“E os filhos de
Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles
fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o
SENHOR, o que não lhes ordenara‖.– Lv 10.1
Talvez você esteja se perguntando:
“Pragma…, o quê?” Não, não é uma nova praga de lavouras! O Pragmatismo é
uma doutrina filosófica surgida no século 14, nos Estados Unidos, que
propõe um método para determinar o significado dos termos fundamentais
da linguagem a partir de sua contextualização prática.
Não entendeu? Vou explicar. Constituído a partir da palavra grega “pragma”, ação, atividade, coisas de uso,
o pragmatismo estendeu-se para a Inglaterra e outros países, como a
Itália, perdurando, sob variadas formas, até nossos dias. A concepção do
que constitui o pragmatismo varia para cada pensador, de modo a não ser
possível torná-la precisa inteiramente de maneira unitária. Todavia,
para a maior parte de seus adeptos, o pragmatismo se apresenta a um só
tempo como um método científico e como uma teoria acerca da verdade.
Esta é concebida em sentido dinâmico. A
verdade não diz respeito aos objetos, mas antes às idéias, ou às formas
de relação concretas que os homens têm com os objetos. Deste modo, ela
deve ser determinada mediante a consideração destas relações. O
pragmatismo desvia o olhar das substâncias primeiras, presentes no
pensamento dogmático, para considerar as consequências, os fatos
produzidos por determinadas inter-relações. Ta difícil? Também acho. Vou
tentar ser mais claro.
Convencionou-se chamar de pragmatismo a
concepção moderna de que devemos fazer de tudo, ou seja, sejamos
práticos, para conseguirmos os fins desejados. O que pode ser resumido
na seguinte frase: “Não importa os meios, o importante é o fim”.
Com isso, as igrejas que adotam a filosofia pragmática atropelam os
meios bíblicos e se enveredam pelo caminho de Nadabe e Abiú – Levítico
10:1. Eles foram, a princípio, abençoados por Deus – No monte Sinai eles
haviam visto a santidade de Deus bem de perto (Êxodo 24:1). Foi depois
daquela visão que eles se tornaram sacerdotes (Êxodo 28:1). Trouxeram
fogo de qualquer lugar (meios), apenas para manter o povo entretido
(fins). Eles chegam com toda esta coreografia nova, com cerimonial não
estabelecido, com movimentos que Deus não conhecia e com fogo que não
havia sido consagrado. Tudo isso o evangelicalismo tem feito nos dias
hodiernos. Não devemos ser contra o fogo genuíno de Deus, devemos ser
contra o fogo estranho que as pessoas estão introduzindo nas Igrejas
dizendo que é fogo de Deus, quando na verdade, não passa de cinzas
humanas.
Nadabe e Abiú tinham fins, no entanto,
os meios não foram apropriados. Fazendo isso eles abandonaram os meios
preestabelecidos e se transformam em objeto do juízo divino. Não será
isso que acontece hoje? O verdadeiro “fogo” tem origem, se manifesta
dentro de certos meios e sempre tem um fim predeterminado por Deus. O
objetivo é sempre a Glória de Deus. Dizer que alguma coisa aconteceu na
reunião, nos encontros de avivamento, nas vigílias e não se preocupar se
é de Deus ou não, é um erro. Spurgeon já nos advertia cerca de 120 anos
atrás: ―O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco,
baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de
frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua
existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o
entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas
busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se
alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente
pelo caminho da tolice‖.
As Igrejas, ávidas por novidades, estão
introduzindo determinados elementos no culto que não glorificam a Deus.
Estava andando pelas ruas do Recife, quando ouvi um carro de som
anunciar sem nenhum receio: “Gostaríamos de convidar todo o povo de Deus
para o „forró de Jesus‟, estarão conosco vários cantores…” Quase caio
pra trás. Não, não ia caindo pela unção do locutor, era justamente pela
falta dela. E olhe que pouca coisa me espanta em termos de novidades. O
que virá depois? A lambada de Jesus? A caipirinha de Jesus? Os puritanos
tinham algo que eles chamavam de “Princípio Regulador do Culto”. Em
outras palavras, a Bíblia determina o quê, como e quando.
O fogo de Deus não é encontrado no fundo de quintal, ele tem que vir do
céu. No entanto, imitá-lo é fácil. Nessa confusão vale uma dica: Não
devemos pergunta se dá certo, mas se está certo.
Pouca gente quer espiritualidade com compromisso, com submissão à
vontade de Deus; o que interessa são os resultados, os sinais, as
profecias de sucesso.
Você pode enganar as pessoas em nome de
Deus, mas não a Ele. Temo e tremo ao ver pessoas falarem todo tipo de
absurdos aos outros em nome do Divino, alguns acham até que tem a agenda
do Criador e já dizem com antecedência o que Ele vai fazer daqui a
dias, meses ou anos. Infelizmente – ou felizmente – eu não tenho essa
capacidade. Eu sei que o Senhor pode fazer, mas não sei o tempo exato
nem O manipulo de acordo com a minha vontade. Se eu não posso manipular o
vento, imagine o Espírito de Deus – O vento assopra onde quer (João 3.8
a).
Lembremo-nos das palavras de Jeremias: ―Coisa
espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam
falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém, que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?‖ c. 5, v. 30-31. (grifo nosso). Leia ainda Jeremias 23:9-33; 28:1-4; Ezequiel 13 e 14.
Fonte: Napec
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