segunda-feira, 1 de março de 2010

O Mandamento Bíblico Para os Evangélicos Serem Diferentes e Separados


Peter Masters

A Palavra de Deus ensina que os cristãos devem manter-se separados de qualquer forma de religião que contradiz e despreza as verdades fundamentais da fé cristã, que salvam a alma. Este é um mandamento básico e comprometedor encontrado em muitas passagens das Escrituras. E nenhuma destas, por. mais branda que seja, utiliza uma linguagem obscura e controversa. Consideraremos, de maneira breve, dez passagens que apresentam este mandamento.

Primeiramente, a ordem para sermos um povo distinto e separado é afirmada, de maneira evidente, em 2 Coríntios 6.14-17: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor".

O vocábulo grego traduzido "separai-vos" refere-se ao estabelecimento de um limite. (Nossa palavra "horizonte" origina-se desse termo grego.) Paulo ensina que temos de nos manter separados no mesmo sentido de um limite que é colocado e jamais pode ser ultrapassado. Os falsos ensinadores e seus erros precisam estar fora dos limites para nós ou além do horizonte. Jamais devemos ter comunhão com eles em qualquer nível. O apóstolo utiliza as mais fortes palavras disponíveis para nos ordenar a não estarmos, em ocasião alguma, em comunhão com ensinadores religiosos que negam a Palavra de Deus e asseveram falsa doutrina.

Com certeza, jamais devemos nos colocar em jugo desigual com os incrédulos, o que significa que nunca devemos trabalhar juntamente com falsos ensinadores religiosos em qualquer tipo de empreendimento espiritual. Jamais devemos ser encontrados debaixo do mesmo jugo. Por meio deste mandamento, somos proibidos de nos assentarmos em comitês, compartilhar o mesmo púlpito ou servir em equipes pastorais juntamente com estes falsos ensinadores. Por igual modo, somos instruídos a não estarmos juntos com eles em assembléias eclesiásticas e denominacionais.[1]

O "jugo" é o vínculo de serviço. Do ponto de vista divino, aos falsos ensinadores, que negam os fundamentos da fé cristã, não deve, em ocasião alguma, ser atribuído reconhecimento espiritual. Também não devemos reconhecer suas igrejas como válidas aos olhos de Deus.

Precisamos, sem dúvida, ser compassivos e demonstrar interesse por todos aqueles que estão enlaçados no erro. Judas adverte os crentes a respeito dos falsos cristãos, salientando que alguns poderão ser salvos. "Salvai-os... em temor", ele declara, "arrebatando-os do fogo... detestando até a roupa contaminada pela carne" (Judas 23). A ordem das Escrituras é que alcancemos os "cristãos" não-evangélicos como pessoas que estão de fora, mas nunca devemos falar ou realizar qualquer coisa que bajularia, dignificaria ou reconheceria sua falsa doutrina.

Nosso segundo texto, ordenando um testemunho evangélico distinto e o separar-nos do erro, é Romanos 16.17.

Nesta passagem, Paulo exorta as igrejas a notarem "aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles". Este versículo refere-se a todos os falsos ensinadores, que levam as pessoas a não encontrarem a Verdade.

Hoje, aplica-se à Igreja Católica Romana, que apostatou da Verdade cristã há muitos séculos e adquiriu grandes proporções, ensinando exatamente o oposto das doutrinas da salvação apresentadas na Bíblia. Este versículo também se refere aos teólogos liberais, que negam a inspiração e a infalibilidade das Escrituras, escarnecendo de muitas das doutrinas fundamentais da fé cristã. Negam a existência do inferno e ensinam que toda a humanidade será eternamente salva. Estes dois movimentos iludem as almas de milhões de pessoas. Não devemos nos admirar de que o apóstolo denuncie tais ensinadores e movimentos. Estes são de tal maneira ofensivos a Deus e perigosos às almas, que jamais devemos reconhecê-los e associar-nos a eles.

Porventura, este mandamento está sendo obedecido quando os evangelistas convidam os não-evangélicos a participarem de seus ministérios? Esta ordem tem sido observada quando eles enviam os convertidos à Igreja Católica e a outras igrejas não-evangélicas, a fim de serem instruídos por estas? Tem sido obedecida pelos ministros evangélicos que trabalham juntamente com não-evangélicos em atividades denominacionais, ministros que fazem parte de comitês e, de maneira íntima, compartilham várias atividades eclesiásticas?

O terceiro texto que nos ordena a separação é 1 Coríntios 5.9-13, no qual o apóstolo exorta os irmãos a não se associarem a crentes professos que eram culpados de vários pecados específicos. Embora o apóstolo estivesse se referindo a pecados cometidos por indivíduos, ele faz duas menções à idolatria, o principal compromisso religioso daquela época. Não existe qualquer comunhão entre nós e aquele que professa ser cristão mas continua na prática da idolatria. Nem mesmo devemos tomar refeições com tal pessoa (quando isto expressa aceitação e comunhão). Este é o mandamento do Senhor, dado através do apóstolo, a respeito de todos que professam ser cristãos mas praticam falsa religião. Os falsos mestres são "inimigos da cruz de Cristo", conforme Paulo afirmou em Filipenses 3.18. Os crentes jamais devem ter comunhão e identificar-se com estes de uma maneira que endossaria o ponto de vista e a postura espiritual deles.

