Esta é uma afirmação sobremodo humilhante e, ao mesmo tempo, bastante abençoadora para o verdadeiro discípulo de Jesus. Foi muito humilhante para os discípulos ouvirem que não haviam escolhido a Cristo. As necessidades de vocês são tantas, e seus corações, tão endurecidos, que vocês não me escolheram. Mas, apesar disso, foi extremamente reconfortante para os discípulos saberem que Cristo os havia escolhido — “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros”. Isto lhes mostrou que Cristo os amou antes de eles O amarem — Ele os amou quando ainda estavam mortos em pecados. Em seguida, Jesus mostrou aos discípulos que seria o amor que os tornaria santos: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”. Consideremos as verdades deste versículo na ordem em que são expressas.
1. Os homens não escolhem naturalmente a Cristo — “Não fostes vós que me escolhestes a mim”. Isto era verdade a respeito dos apóstolos; também é verdade a respeito de todos os que crerão em Jesus, até o final do mundo. “Não fostes vós que me escolhestes a mim.” O ouvido natural é tão surdo, que não pode ouvir; os olhos naturais, tão cegos, que não podem ver a Cristo. Em certo sentido, é verdade que todo verdadeiro discípulo escolhe a Cristo; mas isto acontece somente quando Deus abre os olhos da pessoa, para que ela veja a Jesus; quando Deus outorga vigor ao braço ressequido, para que ele abrace a Cristo.
O significado das palavras de Jesus era: “Vocês nunca me teriam escolhido, se eu não os tivesse escolhido”. É verdade que, quando Deus abre o coração do pecador, este escolhe a Cristo e a ninguém mais, somente a Cristo. É verdade que um coração vivificado pelo Espírito sempre escolhe a Cristo, a ninguém mais, somente a Cristo, e por Ele renunciará o mundo inteiro.
Irmãos, este versículo nos ensina que todo pecador despertado se mostra disposto a seguir a Cristo, mas não antes de ser tornado disposto. Aqueles que dentre vocês foram despertados, não escolheram a Cristo. Se um médico viesse à sua casa e dissesse que viera para curá-lo de sua enfermidade, e se você sentisse que não estava doente, diria ao médico: “Não preciso de você; procure o vizinho”. Esta é a maneira como você age para com o Senhor Jesus: Ele lhe oferece a cura, mas você Lhe diz que não está enfermo; Ele se oferece para cobrir, com a obediência dEle mesmo, a nudez de sua alma, mas você responde: “Não preciso dessa roupa”.
Outra razão por que você não escolhe a Cristo é esta: você não vê qualquer beleza nEle. “E como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura” (Is 53.2). Você não vê qualquer beleza na pessoa de Cristo, nenhuma beleza na obediência dEle, nenhuma glória na sua cruz. Você não O vê e, por isso, não O escolhe.
Outra razão por que você não escolhe a Cristo é esta: não quer que Ele o torne santo. “Lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Mas você ama o pecado, ama os seus prazeres. Por isso, quando o Filho de Deus se aproxima e lhe diz: “Eu o salvarei dos seus pecados”, você responde: “Amo o pecado, amo os meus prazeres”. Por conseguinte, você nunca pode chegar a um acordo com o Senhor Jesus. “Não fostes vós que me escolhestes a mim.” Embora eu tenha morrido em favor de vocês, não me escolheram. Tenho lhes falado por muitos anos, mas, apesar disso, vocês não me escolheram. Tenho lhes dado a Bíblia, para instruí-los, e ainda assim vocês não me escolheram. Irmão, esta acusação lhe sobrevirá no Dia do Juízo: “Eu o teria vestido com a minha obediência, mas você não o quis”.
2. Cristo escolheu seus próprios discípulos. “Eu vos escolhi a vós outros”. O Senhor Jesus contemplou os seus discípulos com um divino olhar de misericórdia, dizendo-lhes: “Eu vos escolhi a vós outros”. Todos aqueles que Jesus traz à glória, Ele os escolheu.
O tempo em que Ele escolheu os discípulos. Observamos que foi antes de eles crerem — “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros”. Isto equivale a: “Fui eu que comecei a lidar com vocês, não foram vocês que começaram a lidar comigo”. Você perceberá isto em Atos 18.9 e 10: “Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade”. Nesta ocasião, Paulo estava em Corinto, a cidade mais lasciva e ímpia do mundo antigo. Os coríntios se davam a banquetes e à detestável idolatria, mas Cristo disse ao apóstolo: “Tenho muito povo nesta cidade”. Eles não tinham escolhido a Cristo; Ele, porém, os escolheu. Aqueles coríntios não se haviam arrependido ainda, mas Cristo fixou seus olhos sobre eles. Isto mostra claramente que Cristo escolhe os seus discípulos antes que estes O busquem.
Além disso, Cristo os escolheu desde o princípio — “devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13); “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1.4). Portanto, irmãos, foi antes da fundação do mundo que Cristo escolheu os seus próprios discípulos, quando não havia sol, nem lua; quando não havia mar, nem terra — foi no princípio. Ele podia dizer com certeza: “Não fostes vós que me escolhestes a mim”. Antes que os homens amassem uns aos outros, ou que os anjos se amassem mutuamente, Cristo escolheu os seus próprios discípulos. Agora sei o que significam as palavras de Paulo, quando ele disse: “A fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3.18-19).
Agora não fico surpreso com a morte de Cristo. Foi uma expressão de amor tão grande que transbordou os diques que o retinham, um amor que irrompeu no Calvário e no Getsêmani. Ó irmão, você conhece este amor?
Agora falemos sobre a razão deste amor. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo 15.16). Esta é uma pergunta natural: por que Ele me escolheu? Respondo que a razão por que Ele escolheu você foi o beneplácito da vontade dEle mesmo. Você pode ver isto ilustrado em Marcos 3.13: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele”. Havia uma grande multidão ao redor de Jesus; Ele chamou alguns, mas não chamou a todos. A razão apresentada é esta: “Chamou os que ele mesmo quis”. Não há qualquer razão na criatura; a razão está nEle, que escolhe. Você verá isto em Malaquias 1.2 e 3: “Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú”. Eles não eram filhos da mesma mãe? Apesar disso, “amei a Jacó e aborreci a Esaú”. A única razão apresentada é esta: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (Êx 33.19). Você também pode ver isto em Romanos 9.15 e 16. A única razão que a Bíblia nos oferece para explicar porque Cristo nos amou (e se você estudar até à sua morte, não encontrará outra) é esta: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia”. Isto é evidente de todos aqueles que Cristo escolhe.
A Bíblia nos fala sobre duas grandes apostasias: uma, no céu; outra, na terra. A primeira, no céu: Lúcifer, a estrela da manhã, pecou por orgulho, e Deus o lançou no inferno, bem como todos aqueles que acompanharam a Lúcifer em seu pecado. A segunda apostasia, na terra: Adão pecou e, por isso, foi expulso do Paraíso. Tanto Adão como Lúcifer mereciam a condenação. Deus tinha um propósito de amor. Em favor de quem existia este propósito? Talvez os anjos apelaram pelos outros anjos que eram seus companheiros. Mas Cristo os deixou de lado e morreu em favor do homem. Por que Ele morreu em favor do homem? A resposta é: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia”. Isto também é evidente nas pessoas que Cristo escolhe. Talvez você pense que Cristo deveria escolher os ricos, mas o que disse Tiago? “Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?” (2.5)
Você também pode imaginar que Cristo deveria escolher os nobres; eles não têm os preconceitos que os pobres têm. Mas, o que nos dizem as Escrituras? “Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos” (1 Co 1.26). Ou talvez você pense que Cristo deveria escolher os eruditos. A Bíblia está escrita em linguagem difícil; suas doutrinas são árduas à compreensão; apesar disso, veja o que Cristo disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11.25).
Ainda, você pode imaginar que Cristo deveria escolher pessoas cheias de virtudes. Embora não haja nem um justo, existem algumas pessoas que são mais virtuosas do que outras. Todavia, Cristo disse que publicanos e meretrizes entram no reino de Deus, enquanto os fariseus são deixados do lado de fora. “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33) Por que o Senhor Jesus escolheu os mais ímpios? Eis a única razão que encontrei na Bíblia: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9.15).
