Por: Rubens Muzio
O termo ordenança é preferido por muitos em lugar de sacramento, sendo a razão que o termo sacramento tem conotações misteriosas e mágicas. O termo sacramento é derivado do latino sacramentum, que era aplicado a qualquer coisa sagrada ou consagrada. Ordenança (do latim ordo – uma ordem) "enfatiza o fato de que estes ritos foram ordenados pelo Senhor" (Costas, crescimento). A conexão imediata destes termos com o batismo e a Ceia do Senhor está baseada no uso de sacramentum na Vulgata[1] para traduzir o grego musterion, mistério (e.g. Ef 5:32; 1 Tm 3:16; Ap 1:20).
Um sacramento ou ordenança é um sinal de participação na graça salvadora. Agostinho falava disso como "sinal visível de uma graça invisível". O sacramento marca não simplesmente a presença da obra de Deus, mas a sua aplicação da graça salvadora aos pecadores". Explicando esta idéia, Clowney escreve:
Através da circuncisão e do batismo de Cristo, da sua vida de retidão e da sua oferta como cordeiro de Deus, as sombras das cerimônias da Antiga Aliança se tornam realidade. Cristo é a nossa circuncisão e a nossa Páscoa (Cl 2:11; 1 Co 5:7). Para substituir estes sinais que continham o derramamento de sangue, ele designou novos sinais para a inclusão e comunhão do povo renovado de Deus. Estes sinais sacramentais são o batismo e a Ceia do Senhor (Clowney, p. 129, 131, 133).
O batismo é visto genericamente como a pública confissão de uma decisão privada de fé em Cristo. O Espírito Santo é o selo divino da salvação (Ef 1:13; 4:30). O batismo "serve como um sinal externo do selo interno e pela graça, através da fé, torna-se um sinal sacramental do que recebemos" (Dieterich, 1996, p. 364). Jesus Cristo foi batizado de forma que toda retidão pudesse ser cumprida (Mt 3:15). A igreja tem seguido o Seu exemplo e ensino (Mt 28:20). O modo do batismo com água varia, e os três mais comuns são a imersão, aspersão e efusão. Algumas igrejas honram todos os três modos de acordo com a situação no momento do batismo.
Muito mais que meramente um símbolo, um ritual de passagem ou uma analogia atrativa, o batismo afirma a reorientação da humanidade, seu alinhamento com a vontade de Deus. Batismo é muito mais que água. Mergulhamos em Cristo, nos banhamos no seu sangue. Muito mais do que um ritual individual, privativo, ele é um evento publico que demonstra nossa nova humanidade, nova identidade. Somos agora membros transformados, parte de uma cultura onde todos foram nivelados na cruz. Homens e mulheres, seres iguais, não mais pertencentes a melhores ou piores classes sociais, cores de peles, etnias, tradições, famílias ou culturas. Todos agora reconciliados e protegidos pela sombra da cruz. Todos somos um em Cristo!
Um amigo visitou uma cidade no norte da Índia e encontrou centenas de pessoas cujo sobrenome era simplesmente "Cristão", Robert Christian, Joseph Christian, Mary Christian, etc. Surpreso, perguntou para o pastor local, por que tantas pessoas tinham o mesmo sobrenome. Eram todos parentes? O pastor lhe informou que, anos antes, houve um avivamento na cidade e centenas se converteram. Numa terra de castas, preconceitos e intocáveis, os novos cristãos sentiram que a melhor opção seria retirar seus nomes de famílias e mudar em cartório legalmente seu sobrenome para cristão, afim de que todos se tornassem verdadeiramente irmãos e irmãs. Será que estaríamos dispostos a fazer isso? E se fizéssemos isso no Brasil? Parece-me que para a maioria dos cristãos, nossos parentes valem muito mais que nossos irmãos e irmãs em Cristo.
A Ceia do Senhor é celebrada como uma expressão da comunhão dos crentes no Corpo de Cristo. Paulo deu instruções específicas a respeito da ceia em 1 Coríntios 11. Deveria ser uma ocasião sagrada e não simplesmente uma parte do culto ou ritual. Ele admoestou os crentes a não permitir divisão ou discriminação entre eles. Além disso, eles deveriam examinar a sua postura diante de Deus e os seus relacionamentos uns com os outros. A questão dos elementos – pão e vinho – é um assunto denominacional, cultural e contextual. Aonde não há pão, suco ou vinho, em vilas remotas da África, Ásia ou entre os indígenas, a mandioca, guaraná, café ou água de coco são utilizados. Na verdade, os elementos do culto são matérias-prima do dia a dia. A ação de comer e beber são natural, humana e mundana. A Palavra está sempre interessada na realidade da fome e sede do homem. Homens e mulheres agradecem a Deus pela vida, saúde, comida e bebida e sustentam uns aos outros na comunidade.
A igreja reunida ao redor da mesa do Senhor é uma sociedade redimida e transformada, onde o amor, esperança, perdão superam a hostilidade, ressentimentos, mágoas e ódio. A igreja proclama uma nova ética social. As obras de misericórdia e atos de caridade fazem parte do organismo-igreja e manifestam a luz do reino ao mundo.
A Ceia do Senhor deve ser celebrada apenas dentro da igreja? A resposta é: não necessariamente. Os crentes têm mantido a comunhão em conferências, acampamentos, igrejas casas nos ribeirinhos amazônicos, etc.. Outros vêem a Igreja como um "sacramento" no sentido de que ela é "um símbolo do reinado de Deus inaugurado no ministério e no destino de Jesus Cristo e presente no meio do povo peculiar de Deus através do poder e da iluminação do Espírito Santo" (Dietterich, 367). O sacramento traz à memória a causa e a razão para a existência da igreja: "proclamar a morte do Senhor até que ele venha" (1 Co 11:26). Ele transmite a história e a herança cristãs à próxima geração em palavras e símbolos.
