segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Palavras sequestradas! Quem define a liberdade?



Por Josemar Bessa

Uma das palavras mais amadas pelo ser humano é “LIBERDADE”. Soa bem aos nossos ouvidos. Nossa cultura ama se achar livre.

Todos os comerciais que vemos na televisão, cinema, na rede mundial de computadores... na compra de automóveis, imóveis, eletrônicos, a companhia aérea que voaremos, o destino turístico... apelam dizendo que todas essas experiências fazem e farão de você “livre”.

Todos os hinos das nações são canções de “liberdade”... somos um povo livre... Todos sabem usar a palavra mágica “liberdade” como um encantamento mágico nos ouvidos humanos, políticos, empresários, publicitários, vendedores, líderes militares... “liberdade” logo atrai o interesse. Poucas palavras são tão usadas para situações tão diferentes e carregam com elas tanto peso para nossa sociedade.

A palavra também é encontrada em toda a Escritura e a tradição cristã: "a verdade vos libertará" (João 8:32) e "...para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gal. 5:1). A liberdade não é apenas um tema americano ou humanitário, é também um tema do evangelho.

Infelizmente, duas idéias muito diferentes de liberdade se confundem na mente de muitas pessoas. A idéia bíblica de liberdade é diferente, mas facilmente confundido com o valor cultural de mesmo nome. E nenhum deles é o mesmo que "o livre-arbítrio." Ela pode ser confusa para o cristão comum que quer saber o que a  "verdadeira liberdade" é. É ter escolhas? É falta de coerção e restrição? É ser capaz de fazer o que quiser? Em que sentido é que Cristo nos libertou, e como é que diferente das  promessas e sonhos dos shoppings, Tv, cinema...

No coração do evangelho cristão é a verdade estranho que a verdadeira liberdade só é encontrada em desistir de tudo que a cultura secular apregoa como liberdade.

O grande pai da igreja Agostinho ensinou que a verdadeira liberdade não é uma escolha ou falta de restrição, mas poder ser o que você está destinado a ser. Ao quê fomos destinados a ser? Para que fomos criados? Em nenhum lugar a Bíblia afirma a liberdade humana, pelo contrário: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” João 8:34 – Isso é repetido na bíblia quase ad infinitum. Paulo diz muitas vezes como Cristo, “...porque, quando éreis servos do pecado” (Romanos 6.20) – Por isso tantas vezes vemos a expressão a “liberdade do evangelho”. Isso é ofensivo ao orgulho humano – quando mais digno um ser se ache, mas ofendido fica com a afirmação de sua escravidão. Os judeus religiosos ao ouvirem Cristo dizer que eram escravos, se enfureceram ( Mesmo muitos que se dizem cristãos, se apegam até a medula a ideia da liberdade humana), mas com isso estão ecoando uma cultura escravizada que se acha livre, quando cada ação sua mostra sua escravidão.

“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado...Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” - João 8:33-36

Para sermos livres, como disse Agostinho, devemos ter algumas coisas:

1) Se você não tem o desejo de fazer uma coisa, você não está totalmente livre para fazê-lo. Oh, você pode reunir a força de vontade para fazer o que você não quer fazer, mas ninguém chama isso de plena liberdade. Não é a maneira que nós queremos viver. Há um constrangimento e pressão sobre nós que não queremos.

2) E se você tem o desejo de fazer alguma coisa, mas não a capacidade de fazê-lo, você não é livre para fazê-lo.

3) E se você tem o desejo e a capacidade de fazer algo, mas não tem oportunidade de fazê-lo, você não é livre para fazê-lo.

4) E se você tem o desejo de fazer alguma coisa, e a capacidade de fazê-lo, bem como a oportunidade de fazê-lo, mas ele destrói você, no final, você não está totalmente livre não é livre de fato.

Para ser totalmente livre, devemos ter o desejo, a capacidade e a oportunidade de fazer o que nos fará felizes para sempre. Sem arrependimentos. E só Jesus, o Filho de Deus que morreu e ressuscitou por nós, pode tornar isso possível. Se o Filho vos libertar, sereis realmente livres.

Um trem só é livre, desde que ele permanece sobre os seus trilhos, um trem que saia dos trilhos é "livre" dos trilhos, mas não é livre no sentido mais importante da palavra. É uma destruição, uma destruição foi libertada, e agora não pode ir a qualquer lugar. "livre", mas não verdadeiramente livre.

Jesus diz que todo mundo é  escravo do pecado. Isto significa que o pecado não é apenas um ato mau, mas um poder em nossos corações que nos faz voltar e voltar aos atos escravizantes. Nós pecamos porque somos pecadores.

Portanto, a nossa escravidão é a escravidão a este poder dentro de nós. Pode haver “tipos de liberdade” que possamos imaginar ter por nós mesmos, mas não é real, faz parte da ilusão da escravidão do pecado no coração. Esse é o ponto de Jesus. A escravidão é muito profunda. E todos os homens nascem assim. O homem não pode decidir ser livre, não pode dar passos em direção a liberdade... senão não seria escravo. Somente Jesus pode nos libertar. Então ele diz no verso 36: "Então, se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."

Os seres humanos foram criados à imagem de Deus. Liberdade verdadeira, então, não é encontrada no afastamento dessa imagem. Quanto mais Deus soberanamente transforma um homem na imagem de Cristo, mas livre ele se torna, quando mais longe dela, maior a escravidão.

De uma perspectiva cristã, de uma perspectiva bíblica, liberdade paradoxalmente é um tipo de escravidão. “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos (Doulos (δολος) - escravos) de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” Romanos 6:22

A “liberdade” da cultura a nossa volta é o perfeito controle do poder escravizante do pecado: “Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” 2 Pedro 2:19

É como um homem em queda livre de um prédio de muitos andares. Parece “livre”, mas está preso pela gravidade que determina um fim terrível para ele. O vento no rosto, a sensação de liberdade..., se ele não se dá conta do que está acontecendo, pode fazê-lo se sentir “feliz e livre” – mas isso irá inexoravelmente matá-lo e não há NADA que possa fazer contra a lei da gravidade. Mesmo que ele não saiba ainda, está num cativeiro de destruição. Parece livre, pois parece que nada o prende. Mas logo a ilusão de liberdade irá mostrar as correntes da destruição inevitável. Logo toda “liberdade” se mostrará ilusão. Em segundo estará morto.

Não existe pára-quedas feito pelo homem para tal coisa. Se soberanamente não houver um Salvador, a inexorável atração gravitacional mortal da escravidão do pecado fará seu trabalho completo.

O homem não é livre.  O que gostamos e orgulhosamente nossa cultura chama de “livre-arbítrio” é tão somente a expressão das correntes de uma natureza completamente caída e escravizada. Mas para você, quem define liberdade, Deus ou a cultura?

Fonte: Josemar Bessa

Nenhum comentário:

Postar um comentário