Cristo escolhe alguns dos que O buscam e não outros. Houve um jovem rico que veio a Cristo e perguntou-Lhe: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10.17) Este jovem foi sincero, mas um obstáculo surgiu entre eles, e o jovem recuou. Uma mulher pecadora veio aos pés de Jesus, chorando. Ela também foi sincera, e Cristo lhe disse: “Perdoados são os teus pecados” (Lc 7.48). O que causou a diferença? “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia.” O Senhor Jesus “chamou os que ele mesmo quis”. Ó meu irmão, humilhe-se ante a soberania de Deus. Se Ele decidiu ter compaixão, Ele terá compaixão.
3. Apresento o terceiro e último ponto: “Eu... vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”(Jo 15.16). Cristo escolhe não somente aqueles que serão salvos, mas também a maneira como isso acontecerá. Escolhe não somente o começo e o fim, mas também o meio. “Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13). “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor...” (Ef 1.4). E lemos em Romanos 8: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (v. 30). A salvação é como uma corrente de ouro que une o céu à terra. Dois elos estão nas mãos de Deus — a eleição e a salvação final. Mas alguns dos elos estão na terra — a conversão, a adoção, etc. Irmãos, Cristo nunca escolhe um homem para crer e ser imediatamente transportado à glória. Ah! meu irmão, como isto remove todas as objeções levantadas contra a santa doutrina da eleição! Alguns talvez digam: “Se sou eleito, serei salvo, viverei como quiser”. Não, se você vive em impiedade, você não será salvo. Outros talvez digam: “Se eu não sou um eleito, não serei salvo, viverei como eu quiser”. Se você é ou não eleito, eu não sei. Eu sei isto: se você crer em Cristo, será salvo.
Quero perguntar-lhe: você já creu em Jesus? Está portando a imagem de Cristo? Então, você é um eleito e será salvo. Todavia, existem muitos que ainda não creram em Cristo e não têm uma vida santa. Então, não importa o que vocês pensam agora, descobrirão ser verdade que estão entre aqueles que foram deixados de fora.
Oh! meu irmão, aqueles que negam a eleição negam que Deus pode ter misericórdia! Esta é uma doce verdade: Deus pode ter misericórdia. No seu coração endurecido não existe nada capaz de impedir que Deus tenha misericórdia de você. Tome posse desta verdade no coração: Deus pode ter misericórdia. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros.”
1. Os homens não escolhem naturalmente a Cristo — “Não fostes vós que me escolhestes a mim”. Isto era verdade a respeito dos apóstolos; também é verdade a respeito de todos os que crerão em Jesus, até o final do mundo. “Não fostes vós que me escolhestes a mim.” O ouvido natural é tão surdo, que não pode ouvir; os olhos naturais, tão cegos, que não podem ver a Cristo. Em certo sentido, é verdade que todo verdadeiro discípulo escolhe a Cristo; mas isto acontece somente quando Deus abre os olhos da pessoa, para que ela veja a Jesus; quando Deus outorga vigor ao braço ressequido, para que ele abrace a Cristo.
O significado das palavras de Jesus era: “Vocês nunca me teriam escolhido, se eu não os tivesse escolhido”. É verdade que, quando Deus abre o coração do pecador, este escolhe a Cristo e a ninguém mais, somente a Cristo. É verdade que um coração vivificado pelo Espírito sempre escolhe a Cristo, a ninguém mais, somente a Cristo, e por Ele renunciará o mundo inteiro.
Irmãos, este versículo nos ensina que todo pecador despertado se mostra disposto a seguir a Cristo, mas não antes de ser tornado disposto. Aqueles que dentre vocês foram despertados, não escolheram a Cristo. Se um médico viesse à sua casa e dissesse que viera para curá-lo de sua enfermidade, e se você sentisse que não estava doente, diria ao médico: “Não preciso de você; procure o vizinho”. Esta é a maneira como você age para com o Senhor Jesus: Ele lhe oferece a cura, mas você Lhe diz que não está enfermo; Ele se oferece para cobrir, com a obediência dEle mesmo, a nudez de sua alma, mas você responde: “Não preciso dessa roupa”.
