Derek Thomas
Nossa geração é a primeira geração de cristãos em que se faz seriamente a pergunta: Quanto tempo posso gastar em entretenimento? Em toda a minha leitura a respeito dos séculos XVI e XVII, nunca me deparei uma única vez com essa pergunta sendo feita de alguma forma séria. Não é que esses séculos, ou os cristãos que viveram neles, eram anti-lazer – um bando de estraga-prazeres! Eles não eram. Ninguém fez mais para dispersar essa caricatura dos puritanos do que Leland Ryken em seu corretamente elogiado livro, Santos no Mundo.
Não obstante, esta é uma geração na qual o tempo livre foi inserido na estrutura da semana como um direito. Nós temos tempos reservados para entretenimento - sexta-feira à noite, o final de semana... Isso inclui (infelizmente!) as tardes de domingo, apesar dos fortes textos bíblicos que nos advertem quanto às conseqüências (veja, se desejar, Is. 58:13-14). De alguma forma, nunca nos ocorre perguntar por que é que nós nunca lemos a respeito de Jesus ou dos discípulos simplesmente "se divertindo". Não há nenhuma palavra sobre Paulo "dando uma saída" com os rapazes em Éfeso ou Corinto. O que a Bíblia tem a dizer sobre o lazer e o modo com que deveríamos fazer uso dele?
Eis aqui um princípio, enganador com certeza e com boa probabilidade de ser distorcido, mas, ainda assim, bíblico: Deus nos deu um padrão, um ritmo se você preferir, de um dia seguido de seis. Um dia de “descanso” seguido por seis dias de “trabalho”. Deixando de lado por um minuto a questão sobre a propriedade de usar o Dia do Senhor para entretenimento, o princípio que parece ser mais ou menos correto é que não há nada impróprio em se gastar aproximadamente 15% da semana, uma ou duas horas por dia, entretendo-se.
Mas aqui está o ponto: é extremamente fácil tornar-se um viciado e cair em frente à TV por 3, 4, ou até mesmo 6 horas consecutivas. Isso é deixar o entretenimento fugir ao controle. Não é que algumas horas são ruins para nós (é claro que isso depende do que se está assistindo!); é só que, como talvez dissesse Paulo, não convém*.
É verdade que, diante de todo o entretenimento disponível, talvez a nossa geração seja uma geração entediada. Nós temos filmes, shopping centers e MP3 players e ainda assim o lamento “não tenho nada para fazer” ainda pode ser ouvido, alto e claro. Uma recente pesquisa revelou que 71% das pessoas querem mais "novidade" em suas vidas. O tédio está em alta. O Dr. Richard Winter, um psicólogo do Covenant Theological Seminary (o seminário oficial da PCA – Presbiterian Church in America**) sugere que os americanos estão sendo entretidos até a morte. "O tédio pode vir logo após a excitação. Há um sentido no qual você precisa de cada vez mais e mais excitação, mais estímulo para mantê-lo interessado", ele escreve. O "Fator Medo" mostra que as pessoas farão coisas cada vez mais grosseiras e asquerosas para achar o requerido entusiasmo do entretenimento.
Em seu livro, Still Bored in a Culture of Entertainment (Ainda Enfadado em uma Cultura de Entretenimento), o Dr. Winter examina como o tédio aumentou conforme mais tempo livre tornou-se disponível. Na realidade, ele afirma que a pessoa média hoje tem aproximadamente 33.000 horas a mais de lazer do que uma pessoa que viveu na metade dos anos 1800.
Winter diz: "Estas são buscas viciosas, que causam dependência, de forma que as pessoas gastam horas e horas, e isso se torna a sua realidade. Elas vivem em uma realidade virtual, em vez da realidade real do mundo de Deus, o universo físico em que estamos inseridos."
Aqui vai uma idéia que certamente vai revolucionar nossa avaliação do valor do entretenimento: comece a ler livros novamente! Nunca houve um tempo em que os melhores livros estiveram mais disponíveis do que no presente. Algumas horas por dia lendo boa literatura nos recompensariam graciosamente.
Você leu algum bom livro ultimamente?
É a pura realidade.
ResponderExcluirO modo de vida superficial que a maioria de nós vive hoje ( e eu me incluo também), tem nos afastado cada vez mais das verdades e princípios de Deus para nossas vidas. As pessoas vivem suas vidas tão voltadas para o entretenimente, que começam a viver uma vida, como se fosse uma novela, um seriado ou um filme, ou até mesmo uma música.
Ótimo texto para refletirmos, sobre o quanto precisamos nos desligar mais do mundo e de nós mesmo, e, nos voltar mais para Cristo. Abraço irmão.
Graça e paz Daniel.
ExcluirFico feliz em saber que esse texto o levou a reflexão e uma auto análise do seu próprio comportamento diante do estretenimentos que a vida tem lhe oferecido. Que o Senhor lhe ajude a superar os atrativos da vida e que você possa se voltar mais para Ele. Assim como você eu também preciso vigiar para não ser pego longe de Deus por causa dos entretenimentos.
Que o Senhor lhe abençoe!
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira