domingo, 8 de maio de 2011

CRER E CRER: PROMULGADA A LEI DE DEUS SOBRE O HOMOSSEXUALISMO!


Por Wadislau Martins Gomes

O crente crê; o incrédulo crê; o teísta crê; o ateu crê; o cientista crê; e o inculto também crê. É crença que não acaba mais. O crente em Jesus Cristo crê na Bíblia. O incrédulo crê que nada crê. O teísta crê que existe um Deus. O ateu crê que Deus não existe. O cientista crê que há alguma coisa aí para ser crida. O certo é que não há nenhuma outra base para qualquer conhecimento, a não ser a fé. A menos que você prefira dizer como o cara que viu o camelo, no zoológico: “Esse bicho não existe!”

Fé é mesmo coisa difícil de tragar. Até a descrição do conceito, de início, parece complicada: a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem (Hb 11.1). Como é que pode haver certeza do que é esperado e convicção do que não é visto? Valha-me Deus! E ele vale. Pense assim: se alguém não sabe coisa alguma sobre o que procura, nem se achar, saberá o que é. Se há alguma coisa sendo tratada, certamente algo é sabido e esperado, mesmo que não seja visto – ainda. Um exemplo disso é a Tabela Periódica dos elementos. Ela permanece tal como foi proposta, boa e genial. À época, foram calculadamente deixados em branco os espaços necessários para colocar elementos sabidamente existentes, mas desconhecidos. Havia fé em que, um dia, os elementos faltantes se encaixariam.

É algo como isso que está faltando, não na fé revelada, mas na evangelização do nosso povo. Sabe por que é que tanta gente não aceita ou abandona ou “muda” a fé cristã histórica a fim de acomodar a fé insossa? É que muitos que receberam o evangelho em fé não repensaram suas vidas em arrependimento – não reviram conceitos e comportamentos próprios da vida anterior nem se preparam para testemunhar o evangelho por meio de palavras e vidas coerentes. Assim, ficam na mente e no coração alguns espaços vazios que tornam difícil a digestão da fé. Tomando emprestada a figura de João, a fé é amarga no “estômago, mas... na... boca, doce como mel” (Ap 10.9). Mas como desejamos mel na boca ainda que com o estômago cheio de abelhas, os que creem que não creem e os que dizemos crer nem sempre estamos dispostos à coerência que a fé exige.

De fato, esse alheamento da fé faz parte do conhecimento natural do Deus desconhecido (At 17.22-31). O que quer que professemos, acabamos adorando algum tipo de deus. No entanto, só um é o verdadeiro. Ele é o Criador de todas as coisas e o próprio ambiente do homem, diante de quem teremos de prestar contas dos atos do nosso corpo. Vem, daí, uma questão: Como é que ficamos diante de duas declarações de fé, a do regenerado e a do não regenerado?

De um lado, o supremo e soberano Deus promulgou um termo de justiça, primeiro exarado na lei (Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação; Lv 18.22) e, depois, arrazoado no Novo Testamento. De outro lado, os supremos juízes da nossa terra passam julgado sobre os méritos do homossexualismo, com argumentos tais como: “a família é a base da sociedade, não o casamento” (Ministro Ayres Britto, considerando inconstitucional o artigo do Código Civil que trata a união estável usando os termos "homem e mulher"); ou "Desde que duas pessoas, somente" (Ministro Cézar Peluso, sem explicar a razão da restrição); ou "A união homoafetiva deve ser reconhecida como união estável para efeitos de proteção do Estado" (Ministro Luiz Fux). Todos eles, cuidando da causa, sequer chegam à questão do âmago do indivíduo – o vazio que só poderá ser ocupado pela adoração de Deus.

Com base na fé e na justiça (Rm 1.16-17) e movido por gracioso débito de amor para com todos os homens, crentes e incrédulos (vv. 13-15), Paulo faz um arrazoado mais profundo (1.18.32): a humanidade de agora não é a mesma como foi criada, mas experimenta uma separação interna e externa. No entanto, algumas coisas são certas e esperadas.

(i) Há uma dissociação com a essência da identidade humana, Deus, que é o ambiente de todo homem (vv. 18-20; 3.23; cf. At 17.24-29; Cl 1.15-17; Jo 1.1-4). O traço de personalidade que permanece havendo é a certeza de Deus está aí; a Bíblia diz que, de uma ou outra forma, todo mundo tem consciência do Deus verdadeiro, ainda que muitos a reprimam (cf. Rm 2.14-15).

(ii) Há uma crise de identidade psicológica em que racionalidade e irracionalidade geridas pela vontade decaída, equilibram-se e desequilibram-se em um turbilhão emocional (Rm 1.21-22; cf. 7.13-20).

(iii) Há uma dissociação da identidade humana com a natureza criada, que faz o homem não se diferenciar do mundo material e animal. Conquanto todos tenhamos certeza de não sermos deuses, ainda assim, tentamos assumir o papel. Na verdade, a própria tentativa – de controlar o mundo e as pessoas, de desejar justiça ou de reconhecer a injustiça, e de querer redimir o que está errado – é uma admissão do conhecimento de Deus. E é também uma admissão do pecado humano; pelo menos, de não querer reconhecer o Criador e Redentor de todas as coisas (Rm 8.22).

(iv) Há uma crise de identidade sexual (Rm 1.24-32). Negando o Criador, a criatura perde as dimensões de individualidade e coletividade, de igualdade e pluralidade, e de propósito e finalidade. Assim é que pares sem ovários e leite e pares sem testículos e sêmen pretendem uma vida sexual (lat., seco, “divisão da raça”) e muitos anseiam filhos.

(v) Há a convicção do testemunho de Deus, em Cristo e pelo seu Espírito, que ilumina a todo homem, externa e internamente, sobre a verdade e sobre o pecado (Jo 1.9-11; 16.7-11).

Certamente, este último item vem prenhe de esperança. Paulo mesmo disse que todos nós caímos em um ou outro pecado e, assim somos réus de todos eles (Rm 3.10). Em outro lugar, ele disse que não deveríamos nos enganar, pois nenhum impuro, idólatra, adúltero, efeminado ou homossexual, ladrão, avarento, bêbado, maldizente ou caluniador, ou corrupto apreenderia o código de fé e justiça do reino dos céus: Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1Co 6.8-11). De um lado, Deus não discrimina um grupo como o de homossexuais, mas a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos (Rm 11.32; cf. 2.11); de outro, sua Palavra não esconde os resultados da injustiça e dos desvios da fé. Sobretudo, ela diz:

Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão [Jesus Cristo] que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At 17.30-31).

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