sábado, 1 de dezembro de 2012

A TEOLOGIA DO CACHORRO E DO GATO


Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Ganhei um bom livro: A teologia do cachorro e do gato. O título é estranho? Mas seu conteúdo é sério. Os autores, Sjogren e Robinson, começam com uma anedota sobre cachorros e gatos. O cachorro diz: “Você me acaricia, me alimenta, me abriga, me ama. Você deve ser Deus”. O gato diz: “Você me acaricia, você me alimenta, me abriga, me ama, eu devo ser deus”. A seguir, os dois mostram as diferenças entre cristãos tipo cachorro e tipo gato.


O cachorro segue por amor, é dedicado, põe a vida no reino. O gato quer coisas boas, mas sem compromisso. Quer promessas, o cuidado de Deus, da igreja, do pastor. Não se preocupa em ser útil, instrumento nas mãos de Deus. Ele é seu mundo.

Os autores ainda dizem que “Os cães têm donos, os gatos têm funcionários”. Sei disso. Tive vários gatos: Jairzinho, Schleiemacher, Kierkegaard, Platão, Sócrates, Mahavira. Éramos seus servidores.

O livro focaliza os dois tipos se portam no tocante ao senhorio de Deus. O cachorro tem Deus como Senhor em qualquer circunstância. O gato tem Deus como Senhor enquanto receber bênçãos. Quando as coisas apertam, os crentes gatos somem da igreja! E, havendo mais vantagem do outro lado, o crente gato vai para lá. Se o mundo apresentar uma proposta de mais felicidade (os gatos só buscam bênçãos e felicidade) o evangelho será deixado e a igreja abandonada. O crente gato se rege pela lei de Gérson: levar vantagem.

Jesus falou a ouvintes tipo gatos: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos” (Jo 6.26). A multidão não ligava para ele. Queria barriga cheia. Há gente assim, que não ama a Jesus. Só quer coisas boas.

Platão disse que “Odiamos a injustiça não por amor à justiça, mas com medo de que a injustiça caia sobre nós”. Ou seja: muitos dos nossos sentimentos e ações não são motivados por amor à verdade, mas por interesse. Uma vida cristã sadia não se pauta por interesse. O fundamento é o amor. Deus não deve ser buscado pelo que nos pode dar (ele já nos deu, e muito!), mas por aquilo que ele é. Jesus deve ser seguido não como se fosse a fada madrinha, com uma varinha mágica para resolver nossos problemas. Mas porque é Jesus Cristo, o incomparável, com uma proposta de vida que ninguém iguala, e na qual nos realizamos por ser a vontade de Deus para nós.

Gato é charmoso. Chamar alguém de “gato” é um elogio. E de cachorro, uma ofensa. Mas em matéria de teologia, como dizem Sjogren e Robinson, a melhor é a do cachorro. É sadia. A do gato é desfocada e mesquinha. Neste sentido, seja um cachorro. Crentes gatos são infantis.

2 comentários:

  1. Uma comparação que mostra nossa realidade cristã.
    Abraços
    Fabio, cristaodebereia.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Graça e paz Fábio.
    Pelo tempo que eu tenho de vida cristã, posso lhe afirmar que eu sou um cristão "cachorrão" rs! Mas tenho conhecido muitos crentes "gatos".
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueira

    ResponderExcluir