O quarto texto que nos ordena manter uma postura distinta e separada é Gálatas 1.8, onde o apóstolo nos adverte que os falsos ensinadores podem mostrar-se como pessoas equipadas com grandes dons e de personalidade muitíssimo atraente. Talvez possuam maneiras amáveis e graciosas e considerável charme, mas, se advogam falsa doutrina (assim como os não-evangélicos), os verdadeiros crentes não precisam estender-lhes sua comunhão. Paulo asseverou: "Ainda que... um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema". A palavra "anátema" significa que a pessoa tem de ser banida, excomungada ou considerada como totalmente inaceitável. A falsa doutrina é tão destrutiva às almas e ofensiva a Deus, que Paulo declarou seria anátema ele ou qualquer membro de sua equipe que pregasse outro evangelho.

Este mandamento é tão importante, que o apóstolo foi movido pelo Espírito a repetir a si mesmo; e, em Gaiatas 1.9, ele afirma: "Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema". Tal pessoa deve ser tratada como um intruso. Este evidente mandamento está sendo obedecido em nossos dias, quando os líderes evangélicos elaboram declarações anunciando que todo o clero católico (embora ensine a justificação pelas obras e promova a adoração de Maria) deve ser aceito como verdadeiramente cristão? Está sendo obedecido quando os teólogos liberais (que rejeitam a Bíblia, a expiação, a necessidade de conversão e outras verdades essenciais) são incluídos entre os verdadeiros cristãos?

O quinto texto é 2 João 6-11, onde o Espírito Santo utiliza João, o apóstolo do amor, para outorgar-nos um dos mais claros mandamentos a respeito da separação, em toda a Bíblia. Esta passagem nos instrui a não termos comunhão, de maneira alguma, com os falsos ensinadores. João inicia relembrando-nos que o amor ao Senhor é demonstrado por obediência e fidelidade à sua Palavra revelada. Em seguida, ele declara que muitos enganadores têm surgido, "os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo... Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas" (2 João 7-10).

Somos ensinados que todo mestre cristão que realmente não crê em Jesus como o Salvador encarnado está destituído de qualquer relacionamento pessoal com Deus.

Se tal pessoa aparece entre nós, não devemos oferecer-lhe comunhão ou reconhecimento e tampouco saudá-lo em nome de Cristo.

Mas a quem isto se aplica? Somente aos que francamente negam que o Salvador veio em carne? Se este é o caso, os católicos e diversos outros não-evangélicos estariam qualificados à nossa comunhão, pois, embora neguem a conversão evangélica, afirmam que Jesus Cristo veio em carne. Essa é exatamente a maneira como evangélicos que estão comprometidos com outros ensinos interpretam esta passagem. Eles declaram que os católicos e mesmo muitos liberais qualificam-se à nossa comunhão (em outras palavras, eles são verdadeiramente salvos), porque crêem que Cristo veio em carne. No entanto, deveria ser óbvio que esta interpretação é absurdamente superficial, despojando o texto de seu pleno significado. Após a morte, as pessoas serão admitidas no céu, embora nunca tenham sido salvas, apenas por que crêem na encarnação?

Confessar que Jesus Cristo veio em carne não é um mero assentimento técnico da doutrina da encarnação. Significa que agimos de acordo com esta crença, acreditando em todos os ensinos do Salvador e comportando-nos de acordo com seus mandamentos. Se realmente cremos que Ele é Deus, então, com certeza, creremos em tudo que Ele disse a respeito de Si mesmo e de sua obra, no Calvário, em favor da salvação dos pecadores. Obedeceremos sua chamada para nos arrependermos e nos convertermos. Com prontidão, aceitaremos e creremos nas doutrinas evangélicas acerca da salvação da alma. Contudo, essas coisas têm sido negadas e atacadas, com grande vigor, pela Igreja Católica Romana e pelos outros não-evangélicos. É evidente que estes verdadeira e profundamente não crêem que Jesus Cristo veio em carne, porque não O respeitam a ponto de obedecer-Lhe os ensinos.

As palavras de 2 João 7-10 nos convocam a não atribuir reconhecimento aos mestres religiosos que não respeitam, aceitam e obedecem as palavras e atitudes do Filho de Deus encarnado. Os católicos e os liberais substituíram por idéias e cerimônias humanas os ensinos do Senhor, rejeitando, por meio desta atitude, sua autoridade.

O próximo texto que ordena separarmo-nos dos falsos ensinadores é 1 Timóteo 4.1 e 7, onde aprendemos que toda falsa doutrina é obra do maligno e seus demônios. "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios." Uma das principais atividades das hostes demoníacas hoje é seduzir e tentar as pessoas a seguirem falsas doutrinas. De maneira alguma devemos reconhecer ou cooperar com aqueles que propagam ensinos de demônios. "Rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas", Paulo disse. Timóteo precisava rejeitar tudo que procedia de outras fontes, exceto da Palavra de Deus. Desde o começo da carta, Timóteo é encarregado de silenciar (na igreja) o ensino de qualquer outra doutrina (I Timóteo 1.3-4). No entanto, os evangélicos, em nossos dias, estão dizendo que as doutrinas de Roma e dos liberais também são eficazes em trazer pessoas à salvação. Este é um estarrecedor transtorno para o evangelicalismo. Reconhecer tais doutrinas é ajudar à obra dos demônios.

Em 1 Timóteo 4.2, Paulo afirma que muitos dos que ensinam em oposição à Verdade revelada por Deus falam mentiras, por intermédio de hipocrisia. Aparentemente, eles sabem o que estão fazendo. Sabem que não existe qualquer verdadeiro poder e verdade nas coisas que estão ensinando. Muitos estão cientes de serem manipuladores da Verdade. Não se mostram sinceros em seus pontos de vista.

Nosso sétimo texto é 1 Timóteo 6.3-5, onde Paulo novamente ordena que nos apartemos daqueles que não ensinam as palavras e doutrinas de nosso Senhor. "Se alguém ensina alguma outra doutrina e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade... Aparta-te dos tais" (arc). Agora, deve estar claro que os documentos mencionados anteriormente — Evangélicos e Católicos Juntos e A Declaração de Nottingham — foram escritos em ousado desafio aos evidentes mandamentos da Palavra de Deus. Representam um óbvio comprometimento com o erro.

Nosso oitavo texto é 2 Timóteo 2.16-21, onde Paulo nos ordena: "Evita igualmente os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior". "Evitar" significa "afastar-se" e "fugir de". Este é um dever. Não há qualquer reconhecimento espiritual ou comunhão com os falsos mestres. Nesta passagem, Paulo mostra que a igreja professa possui muitas pessoas destituídas de valor. Nela, existem falsos ensinadores e seus discípulos. Em seguida, ele diz: "Se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra". "Purificar" significa limpar completamente. Igrejas e crentes verdadeiros precisam manter-se completamente incontamina- dos de ensinos que contradizem as doutrinas evangélicas que salvam a alma.

O nono texto é 2 Timóteo 3.5, onde Paulo se refere a alguns que, "tendo forma de piedade", negam-lhe o poder; e acrescentou: "Foge também destes". Os católicos e os liberais negam a poderosa e transformadora obra de Deus na conversão, não considerando-a uma experiência instantânea, recebida em imediata resposta ao arrependimento e à fé. Não podemos nem devemos comprometer esta doutrina vital. Temos de fugir de tais ensinadores.

Nosso décimo texto é Efésios 5.11, onde Paulo afirma: "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as". Este versículo refere-se tanto às questões morais quanto às doutrinárias. Demonstra um princípio fundamental ensinado em toda a Bíblia. A Verdade de Deus tem de ser preservada. Precisamos desmascarar os erros das falsas doutrinas, para que as pessoas não sejam afastadas do Caminho.

De tais passagens, deve ficar evidente que dar reconhecimento espiritual àqueles que ensinam outro "evangelho" é uma desobediência gravíssima. Podemos mostrar amor às pessoas que estão no erro ao tentarmos conquistá-las para a Verdade. Podemos demonstrar simpatia por aqueles que estão nas trevas, nos esforçando por alcançá-los como pessoas que estão de fora. No entanto, jamais devemos tolerar e reconhecer o ensino deles, pois isto é uma arrogante ofensa contra a Palavra de Deus. O Senhor ordena ao seu povo não ter comunhão com falsos ensinadores. O leitor está envolvido em qualquer aliança pela qual se identifica com os falsos ensinadores, dando-lhes reconhecimento e encorajando-os? Separação da falsa doutrina não é uma idéia de homens, é o que o Senhor exige de nós, e, se nos mostramos fiéis a Ele, precisamos obedecê-Lo.

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Fonte: Separados Pela Verdade, Peter Masters, Ed. Fiel.

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Notas:
[1] As principais denominações voltaram-se para o liberalismo teológico em um período de 140 anos. Por muitos anos, um abundante número de evangélicos permaneceu entre aqueles e lutou por reconquistá-los para a Verdade. Eles permaneceram firmes contra os não-evangélicos. Não estou criticando os evangélicos que diligentemente batalharam pela fé em suas denominações espiritualmente decadentes. Acreditamos que eles deviam ter abandonado aqueles grupos, mas reconhecemos o corajoso esforço de muitos que batalharam nessas denominações. O grande problema na atualidade é este: muitos evangélicos que permanecem nessas antigas denominações pararam de contestar e começaram a comprometer-se com o erro assumido por elas. Muitos agora aceitam pessoas não-evangélicas como legítimos cristãos.

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