão vistas, aumentando a epidemia de depressão e desordens relacionadas aos hábitos alimentares.

9. O anúncio contribui para insatisfação de homens cuja esposa não pode ter esse corpo e, deste modo, aumenta a instabilidade de casamentos e nos lares.

Imagino que este tipo de publicidade significa um bom investimento para a página 2 e muita atenção para as lojas de departamentos; mas, por favor, saibam, pelo menos, que tal contribuição aos padrões de conveniência nas publicações de vocês é uma parte na trágica perda da modéstia e decência, que, por enquanto, pode parecer uma liberdade madura, mas, nas gerações futuras, trará um redemoinho de miséria para todos nós.

Se vocês apreciam o dom da sexualidade, o qual foi dado por Deus, tomem uma postura firme em tratá-la como pedra preciosa, e não como um pedregulho qualquer. Guardem-na no cofre aveludado do compromisso inflexível. Não a joguem na rua ou na imprensa.

2 comentários:

  1. Eu concordo com o post.
    Curto muito campanhas publicitárias - acho lindas.
    Mas eu prefiro campanhas de roupas íntimas em catálogos especificos ou em revistas como propagandas.
    No jornal acho estranho, e fica apelativo, seria melhor se a propaganda no jornal pudesse passar a imagem definida da mulher seja ela rômantica, executiva, dona de casa enfim poderosa e ao lado ou como os criadores quisessem poderia fazer alusão direta a langeri usada.
    Pois é assim que nos sentimos, ninguém vê a langeri quando estamos na rua, mas algumas nos " transformam" o dia digamos que é um segredo feminino, rs,rs

    Paz

    ResponderExcluir
  2. Graça e paz Bella.
    Obrigado pela visita e comentário.
    Muitas dessas propagandas são muito apelativas e acabam dando uma outra conotação ao anúncio, não de venda do produto anunciado, mas de prostituição.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figuiera

    ResponderExcluir