Por Josemar Bessa
Há alguns dias atrás um
instrutor de paraquedismo do exército sofreu um acidente num salto de
instrução. O paraquedas se embolou com o paraquedas reserva e ele caiu de uma
altura enorme e apesar da queda quebrou apenas o braço...
Sobreviveu de maneira incrível.
Em momentos assim,
muitas vozes dizem que Deus “gosta” daquela pessoa em particular – “Alguém lá
em cima olha por mim!”
E quando a pessoa tem
uma vida longeva, 70, 80, 90, 100 anos. Imagine todos esses anos num mundo
cheio de perigos, quantos livramentos aconteceram, quantas vezes se venceu
enfermidades, acidentes... desde a infância.
Todo problema está
sobre que interpretação o homem dá a isso. Na contagem dos livramentos nós
tentamos achar a razão. E em nosso mundo, libertação é interpretada com
aprovação. Se Deus não estivesse de alguma forma satisfeito ele teria deixado
essa pessoa morrer, não teria dado tantos livramentos, não daria uma vida tão
longa...
Olhando para a natureza
da paciência de Cristo, longanimidade e tolerância para com os pecadores, qual
é o veredicto da Bíblia? Ela mostra que o pecador erra ao tentar interpretar a
paciência de Deus. Não havendo punição imediata sobre o pecado, dando
continuidade a misericórdias temporais, o pecador faz a leitura oposta a que
devia fazer: “Ou desprezas tu as riquezas
da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de
Deus te leva ao arrependimento?” Romanos
2:4
Devemos lembrar que a
demora de Deus não é uma fraqueza moral. Não é uma visão tolerante para a vida
do homem em pecado. Muitos põe sua fé, não na revelação bíblica de Deus, mas
num aspecto que mais lhe agrade. Pensam então que porque Deus não puniu o
pecado de uma vez só, nunca irá chamar o homem para a prestação de contas.
Então ele morre cheio de fé, não no evangelho, mas na paciência de Deus.
Ao olhar a paciência de
Deus experimentada em toda sua vida, o homem interpreta isso como sinal do
favor divino, e ele morre assumindo que essa tolerância vai durar para sempre.
Mas a tolerância não é aprovação. A tolerância divina não é absolvição, a
tolerância divina não é o cancelamento da dívida. Esse tempo é apenas um atraso
temporário do julgamento. Esse atraso está cheio de paciência, misericórdia,
generosidade...
“Ou
desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade,
ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a
tua dureza e teu coração impenitente, entesouras
ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”
- Romanos 2:4-5
O atraso não é
aprovação, ira vai sendo represada a medida que os anos vão passando. E nós
sabemos que algo represado quando finalmente e liberado a destruição provocada é muito
mais trágica.
Ajudemos aos outros a
interpretar corretamente as misericórdias temporais de Deus e jamais olhemos as
misericórdias de Deus como aprovação a tudo que Ele despreza, em nós ou no
mundo.
Fonte: Josemar Bessa
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