Um sacramento ou ordenança é um sinal de participação na graça salvadora. Agostinho falava disso como "sinal visível de uma graça invisível". O sacramento marca não simplesmente a presença da obra de Deus, mas a sua aplicação da graça salvadora aos pecadores". Explicando esta idéia, Clowney escreve:
Através da circuncisão e do batismo de Cristo, da sua vida de retidão e da sua oferta como cordeiro de Deus, as sombras das cerimônias da Antiga Aliança se tornam realidade. Cristo é a nossa circuncisão e a nossa Páscoa (Cl 2:11; 1 Co 5:7). Para substituir estes sinais que continham o derramamento de sangue, ele designou novos sinais para a inclusão e comunhão do povo renovado de Deus. Estes sinais sacramentais são o batismo e a Ceia do Senhor (Clowney, p. 129, 131, 133).
O batismo é visto genericamente como a pública confissão de uma decisão privada de fé em Cristo. O Espírito Santo é o selo divino da salvação (Ef 1:13; 4:30). O batismo "serve como um sinal externo do selo interno e pela graça, através da fé, torna-se um sinal sacramental do que recebemos" (Dieterich, 1996, p. 364). Jesus Cristo foi batizado de forma que toda retidão pudesse ser cumprida (Mt 3:15). A igreja tem seguido o Seu exemplo e ensino (Mt 28:20). O modo do batismo com água varia, e os três mais comuns são a imersão, aspersão e efusão. Algumas igrejas honram todos os três modos de acordo com a situação no momento do batismo.
Muito mais que meramente um símbolo, um ritual de passagem ou uma analogia atrativa, o batismo afirma a reorientação da humanidade, seu alinhamento com a vontade de Deus. Batismo é muito mais que água. Mergulhamos em Cristo, nos banhamos no seu sangue. Muito mais do que um ritual individual, privativo, ele é um evento publico que demonstra nossa nova humanidade, nova identidade. Somos agora membros transformados, parte de uma cultura onde todos foram nivelados na cruz. Homens e mulheres, seres iguais, não mais pertencentes a melhores ou piores classes sociais, cores de peles, etnias, tradições, famílias ou culturas. Todos agora reconciliados e protegidos pela sombra da cruz. Todos somos um em Cristo!
Um amigo visitou uma cidade no norte da Índia e encontrou centenas de pessoas cujo sobrenome era simplesmente "Cristão", Robert Christian, Joseph Christian, Mary Christian, etc. Surpreso, perguntou para o pastor local, por que tantas pessoas tinham o mesmo sobrenome. Eram todos parentes? O pastor lhe informou que, anos antes, houve um avivamento na cidade e centenas se converteram. Numa terra de castas, preconceitos e intocáveis, os novos cristãos sentiram que a melhor opção seria retirar seus nomes de famílias e mudar em cartório legalmente seu sobrenome para cristão, afim de que todos se tornassem verdadeiramente irmãos e irmãs. Será que estaríamos dispostos a fazer isso? E se fizéssemos isso no Brasil? Parece-me que para a maioria dos cristãos, nossos parentes valem muito mais que nossos irmãos e irmãs em Cristo.
A Ceia do Senhor é celebrada como uma expressão da comunhão dos crentes no Corpo de Cristo. Paulo deu instruções específicas a respeito da ceia em 1 Coríntios 11. Deveria ser uma ocasião sagrada e não simplesmente uma parte do culto ou ritual. Ele admoestou os crentes a não permitir divisão ou discriminação entre eles. Além disso, eles deveriam examinar a sua postura diante de Deus e os seus relacionamentos uns com os outros. A questão dos elementos – pão e vinho – é um assunto denominacional, cultural e contextual. Aonde não há pão, suco ou vinho, em vilas remotas da África, Ásia ou entre os indígenas, a mandioca, guaraná, café ou água de coco são utilizados. Na verdade, os elementos do culto são matérias-prima do dia a dia. A ação de comer e beber são natural, humana e mundana. A Palavra está sempre interessada na realidade da fome e sede do homem. Homens e mulheres agradecem a Deus pela vida, saúde, comida e bebida e sustentam uns aos outros na comunidade.
A igreja reunida ao redor da mesa do Senhor é uma sociedade redimida e transformada, onde o amor, esperança, perdão superam a hostilidade, ressentimentos, mágoas e ódio. A igreja proclama uma nova ética social. As obras de misericórdia e atos de caridade fazem parte do organismo-igreja e manifestam a luz do reino ao mundo.
A Ceia do Senhor deve ser celebrada apenas dentro da igreja? A resposta é: não necessariamente. Os crentes têm mantido a comunhão em conferências, acampamentos, igrejas casas nos ribeirinhos amazônicos, etc.. Outros vêem a Igreja como um "sacramento" no sentido de que ela é "um símbolo do reinado de Deus inaugurado no ministério e no destino de Jesus Cristo e presente no meio do povo peculiar de Deus através do poder e da iluminação do Espírito Santo" (Dietterich, 367). O sacramento traz à memória a causa e a razão para a existência da igreja: "proclamar a morte do Senhor até que ele venha" (1 Co 11:26). Ele transmite a história e a herança cristãs à próxima geração em palavras e símbolos.
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