terça-feira, 10 de maio de 2011

CREMAR OU NÃO CREMAR?


Por Pr. João Flávio Martinez

Embora adotada desde a antiguidade, a cremação ainda é tema polêmico na sociedade ocidental, defendida por muitos e combatida pela opinião mais conservadora. Cremação é a incineração de um cadáver até reduzi-lo a cinzas. Faz-se no forno crematório, onde o cadáver, submetido a calor intenso durante uma ou duas horas, transforma-se em um pequeno monte de cinza esbranquiçada. Em seguida, as cinzas são espalhadas em um jardim ou outro lugar qualquer, ou colocadas em uma urna, que fica em poder da família ou é guardada em um nicho, no cemitério. Caso não haja nenhuma determinação legal em contrário, prevalece o desejo manifestado em vida pelo morto, ou da família, em falta deste, quanto à opção pela cremação e o destino a ser dado às cinzas.

Na antiguidade, a prática da cremação provinha de duas razões diferentes: a necessidade de trazer de volta os soldados mortos, para receberem sepultura em sua pátria, como ocorria entre os gregos; ou de convicções religiosas, como entre os escandinavos, que acreditavam assim libertar o espírito de seu invólucro carnal e evitar que o morto pudesse causar algum mal aos vivos. Em Roma, talvez devido ao ritual adotado para queimar os soldados mortos, a cremação virou símbolo de prestígio social, de tal forma que a construção de columbários - edifício com nichos para as urnas funerárias - tornou-se negócio lucrativo.

Nos tempos modernos, a discussão sobre a cremação iniciou-se, no Ocidente, no século XIX, com a publicação de um livro do médico Sir Henry Thompson. Nos Estados Unidos, o primeiro forno crematório foi construído em 1876, e logo surgiram sociedades de apoio à cremação. Na Alemanha e Dinamarca, no final do século XX, o número de cremações excedia o de enterros comuns, tal como no Japão, onde foi admitida legalmente em 1875. A aceitação ampliou-se graças à derrubada das objeções, como a de que impediria a investigação criminal, contraditada pelo aperfeiçoamento dos equipamentos policiais e pelo desgaste dos preconceitos supersticiosos. (1)

A Questão Bíblica

Era prática judaica enterrar os mortos na terra ou em túmulos de pedra (Gn. 15:15). Nunca foi do costume judeu cremar os corpos e contemplavam essa prática com horror (Am 2.1). A cremação só era prescrita como castigo (Js. 7.15).

Os cristãos seguiram o exemplo judaico no que concerne ao respeito aos mortos. Aceitavam o ensino de que o corpo do Cristão é o Templo do Espírito Santo e, como tal, deveria ser respeitosamente enterrado (I Co 3.16 e 6.19). Esses cristãos primitivos procuravam sepultar seus mortos num mesmo lugar, dando a esse lugar o título de cemitério, cujo significado é dormitório (Mt 27.52). (2)

Conselho Prático

Bem, cremado ou enterrado, nada disso poderá impedir o arrebatamento do cristão (I Co 15; I Ts 4.16-17), pois todas as cinzas voltarão à vida (Ap 20.13). Entretanto, seria respeitoso o ofício fúnebre nos moldes cristãos, isso por que nos primórdios do cristianismo o paganismo se utilizou dessa prática para se contrapor a idéia cristã da ressurreição do corpo. Acredito que não seria viável para nós tal prática pelo que ela nos lembra!

"Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão" (Jo 5.28).

Bibliografia:

(01) - Barsa em CD Rom 2001;

(02) - "A Cremação", Pr. Natanael Rinaldi, Revista Defesa da Fé n 44

2 comentários:

  1. Cremar ou não cremar?
    Na minha opinião se eu pudesse escolher o meu destino (ninguém pode pelo simples fato de não saber onde , nem como vai morrer); eu preferiria ser enterrada no chão; na terra - talvez porque seja uma tradição familiar lá do interior onde não a pagamento de taxas, guardas nem depredação na preparação para o dia de finados todos reunen-se e limpam as lápides, reconstroem os túmulos sem se importar se de parentes ou não.

    Porém estudando gestão ambiental na faculdade fiquei chocada ao descobrir que o chorume dos corpos produz um líquido mortal, se ingerido pelos humanos vivos é claro. Tal líquido chega até nós através da água, o corpo em decomposição se esvai pela terra e atinge as águas.

    Hoje já não existe na cidades sepulturas na terra mesmo no chão é construído barreiras de concreto.

    Foi horrível para mim, ver meu pai colocado numa "gaveta", hoje minha mãe transferiu lá para o pequeno cemitério do interior me parece mais humano, sei lá mais digno ficar sepultado na terra.

    Mas eu sinceramente fico em cima do muro; afinal quando um avião explode os corpos são cremados e os salvos que ali estiverem continuarão salvos.

    É um assunto delicado que só quem pode decidir é a familia mesmo, pois para nós o que importa é a nossa ressurgirmos e neste dia saberemos que não será com este corpo nem estas vestes.

    Abençoado dia!

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  2. Graça e paz Bella.
    Essa questão de ser cremado ou sepultado (gaveta ou terra) é algo muito pessoal, principalmente quando se fala em cremar. Poucas pessoas pensam nisso, talvez por não houver tantos crematórios assim, e por ser muito caro também. Numa cidade perto de onde moro tem um crematório para animais, mas não para pessoas (não sei por que cremar o bicho (rs). Agora, você levantou uma questão muito séria que é de sepultar as pessoas na terra e o mal que isso pode acarretar, te confesso que eu não havia pensado nisso. Bem, mas como eu faço parte dos que serão arrebatados não estou muito preocupado com isso (rs). Eu espero a volta de Jesus todos os dias, pois o dia e nem a hora ninguém sabe que Ele voltará!!
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueira

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