Por Rev. Ageu Magalhães
“A Bíblia é nossa única regra de
fé e prática” – qualquer crente com certo tempo de igreja já ouviu esta
frase,
pelo menos uma vez. Mas, é triste observar que a frase não tem passado
de um mero aforismo. Para a maioria dos evangélicos a Prática (e não a
Palavra) é a verdadeira regra de fé. Explico:
Quando um líder de igreja está
prestes a formular uma lei ou a responder a uma consulta de concílio inferior
e, ao invés de perguntar “O que diz a Bíblia?”, pergunta “Qual tem sido a
prática da igreja?” ele acaba de mostrar onde está a base de sua fé.
Da mesma forma, quando o membro
de igreja elogia um pastor chamando-o de “equilibrado”, ou refere-se a uma
igreja como sendo “equilibrada” ele revela, sem saber, o quanto a Prática tem
prevalecido sobre a Palavra em sua mente.
Esta forma de pensar tem mais a
ver com a dialética de Hegel do que com a Palavra de Deus. Para Hegel a
história é um movimento de confronto entre tese (afirmação) e antítese (oposição
da tese) gerando assim a síntese.
Desta forma, o que é um pastor “equilibrado”?
É um pastor que não fica nos denominados “extremos”. Mas, e se a verdade estiver exatamente
no extremo? Por exemplo, um pastor crê que dinheiro é prova de fé e ensina que crente
tem de ser rico. O outro pastor, no outro extremo, crê que o amor ao dinheiro é
raiz de todos os males e que cobiça é pecado e não virtude. Onde fica o equilíbrio?
No meio do caminho entre o certo e o errado? O meio certo é o alvo a ser
alcançado?
E quando o assunto é culto? Onde
estará a vontade de Deus: na síntese entre um culto certo e um culto errado ou
no que a Palavra aponta como sendo o culto certo?
Portanto, de volta ao início, a
Bíblia é a nossa única regra de fé e de prática. A sociedade é dialética. Faz
sínteses entre o certo e o errado, gerando mais conceitos errados. Nós, crentes, temos nas
mãos a Palavra de Deus, poderosa para “destruir fortalezas, anulando sofismas”
(2Co 10.4) Cabe a nós não sermos seguidores de Hegel, mas de Cristo. Levando a
ele, cativo, todo pensamento à sua obediência.
Fonte: Resistência Protestante
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