Outra razão por que você não escolhe a Cristo é esta: você não vê qualquer beleza nEle. “E como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura” (Is 53.2). Você não vê qualquer beleza na pessoa de Cristo, nenhuma beleza na obediência dEle, nenhuma glória na sua cruz. Você não O vê e, por isso, não O escolhe.
Outra razão por que você não escolhe a Cristo é esta: não quer que Ele o torne santo. “Lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Mas você ama o pecado, ama os seus prazeres. Por isso, quando o Filho de Deus se aproxima e lhe diz: “Eu o salvarei dos seus pecados”, você responde: “Amo o pecado, amo os meus prazeres”. Por conseguinte, você nunca pode chegar a um acordo com o Senhor Jesus. “Não fostes vós que me escolhestes a mim.” Embora eu tenha morrido em favor de vocês, não me escolheram. Tenho lhes falado por muitos anos, mas, apesar disso, vocês não me escolheram. Tenho lhes dado a Bíblia, para instruí-los, e ainda assim vocês não me escolheram. Irmão, esta acusação lhe sobrevirá no Dia do Juízo: “Eu o teria vestido com a minha obediência, mas você não o quis”.
2. Cristo escolheu seus próprios discípulos. “Eu vos escolhi a vós outros”. O Senhor Jesus contemplou os seus discípulos com um divino olhar de misericórdia, dizendo-lhes: “Eu vos escolhi a vós outros”. Todos aqueles que Jesus traz à glória, Ele os escolheu.
O tempo em que Ele escolheu os discípulos. Observamos que foi antes de eles crerem — “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros”. Isto equivale a: “Fui eu que comecei a lidar com vocês, não foram vocês que começaram a lidar comigo”. Você perceberá isto em Atos 18.9 e 10: “Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade”. Nesta ocasião, Paulo estava em Corinto, a cidade mais lasciva e ímpia do mundo antigo. Os coríntios se davam a banquetes e à detestável idolatria, mas Cristo disse ao apóstolo: “Tenho muito povo nesta cidade”. Eles não tinham escolhido a Cristo; Ele, porém, os escolheu. Aqueles coríntios não se haviam arrependido ainda, mas Cristo fixou seus olhos sobre eles. Isto mostra claramente que Cristo escolhe os seus discípulos antes que estes O busquem.
Além disso, Cristo os escolheu desde o princípio — “devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13); “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1.4). Portanto, irmãos, foi antes da fundação do mundo que Cristo escolheu os seus próprios discípulos, quando não havia sol, nem lua; quando não havia mar, nem terra — foi no princípio. Ele podia dizer com certeza: “Não fostes vós que me escolhestes a mim”. Antes que os homens amassem uns aos outros, ou que os anjos se amassem mutuamente, Cristo escolheu os seus próprios discípulos. Agora sei o que significam as palavras de Paulo, quando ele disse: “A fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3.18-19).
Agora não fico surpreso com a morte de Cristo. Foi uma expressão de amor tão grande que transbordou os diques que o retinham, um amor que irrompeu no Calvário e no Getsêmani. Ó irmão, você conhece este amor?
Agora falemos sobre a razão deste amor. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo 15.16). Esta é uma pergunta natural: por que Ele me escolheu? Respondo que a razão por que Ele escolheu você foi o beneplácito da vontade dEle mesmo. Você pode ver isto ilustrado em Marcos 3.13: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele”. Havia uma grande multidão ao redor de Jesus; Ele chamou alguns, mas não chamou a todos. A razão apresentada é esta: “Chamou os que ele mesmo quis”. Não há qualquer razão na criatura; a razão está nEle, que escolhe. Você verá isto em Malaquias 1.2 e 3: “Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú”. Eles não eram filhos da mesma mãe? Apesar disso, “amei a Jacó e aborreci a Esaú”. A única razão apresentada é esta: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (Êx 33.19). Você também pode ver isto em Romanos 9.15 e 16. A única razão que a Bíblia nos oferece para explicar porque Cristo nos amou (e se você estudar até à sua morte, não encontrará outra) é esta: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia”. Isto é evidente de todos aqueles que Cristo escolhe.
