Por Neiva Maria Galvão Penno
Há poucos dias recebi, via internet, a seguinte historinha (autor
desconhecido) que não “deletei” da minha mente tão rápido como muitas
outras informações.
Um filho se dirige à mãe:
- Mamãe, meu coração tá doendo, passa pomada?
Preocupada a mãe pergunta,
- Seu coração, filho? Como assim? O que aconteceu?
- Não aconteceu nada mamãe, começou a doer do nada, mas tá doendo muito, passa a pomadinha!
- Não tem como passar pomada no coração, filho. O que você estava fazendo quando começou a doer?
-
Eu estava conversando com a Laura, lá no balanço da escolinha. Aí ela
me contou que gostava do Hugo, aquele meu amigo que vem sempre aqui em
casa. Aí quando ele passou perto dela, ela levantou do balanço e foi
atrás dele e me deixou sozinho. Aí o meu coração começou a doer, e tá
doendo até agora.
A mãe, assustada, não sabia o que dizer ao filho e então simplesmente o abraçou e sussurrou no ouvido dele:
- Filho, você conheceu o amor.
O filho, meio sem entender, perguntou:
- O amor? Mas você sempre disse que o amor era uma coisa boa, e então por que ele está machucando meu coração?
-
Não são todos os que sabem valorizar o amor. Quando esse amor se
oferece para alguém e esse alguém não dá valor, o amor fica triste e
volta pra sua casinha, que é o coração. E para o amor entrar de novo no
coração, deixa um machucado bem grande nele. Esse machucado que fica no
coração se chama decepção.
A historinha mostra como bem cedo na nossa vida podemos experimentar sentimentos como o amor e a decepção.
Poderíamos
desejar e esperar que algo especial e diferente do resto do mundo
acontecesse dentro da nossa família. Mas também ali decepcionamos e
experimentamos decepção. E lá no fundo somos agradecidos pela história
de José do Egito. Foi traído por seus irmãos, mas deu a volta por cima.
Puxa vida! Que irmãos são esses? Abomináveis, não? No entanto, nada
mais nada menos, aqueles que se tornariam os patriarcas das doze tribos
de Israel! Ainda bem que Deus fez história com eles. Isso me faz
acreditar que Ele pode fazer história comigo também, com minha família,
apesar de todos os pesares.
Crescemos e começamos
participar ativamente de uma comunidade cristã. Logo percebemos que a
estrutura está montada e o caminho apontado: é seguir ou desistir.
Contrariados, podemos partir para o confronto e até afrontar. Ou para
não perder o terreno conquistado, vamos dissimulando nosso verdadeiro
“eu” e minimizando nossos anseios e dons. Não, não foi para isso que
Jesus veio a este mundo e ofereceu sua vida. Ele nos chamou para
aceitarmos tão somente o seu jugo e sermos livres, experimentarmos vida,
e vida plena.
Mas Jesus também nos alertou que no
mundo teríamos aflições. Problemas são inerentes à condição humana em
todas as esferas. Puxa vida! De novo! Se eu fosse mais atenta teria
aprendido mais com as revelações de Deus através do apóstolo João. Na
mensagem à Igreja de Éfeso, problemas não são ocultos: sofrimentos,
pessoas más, mentirosos, manipuladores etc. Mas o apelo final é que não
abandonemos a Deus, não deixemos de amar, como no princípio.
Podemos
até esquecer a historinha do início, mas não vamos deletar a mensagem
de resistência, de superação. Conhecendo o amor (“agape”) e assumindo os
riscos da caminhada, vamos nos pôr de pé, ainda que sobre joelhos
vacilantes, certos de que Ele nos fortalecerá. Nossos caminhos serão
iluminados e poderemos servir na seara do Senhor com liberdade e
alegria.
Fonte: Ultimato
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