Por Brian Hedges
Pastor, você irá construir uma grande igreja, se aprender a se comunicar.
Ouvir esse sermão foi como beber água de um hidrante.
Estou tão desapontado! Eu queria que você desse a Deus toda a glória, mas você não conseguiu!
Sua pregação foi tão intelectual.
Sua pregação foi muito prática.
Você não falou o suficiente sobre justiça social.
Você falou demais sobre justiça social.
Sua pregação é só sobre condenação.
Sua pregação não foi profunda o suficiente. Dê-nos carne, não leite.
Eu já ouvi todas essas declarações, ou pelo menos recebi estes
sentimentos, sobre minhas pregações. Alguns tem caído no sono durante
ela. Uma mulher sacudiu a cabeça em desacordo com o que eu ensinei sobre
eleição, enquanto outros argumentaram comigo enquanto eu ainda estava
no púlpito. Já houve pessoas me esperando na esquina depois da igreja
para discutir teologia. Alguns comentários de terceiros me informando
sobre membros da igreja que não estavam aproveitando nada com minhas
mensagens. Um cara me disse que se sentia como se estivesse sentado na
escola (eu suponho que seja pela mensagem ter muitos pontos). Outros têm
gentil e graciosamente me encontrado face a face para confessar que não
têm sido alimentados.
Algumas dessas críticas me surpreendem. Algumas parecem injustas.
Algumas machucam. Algumas são bem merecidas, especialmente o comentário
do hidrante. Ocasionalmente algumas são descartadas, mas na verdade
muitas delas colam. Todo pregador experiente poderia acrescentar algo à
essa lista. Críticas pessoais são um dos perigos do trabalho do
ministério cristão.
Isto também é um grande benefício. Pregadores precisam apreciar feedbacks.
E precisamos deles mais do que apenas elogios (embora sejamos gratos
por eles também). Não existem pregadores perfeitos. Todos nós precisamos
de diálogos francos com ouvintes, tanto sobre nosso conteúdo quanto a
nossa entrega. Então, não leia esse artigo como uma reclamação de uma
pastor assediado e chorão que não aguenta mais. Eu não quero pessoas na
minha congregação parando de me dar feedbacks críticos com medo de machucar meu ego.
Mas, tanto pregadores quanto ouvintes, tanto os que são criticados
quanto os que criticam, pode haver um diálogo mais eficiente. Então,
aqui estão algumas sugestões para ambos.
PARA OUVINTES
1. A crítica mais construtiva é dada em um contexto de amor fraternal
mútuo. Em geral, essa verdade não é apenas para pregadores. Todos nós
somos mais amigáveis a receber críticas quando elas vêm de alguém que
nos ama e tem em mente o melhor para nós.
2. Certifique-se de que seus motivos estão corretos. Eu observo em
algumas críticas um apetite doentio para um debate. Outros travam por
pontos pequenos ou ilustrações. Partículas de homilética se tornam
montanhas teológicas, e eu me pergunto se a pessoa sequer ouviu o resto
do sermão. As melhores críticas vêm de pessoas que tem um desejo sincero
de ver pessoas sendo ajudadas e Deus glorificado através de um claro
ensino das Escrituras.
3. Preste atenção no timing. Aqui vão alguns casos que são usados fora de hora:
- Domingo a tarde ou Segunda-Feira. Seu pastor já está exausto do final de semana. Dê a ele 48 horas de descanso antes de mandar aquele email
- Domingo de manhã antes de pregar. Não confronte ele com
questões sobre a pregação da semana passada antes dele subir no púlpito.
Na verdade, tente não questioná-lo sobre nada. Deixe ele focar na
tarefa que ele tem nas mãos.
- Enquanto ele está de férias. Guarde isso pra quando ele voltar a trabalhar.
Considere, na verdade, não usar o e-mail para essas coisas. Em vez
disto, agende um telefonema amigável no meio da semana ou uma saída para
lanchar. Sim, isso significa conversar face a face (ou pelo menos, voz a
voz). E isso também te dá tempo para pensar cuidadosamente sobre o que e
como dizer e ainda oferece um local agradável para seu pastor vir com
uma mente fresca para dar toda a atenção para suas preocupações.