A Bíblia nos fala sobre duas grandes apostasias: uma, no céu; outra, na terra. A primeira, no céu: Lúcifer, a estrela da manhã, pecou por orgulho, e Deus o lançou no inferno, bem como todos aqueles que acompanharam a Lúcifer em seu pecado. A segunda apostasia, na terra: Adão pecou e, por isso, foi expulso do Paraíso. Tanto Adão como Lúcifer mereciam a condenação. Deus tinha um propósito de amor. Em favor de quem existia este propósito? Talvez os anjos apelaram pelos outros anjos que eram seus companheiros. Mas Cristo os deixou de lado e morreu em favor do homem. Por que Ele morreu em favor do homem? A resposta é: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia”. Isto também é evidente nas pessoas que Cristo escolhe. Talvez você pense que Cristo deveria escolher os ricos, mas o que disse Tiago? “Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?” (2.5)
Você também pode imaginar que Cristo deveria escolher os nobres; eles não têm os preconceitos que os pobres têm. Mas, o que nos dizem as Escrituras? “Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos” (1 Co 1.26). Ou talvez você pense que Cristo deveria escolher os eruditos. A Bíblia está escrita em linguagem difícil; suas doutrinas são árduas à compreensão; apesar disso, veja o que Cristo disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11.25).
Ainda, você pode imaginar que Cristo deveria escolher pessoas cheias de virtudes. Embora não haja nem um justo, existem algumas pessoas que são mais virtuosas do que outras. Todavia, Cristo disse que publicanos e meretrizes entram no reino de Deus, enquanto os fariseus são deixados do lado de fora. “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33) Por que o Senhor Jesus escolheu os mais ímpios? Eis a única razão que encontrei na Bíblia: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9.15).
Cristo escolhe alguns dos que O buscam e não outros. Houve um jovem rico que veio a Cristo e perguntou-Lhe: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10.17) Este jovem foi sincero, mas um obstáculo surgiu entre eles, e o jovem recuou. Uma mulher pecadora veio aos pés de Jesus, chorando. Ela também foi sincera, e Cristo lhe disse: “Perdoados são os teus pecados” (Lc 7.48). O que causou a diferença? “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia.” O Senhor Jesus “chamou os que ele mesmo quis”. Ó meu irmão, humilhe-se ante a soberania de Deus. Se Ele decidiu ter compaixão, Ele terá compaixão.
3. Apresento o terceiro e último ponto: “Eu... vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”(Jo 15.16). Cristo escolhe não somente aqueles que serão salvos, mas também a maneira como isso acontecerá. Escolhe não somente o começo e o fim, mas também o meio. “Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13). “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor...” (Ef 1.4). E lemos em Romanos 8: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (v. 30). A salvação é como uma corrente de ouro que une o céu à terra. Dois elos estão nas mãos de Deus — a eleição e a salvação final. Mas alguns dos elos estão na terra — a conversão, a adoção, etc. Irmãos, Cristo nunca escolhe um homem para crer e ser imediatamente transportado à glória. Ah! meu irmão, como isto remove todas as objeções levantadas contra a santa doutrina da eleição! Alguns talvez digam: “Se sou eleito, serei salvo, viverei como quiser”. Não, se você vive em impiedade, você não será salvo. Outros talvez digam: “Se eu não sou um eleito, não serei salvo, viverei como eu quiser”. Se você é ou não eleito, eu não sei. Eu sei isto: se você crer em Cristo, será salvo.
Quero perguntar-lhe: você já creu em Jesus? Está portando a imagem de Cristo? Então, você é um eleito e será salvo. Todavia, existem muitos que ainda não creram em Cristo e não têm uma vida santa. Então, não importa o que vocês pensam agora, descobrirão ser verdade que estão entre aqueles que foram deixados de fora.
Oh! meu irmão, aqueles que negam a eleição negam que Deus pode ter misericórdia! Esta é uma doce verdade: Deus pode ter misericórdia. No seu coração endurecido não existe nada capaz de impedir que Deus tenha misericórdia de você. Tome posse desta verdade no coração: Deus pode ter misericórdia. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros.”
Fonte: Cristão peregrino
Palavra abençoada! Clara e direta. Sempre que venho aqui aprendo e compreendo mais à respeito do nosso Deus.
ResponderExcluirGraça e paz,
Naná.
Graça e paz Naná.
ResponderExcluirFico muito feliz em saber que você tem sido abençoada através do nosso blog.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira