sábado, 20 de março de 2010

[AGNOSTO THEO] Uma Introdução ao Conhecimento de Deus (3)

AGNOSTO THEO - O DEUS DESCONHECIDO DOS CRENTES
Por Robert H. Benson

O QUE É ESSENCIAL?
Assim diz o SENHOR: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o SENHOR e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o SENHOR. (Jeremias 9: 23, 24)
Vivemos em uma sociedade com tantos supérfluos que constantemente as pessoas se perguntam o que é essencial para a existência do Homem. Alguns dizem saúde, outros família, outros ainda amigos. Todos estes estão errados. O essencial, o principal, o mais importante é conhecer e compreender a Deus. Não há nada acima, nada ao lado e nem podemos falar que há algo abaixo disso, porque não há como comparar o conhecimento de Deus com qualquer outra coisa.

Deixe-me esclarecer algo (principalmente tendo em vista a degradação da pregação moderna em auto-ajuda): conhecer a Deus não é aprender alguns princípios para você ter “o melhor de sua vida hoje”. Não é ensinar a nós mesmos uma pretensa “sabedoria” para aplicarmos em nossa vida e termos sucesso. Conhecer a Deus não é um meio para alcançarmos nosso bem-estar egocêntrico. É o mais majestoso de todos os fins. Nós fomos criados para conhecer a Deus e nos gloriarmos nele. A própria vida eterna consiste em teologia (teo = Deus, logia = ciência, conhecimento), conforme Jesus disse em João 17:3:
Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
Entretanto, também não é conhecimento somente pelo conhecimento. Não é nos gloriarmos em termos uma teologia correta. Não é buscar só a verdade. É buscar a realidade dessas verdades em nossas vidas. Um papagaio pode repetir palavras corretas. Um computador pode ler sermões. A verdade tem que formar raízes firmes que crescem e frutificam para a glória de Deus. Não é tudo sobre verdade! É tudo sobre Deus! A. W. Pink sintetizou magistralmente isso em seu livro Os Atributos de Deus:
“Necessitamos algo mais que um conhecimento teórico de Deus. Só conhecemos verdadeiramente a Deus em nossa alma, quando nos rendemos a Ele, quando nos submetemos a Sua autoridade e quando os Seus preceitos e mandamentos regulam todos os pormenores da nossa vida.”
Esta transformação da mentalidade mundana para a conformidade com Cristo e Sua vontade está arraigada na contemplação de Cristo. Contemplar é transformar-se.
Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (2 Coríntios 3:18)


O CONHECIMENTO, O ORGULHO E A HUMILDADE

Lendo o texto de Jeremias novamente, vemos que ele fala para o sábio não se orgulhar na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico na sua riqueza. Mas, por quê? Se ele falasse “não se orgulhe o tolo em sua sabedoria” seria de fácil compreensão já que este não a possui.

O que creio que o texto quer dizer é o seguinte: o sábio não deve se orgulhar, porque se sua sabedoria é humana então ela é vaidade, “porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens” (1 Coríntios 1: 25), contudo, se sua sabedoria vem de Deus, então ele não tem do que se orgulhar, afinal, vem de Deus e não dele próprio.
Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido? (1 Coríntios 4:7)
Porque se gloriar em sabedoria? Glorie-se naquele que dá sabedoria à pequena mente humana. Não há nada em você mesmo que você possa se gloriar. Nada!

Ademais, quem em sã consciência alegaria ter contado todas as estrelas do céu ou as areias do mar? Quanto mais quem se gloriará em dizer que conhece tudo de Deus? A verdade é que quanto mais de Deus você souber mais você saberá que nada ou muito pouco realmente sabe. Esse texto não nos encoraja a nos gloriarmos em nosso conhecimento de Deus, e sim naquilo que Ele revelou de si mesmo a nós.
João respondeu, e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu. (João 3:27)
Não é o tipo de homem que diz: “todos os olhos foquem em mim e eu irei falar desse Deus”, como se ele fosse um mediador; mas, sim, o homem que diz: “olhem o que esse grande Deus fez na história; olhem o que Deus fala de si mesmo” e reconhece que sem Deus ele é absolutamente nada, que entendeu o que o conhecimento de Deus produz no ser humano. Este segundo tipo de pessoa fica apontando, e apontado, e apontando somente para Cristo e, em concordância com João Batista, afirma:
É necessário que ele cresça e que eu diminua. (João 3:30)
Portanto, nos apeguemos firmes a promessa que diz:
Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar. (Habacuque 2:14)
cresçamos
"na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo" (2 Pedro 3:18)
e
“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor..." (Oséias 6:3)

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