quinta-feira, 14 de março de 2013

Deus é Gay?


Por Walter McAlister

Recentemente vi uma foto, em um aplicativo chamado Pinterest, de um rapaz de cabeça raspada e sem camisa que bradava em direção ao céu. O que me chamou a atenção é que em seu peito trazia escrito God is gay, ou Deus é gay. A imagem me causou espécie, claro. Mas, desde então, me pus a refletir sobre ela.

Muitos procuram no Estado uma espécie de reconhecimento. Seja pela obtenção de direitos políticos ou pela sanção dos poderes constituídos, desejam autenticar a sua existência. Essa ânsia de reconhecimento existe, claramente, nos grupos mais diversos, inclusive na própria igreja dos nossos tempos. Queremos bíblias expostas em praças e na entrada de prédios públicos, sabe-se lá por que — como se isso tivesse algum valor. Não tem. Mas muitos percebem a exposição de objetos de cunho religioso em lugares públicos como um tipo de avanço do Evangelho. Só que não é.

Aquele rapaz obviamente não se contenta com um movimento político. Ele quer se afirmar pela declaração do que crê ser a natureza de Deus. Mas Deus não é gay. Nem tampouco é homem, mulher, alto, baixo, branco, negro, de esquerda ou de direita, revolucionário ou conservador. Deus é além. Está acima de tudo. E Ele se revelou. Só que, ao afirmar que Deus é qualquer uma dessas coisas, o que fazemos? Tentamos atribuir legitimidade à nossa identidade, às nossas convicções ou às nossas vindicações. Ao atribuir o que seja a Deus, o que de fato estamos tentando é afirmar da forma mais inquestionável possível o que somos. Pois, afinal, o que há acima de Deus?

O problema é que, ao atribuir ao Senhor a nossa imagem, fazemos violência à sua imagem. Pois sua imagem não se limita à nossa. É certo que as Escrituras dizem que fomos criados à sua imagem e semelhança. Trazemos no cerne da humanidade a imagem de Deus, embora gravemente chamuscada pelo pecado. A violência que praticamos contra essa imagem reside no fato de tentarmos definir Deus pelo que fizemos com essa semelhança. Assim como o filho que trai o pai e depois quer que ele seja culpado pelos seus atos, nós traímos a nossa origem, rejeitando a sua imagem, para, em seguida, atribuirmos o que fizemos ao Criador. É uma falácia repetida ad nausium, geração após geração. E essa falácia é o fundamento de toda idolatria. Pois, ao fazermos Deus à nossa imagem e semelhança, rejeitamos a sua verdadeira imagem. Veja o que Paulo escreveu no primeiro capítulo de sua carta aos romanos:

18 Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, 19 pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; 21 porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos 23 e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. 25 Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. 26 Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. 27 Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. 28 Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. 29 Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, 30 caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; 31 são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. 32 Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam.

O texto não poderia ser mais claro. Só não entende quem não quer. Rejeitamos a verdadeira imagem de Deus, que vemos claramente no seu Filho, Jesus Cristo. Não somente lhe devemos honra e glória, mas devoção e reverência. Reverência à sua imagem. Reverência ao seu nome. Reverência à sua Palavra, que é a revelação de quem Ele realmente é. A questão aqui não é se Deus é ou não gay. A questão é que Deus não se parece conosco. Tragicamente, nos parecemos cada dia menos com Ele.

Na paz,
+W

Fonte: Walter McAlister, via Púlpito Cristão 

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