Por Josemar Bessa
O que nos leva a adorar
a Deus? Responder isso nos livraria de muitos desvios daquilo que é essencial
ser proclamado. No mundo há milhares de culturas e povos. Num mesmo país
existem pessoas muito diferentes entre si – Nível econômico diferente,
educacional... velhos, jovens... O que quebra isso não é um evangelho que se
adapte a cada cultura, classe social, idade... O que vence isso é algo muito
maior e que nos liberta da cadeia de nos transformarmos em portadores de um evangelho
camaleão e que perde seu ponto central que une todas coisas.
Em Mateus 2.2 está
escrito: “Viemos adorá-lo” – Adorá-lo é o nosso chamado. Quem foi adorar Jesus
naquele dia?
Os magos – ao que
parece, astrólogos do império persa. Quem estava lá também? Os pastores de
Belém. Nada poderia ser mais diferente do que essas pessoas, então porque estão
juntas? Alguém bolou algo que ‘funcionasse’ para Magos? Ou alguém pensou em
algo que ‘funcionasse” para pastores de ovelhas?
Nós podemos apontar
muitas diferenças entre esse grupo de homens e apenas uma semelhança – mas ela
faz toda a diferença.
Veja a diferença racial
– os pastores eram judeus, já os magos gentios. Essa era uma tremenda barreira.
Barreira essa que as estratégias humanas falhariam para quebrar.
Veja a diferença
intelectual - Intelectualmente os pastores eram homens iletrados, homens
simples, homens do campo. Não tinham um emprego que exigisse cultura, estudo...
Já os magos eram homens cultos, sábios, estudiosos... Gastaram anos em suas
pesquisas e conseguiram a reputação que a educação dá, a qual, os pastores não
tiveram acesso.
Veja a Diferença Social
- Socialmente – Pastores faziam parte da classe social mais baixa – poderíamos
incluí-los entre os desfavorecidos ( o evangelho para eles seria diferente? O
que os levaria a adorar? Uma abordagem única?) – Já os Magos – com seus
presentes caros – tinham recursos – podiam fazer uma viagem que demandaria
meses...
Muitas pessoas olham
para os homens em seu mundo e cultura e
esperam que o evangelho tenha uma mensagem com um aspecto que toque cada uma
delas. Não entendemos ainda que o Reino de Deus gira em torno daquele que
naqueles dias era um bebê e que juntou Magos e Pastores. Temos perdido o cerne
dessa mensagem.
A despeito de todas as
barreiras – Raciais, sociais, intelectuais – Barreiras que tem esse nome porque
de fato separam pessoas – não existe uma mensagem que mantenha as pessoas em
seus guetos – um evangelho para Pastores de Belém – ou abordagem para Magos do
Oriente – e por aí vai pelo caminho sem fim das diferenças humanas. Mil
evangelhos seriam suficiente? O ‘evangelho’ do jovem serviria para o homem
maduro e para o velho? Para o velho
educado e para o velho culto? Para o homem maduro rico e o homem maduro pobre?
Para o homem de uma raça e outro de outra?
Que estratégia
usaríamos hoje para os Magos? Que estratégia usaríamos para os pastores? Apesar
de todas as barreiras os Magos e Pastores
estavam UNIDOS em sua ADORAÇÃO ao Senhor Jesus.
Todas as religiões
estão ligadas a culturas, etnias, grupos, raças... Mas não o evangelho. Sua
mensagem central é a mesma para cada homem que nasceu e que irá nascer neste
mundo. Ele fala da relação do homem com Deus. De um pecador com um Deus santo.
Um Deus que se ira todos os dias. “Todos pecaram e destituídos estão da glória
de Deus” – O evangelho não é segmentado – ele une todas as culturas, tribos e
nações em adoração àquele que é o centro de todas as coisas e o único que pode
reconciliar qualquer homem (Magos ou Pastores) com Deus.
Qual é o ‘encanto’ que
une pessoas tão diferentes? JESUS! Ele é o encanto universal – o amado do Pai.
A mensagem ofensiva da cruz será a mesma pregada a todas as gerações, nações,
classes sociais, etárias...
A verdade sobre Cristo
reconciliando o homem com o Pai operada eficazmente pelo Espírito Santo é que
faz homens tão diferentes adorarem – “viemos adorá-lo” – Cristo é o imã – não a
cultura, não os gostos... Agora, Cristo só é o imã para os que receberam um
novo coração – aí já não importa se são Magos ricos e educados ou Pastores
pobres e incultos – estarão lá, adorando
o Rei – Juntos! – “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a
estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que
justificou a estes também glorificou.
Que diremos, pois, a
estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.29-31).
Verdadeiros adoradores
não são tribais, foram escolhidos na eternidade e chamados no tempo para se
deleitarem completamente em Cristo e se gloriarem em Sua cruz. O que une esses
adoradores flui de seus novos corações e não da cultura a sua volta.
Fonte: Josemar Bessa
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