Por Rev. Hernandes Dias Lopes
A Páscoa ocupa um lugar central nas Escrituras. No Antigo
Testamento a Páscoa fala da libertação do povo de Israel do terrível
cativeiro do Egito. Esta bela e dramática história está registrada em
Êxodo 12. No Novo Testamento a Páscoa refere-se à morte e ressurreição
de Jesus Cristo. Deus tirou o seu povo do Egito com mão forte e poderosa
através do sangue do Cordeiro. Deus nos tirou do cativeiro do pecado
pelo sangue de Jesus. A morte do cordeiro na páscoa judaica era um tipo
da morte de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Algumas lições podem ser destacadas para o nosso ensino:
1. O livramento da morte depende da morte do Cordeiro (Ex 12.4-6) –
Quando a Páscoa foi instituída, Deus ordenou a Moisés que cada família
se reunisse para matar o cordeiro e aspergir as ombreiras da porta com o
sangue. O anjo do Senhor passaria naquela noite e vendo o sangue
passaria por alto e não feriria de morte o primogênito. Todos os
primogênitos do Egito morreram naquela noite, exceto aqueles que estavam
debaixo do abrigo do sangue do Cordeiro. Não foi a vida do cordeiro,
mas sua morte que trouxe livramento para os israelitas. Assim, também,
somos libertos da morte pela morte de Cristo. Ele morreu a nossa morte.
Ele é o nosso cordeiro pascal.
2. O livramento da morte depende de estar debaixo do abrigo do
sangue (Ex 12.7,13,14) – A libertação da morte dependeu não apenas da
morte do cordeiro, mas também, do seu sangue aspergido nas ombreiras das
portas. Precisamos estar debaixo do sangue de Cristo para sermos
salvos. Não há remissão de pecados sem derramamento de sangue. Não é o
sangue de um cordeiro que pode nos purificar do pecado, mas apenas o
sangue do Cordeiro sem defeito, o sangue de Cristo. Por ele somos
remidos, comprados, purificados e justificados.
3. Os que foram libertos pelo sangue precisam se alimentar do
Cordeiro (Ex 12.8-12) – Aqueles que foram salvos pelo sangue
alimentaram-se do cordeiro. Reunidos em famílias os israelitas se
fortaleceram para a caminhada, comendo a carne do cordeiro com ervas
amargas. Aqueles que são salvos pelo sangue de Cristo, precisam se
alimentar de Cristo. Ele é o pão vivo que desceu do céu. Ele é o
alimento para a nossa alma. A Páscoa judaica foi substituída pela Ceia
do Senhor. O pão simboliza o corpo de Cristo e o vinho o seu sangue.
Devemos nos alimentar do corpo e do sangue do Senhor. O pão e o vinho
não se transubstanciam em corpo de Cristo como ensina o dogma romano nem
Cristo está presente fisicamente neles, como pensava Lutero. Cristo
está presente na Ceia espiritualmente e dele nos alimentamos
espiritualmente.
4. Os que celebram a Páscoa do Senhor precisam lançar fora todo o
fermento da maldade (Ex 12.15-20) – Durante a celebração da Páscoa
judaica, os israelitas não podiam ter nenhuma espécie de fermento em
casa nem comer pão levedado. O fermento é um símbolo da contaminação do
pecado. Precisamos examinar a nós mesmos antes de comermos o pão e
bebermos o cálice. O propósito do auto-exame não é para fugirmos da Ceia
por causa do pecado, mas fugirmos do pecado por causa da Ceia. Não
podemos participar dignamente da Ceia do Senhor agasalhando pecado no
coração. Não podemos participar da Ceia dignamente hospedando no coração
qualquer sentimento de hostilidade ou rancor pelos irmãos. A igreja
precisa ser uma comunidade de santidade, amor e perdão, antes de ser uma
comunidade de celebração.
Fonte: Palavra da Verdade
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