4. Critique as coisas certas. Seu pastor não precisa que você
sinalize cada falta insignificante no púlpito. O amor cobre uma multidão
de pecados, incluindo imperfeições e falhas no sermão. Se você está
cansado de ilustrações esportivas, ou achou que o sermão dessa semana
foi um pouco maçante, deixe isso para lá. Guarde suas críticas para
coisas que realmente têm importância: mau uso das Escrituras, mensagem
confusa, uso de palavras e tons desnecessários ou ofensivos ou
tendências de escapar da centralidade do evangelho. Sendo mais
específico: se o pregador usa textos fora do contexto. Ou seu esboço
deixa todos perdidos. Ou usa humor inapropriado ou faz declarações
depreciativas sobre gays ou liberais. Ou sempre insiste em temas
dispensáveis, ao invés de encarnação, expiação, ressurreição ou segunda
vinda. Então é hora de levá-lo para tomar um café. E você deve pagar a
conta.
5. Seja cuidadoso. É perigoso sentar para ouvir o ministério da
Palavra de Deus com um ouvido crítico. Se você não observar seu coração,
irá empobrecer a sua alma. Procure defeitos no sermão e você os
encontrará. Mas não desenvolva uma mentalidade crítica. Em vez disso,
venha adorar com os olhos abertos e os ouvidos atentos para a Palavra do
Deus Vivo.
PARA PREGADORES
1. Leve as críticas a sério. A maioria das críticas tem um fundo de
verdade. Seu trabalho é encontrá-las. Talvez não esteja sendo claro o
suficiente. Talvez o sermão tenha sido muito longo, ou com muito
conteúdo, ou foi muito em cima da cabeça das pessoas. Spurgeon, outrora,
lembrou seus alunos que o Senhor comissionou a Pedro para alimentar
suas ovelhas, não girafas. Seja qual for a crítica, dê a ela alguma
atenção. Você irá aprender algo.
2. Não se leve tão a sério. Mantenha seu senso de humor saudável. Se
você realmente se atrapalhou e alguém lhe disse, relaxe. Você terá outra
chance domingo que vem.
3. Trate suas críticas com outros. Nenhum de nós é imparcial quando
se trata de nossos próprios sermões. É provável que nós mesmo ignoremos a
crítica, ou vamos descartá-la levianamente, ou achá-la muito dura, ou
ficar na defensiva ou entender tudo errado. Mas, se seu ouvido está em
sintonia com a sua fala, você vai ser mais propenso a ouvir o que você
deve e responder com humildade de sabedoria.
4. Procure críticos sensatos. Spurgeon dizia: “Um amigo sensato
que não lhe poupe crítica semana após semana, ser-lhe-á bênção maior do
que mil admiradores sem discernimento, se você tiver bom senso
suficiente para aguentar aquele tratamento, e graça suficiente para
ser-lhe agradecido.” Ele passou a falar de um “crítico anônimo de
grande capacidade”, ele lhe enviava listas semanais com palavras
pronunciadas e outros deslizes do discurso. Spurgeon nunca soube a
identidade de seu revisor anônimo, mas ele passou a apreciá-lo.
5. Nunca esqueça a tarefa que foi dada a nós. Pregar pode ser seu
trabalho, mas isto não é sobre você. É sobre a glória de Deus, a
magnitude de Jesus, a beleza da cruz, o poder da ressurreição e o poder
transformador do Espírito Santo através da Palavra. É sobre fazer santos
e converter os perdidos. Pregar é um grande privilégio e vale a pena
cada gota de esforço que você gasta no aprendizado para fazê-lo cada vez
melhor. Parte deste esforço é aprender com nossos críticos.
E ainda mais uma coisa: se você tiver a oportunidade de sentar para
tomar um café ou lanchar com um crítico para discutir seu sermão,
certifique-se de pagar a conta.
Fonte: Ipródigo
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