Por Josemar Bessa
Uma das palavras mais
amadas pelo ser humano é “LIBERDADE”. Soa bem aos nossos ouvidos. Nossa cultura
ama se achar livre.
Todos os comerciais que
vemos na televisão, cinema, na rede mundial de computadores... na compra de
automóveis, imóveis, eletrônicos, a companhia aérea que voaremos, o destino
turístico... apelam dizendo que todas essas experiências fazem e farão de você “livre”.
Todos os hinos das
nações são canções de “liberdade”... somos um povo livre... Todos sabem usar a
palavra mágica “liberdade” como um encantamento mágico nos ouvidos humanos,
políticos, empresários, publicitários, vendedores, líderes militares... “liberdade”
logo atrai o interesse. Poucas palavras são tão usadas para situações tão
diferentes e carregam com elas tanto peso para nossa sociedade.
A palavra também é
encontrada em toda a Escritura e a tradição cristã: "a verdade vos
libertará" (João 8:32) e "...para a liberdade que Cristo nos
libertou" (Gal. 5:1). A liberdade não é apenas um tema americano ou
humanitário, é também um tema do evangelho.
Infelizmente, duas
idéias muito diferentes de liberdade se confundem na mente de muitas pessoas. A
idéia bíblica de liberdade é diferente, mas facilmente confundido com o valor
cultural de mesmo nome. E nenhum deles é o mesmo que "o livre-arbítrio."
Ela pode ser confusa para o cristão comum que quer saber o que a "verdadeira liberdade" é. É ter
escolhas? É falta de coerção e restrição? É ser capaz de fazer o que quiser? Em
que sentido é que Cristo nos libertou, e como é que diferente das promessas e sonhos dos shoppings, Tv,
cinema...
No coração do evangelho
cristão é a verdade estranho que a verdadeira liberdade só é encontrada em
desistir de tudo que a cultura secular apregoa como liberdade.
O grande pai da igreja
Agostinho ensinou que a verdadeira liberdade não é uma escolha ou falta de
restrição, mas poder ser o que você está destinado a ser. Ao quê fomos
destinados a ser? Para que fomos criados? Em nenhum lugar a Bíblia afirma a liberdade
humana, pelo contrário: “Respondeu-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo
do pecado.” João 8:34 – Isso é repetido na bíblia quase ad infinitum. Paulo diz muitas vezes
como Cristo, “...porque, quando éreis
servos do pecado” (Romanos 6.20) – Por isso tantas vezes vemos a expressão
a “liberdade do evangelho”. Isso é ofensivo ao orgulho humano – quando mais
digno um ser se ache, mas ofendido fica com a afirmação de sua escravidão. Os
judeus religiosos ao ouvirem Cristo dizer que eram escravos, se enfureceram (
Mesmo muitos que se dizem cristãos, se apegam até a medula a ideia da liberdade
humana), mas com isso estão ecoando uma cultura escravizada que se acha livre,
quando cada ação sua mostra sua escravidão.
“Responderam-lhe:
Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis
livres? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele
que comete pecado é escravo do pecado...Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres.” -
João 8:33-36
Para sermos livres,
como disse Agostinho, devemos ter algumas coisas:
1) Se você não tem o
desejo de fazer uma coisa, você não está totalmente livre para fazê-lo. Oh,
você pode reunir a força de vontade para fazer o que você não quer fazer, mas
ninguém chama isso de plena liberdade. Não é a maneira que nós queremos viver. Há
um constrangimento e pressão sobre nós que não queremos.
2) E se você tem o
desejo de fazer alguma coisa, mas não a capacidade de fazê-lo, você não é livre
para fazê-lo.
3) E se você tem o
desejo e a capacidade de fazer algo, mas não tem oportunidade de fazê-lo, você
não é livre para fazê-lo.
4) E se você tem o
desejo de fazer alguma coisa, e a capacidade de fazê-lo, bem como a
oportunidade de fazê-lo, mas ele destrói você, no final, você não está
totalmente livre não é livre de fato.
Para ser totalmente
livre, devemos ter o desejo, a capacidade e a oportunidade de fazer o que nos
fará felizes para sempre. Sem arrependimentos. E só Jesus, o Filho de Deus que
morreu e ressuscitou por nós, pode tornar isso possível. Se o Filho vos
libertar, sereis realmente livres.
Um trem só é livre,
desde que ele permanece sobre os seus trilhos, um trem que saia dos trilhos é
"livre" dos trilhos, mas não é livre no sentido mais importante da
palavra. É uma destruição, uma destruição foi libertada, e agora não pode ir a
qualquer lugar. "livre", mas não verdadeiramente livre.
Jesus diz que todo
mundo é escravo do pecado. Isto significa que o pecado não é apenas um ato
mau, mas um poder em nossos corações que nos faz voltar e voltar aos atos
escravizantes. Nós pecamos porque somos pecadores.
Portanto, a nossa
escravidão é a escravidão a este poder dentro de nós. Pode haver “tipos de
liberdade” que possamos imaginar ter por nós mesmos, mas não é real, faz parte
da ilusão da escravidão do pecado no coração. Esse é o ponto de Jesus. A
escravidão é muito profunda. E todos os homens nascem assim. O homem não pode
decidir ser livre, não pode dar passos em direção a liberdade... senão não
seria escravo. Somente Jesus pode nos libertar. Então ele diz no verso 36:
"Então, se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
Os seres humanos foram
criados à imagem de Deus. Liberdade verdadeira, então, não é encontrada no
afastamento dessa imagem. Quanto mais Deus soberanamente transforma um homem na
imagem de Cristo, mas livre ele se torna, quando mais longe dela, maior a
escravidão.
De uma perspectiva
cristã, de uma perspectiva bíblica, liberdade paradoxalmente é um tipo de
escravidão. “Mas agora, libertados do
pecado, e feitos servos (Doulos (δοῦλος) - escravos) de Deus, tendes o
vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.”
Romanos 6:22
A “liberdade” da
cultura a nossa volta é o perfeito controle do poder escravizante do pecado: “Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos
servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também
servo.” 2 Pedro 2:19
É como um homem em
queda livre de um prédio de muitos andares. Parece “livre”, mas está preso pela
gravidade que determina um fim terrível para ele. O vento no rosto, a sensação
de liberdade..., se ele não se dá conta do que está acontecendo, pode fazê-lo
se sentir “feliz e livre” – mas isso irá inexoravelmente matá-lo e não há NADA
que possa fazer contra a lei da gravidade. Mesmo que ele não saiba ainda, está
num cativeiro de destruição. Parece livre, pois parece que nada o prende. Mas
logo a ilusão de liberdade irá mostrar as correntes da destruição inevitável.
Logo toda “liberdade” se mostrará ilusão. Em segundo estará morto.
Não existe pára-quedas
feito pelo homem para tal coisa. Se soberanamente não houver um Salvador, a
inexorável atração gravitacional mortal da escravidão do pecado fará seu
trabalho completo.
Fonte: Josemar Bessa
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