Por Dr. John C. Kwasny
Como a maioria dos críticos de cinema,
eu também questionei a necessidade de outro reboot da franquia
Homem-Aranha dez anos após o início da última saga com Tobey Maguire, em
2002. E, de fato, eu também não pensava que precisava assistir a
história de como Peter Parker tornou-se Homem-Aranha uma vez mais. Dessa
forma, se não fosse pela visita de vovô durante o feriado de 04 de
julho, a nossa família provavelmente teria que esperar pelo DVD. Mas,
como um devoto do Homem-Aranha ao longo da vida, posso dizer
honestamente: fiquei muito contente de ver O Espetacular Homem Aranha no cinema. Valeu a pena!
Antes de nos aprofundarmos em um dos
temas principais, aqui vai algumas das minhas observações aleatórias: eu
definitivamente gostei dessa história da “origem”, mais do que aquela
do filme de 2002. Andrew Garfield foi um Peter Parker mais obscuro e
menos choramingão do que Tobey Maguire – ainda que ele tenha me lembrado
muito o positivamente terrível Hayden Christensen em Star Wars II.
Eu também gostei de Emma Stone mais do que Kristen Dunst, bem como da
relação entre Peter e Gwen. Denis Leary atua muito bem como policial o
tempo todo. Rhys Ifans foi um vilão bem enfadonho. Comecei a chorar (e
possivelmente até chorei) em quato momentos diferentes – não me lembro
de ter feito isso em 2002. O Espetacular Homem Aranha foi definitivamente mais emocionalmente intenso do que seu antecessor. No geral, tenho que dizer que este foi um filme melhor.
Como é o caso com a maioria dos filmes
de super-heróis, há uma abundância de questões políticas e sociais sobre
as quais poderíamos falar. A investigação científica é usada e abusada
para tentar curar as pessoas de doenças. A evolução das espécies é
apresentada como verdade, com o homem tendo a necessidade de realmente
evoluir mais para se tornar tão forte e virulento como os animais. Os
temas de vingança e justiça também estão presentes. E, há ainda a
questão sobre se devemos manter as promessas ou se quebrá-las é melhor.
Definitivamente, há uma abundância de boas discussões que você pode
travar com os seus filhos, mesmo que considere apenas esses itens.
Mas o melhor tema em O Espetacular Homem Aranha tem a ver com chamado e responsabilidade.
No filme, somos re-introduzidos a um Peter Parker que é verdadeiramente
uma alma perdida – um órfão, um estranho, um universitário apático, um
perdedor. A morte de seus pais é mais tarde agravada pela morte do seu
tio Ben. A morte do seu tio é a última gota, transformando a raiva
internizada de Peter em fúria e vingança. Seus superpoderes
recém-descobertos lhe dão agora a oportunidade de lutar com os valentões
e caçar o homem que matou o seu tio. É somente quando salva um garoto
(que é um retrato dele mesmo) que Peter abraça a sua vocação de salvar e
proteger as pessoas do mal deste mundo.
A cena fundamental no filme é quando
Peter decide que precisa ir atrás do mutante Lizard, para essencialmente
salvar todos os cidadãos da cidade de Nova Iorque. Enquanto nos braços
da sua namorada Gwen, ela lhe diz: “Isso não é seu trabalho!” (derrotar Lizard). Peter apresenta-lhe uma pergunta retórica, como resposta: “E se for?”.
Peter agora possui o forte senso de chamado e responsabilidade que seu
tio Ben tentou ensinar-lhe antes de morrer. Num mundo onde a maioria das
pessoas pensa “isso não é meu trabalho”, Peter sabia que era seu
trabalho salvar outros da morte e destruição certa. [A propósito, mesmo o
pai de Gwen, um capitão da polícia de Nova Iorque, tenta convencer
Peter que isso não era trabalho do Homem Aranha. Felizmente, Peter não
deu ouvidos a ele também!]
Dessa forma, temos uma figura de Cristo em O Espetacular Homem Aranha.
Jesus sabia qual era o seu trabalho, o seu chamado e a sua
responsabilidade. Ele abraçou isso de maneira completa – reconhecendo e
entendendo a violência, dor e vergonha. E, como Salvador do seu povo na
cruz, ele completou o seu trabalho perfeitamente. Ninguém mais poderia
ter feito o seu trabalho em favor da humanidade!
Mas temos no filme O Espetacular Homem Aranha
uma figura do cristão também. Todos os cristãos são chamados a serem
usados por Deus para salvar aqueles que estão perdidos e sob o controle
do Reino das Trevas. É tentador pensar que essa é a obra de cristãos
“super heróis” – pastores, evangelistas, missionários, autores, etc. Mas
esses ministros do evangelho em tempo integral não são os únicos que
foram chamados para o trabalho de compartilhar o único evangelho que
livra do mal. Todo crente deve abraçar o seu chamado de salvar o perdido
pelo poder do Espírito Santo.
Ora, não recebemos sentidos-aranha,
super força-aranha, ou mãos-de-aranha para subir em paredes. Felizmente,
recebemos muito mais, dons muito melhores – os dons do Espírito e a
amardura de Deus! Essas ferramentas poderosas dadas pelo Espírito não
devem ser usadas para ganho egoísta ou apenas empunhadas para evitar
problemas. Como crentes, as palavras terríveis de Gwen (“Isso não é seu trabalho!”)
não devem flutuar em nossa cabeça. É o nosso trabalho! Fomos todos
chamados à ação! O mal está à solta o tempo todo, e devemos permanecer
firmes contra ele. Louvado seja Deus, que nos equipa e é gracioso para
nos usar para destruir as obras de Satanás e avançar o Reino de Deus!
Fonte: Reel Thinking Via: Monergismo
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