Por Josemar Bessa
Muitos dizem: “Estamos mudando a abordagem, mas não a mensagem”. Mas não é esta a verdade que aparece quando você olha o foco do que é pregado.
Se nós evitamos
(estrategicamente) falar da ira de Deus, da justiça de Deus, da aproximação do sai
do julgamento divino, da ira de Deus satisfeita no sacrifício expiatório na
cruz, do ódio de Deus ao pecado, da santidade de Deus... não estamos mudando a
apresentação do evangelho, estamos mudando seu conteúdo, ou escondendo por não
o acharmos adequado...
A centralidade
fundamental de “Cristo e este crucificado”, e os motivos pelos quais isso é
essencial no plano eterno de Deus... é de importância fundamental para aferir
se a Verdade está sendo proclamada ao mundo.
A missão do evangelismo
na busca de uma apresentação do
evangelho que vai convencer ou ouvintes é equivocada se o fato da morte de
Jesus na cruz e o SIGNIFICADO claro desta morte não são CENTRAIS na mensagem
proclamada. Se não ficar claro que Deus
não se adapta ao mundo e a cultura, mas que a mesma cruz nos mata para o mundo
e o mundo para nós: “...a não ser na cruz
de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu
para o mundo.” Gálatas 6:14
Se não fica claro que
Deus não se adapta a nós, nossas preferências, gostos e opiniões... mas que
tudo isso também vai para a cruz, nos capacitando a não vivermos para nós
mesmos mas para Deus: “Ele morreu por
todos, para os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por
eles morreu e ressuscitou” – 2 Coríntios 5.15
Se não ficar claro que
Cristo morreu levando sobre si a
essência de todo pecado, que é não glorificar a Deus, para que em sua morte
fôssemos livres de nós mesmos, a mensagem foi terrivelmente alterada.
Se não ficar claro que
Cristo morreu para nos livrar deste presente mundo mau: “Ele se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar
deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” – Gálatas 1.4 –
Se não acordamos para entender a tenebrosa condição espiritual do mundo e dá
sociedade, tentaremos viver de alguma forma sincronizados com “este mundo
perverso”, achando que a morte de Cristo não foi para nos libertar disso, mas
para aproveitarmos isso de maneira melhor.
Se na proclamação não
ficar claro o “outrora” que a mensagem da cruz traz: “Nos quais andastes
outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do
espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2) – se isso não
fica claro na proclamação, não é a cruz que está sendo proclamada, mas uma
falsificação.
Se não fica claro que o
viver mundano não era liberdade, mas escravidão, e que nossa liberdade é a
liberdade da obediência, que o evangelho nos
transforma pela cruz de “filhos da desobediência” ( Ef 2.2) em homens
com a “mente de Cristo” que diz: “A minha comida é fazer a vontade daquele que
me enviou, e realizar a sua obra.” João 4:34 – então o que é pregado é uma
falsificação e a mensagem foi alterada.
O grito de liberdade da
Bíblia é: “...não vos conformeis com
este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente (Rm 12.1) – Isso é
ser livre! Não ser mais como o mundo, não ser enganado pelos gurus da
cultura... se isto não está claro na proclamação, a mensagem foi corrompida e
mudada.
A cruz sempre
desmascara a fraude do diabo sobre o que é viver, fraude que é graficamente
expressa na vida do mundo, da cultura a nossa volta.
A cruz tem sido e
sempre será considerada um escândalo e absurdo intelectual num mundo
escravizado pelo pecado, composto por “filhos da desobediência... filhos da
ira...”, como diz Paulo. A busca por uma mensagem que é mais facilmente
compreensível, deve deixar tudo isso mais claro, todo esse escândalo, e não
eliminar a natureza provocadora da notícia de que Cristo morreu por que a ira
de Deus estava e está sobre este mundo “sobre toda a impiedade e injustiça dos
homens, que detêm a verdade em injustiça.” - Romanos 1:18
Paulo sabe, e nós
devíamos saber também, que é apenas o
poder de Deus, o poder soberano do Espírito de Deus trabalhando nas pessoas, que convence homens incrédulos a verdade, notícia
(que nestes se torna boa notícia) de
Jesus e este crucificado, e que os leva à fé em Jesus, o Messias e Salvador.
Esta geração tem mudado não apenas a abordagem, mas o evangelho... com a tola estratégia que o mundo o abrace.
Fonte: Josemar Bessa
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