terça-feira, 3 de julho de 2012

Quando a regra de fé é a própria Prática...


Por Rev. Ageu Magalhães
 
“A Bíblia é nossa única regra de fé e prática” – qualquer crente com certo tempo de igreja já ouviu esta frase, pelo menos uma vez. Mas, é triste observar que a frase não tem passado de um mero aforismo. Para a maioria dos evangélicos a Prática (e não a Palavra) é a verdadeira regra de fé. Explico:

Quando um líder de igreja está prestes a formular uma lei ou a responder a uma consulta de concílio inferior e, ao invés de perguntar “O que diz a Bíblia?”, pergunta “Qual tem sido a prática da igreja?” ele acaba de mostrar onde está a base de sua fé.

Da mesma forma, quando o membro de igreja elogia um pastor chamando-o de “equilibrado”, ou refere-se a uma igreja como sendo “equilibrada” ele revela, sem saber, o quanto a Prática tem prevalecido sobre a Palavra em sua mente.

Esta forma de pensar tem mais a ver com a dialética de Hegel do que com a Palavra de Deus. Para Hegel a história é um movimento de confronto entre tese (afirmação) e antítese (oposição da tese) gerando assim a síntese.

Desta forma, o que é um pastor “equilibrado”? É um pastor que não fica nos denominados “extremos”. Mas, e se a verdade estiver exatamente no extremo? Por exemplo, um pastor crê que dinheiro é prova de fé e ensina que crente tem de ser rico. O outro pastor, no outro extremo, crê que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males e que cobiça é pecado e não virtude. Onde fica o equilíbrio? No meio do caminho entre o certo e o errado? O meio certo é o alvo a ser alcançado?

E quando o assunto é culto? Onde estará a vontade de Deus: na síntese entre um culto certo e um culto errado ou no que a Palavra aponta como sendo o culto certo?
Portanto, de volta ao início, a Bíblia é a nossa única regra de fé e de prática. A sociedade é dialética. Faz sínteses entre o certo e o errado, gerando mais conceitos errados. Nós, crentes, temos nas mãos a Palavra de Deus, poderosa para “destruir fortalezas, anulando sofismas” (2Co 10.4) Cabe a nós não sermos seguidores de Hegel, mas de Cristo. Levando a ele, cativo, todo pensamento à sua obediência.
 

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